WILSON QUER ATAQUE COM RITMO MAIS RÁPIDO EM 2020

Destaque em 2019, quarterback foi limitado devido aos problemas ofensivos da equipe.

Durante boa parte da temporada de 2019, Russell Wilson foi considerado o MVP unânime, carregando o ataque do Seattle Seahawks nas costas com diversas atuações espetaculares. Nem mesmo o talento do quarterback, contudo, foi capaz de superar a ineficácia ofensiva de Brian Schottenheimer, com o reflexo dos prolemas da unidade sendo sentidos na segunda metade da temporada e, principalmente, na eliminação da pós-temporada diante do Green Bay Packers.

Frente a mais um ano decepcionante no ataque, Wilson deixou claro sua indignação com os rumos da unidade da equipe em uma entrevista ao PFT Live. quarterback disse que “deseja ver sua unidade em mais situações de up-tempo” – momentos em que o ritmo do ataque é acelerado -, elucidando que “a defesa adversária se cansa com maior facilidade nessas situações e sabe como melhor explorá-las nessa circunstância.”

A estrela da franquia ainda comparou o estilo ofensivo que deseja para Seattle com o do atual campeão, o Kansas City Chiefs. “É como os Chiefs fazem, para ser honesto com você. [Andy] Reid e [Patrick] Mahomes fazem um excelente trabalho avançando a bola, utilizando seus playmakers e encontrando novos meios de realizar suas jogadas – e eles fazem mais pontos do que todo mundo.”

As críticas de Wilson tornam-se ainda mais contundentes quando analisamos a temporada dos Seahawks. Schottenheimer continuou preterindo o talento do quarterback para basear seu ataque no jogo terrestre e em avanços pouco dinâmicos, longe do estilo up-tempo que foi mencionado por Russell como uma melhor alternativa. Durante grande parte de 2019, Wilson foi limitado a cerca de 30 passes por jogo mesmo em partidas em que o jogo terrestre não se mostrava uma ferramenta viável, como na derrota para os Packers e para o Arizona Cardinals. O recado do quarterback foi dado e, após dois anos seguidos de fracassos ofensivos nos playoffs, é a hora de realizar mudanças precisas no ataque para a próxima temporada.

O que pode ser melhor em 2020 

O primeiro passo é o mais óbvio, mas parece estar escrito em uma língua não entendível ao coordenador ofensivo de Seattle: tire as amarras de Russell Wilson. Da mesma forma que Andy Reid soube abusar do talento de Mahomes desde que o quarterback assumiu a titularidade – o que lhe rendeu o sonhado título e o posto entre os melhores técnicos da história -, Schottenheimer precisa abdicar de sua filosofia conservadora e deixar o ataque nas mãos de sua estrela.

Com jogadores explosivos como Tyler Lockett, D. K. Metcalf e Will Dissly, cabe ao coordenador extrair melhores frutos de sua unidade e elevar a dinâmica do ataque, saindo da receita de bolo dos últimos anos que foi resumida a um jogo terrestre forte mesclado com rotas verticais que não se combinam. Novas armas são sempre bem-vindas, inclusive no jogo terrestre, mas os três nomes mencionados acima são excelentes playmakers que casam com o estilo de jogo de Wilson e que foram subutilizados em diversos momentos em 2019. O principal objetivo da intertemporada de Schottenheimer, portanto, será na elaboração de um novo plano de jogo, na busca de como otimizar o talento de seu quarterback e do seu entorno, consequentemente.

Se Wilson conseguir a melhora no ataque que tanto deseja e enxergando-se diante de mais situações up-tempo e com chamadas mais bem elaboradas, poderemos ver, finalmente, o ataque de Seattle atingindo seu teto, permitindo que o quarterback vença o prêmio de Jogador Mais Valioso que escapou de suas mãos no último ano. Era esperando, entretanto, que essa mesma mudança ocorresse na última temporada, mas a teimosia de Schottenheimer prevaleceu sobre a melhora da equipe. Resta saber se a cobrança pública de Wilson levará a algum resultado positivo, ou os anos de auge de sua carreira serão desperdiçados com uma dinâmica ofensiva ineficaz.

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