O Atlanta Falcons tem sido um time muito sólido no passado recente. Nas últimas duas temporadas a equipe chegou aos playoffs, e na era Matt Ryan (2008 pra cá) eles compareceram à pós-temporada seis vezes. Essa sequência positiva pode ser interrompida em 2018.
Apenas cinco jogos foram disputados, mas já é amostra suficiente para se decepcionar com o que os Falcons apresentaram até agora. Na pré-temporada, colocava a equipe como fortíssima candidata aos playoffs da sempre disputada Conferência Nacional. Mesmo numa divisão difícil, ousava dizer que a equipe de Atlanta poderia sair como vencedora da NFC South – havia muito talento nos dois lados da bola, o calendário não era difícil e o time já teria tomado um “suco detox” para compensar a ressaca após a virada sofrida no Super Bowl LI.
Eu não estava sozinho nessa.
Antes da temporada começar, por exemplo, as casas de aposta apontavam cotação de R$ 25 para 1 no título dos Falcons do Super Bowl LIII. Tal cotação colocava a equipe ao lado de concorrentes intermediários como Carolina Panthers e Pittsburgh Steelers.
Agora, após a semana cinco, a realidade é bem diferente. O Oddsshark.com mostra que a cotação atual dos Falcons é de R$ 67 para 1, a mesma de times como Washington Redskins, Tennessee Titans e Detroit Lions. Isso põe os Falcons em 19° na lista de Vegas, bem longe do 8º lugar que foi estabelecido para eles antes do início da temporada regular. A queda foi vertiginosa.
O que está acontecendo?
O curioso é que as vitórias não estão chegando mesmo com o ótimo desempenho de Matt Ryan. O quarterback, também conhecido como “Matty Ice”, lançou para 11 touchdowns, tem apenas duas interceptações e o rating de 110,9 representa o segundo melhor da carreira. As mazelas na red zone foram corrigidas, diga-se.
A bem da verdade, enquanto Drew Brees quebra recordes e tem uma defesa – ao menos no papel – melhor do que tinha anos atrás, o “jogo virou” e é Ryan que está tendo que produzir para compensar o problema defensivo. Já endereçaremos isso.
Uma andorinha só não faz verão. A linha ofensiva está bem, e Ryan já foi sacado 16 vezes. O jogo terrestre apresenta problemas e são apenas 89,2 jardas por partida — entre as oito piores marcas da temporada. Com o retorno de Devonta Freeman aparentemente saudável, isso deve melhorar para as próximas semanas.
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O problema é que ele não joga domingo. A palavra-chave neste texto, para entender a situação de Atlanta é uma só: lesão. Numa liga já imprevisível com Draft, Teto Salarial e etc – elementos que ensejam paridade – as lesões acabam sendo o fator mais imprevisível de todos. Em 2015, por exemplo, o Carolina Panthers teve a sorte de ter sido um dos times que menos sofreu com isso – praticamente só perdeu Kelvin Benjamin, mas hoje sabemos que isso foi quase que um reforço para Cam Newton. Nesta temporada, Atlanta está no outro polo: enfermaria até não poder mais.
A questão maior tem sido a defesa – adivinhe, com mais lesões
São 398,6 jardas cedidas de média por partida, o que coloca os Falcons acima apenas de Pittsburgh Steelers, Oakland Raiders, Tampa Bay Buccaneers e Kansas City Chiefs, respectivamente. Se você procura motivos para isso, não precisa ir muito longe: basta ir na página de jogadores machucados dos Falcons.
Neste momento, três jogadores importantes estão na reserva de machucados: Ricardo Allen – o Earl Thomas dos pobres – Deion Jones e Keanu Neal – o Kam Chancellor dos pobres. Não me entenda mal com as comparações, torcedor dos Falcons: são ótimos jogadores, mas Chancellor e Thomas, no auge, são imbatíveis e incomparáveis com esses outros. A comparação faz sentido na questão tática. Os Falcons usam uma defesa muito parecida com àquela de Seattle nos anos de Legion of Boom. Faz todo sentido, na medida em que Dan Quinn, hoje head coach de Atlanta, foi coordenador defensivo lá – o mesmo vale para Gus Bradley/Chargers.
Sem Allen patrulhando o fundo do campo em single high e sem Neal/Jones para marcar o passe e conter corridas no box, meu amigo, a casa cai. Para complicar, o festival de lesões segue com a ausência confirmada de Grady Jarrett – jogador bem subestimado da linha defensiva – para a partida de domingo contra o Tampa Bay Buccaneers.
Em uma divisão que tem o New Orleans Saints despontando para um grande ano – e os Saints têm 1-0 no confronto direto – fica difícil imaginar uma arrancada do time de Ryan até aos playoffs. De qualquer maneira, os próximos dois jogos são importantíssimos para manter a temporada viva — contra Buccaneers e New York Giants, respectivamente, ambos em Atlanta. Não são elencos fortes. Vimos o que os Bears fizeram com Tampa Bay há duas semanas e o que os Eagles fizeram contra um ataque inepto de Nova York. Nada abaixo de duas vitórias aqui é o suficiente para esse time não se complicar mais.
Não há dúvidas que se trata de um time com bom talento em certas posições, e a temporada positiva de Ryan não pode ser descartada. Porém, em uma divisão muito equilibrada, começar com três jogos de desvantagem para o líder é uma diferença já notável. Por mais que o jogo terrestre melhore, a defesa ainda parece longe de corresponder em bom nível. Não que seja tanto culpa da unidade, como dito: não dá para suportar tantas lesões que quebram, taticamente, um time.
A campanha de só 20% de aproveitamento em vitórias é insustentável a longo prazo, mas para um time que era um dos possíveis azarões ao título do Super Bowl LIII, o início de campanha dos Falcons deixa a desejar e a tamanha descida nas cotações como está em evidência no Oddsshark.com traduz surpresa negativa que acabou sendo o início de temporada.
Cotações para o título do Super Bowl LIII após a semana 5:
1º Los Angeles Rams – R$ R$4 para 1
2º Kansas City Chiefs – R$ 7 para 1
3º New England Patriots – R$ 7,50 para 1
4º New Orleans Saints – R$ 10 para 1
5º Minnesota Vikings – R$ 13 para 1
6º Jacksonville Jaguars – R$ 15 para 1
7º Chicago Bears – R$ 21 para 1
8º Los Angeles Chargers – R$ 21 para 1
9º Philadelphia Eagles – R$ 21 para 1
10º Pittsburgh Steelers – R$ 23 para 1
11º Cincinnati Bengals – R$ 23 para 1
12º Carolina Panthers – R$ 26 para 1
13º Baltimore Ravens – R$ 26 para 1
14º Green Bay Packers – R$ 29 para 1
15º Dallas Cowboys – R$ 51 para 1
16º Houston Texans – R$ 51 para 1
17º Washington Redskins – R$ 67 para 1
18º Tennessee Titans – R$ 67 para 1
19º Atlanta Falcons – R$ 67 para 1
20º Detroit Lions – R$ 67 para 1
21º Seattle Seahawks – R$ 81 para 1
22º Cleveland Browns – R$ 81 para 1
23º Denver Broncos – R$ 81 para 1
24º Tampa Bay Buccaneers – R$ 101 para 1
25º New York Giants – R$ 101 para 1
26º Miami Dolphins – R$ 126 para 1
27º Indianapolis Colts – R$ 151 para 1
28º New York Jets – R$ 176 para 1
29º Oakland Raiders – R$ 201 para 1
30º San Francisco 49ers – R$201 para 1
31º Buffalo Bills – R$ 201 para 1
32º Arizona Cardinals – R$ 301 para 1
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