🔒 PRÉVIAS 2018 – Os Jaguars podem vencer o Super Bowl apesar de Blake Bortles?

[dropcap size=big]Q[/dropcap]uem aposta contra os Jaguars em 2018? Eu, jamais. A franquia do norte da Flórida renasceu em 2017 depois de vários anos ruins e, mais do que isso, a direção conseguiu manter a maior parte dos jogadores, o que coloca o time entre os principais candidatos a chegar à pós-temporada e, quiçá, ao Super Bowl. Um time que se baseia em um ataque à moda antiga, com muitas corridas e controle do relógio. Do outro lado, um pass rush fortíssimo, com uma secundária que consegue anular os adversários. Ao menos na parte defensiva, já vimos essa história algumas outras vezes nos últimos anos. Não é loucura imaginar que os Jaguars podem chegar ao Super Bowl: para isso, precisarão que um rapaz chamado Blake Bortles consiga se superar.

Como foi a última temporada do Jacksonville Jaguars?

Jacksonville Jaguars (10-6): 1º colocado na AFC South, derrotado na final de conferência para os Patriots.

Sob o comando de Doug Marrone, os Jaguars entraram em 2017 com bastante descrença, pois o time já havia se reforçado na temporada anterior mas sucumbiu pela falta de quarterback. Contudo, alguns ajustes finos e a chegada de Leonard Fournette fizeram o time crescer muito. O início da temporada não foi uma maravilha: 4 vitórias e três derrotas até a oitava semana, quando teve folga. Apesar de vitórias muitos convincentes (com brilhantes atuações da defesa) contra Ravens, Texans, Colts e Steelers, o time sucumbiu contra Jets e Titans, por exemplo; vale salientar que Blake Bortles continuava mostrando seus problemas de tomada de decisões e constância, já vistos anteriormente.

Na segunda metade da temporada, entretanto, as coisas encaixaram muito bem. Bortles elevou seu nível de jogo, Fournette continuou voando e a defesa garantiu duas sequências de três vitórias. Com um sólido 10-4, o time já tinha garantida a vaga nos playoffs, pela primeira vez desde 2008. Assim, pôde se dar ao luxo de perder os últimos dois jogos, contra 49ers e Titans. No Wild Card, fez um jogo duro contra os Bills em casa, do qual saiu com a vitória. Apesar do ataque não ter produzido, o time controlou o relógio e Bortles não cometeu erros.

No jogo seguinte, uma vitória sensacional numa partida excelente de Fournette contra os Steelers fora de casa, por 45 a 42. E, por fim, na final de conferência, mais uma vez a defesa dos Jaguars mostrou porque foi uma das melhores da temporada regular, dando muito trabalho para Tom Brady. Apesar disso, o ataque não conseguiu garantir os pontos para vitória, e o time acabou saindo com uma amarga derrota por 4 pontos, e o fim do sonho de chegar ao Super Bowl.

Como foi a free agency do Jacksonville Jaguars?

Chegadas: DJ Hayden (CB, Lions); Niles Paul (TE, Redskins); Donte Moncrief (WR, Colts); Austin Seferian-Jenkins (TE, Jets); Cody Kessler (QB, Browns); Andrew Norwell (OG, Panthers); Cody Davis (FS, Rams); Don Carey (SS, Lions)

Saídas: Aaron Colvin (CB, Texans); Mercedes Lewis (TE, Free Agent); Patrik Omameh (OG, Giants); Allen Hurns (WR, Cowboys); Chad Henne (QB, Chiefs); Allen Robinson (WR, Bears); Paul Poluszny (LB, Aposentou); Brad Nortman (P, Free Agent); Mychal Rivera (TE, Free Agent)

[dropcap size=big]S[/dropcap]e o desempenho do time foi uma agradável surpresa em 2017, a free agency trouxe muita esperança para o próximo ano. Teoricamente, dos 24 titulares do ano passado, 22 continuam em 2018. E, das principais perdas, praticamente todas foram bem repostas, seja com a contratação de um novo jogador ou com a substituição por outro jogador jovem. Dentre os nomes contratados, destaque para Donte Moncrief, Andrew Norwell e Austin Seferian-Jenkins.

Moncrief foi uma contratação pontual, chegando para suprir a perda de Allen Hurns e Allen Robinson. A dupla que bateu individualmente as 1000 jardas recebidas em 2015 decaiu nas últimas duas temporadas, e não renovaram seus contratos. Robinson perdeu a temporada de 2017 com uma lesão no ligamento do joelho, algo que ajudou na decisão de não renovar por um alto dinheiro; já Hurns ficou bem longe de repetir a performance de 2015 nos últimos dois anos: foram menos de 1000 jardas e modestos 5 touchdowns no período. Com o mercado de recebedores agitado, Jacksonville se viu sem muitas opções. Moncrief teve um ótimo 2015, mas não conseguiu se manter saudável e produzir bem desde então. O contrato de um ano, entretanto, minimiza um pouco o risco; ainda assim, é difícil julgar se foi um bom negócio: se ficar saudável, pode se tornar uma boa contratação.

Andrew Norwell foi uma contratação sensacional. Ele é um dos melhores guards da liga, não tendo cedido nenhum sack ou hit em Cam Newton na temporada passada. Mais do que isso: ele traz segurança para o miolo da linha ofensiva, que teve seus problemas em 2017. Indiscutivelmente, é uma grande melhoria em relação a Patrik Omameh, que foi embora depois de uma temporada mediana. Ter dado o maior contrato de um guard na liga para Norwell faz total sentido, visto que os Jaguars tinham espaço no teto salarial para tal e precisavam melhorar o setor se quiserem ter um ataque terrestre ainda mais consistente. Além disso, o jogador se mostrou muito durável até aqui, o que reforça o motivo do contrato alto.

Seferian-Jenkins chega para ajudar na posição de tight end, já que ano passado Jacksonville foi quem menos acionou os jogadores da posição. Ele está longe de ser um ótimo recebedor, mas pode se um perigoso alvo na red zone por sua altura. Marcedes Lewis provavelmente custaria mais caro, e o time fez certo em não renovar. O contrato de Seferian-Jenkins é de dois anos, com 4,5 milhões garantidos, parecendo ter sido um bom negócio. Quem também chegou para a posição foi Niles Paul, que vem de duas temporadas fracas pelos Redskins. Outro que veio barato, e pode ter alguma contribuição como válvula de escape para Bortles.

Outra contratação relevante foi D.J. Hayden. Ex-escolha de primeira rodada, nunca redeu o que se esperava nos Raiders. Com a saída de Aaron Colvin, a posição de slot ficou sem um nome certo, e Hayden deve ocupar esse posto: o grande problema é que ele foi bem mal em 2017, não conseguindo se manter consistente. Apesar de ter rendido melhor no slot do que pelas laterais do campo, os 9.5 milhões garantidos no contrato de 3 anos talvez tenha sido uma aposta um pouco arriscada. De qualquer forma, era uma posição de carência.

Como foi o Draft do Jacksonville Jaguars?

Rodada 1, escolha 29: Taven Bryan, DL, Florida

Rodada 2, escolha 61: DJ Chark, WR, LSU

Rodada 3, escolha 93: Ronnie Harrison, S, Alabama

Rodada 4, escolha 129: Will Richardson, OL, NC State

Rodada 6, escolha 203: Tanner Lee, QB, Nebraska

Rodada 7, escolha 230: Leon Jacobs, LB, Wisconsin

Rodada 7, escolha 247: Logan Cooke, P, Mississippi State

Leia também: PROClub: Análise do Draft – Jacksonville Jaguars

[dropcap size=big]P[/dropcap]ela primeira vez em muitos anos, o time não tinha uma escolha cedo na primeira rodada. Mais do que isso, as carências no elenco não eram muitas, o que permitiu o time buscar projetos que podem render frutos no futuro. Taven Bryan foi uma escolha muito interessante; ele tem um enorme potencial, e mostrou que pode ter muito futuro na NFL. Não fossem as lesões que sofreu, provavelmente sairia dentro do top 15. Ele não será titular, mas pode contribuir já em 2018 em situações específicas, devendo ajudar na forte rotação da linha defensiva. Já D.J. Chark foi outra boa escolha, mas vem para suprir uma carência do elenco. Com Allen Hurns e Allen Robinson fora, Chark vem para ser um recebedor velocista no ataque da equipe. Ele terá a função de esticar o campo e tentar tirar os jogadores da secundária adversária de perto da linha de scrimmage, além de abrir mais espaço para passes curtos. Não acredito que ele terá tanta participação já em 2018, mas suas qualidades físicas devem ser aproveitadas em situações específicas.

Ronnie Harrison é um projeto para o futuro, já que o time deve perder seus dois safeties titulares nos próximos anos. Ele ainda é um prospecto cru, e não deve participar muito nessa temporada – de qualquer forma, uma escolha interessante. Da mesma maneira, Will Richardson deve ficar apenas em desenvolvimento para, se possível, assumir a titularidade na posição de right tackle nas próximas temporadas. Já Tanner Lee e Leon Jacobs são apostas, devendo ficar no elenco caso mostrem algo. Por fim, o punter Logan Cooke chega para suprir uma necessidade do elenco, e tem condições de assumir a posição de titular já em 2018.

Análise da tabela do Jacksonville Jaguars

CASA: Patriots, Titans, Jets, Texans, Eagles, Steelers, Colts, Redskins

FORA: Giants, Chiefs, Cowboys, Colts, Bills, Titans, Dolphins, Texans

[dropcap size=big]O[/dropcap]s Jaguars tem alguns jogos bem difíceis, mas no geral a tabela parece relativamente fácil. A questão é que alguns dos times teoricamente mais fáceis podem mostrar evolução em 2018 e surpreender. A temporada regular começou com uma vitória fora contra os Giants. Logo depois, uma sequência de três jogos em casa – Patriots, Titans e Jets – devem dizer muito sobre o que o time pode sonhar na temporada. Giants e Jets, por exemplo, prometem melhoras, mas é de se esperar vitórias de Jacksonville nos dois duelos.

Apesar de favoritos na divisão, ninguém sabe se os Titans vem para brigar mesmo, ou se afundam no meio do caminho. Já os Texans com Deshaun Watson de volta melhoram bastante, e podem incomodar. Por fim, os Colts são um ponto de interrogação gigantesco: Andrew Luck está saudável e 100%? O time vai ajudar? Esses são pontos importantes na tabela e na temporada de Jacksonville. Outro aspecto importante é o calendário relativamente difícil no final: são três duelos divisionais nos últimos cinco jogos, sendo que dos cinco, três são fora de casa. Ou seja, sequência difícil na hora da verdade.

O que esperar do ataque do Jacksonville Jaguars em 2018?

Prováveis titulares: QB Blake Bortles, RB Leonard Forunette, WR Keenan Cole, WR Donte Moncrief, WR Dede Westbrook, TE Austin Seferian-Jenkins, OT Josh Wells, OG Andrew Norwell, C Brandon Linder, OG AJ Cann, OT Jermey Parnell

[dropcap size=big]A[/dropcap] temporada de 2017 significou uma mudança bastante radical para o ataque de Jacksonville. A chegada de Leonard Fournette foi um divisor de águas, no sentido de que instaurou um novo estilo de jogo, com grande apelo para o jogo terrestre. Em direção oposta ao restante da liga, o time foi o que proporcionalmente mais correu com a bola (pouco menos de 50% das jogadas). O resultado foi o primeiro em jardas terrestres da liga, e sexto ataque em jardas totais, além de quinto que mais pontuou (26.1 por partida). Outra estatística importante diz bastante sobre o sucesso do time: anotou 197 pontos e sofreu 111 no primeiro tempo das partidas. Ou seja, os placares foram construídos cedo (com ajuda da defesa, é verdade). Com efeito, o plano de jogo embasado em corridas funcionou muito bem e ajudou a garantir as vitórias.

Essa tônica deve continuar em 2018, com Fournette sendo “o cara” no ataque de Jacksonville. É indiscutível seu talento, mas veremos se ele conseguirá continuar imprimindo tamanha dominância. No ano passado, esse estilo de jogo (e Fournette em si) era uma novidade; agora, os treinadores adversários terão mais material para estudar as melhores maneiras de parar esse ataque. Dessa forma, é de se esperar um pouco mais de dificuldade nas corridas – e aí está um ponto crucial: se não conseguir impor o estilo de jogo que levou o time às vitórias em 2018, as coisas podem complicar. Simplesmente não se pode confiar que Blake Bortles conseguirá viradas e liderará o time em situações de pressão.

Nesse ponto, vale ressaltar a importância de outros nomes também aparecerem bem. Por exemplo, T. J. Yeldon é um running back razoável, e pode ajudar na rotação, descansando Fournette. Além dele, Corey Grant é outro que pode ajudar com sua velocidade. Até mesmo formações com dois homens no backfield podem ser viáveis, como forma de explorar o talento do grupo – a propósito, eles terão fundamental importância principalmente na red zone, já que o time liderou a liga com uma média de 5.5 pontos a cada vez que esteve nas 20 jardas finais do campo.

Falando novamente de Bortles, ele passou por uma cirurgia no ombro direito em janeiro, mas parece estar tudo bem – tanto é que o time renovou seu contrato. O ataque focará sim no jogo terrestre, mas o quarterback precisa ser aquele que foi muito bem e não cometeu erros infantis nos playoffs. Ele é atlético o suficiente para perceber a pressão, estender as jogadas e conquistar primeiras descidas com as próprias pernas. Contudo, é nítido que ele tem um problema sério de acurácia mesmo em passes de média distância. Há talento ao seu redor, e a linha ofensiva dá tempo para distribuir os passes, basta aproveitar. Se conseguir se manter longe dos erros bobos, esse ataque torna-se bem perigoso.

Agora falando em linha ofensiva, a chegada de Andrew Norwell é uma ótima notícia. A unidade tem bons nomes e, no geral, é boa. O problema foi a inconsistência ao longo dos jogos, principalmente abrindo espaços para o jogo terrestre. Os jogadores pareciam que cansavam em determinados momentos, e a eficácia das corridas caía vertiginosamente – como aconteceu contra os Patriots na final de conferência. O time liderava com uma boa vantagem e simplesmente não conseguiu mais correr com a bola e controlar o placar, tomando a virada logo depois.

Norwell dispensa comentários, assim como Brandon Linder é extremamente confiável. Do outro lado, Jermey Parnell é outro jogador sólido, apesar de não ser brilhante. Talvez o ponto fraco dessa linha seja A. J. Cann. Apesar de não ser um ótimo jogador, não compromete.

Ainda sobre as armas para Blake Bortles, há talento na posição de wide receiver. Donte Moncrief precisa voltar a ser aquele jogador de 2015. Outros que podem contribuir bem são Dede Westbrook e Keenan Cole: ambos mostraram potencial como calouros. Se conseguir se firmar, Westbrook pode se tornar protagonista nesse ataque e ajudar no slot. Finalmente, D. J. Chark chega para ser uma arma em passes longos, tentando tirar os marcadores de perto da linha de scrimmage e dar mais espaço para Bortles trabalhar os passes curtos e média.

Por sinal, os Jaguars foram um dos times que menos usaram formações com três recebedores – apenas 46% das jogadas. Por outro lado, foi dos que mais abusou de formações com dois running backs ou dois tight ends. Interessante notar que todas as interceptações sofridas foram em situações em que havia três ou mais wide receivers em campo – nas quais as corridas foram menos frequentes. Ou seja, quando a equipe deixava claro que usaria um passe, as interceptações aconteciam.

Em relação aos tight ends, o grupo teve pouca contribuição em 2017. Apesar de não ter recebido grande investimento, as duas contratações aparecem como alternativas principalmente na red zone. Niles Paul teve pouca participação nos últimos anos, mas Seferian-Jenkins pode produzir bem e ser uma importante válvula de escape em passes curtos.

O que esperar da defesa do Jacksonville Jaguars em 2018?

Prováveis titulares: DE Yannick Ngakoue, DT Malik Jackson, DT Abry Jones, DE Calais Campbell, SLB Telvin Smith, MLB Myles Jack, CB Jalen Ramsey, CB AJ Bouye, CB DJ Hayden, FS Tashaun Gipson, SS Barry Church

[dropcap size=big]P[/dropcap]ressão nos adversários e secundária dominante. É assim que se baseia o jogo defensivo de Jacksonville, que liderou (ou ficou próxima de liderar) a NFL em vários quesitos no ano passado. Com a manutenção da maior parte dos jogadores, espera-se que tenham altíssimo nível de novo em 2018 – como exemplo, a unidade foi a que menos cedeu jardas aéreas (169.9 por partida) e menos cedeu pontos (16.8) durante a temporada regular.

A linha defensiva é uma das melhores da liga, e foi essencial para colocar o time como segundo que mais produziu sacks (55). Yannick Ngakoue emergiu como um excelente talento, enquanto Calais Campbell é um dos melhores da liga jogando no strong side, tanto no pass rush quanto contra o jogo corrido. Ainda, Dante Fowler entra em situações de passe para dar mais velocidade no strong side, e Campbell vai para o miolo, otimizando assim o pass rush. Malik Jackson normalmente é o defensive tackle mais leve, sendo é um dos melhores da posição no pass rush. Como nose tackle, Abry Jones faz a função muito bem, puxando marcações duplas e ajudando o jogo terrestre. Interessante notar que ele e Marcell Dareus revezam bastante sem deixar o nível cair. Isso será particularmente importante em 2018, visto que a defesa contra o jogo terrestre foi a maior deficiência da unidade.

Será interessante ver como os Jaguars utilizarão o talento de Taven Bryan nesse esquema. O jogador originalmente é um defensive tackle, mas sabe jogar também pelas extremidades. Com efeito, é de se esperar que a equipe o utilize em situações específicas, talvez jogando quase em um 3-4, com Bryan no strong side e, potencialmente, Dante Fowler bem aberto no pass rush. Como é de se perceber, há muito talento nesse grupo. É incrível como os Jaguars conseguem gerar pressão por toda a linha usando apenas os quatro homens – e aí está o diferencial dessa defesa.

Na secundária, a dupla de cornerbacks titular é discutivelmente a melhor da NFL. Jogando na maior parte do tempo em cover 3, Jalen Ramsey e A. J. Bouye anularam os recebedores adversários ao longo de 2017. Tamanha dominância se reflete em alguns números: os Jaguars tiveram a segunda melhor marca em jardas cedidas em passes para wide receivers (6.6) e terceira melhor marca em porcentagem de passes completos para wide receivers (43%). Além disso, os recebedores número 1 de seus adversários produziram, em média, 42 jardas por jogo. Ou seja, a dupla foi extremamente efetiva parando o passe, e parte disso se deve ao bom pass rush.

Completando a secundária, a dupla de veteranos Tashaun Gipson e Barry Church são a cereja do bolo dessa defesa. Ambos são muito atléticos e tem versatilidade para atuar tanto contra o jogo terrestre como também contra o passe. De um modo geral, Church geralmente joga mais próximo do box, enquanto Gibson fica na cobertura no meio do campo, fazendo muito bem esse papel.

Em termos de formação, em 2017 o time jogou em nickel na maior parte do tempo, e isso deve continuar sendo a realidade em 2018. Parte pelos adversários usarem muito jogadores no slot, parte pelo fato dos Jaguars não terem um terceiro linebacker tão forte como Telvin Smith e Myles Jack. Todavia, a dupla titular é muito boa, apesar de bastante jovem, e a capacidade atlética de ambos permite que o time jogue com tranquilidade no cover 3, visto que eles conseguem cobrir bem os passes curtos (já que os recebedores abertos ficam em dificuldade). Com o pass rush funcionando, torna-se essencial o bom trabalho da dupla em parar imediatamente a jogada para impedir maiores avanços.

Em suma, acredito que essa defesa dos Jaguars continuará como uma das potências da NFL. Essa unidade lembra bastante a dos Seahawks de alguns anos atrás. Não somente por jogar em um 4-3 com cover 3, mas por ter cornerbacks anulando muito bem as laterais do campo, um pass rush muito dinâmico e linebackers atléticos. Se essa unidade repetir os feitos da Legion of Boom, boas notícias para a franquia

Nota resumida de cada um dos grupos do time

QB: 2,5/5 – RB: 5/5 – WR: 3,5/5 – TE: 2,5/5 – OL: 4/5

DL: 5/5 – LB: 4,5/5 – CB: 4,5/5 – S: 4/5

A defesa e o jogo terrestre fazem o time. A tônica de 2017 continuará na próxima temporada, e com um elenco jovem, o time conseguiu manter quase todos os titulares dos dois lados da bola, já que tinha espaço na folha salarial. Alguns setores perderam jogadores, mas nada que tenha realmente enfraquecido o elenco.

A defesa continua sensacional, com muito talento em todos os níveis. O ponto de interrogação continua sendo Blake Bortles. É nítido que os jogadores ao seu redor o ajudam demais: a linha ofensiva é boa e o jogo terrestre excelente. Assim, as defesas adversárias não conseguem focar em marcar o passe.

A grande pergunta

Será que Blake Bortles consegue levar esse time longe?

[dropcap size=big]B[/dropcap]ortles está muito longe de ser uma unanimidade. Pelo contrário, os questionamentos são muitos. Os Jaguars aceitaram que o time atual é para vencer no curto prazo, e o curto prazo requer um quarterback que consiga operar esse ataque. A opção mais viável para buscar outro nome seria no Draft, mas isso implicaria em um projeto de longo prazo, e não para vencer com essa defesa dominante. Ou seja: Bortles é o dono da bola, mas precisa mostrar evolução. Tudo bem, ele não foi horroroso em 2017, mas inconsistente o suficiente para entregar um jogo, por exemplo. Na NFL isso não é perdoado, e as más decisões do quarterback podem custar a vaga nos playoffs, ou até mesmo uma vitória na pós-temporada.

CENÁRIOS PARA 2018

Qual cenário seria o dos sonhos para o time?

Blake Bortles carrega o Lombardi Trophy em um desfile para uma multidão ensandecida dois dias após o Super Bowl. Basicamente, é assim que o sonho termina: com vitória no Super Bowl. A defesa continua em altíssimo nível e acaba a temporada com menos de 15 pontos cedidos por partida. No ataque, Fournette lidera a NFL em jardas terrestres. Com um jogo terrestre tão dominante, a vida de Bortles fica bem mais tranquila. Operando como um game manager, ele abusa dos play actions e consegue ter alguma consistência contra as defesas adversárias. Com uma secundária parando tudo, o resultado não pode ser outro que não o Super Bowl.

Qual cenário seria um desastre para o time?

Muitas lesões e peças importantes devastam o time, incluindo Leonard Fournette. A defesa está longe de ser fraca, mas se torna impossível vencer jogos com a baixa produção do ataque. Blake Bortles continua sendo o quarterback que todos fazem piadas, lança muitas interceptações e está muito longe de conseguir liderar a unidade dos Jaguars. O resultado é um amargo 8-8, sem vaga na pós-temporada.

Qual cenário é o mais realista para o time?

O ataque tem algumas dificuldades, mas o dinamismo do jogo terrestre consegue mover as correntes e manter a defesa fora de campo. Com efeito, a defesa entra sempre bem e anula os adversários. Apesar da divisão contar com times mais fortes em relação ao ano passado, os Jaguars conseguem sobressair. Como consequência, as vitórias aprecem e a temporada termina com pelo menos 10 vitórias.

Previsão final do Jacksonville Jaguars em 2018

Falar em Super Bowl com Blake Bortles como quarterback parece irônico, mas não dá para descartar os Jaguars. O time se manteve praticamente o mesmo de 2017, sendo que recebeu alguns bons reforços pontuais. Se o time quase bateu os Patriots na final de conferência, é difícil acreditar que o time fica fora dos playoffs. Uma final de conferência é uma previsão bem realista para Jacksonville.

Clique aqui e confira o índice completo das prévias de temporada.


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