[dropcap size=big]E[/dropcap]ntra ano, sai ano e novamente vimos em 2017 o New England Patriots vencendo a AFC. No Super Bowl, o dinâmico ataque de Doug Pederson superou a limitada defesa dos Patriots e levou o Philadelphia Eagles ao inédito título. O pensamento em Foxborough é claro: Aproveitar enquanto a dupla Brady-Belichick ainda tem gás, dar o sprint e buscar mais títulos. Em 2018 o objetivo é apenas um: vencer o Super Bowl.
Como foi a temporada 2017 do New England Patriots?
New England Patriots (13-3): 1° colocado da AFC East, campeão da AFC, derrotado no Super Bowl para o Philadelphia Eagles
Após perder Julian Edelman e Derek Rivers ainda na pré-temporada por lesão, o ano começou de maneira não comum para os então campeões da NFL. A defesa sucumbiu em casa diante do versátil ataque do Kansas City Chiefs; após a surpresa, a equipe venceu os dois jogos seguintes, inclusive um dramático contra os Texans e teve uma nova derrota na semana 4 para os Panthers em Carolina. Um começo um tanto irregular que colocava em dúvida a temporada de Brady e Cia, ainda mais com a defesa tomando mais de 30 pontos em três destes jogos.
Porém, a equipe se recompôs e alcançou uma sequência de oito vitórias, se colocando definitivamente nos playoffs. Como ponto negativo, a lesão de Donta Hightower na semana 7 que tirou o linebacker do resto da temporada. Uma derrota inesperada para os Dolphins na semana 14 quebrou a sequência, mas bastaram vitórias sobre Steelers (no famigerado jogo da recepção não-válida de Jesse James), Bills e Jets para garantir mando de campo até o fim da AFC.
No Divisional Round, uma vitória tranquila sobre os Titans com direito a oito sacks levou o time a mais uma final de conferência. Na final da AFC contra os Jaguars e sua excelente defesa, o jogo foi duríssimo; faltando pouco mais de 12 minutos, a vantagem era dos Jaguars por duas posses. Mas Tom Brady tomou as rédeas, a defesa parou o limitado Blake Bortles e faltando menos de três minutos pro fim do jogo, uma conexão Brady-Amendola virou o jogo e levou a equipe a um novo Super Bowl.
Num jogo onde os ataque predominaram e houve alternâncias de liderança, New England esteve próximo de mais um título. Um passe de Nick Foles para Zach Ertz faltando dois minutos deu a vantagem para os Eagles e, no drive seguinte, Brady sofreu um fumble forçado por Brandon Graham e o título ficou para o Philadelphia Eagles.
Como foi a free agency do New England Patriots?
Chegadas: Adrian Clayborn (DE, Falcons); Jeremy Hill (RB, Bengals); Matt Tobin (OT, Seahawks); Luke Bowanko (C, Ravens); Ulrick John (OT, Packers); Eddie Pleasant (S, Texans); Brian Schwenke (C, Titans); Eric Decker (WR, Titans); Danny Shelton (DT, Browns); Jason McCourty (CB, Browns); Cordarrelle Patterson (WR/KR, Raiders); Trent Brown (OT, 49ers)
Saídas: Brandin Cooks (WR, Rams); Danny Amendola (WR, Dolphins); Johnson Bademosi (CB, Texans); Malcolm Butler (CB, Titans); Cameron Fleming (OT, Cowboys); Ricky-Jean Francois (DT, Lions); Nate Solder (OT, Giants); Dion Lewis (RB, Titans); James Harrison (LB, aposentado); Martellus Bennett (TE, aposentado); Shea McClellin (LB, sem time); Antonio Garcia, (OT, Jets), Kenny Britt (WR, sem time), Malcolm Mitchell (WR, sem time)
[dropcap size=big]A[/dropcap]s mudanças nos Patriots começam pela comissão técnica. Após seis temporadas como coordenador defensivo, Matt Patricia deixou a equipe para se tornar head coach dos Lions. A equipe decidiu não designar um coordenador oficial, mas Brian Flores, treinador dos linebackers, deverá exercer a função.
No ataque o time perdeu Brandin Cooks e Danny Amendola, dois recebedores já consolidados na NFL. Ppara ocupar esse espaço, chegou Cordarrelle Patterson, mais conhecido por ser retornador. Jeremy Hill chega para a vaga de Dion Lewis no backfield, e Trent Brown vem para o lugar de Nate Solder.
Numa unidade que teve muitos problemas, a equipe buscou Danny Shelton para ajudar no miolo defensivo e Jason McCourty para ajudar a errante secundária. Adrian Clayborn é uma esperança de auxílio no pass rush com a volta de Derek Rivers.
Como em toda offseason dos Patriots, medalhões deram adeus e jogadores não tão consagrados em outros times chegaram. A esperança na tradicional “mutação de Foxboro”, que transforma jogadores medianos em altamente produtivos, continua em 2018.
Como foi o Draft do New England Patriots?
Rodada 1, escolha 1: Isaiah Wynn, OT, Georgia
Rodada 1, escolha 31: Sony Michel, RB, Georgia
Rodada 2, escolha 56: Duke Dawson, CB, Florida
Rodada 5, escolha 143: Ja’Whaun Bentley, LB, Purdue
Rodada 6, escolha 178: Christian Sam,LB, Arizona State
Rodada 6, escolha 210: Braxton Berrios, WR, Miami
Rodada 7, escolha 219: Danny Etling, QB, LSU
Rodada 7, escolha 243: Keion Crossen, CB, Western Carolina
Rodada 7, escolha 250: Ryan Izzo, TE, Florida State
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[dropcap size=big]N[/dropcap]inguém fez mais movimentações que os Patriots neste Draft. Foram 16 trocas envolvendo escolhas.
No primeiro round, dois jogadores vindo de Georgia. Isaiah Wynn é um offensive tackle não tão grande, mas com uma técnica refinada. Entretanto, ele se lesionou na pré temporada e perderá o ano todo. Sony Michel é um running back com alta capacidade de jogadas explosivas. Na segunda rodada, Duke Dawson foi uma escolha polêmica: cornerback que chega para jogar como nickel, era um jogador cogitado para o dia três e os analistas colocavam vários nomes na posição a sua frente.
O time teve seis escolhas no terceiro dia, com destaques para ao atlético linebacker Christian Sam (Arizona State), o slot receiver Braxton Berrios (Miami) e o tight end Ryan Izzo (Florida State). Entre os não-escolhidos no draft, o time conseguiu pegar o cornerback J.C Jackson (Maryland) e o running back Ralph Webb (Vanderbilt), que podem beliscar um lugar no roster.
Análise da tabela do New England Patriots
CASA: Texans, Dolphins, Colts, Chiefs, Packers, Vikings, Bills, Jets
FORA: Jaguars, Lions, Bears, Bills, Titans, Jets, Dolphins, Steelers
Um calendário até certo ponto tranquilo para os Patriots. Se na semana 2 a equipe enfrentou os Jaguars fora numa reedição da última final da AFC, não seria de se duvidar que dá semana 3 a 8 o time arrancasse uma sequência de seis vitórias. Logo depois, dois jogos mais complicados contra Titans e Packers, com o bye week chegando na semana 11. A sequência final que começa na semana 12 reserva quatro jogos dentro da divisão e duas pedreiras contra Vikings e Steelers.
O que esperar do ataque do New England Patriots em 2018?
Prováveis titulares: Tom Brady, James White, Julian Edelman, Chris Hogan, Phillip Dorsett, Rob Gronkowski, Trent Brown, Joe Thuney, David Andrews, Shaq Mason, Marcus Cannon
[dropcap size=big]O[/dropcap] pilar do ataque de New England segue intacto. Tom Brady completou 40 anos, mas se mostra em grande forma e com fome de jogo. Ter o melhor quarterback da história com essa disposição, sendo o primeiro a estar no campo no training camp é contagiante e mais uma vemos a promessa é de uma grande temporada do camisa 12. Brian Hoyer é um backup consistente para uma eventual emergência.
O coordenador ofensivo Josh McDaniels chegou a ser anunciado como head coach dos Colts, porém, num dos episódios mais inusitados (e antiéticos) da história da NFL, voltou atrás e fica no time de Foxboro.
O backfield é um dos mais produtivos da NFL. Sem nenhum nome entre os tops da posição, a rotação é constante e são todos jogadores muito versáteis. Se Dion Lewis se foi para os Titans, o time trouxe Jeremy Hill dos Bengals e Sony Michel foi escolhido na primeiro rodada para compensar. Rex Burkhead e James White devem encabeçar o depth chart, seguido dos já citados. A fórmula deu muito certo na última temporada e o time foi o 11° primeiro que mais correu e o décimo em jardas terrestres. As defesas respeitam demais Brady e evitam deixar o fundo do campo exposto, dando mais espaços no jogo corrido. A ordem da NFL é essa atualmente: jogo aéreo abrindo espaços para o terrestre.
Os Patriots usaram dois running backs em campo 20% a mais que toda liga em 2017, e eles foram responsáveis por mais de 30% das jardas aéreas do time. Isso deve ser uma tendência que New England seguirá em 2018: se prepare para ver os nomes citados alinhando ou saindo em motion para posição de slot muitas vezes.
Entre os recebedores, Rob Gronkowski é a principal arma. Com um grupo de wide receivers não tão estrelado, cabe ao melhor tight end da liga ser a arma central de Brady. Gronk é uma máquina de mismatches e sua capacidade de criar após a recepção é anormal: foram 11 touchdowns e isso deve continuar em 2018. Dwayne Allen e Ryan Izzo são bons bloqueadores que podem ajudar na red zone, onde o time foi o quinto com mais sucesso.
Os wide receivers não contarão com seu principal jogador durante os quatro primeiros jogos. Julian Edelman está suspenso pelo uso de substâncias proibidas, mas assim que retornar sua posição está garantida. Chris Hogan é um jogador produtivo e que costuma aparecer na red zone. Phillip Dorsett e Cordarrelle Patterson terão papel importante, e ganharão a chance de serem produtivos com um grande quarterback os ajudando; talvez seja uma oportunidade única para ambos e que pode redefinir suas carreiras. O novato Braxton Berrios deve contribuir no slot e se tornar o sucesso na linhagem iniciada por Wes Welker.
A posição de left tackle perdeu Nate Solder, mas Trent Brown chega para seu lugar. Vindo dos 49ers, ele foi muito bem no pass protection e não deixará os torcedores sentirem saudade de Solder. Na direita, Marcus Cannon começa o ano pressionado por ter cedido 5 sacks na temporada passada, mas seu alto nível no run block o mantém começando como starter. O novato Isaiah Wynn começou o ano cercado de expectativas e não seria surpresa se ele tomasse a posição no decorrer da temporada, mas uma lesão no tendão de Aquiles na semana 2 da pré-temporada contra os Eagles o deixará inativo pelo resto do ano.
O miolo da linha é consistente. David Andrews é um dos melhores centers da liga e Shaq Mason e Joe Thuney são guards competentes. Mason é um dos cinco melhores jogadores da posição abrindo espaços no jogo corrido e muito utilizado em pulls e traps.
Brady e Gronk já seriam mais que o suficiente para tornar o ataque dos Patriots temível em 2018. Cercados de jogadores que fazem uma fundação de qualidade para eles brilharem, podemos esperar mais uma grande temporada dos comandados de Josh McDaniels.
O que esperar da defesa do New England Patriots em 2018?
Prováveis titulares: Adrian Clayborn, Malcolm Brown, Danny Shelton, Trey Flowers, Kyle Van Noy, Donta Hightower, Elandon Roberts, Jason McCourty, Stephon Gilmore, Patrick Chung, Devin McCourty.
[dropcap size=big]A[/dropcap] defesa dos Patriots em 2017 foi a quinta que mais cedeu jardas em toda liga. Uma tragédia, certo? Nem tanto. A equipe também a foi a quinta que menos cedeu pontos em toda liga. Na red zone, foi a quarta melhor da liga, o famoso “enverga, mais não quebra”.
O interior da linha defensiva tem boa produção contra o jogo corrido. Malcolm Brown é um jogador com capacidade para conseguir boas penetrações, e o time trouxe Danny Shelton dos Browns. Lawrence Guy e Adam Butler complementam o grupo. O grande problema está no baixo número de sacks e pressão gerada, o que em tempos de run-pass option é um problema.
Entre os edges, Adrian Clayborn chegou de Atlanta para aumentar a solidez no pass rush, mas tem deficiências no jogo corrido; Trey Flowers vem se desenvolvendo bem e pode ter seu breakout year: foram muitos hits e 6,5 sacks na temporada passada. Derek Rivers, selecionado no Draft de 2017, volta de lesão após perder seu ano de novato e entrará na rotação, especialmente nas terceiras descidas. Deatrich Wise Jr complementa o grupo, que ainda é raso e poderá ter problemas com qualquer lesão.
A volta de Donta Hightower é um upgrade grandioso e que deve ajudar a equipe nos problemas contra o jogo corrido. Sendo os Patriots o segundo time que mais cedeu jardas por tentativa de corrida, a volta de Hightower traz de volta um jogador com boa capacidade de identificar as corridas e com a explosão necessária para tacklear na scrimmage. Kyle Van Noy é um jogador atlético, mas que ainda não conseguiu demonstrar todo seu potencial em New England. Elandon Roberts estará na rotação, com os novatos Christian Sam e Ja’Whaun Bentley buscando espaço.
O grande problema desta rotação é que a neste grupo todos tem problemas na cobertura ao passe, e isso se torna evidente na quantidade de vezes que os Patriots tiveram pelo menos 5 defensives backs em campo em 2017: 85% dos snaps. Com isso, a importância do safety que joga dentro do box aumenta e Patrick Chung é consistente nessa função. Bom contra o jogo corrido e eficiente contra o passe, o veremos ainda mais alinhado como um terceiro linebacker na temporada.
Stephon Gilmore é o cornerback principal do time e deverá ser o responsável por cobrir o melhor recebedor adversário em situações de mano-a-mano. Jason McCourty é um bom complemento e especialmente em zona é competente. Na posição de nickel, a briga será boa: Duke Dawson chega para brigar com Eric Rowe e Jonathan Jones pela vaga de terceiro cornerback.
Devin McCourty é o free safety do time e não disputa aqui. Por mais que esteja já avançando na idade, ainda é um jogador dominante e com uma leitura acima da média, além de ser considerado um líder no elenco. Brandon King é seu reserva imediato, mas Duran Harmon pode jogar em alguns pacotes na função.
Uma defesa que precisa melhorar em todos os quesitos e trouxe algumas peças interessantes para 2018. Está longe de ser um grupo de elite, mas pode bem armada render frutos que façam o trabalho do ataque mais tranquilo na próxima temporada.
NOTA DE CADA GRUPO
QB: 4,5/5 – RB: 3,5/5 – WR: 3/5 – TE: 4/5 – OL: 3/5
DL: 3/5 – LB: 2,5/5 – CB: 3/5 – S: 2,5/5
Um ataque que conta com dois jogadores fora de série e muitas peças produtivas ao seu redor. Uma defesa com boa qualidade, mas com profundidade rasa e que uma lesão pode complicar todo trabalho. Caberá a Bill Belichick colocar toda sua genialidade a prova novamente para fazer esta equipe vencedora.
A grande pergunta
Qual a maior mudança do New England Patriots para 2018?
A saída de Matt Patricia abriu um leque interessante para vermos como será o novo comportamento defensivo dos Patriots. Além disso, a chegada de Adrian Clayborn e a volta de Derek Rivers podem impactar no trabalho defensivo como um todo.
Outro ponto são as mudanças no ataque, onde nomes consagrados deram adeus e veteranos ou jovens em busca de afirmação terão chances. Mas, com Brady, a tarefa é mais fácil, e não me espantaria se algum deles tivesse um ano dos sonhos por conta disso.
CENÁRIOS PARA 2018
Qual cenário seria o dos sonhos para o time?
A defesa se torna consistente e começa a forçar turnovers. Brady-Gronk estão mais afiados que nunca, o time dinamita a AFC East, garante vantagem até o fim dos playoffs e chega a mais um Super Bowl.
Qual cenário seria um desastre para o time?
A defesa continua a vacilar como no ano passado, mas agora passa a ceder pontos. Os novos recebedores não criam química com Brady e somente Gronk e Edelman acabam sendo pouco, fazendo com que o time perca vários jogos que anteriormente venceria, se classificando apenas para o wild card.
Qual cenário é o mais realista para o time?
O time é mais equilibrado que na temporada passada e a defesa cederá menos jardas. Brady vai criando conexão com vários recebedores, o jogo corrido flui e o time vence a AFC East com relativa tranquilidade, apesar de perder dois a três jogos fora dela, tendo uma das melhores campanhas da AFC.
Previsão final do New England Patriots em 2018:
É difícil não apontar os Patriots como favoritos, mesmo o time não tendo a profundidade defensiva ideal. O time tem muito talento nas peças principais e os melhores quarterback, tight end e head coach da história da liga. Mesmo com alguns percalços, o time termina com 12-4, vence a AFC East e chega até a final de conferência.
Clique aqui e confira o índice completo das prévias de temporada.
