PRÉVIAS 2018: O que há de bom em San Francisco para além de Jimmy Garoppolo?

Com uma intertemporada completa trabalhando junto de Jimmy Garoppolo, as expectativas sobre Kyle Shanahan estarão altíssimas nesse 2018. San Francisco é a escolha de bastante gente para saltar da última para a primeira posição de sua divisão na temporada que se avizinha; os 49ers estão a altura do desafio?

Como foi a última temporada do San Francisco 49ers?

San Francisco 49ers (6-10): 4º colocado na NFC West

O estado em que Chip Kelly/Jim Tomsula e Trent Baalke deixaram o elenco dos 49ers após suas demissões em 2016 foi pavoroso e as expectativas sob o time de Santa Clara eram praticamente inexistentes antes da temporada. Nem mesmo a chegada de Kyle Shanahan, que vinha de um trabalho maravilhoso em Atlanta, foi suficiente para criar esperanças num 49ers que parecia muito abaixo de toda a NFC West.

Isso se tornou verdade quando a temporada começou. San Francisco era um time até competitivo em algumas partidas, muito por conta de uma boa comissão técnica. No entanto, a deficiência técnica era tamanha que o time não conseguiu qualquer triunfo nas primeiras nove partidas do ano.

Então, assim como a criança que ganha seu doce favorito, os 49ers tiveram um ótimo Halloween. Bill Belichick ligou para Kyle Shanahan e, pouco tempo depois, San Francisco tinha um novo franchise quarterback em seu elenco: Jimmy Garoppolo, o reserva de Brady que mais causou expectativa em suceder o quarterback dos Patriots, agora era membro da organização.


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Garoppolo só esteve pronto para entrar em campo mais de um mês depois, quando o time viajou até Illinois para enfrentar o Chicago Bears. Ali, começava a mágica envolvendo o quarterback: os 49ers venceram todas as cinco partidas restantes na temporada, incluindo uma exibição de 44 pontos contra a ótima defesa do Jacksonville Jaguars na semana 16, e Garoppolo terminou o ano invicto, criando uma alta expectativa nos torcedores para 2018.

Como foi a free agency do San Francisco 49ers?

Chegadas: Richard Sherman (CB, Seahawks); Jerick McKinnon (RB, Vikings); Weston Richburg (C, Giants); Jonathan Cooper (G, Cowboys); Korey Toomer (LB, Chargers); Jeff Locke (P, Lions)

Saídas: Leon Hall (CB, Raiders); Logan Paulsen (TE, Falcons); Tank Carradine (DE, Raiders); Brandon Fusco (G, Falcons); Aaron Lynch (OLB, Bears); Carlos Hyde (RB, Browns); Dontae Johnson (CB, Seahawks); Eric Reid (S, sem clube).

[dropcap size=big]P[/dropcap]ara os 49ers, a free agency de 2018 representaria um mar de rosas. Com mais de 100 milhões de dólares disponíveis na folha salarial e com pouquíssimos agentes livres relevantes para renovar o contrato – sendo Garoppolo um deles -, a organização poderia investir o quanto quisesse em jogadores que considerasse uma prioridade adicionar ao elenco. Dois deles se destacam: Richard Sherman chegou para assumir a condição de principal cornerback da equipe e Jerick McKinnon assinou por uma média de 7,5 milhões de dólares anuais – ele está indisponível para atuar nessa temporada por conta de lesão.

Perder Carlos Hyde machuca, mas ele não era exatamente um fit pro ataque de Shanahan. Aaron Lynch é outro nome notável que deixou a organização: depois de um início promissor, Lynch nunca conseguiu desenvolver totalmente seu potencial. Por fim, mesmo com seus protestos durante o hino americano, o fato de Eric Reid ainda continuar desempregado é um grande mistério.

Como foi o Draft do San Francisco 49ers? 

Rodada 1, escolha 9: Mike McGlinchey, OT, Notre Dame
Rodada 2, escolha 44: Dante Pettis, WR, Washington
Rodada 3, escolha 70: Fred Warner, LB, BYU
Rodada 3, escolha 95: Tarvarius Moore, S, Southern Miss
Rodada 4, escolha 128: Kentavius Street, DL, NC State
Rodada 5, escolha 142: D.J. Reed, CB, Kansas State
Rodada 6, escolha 184: Marcell Harris, S, Florida
Rodada 7, escolha 223: Jullian Taylor, DT, Temple
Rodada 7, escolha 240: Richie James, WR, Middle Tennessee

Leia também: PROClub: Análise do Draft – San Francisco 49ers

O San Francisco 49ers falou claramente nas duas primeiras rodadas sobre qual a visão do front office para o time: fazer da posição mais valiosa do esporte sua prioridade. John Lynch de cara assegurou o futuro no exterior da linha ofensiva com Mike McGlinchey – considerado por muitos o melhor tackle da classe. Ainda falando claramente por meio de escolhas, o time trouxe uma arma dinâmica para o corpo de recebedores no explosivo Dante Pettis.

As seleções de 2018 do San Francisco 49ers foram bastante transparentes com o torcedor dos pentacampeões do Super Bowl. Reconheceram que a prioridade é permitir que Jimmy Garoppolo se torne um quarterback de ponta como ele demonstrou que pode ser, o municiando com um dinâmico recebedor e o protegendo com o mais polido tackle da classe.

Análise da tabela do San Francisco 49ers

CASA: Arizona Cardinals, Los Angeles Rams, Seattle Seahawks, Chicago Bears, Detroit Lions, Denver Broncos, Oakland Raiders, New York Giants

FORA: Arizona Cardinals, Los Angeles Rams, Seattle Seahawks, Green Bay Packers, Minnesota Vikings, Kansas City Chiefs, Los Angeles Chargers, Tampa Bay Buccaneers

[dropcap size=big]P[/dropcap]ara os 49ers, qualquer fim de temporada que não ocorra em janeiro será uma decepção, e para se classificar os playoffs é essencial que o time vença seus concorrentes diretos. Assim, dois confrontos fora da divisão tomam proporções imensas: contra o Detroit Lions, na semana 2, e contra o Green Bay Packers, na semana 6. As vitórias dariam a San Francisco a vantagem no confronto direto, critério de desempate importantíssimo.

A sequência dentre as semanas 5 e 10 representam a parte mais importante do calendário para o time. Serão quatro jogos dentro do Levi’s Stadium – dois desses confrontos intradivisionais -, um jogo fora de casa contra o rival Arizona e a supracitada viagem até Wisconsin para enfrentar Green Bay. Os 49ers não podem de forma alguma se dar ao luxo de vencer menos do que quatro partidas aqui se quiserem ir longe na temporada – quatro seria bom, cinco o ideal. Mesmo com uma sequência de três jogos consecutivos em casa das semanas 14 a 16, a importância desses jogos em outubro e novembro é imensa.

O que esperar do ataque do San Francisco 49ers em 2018?

Prováveis titulares: Jimmy Garoppolo, Alfred Morris, Kyle Juszczyk, Pierre Garçon, Marquise Goodwin, George Kittle, Joe Staley, Laken Tomlinson, Weston Richburg, Joshua Garnett, Mike McGlinchey

Quando se fala de ataques montados por Kyle Shanahan, os coordenadores defensivos tem uma missão espinhosa pela frente. Isso porque a primeira palavra que vêm a cabeça quando estamos falando do mais novo da família é complexidade: Shanahan sairá na frente contra você, não importa o quão preparado você pense que está.

É até justo afirmar que Kyle tem a mente ofensiva mais brilhante em toda a NFL. Seus ataques destroem adversários com milhões de formas diferentes. Você pode ver a mesma jogada acontecendo de diversas formações, ou a mesma formação acontecendo em várias jogadas diferentes.

E, não, isso não é uma simples questão de alinhamento, indo muito além disso: até mesmo uma jarda de diferença na formação pré-snap de algum jogador, que geralmente passa despercebido pelo fã casual, é um elemento importante no ataque de Shanahan.

Como ele faz isso, então? Desde os tempos de Houston Texans, todo o sistema ofensivo do treinador tem algumas bases específicas: play-action, bootlegs, outside zones, shifts, motions pré-snap. Pode ser que alguns dos leitores não entendam a maioria desses termos, mas vamos dissecar eles um pouco mais pra frente. O que é importante ter em mente é: Shanahan é um mestre em utilizar movimentação antes do snap e, somando isso a criatividade do treinador, a defesa reage de forma muito mais lenta, o que resulta numa vantagem imensa para o ataque jogada sim, jogada também.


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O ponto principal disso tudo é que de nada adianta tanta qualidade e inteligência se não existe execução. Os 49ers começaram a última temporada com 9 derrotas consecutivas mesmo com toda a criatividade de Shanahan a seu favor, e quando tinham um quarterback minimamente competente, terminaram a mesma com cinco vitórias em sequência. Jimmy Garoppolo não teve uma offseason inteira pra se preparar – pior, ele teve pouco mais de um mês de preparação para assumir a titularidade. Mesmo sem ter domínio do playbook, Shanahan soube simplificar de modo a tornar seu sistema efetivo.

Garoppolo e Shanahan, inclusive, foi o match perfeito no Tinder da NFL. Quando você ouve o nome do quarterback, o que vem instantaneamente a cabeça é o release mais rápido da NFL na atualidade, o que obviamente facilita a execução. Garoppolo também é bastante preciso na zona intermediária do campo, e o sistema do treinador costuma facilitar o trabalho de seu passador nas progressões; ou seja, haverão ocasiões nas quais Jimmy terá a chance de ser agressivo e atacar o campo verticalmente, mas ao mesmo tempo haverá a possibilidade de um passe rápido para um número menor de jardas. É um mix completo.

Sobre o quarterback em si, Garoppolo consegue aliar as fortalezas de seu jogo (release rápido, arm talent) de modo a ser eficiente em qualquer faixa do campo. Ele consegue ser consistente nas progressões e não se assusta no pocket. Shanahan foi brilhante ao longo de sua carreira mesmo com quarterbacks medianos na imensa maioria das vezes; ter Garoppolo à sua disposição será ótimo.

Outra característica de Shanahan é possuir running backs que recebam muitos passes. Os 49ers foram o time que mais utilizaram 21 personnel em toda a liga (ou, melhor ainda: pelo terceiro ano consecutivo, um time com Shanahan liderou a NFL nessa estatística), e isso deve se manter em 2018. O time investiu bastante dinheiro muito mais do que ele vale em Jerick McKinnon para que ele assumisse a condição de titular; todavia, McKinnon sofreu uma grave lesão no joelho há apenas uma semana do início da temporada regular e não atuará em 2018.

Quem deve assumir a condição de principal corredor da equipe é Alfred Morris, que conhece bem o sistema de Shanahan desde os tempos de Washington e brilhou no mesmo. Morris não foi o lead back em nenhuma equipe desde que deixou o time da capital americana, mas vindo de um bom 2017 em Dallas, o torcedor dos 49ers pode ficar despreocupado quanto à posição.

Outro jogador essencial para o ataque funcionar em sua plena forma é Kyle Juszczyk, o fullback. De muito longe o jogador mais bem pago da posição na NFL, Juszczyk é bastante utilizado nas motions pré-snap comentadas acima; sendo um fullback – e, portanto, um jogador mais pesado, Juice é letal em criar dúvida nos defensores antes do snap, confundindo-os se é um passe ou uma corrida. Mais uma vez, vantagem, 49ers.

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Um jogador do backfield da equipe que me cria expectativa é Matt Breida, running back que não foi draftado em 2017 e terminou a temporada em alta. Com mais snaps gerados pela saída de Hyde, é provável que Breida consiga se destacar em 2018, já que ele também é útil no jogo aéreo. Assim como Shanahan transformou Devonta Freeman e Tevin Coleman em pesadelos para os adversários de Atlanta os alinhando ao longo de todo o campo, existe uma possibilidade real do mesmo acontecer com Morris e Breida.

Na red zone, os 49ers terão George Kittle como um dos principais alvos. Selecionado nas últimas rodadas do Draft de 2017, o tight end foi uma grata surpresa ao longo do ano, e nenhum recebedor no time teve um rating maior quando lançado em sua direção do que Kittle – mín. 50 passes. Além disso, Kittle foi o alvo de 16 passes na última faixa do campo ao longo de 2017, a maior marca da equipe. Foram 515 jardas e 2 touchdowns na última temporada.

A linha ofensiva é uma incógnita grande. São duas novas peças na proteção que, em tese, representam um upgrade a seus antecessores. O time não se preocupou com a possibilidade de um reach e buscou Mike McGlinchey na nona escolha geral do último Draft, garantindo um futuro mais seguro para Garoppolo na próxima década – McGlinchey é um excelente protetor para o passe e iniciará a carreira no lado direito. No outro lado da linha, Joe Staley continua sendo um excelente left tackle apesar da idade, e sua seleção para o Pro Bowl em 2017 não foi em vão.

O contrato que não me agrada é o de Weston Richburg, center que receberá aproximadamente 10 milhões por ano. Quando saudável, Richburg pode ser colocado na lista de melhores jogadores da posição, mas vindo de uma concussão gravíssima que lhe fez perder muito de 2017, o risco em um contrato de longa duração não é pouco. Quanto aos guards, nenhum deles é impressionante, mas outros times tem situação pior na posição. Laken Tomlinson é útil no jogo corrido, mas não vale a pena se alongar aqui.

Por fim, os recebedores serão um grupo melhor do que se comenta. Pierre Garçon está de volta e saudável e, como Shanahan nunca fez questão de esconder, é o X receiver (split-end) perfeito para o sistema – Garçon estava no caminho para a segunda temporada consecutiva com pelo menos 1000 jardas recebidas quando uma lesão no pescoço encerrou prematuramente seu 2017. Do outro lado, Marquise Goodwin foi recompensado com uma extensão contratual generosa vindo do melhor ano de sua carreira, e sua velocidade fará as defesas respeitarem bastante o passe longo. Trent Taylor é quem manda na posição de slot receiver por enquanto, mas Dante Pettis é uma séria ameaça a titularidade do primeiro; os dois são jovens, rápidos e ágeis, e Shanahan certamente saberá como utilizá-los.

O que esperar da defesa do San Francisco 49ers em 2018?

Prováveis titulares: Arik Armstead, Earl Mitchell, DeForest Buckner, Solomon Thomas, Fred Warner, Reuben Foster, Malcolm Smith, Richard Sherman, Ahkello Witherspoon, Adrian Colbert, Jaquiski Tartt

A maior problemática de se olhar cruamente para estatísticas é que elas nem sempre (ou melhor, quase nunca) contam a história completa. É o caso da unidade defensiva dos 49ers, que em 2017 teve números muito ruins mas sofreu bastante com lesões ao longo de todo ano; além disso, foi o primeiro ano de um sistema defensivo completamente diferente, então daremos um “passe”.

O sistema defensivo dos 49ers não é algo novo ou raridade, e se você se lembra do rival Seahawks no auge da Legion of Boom, há pouquíssima ou nenhuma diferença. O coordenador defensivo, Robert Saleh, foi assistente em Seattle por três anos; em 2014, ele deixou o time que acabara de ser campeão e rumou a Flórida, onde trabalhou por mais três anos com Gus Bradley na condição de treinador de linebackers. Bradley, que foi o líder do Jacksonville Jaguars entre 2013 e 2016, teve como cargo anterior a esse o de coordenador defensivo em Seattle.

Ou seja: somando todas as conexões, entende-se porque tanta semelhança nas defesas dos Seahawks, dos Jaguars, dos Falcons e dos 49ers.

Essas defesas utilizam essencialmente um sistema com base defensiva 4-3, relativamente híbrido nos fronts over/under e com sistema de cobertura cover 3. Os nomes são complicados, o sistema não. O ponto chave dele é que, por ser simples, isso permite aos jogadores reagirem mais rápido, hesitarem menos e jogarem mais rápido. Quando em base, existem quatro jogadores na linha defensiva, três linebackers e quatro defensive backs, e por estarem essencialmente em cover 3, os dois cornerbacks cobrem uma faixa lateral do campo e o free safety cobre o meio. O strong safety muitas das vezes se aproxima do box, buscando conter a corrida.


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Vamos começar a análise mais específica por trás. Eric Reid permanece sem time puramente por conta de suas demonstrações no hino americano e isso não é discutível – ele é, no mínimo, um safety acima da média da NFL. Reid teve um problema com lesões no início da temporada e, quando voltou, ele não atuaria mais como safety e sim como moneybacker. A razão pela qual Reid nunca voltaria a ser titular como strong safety é que Jaquiski Tartt surpreendentemente atuaria num nível melhor ainda do que o antecessor. Tartt se mostrou excelente com relação aos tackles e melhor ainda quando pedido para cobrir alguma faixa do campo, incluindo o slot. Com uma intertemporada completa como titular e na esperança de um 2018 saudável, ele só pode melhorar ainda mais.

O outro safety titular será Adrian Colbert, escolhido na sétima rodada do Draft retrasado. Colbert foi inserido na lineup titular do time por conta de lesões a outros membros porém deixou uma ótima impressão e a sensação de que San Francisco pode confiar o título de free safety ao jogador. Ele tem um bom range para atuar pelo meio do campo e foi jogando melhor a cada partida; o que complica seu desempenho é uma má técnica nos tackles, mas é algo que pode ser trabalhado.

Na configuração padrão da cover 3, veremos Richard Sherman e Ahkello Witherspoon em lados diferentes do campo. Sherman, é claro, foi a principal face da Legion of Boom quando em Seattle e está totalmente familiarizado com o esquema, além de ter o prospecto de defrontar o time que o cortou duas vezes por ano. Já que sabemos pouquíssimo de como o 4x All-Pro voltará de sua grave lesão no tendão de aquiles, podemos esperar que ele seja um upgrade ao péssimo Dontae Johnson e só – a esperança dos 49ers é que ele consiga manter a efetividade quando for agressivo em coberturas mano-a-mano. No caso de Witherspoon, sua temporada de calouro apresentou diversos pontos positivos e o futuro é bastante esperançoso. Com Sherman assumidamente lhe mentorando, o time tem razões para crer que Ahkello se tornará uma peça importante da defesa nos próximos anos.

Uma função bastante importante no 4-3 que os 49ers utilizam no esquema base da defesa é o chamado LEO/Elephant (qualquer uma dessas denominações está correta). No caso desse defensive end específico, ele geralmente se alinha no weakside e defronta o left tackle nas jogadas de pass rush. Tradicionalmente, essa função é desempenhada pelo melhor e mais atlético pass rusher do time, e acredita-se que Solomon Thomas será designado para tal. Não, ele não teve uma grande temporada inicial, mas sua terceira escolha geral no Draft de 2017 não foi ao acaso. Entretanto, o time precisa de um grande ano dele para melhorar sua defesa, que teve o sétimo pior DVOA no geral e o décimo pior rating de pressão nos quarterbacks da NFL.

Outro jogador que estava cotado para assumir a função de LEO é Eli Harold, a quem se projetava que fosse o SAM titular do time – no entanto, Harold foi trocado para o Detroit Lions no fim de agosto, e agora a expectativa é de que Fred Warner assuma a mesma função. Um linebacker de quem o time tem altas aspirações é Malcolm Smith, antigo MVP do Super Bowl com os Seahawks e que assinou um contrato de 5 anos com o time na offseason retrasada; Smith perdeu todo 2017 por conta de lesão e se projeta como o weakside linebacker titular.

O último linebacker é uma estrela quando em campo e uma dor de cabeça quando fora dele. Nenhum time ficou mais feliz do que os 49ers na primeira rodada de 2017, quando Reuben Foster estava disponível ainda na 31ª escolha geral e a equipe conseguiu selecioná-lo ao fim da primeira rodada. Foster, o iLB, é extremamente atlético e teve um nível de elite já em seu primeiro ano, tanto em cobertura, tanto atacando o quarterback, tanto atacando a corrida. A grande preocupação é que Reuben não só teve problemas de lesão em seu primeiro ano e em Alabama como foi preso múltiplas vezes na offseason – ele inicia 2018 com uma suspensão de dois jogos por conta desses incidentes.

Por fim, a linha defensiva tem atuado num nível muito abaixo do que se esperaria de um time que tanto investiu nela com escolhas de primeira rodada. DeForest Buckner tem sido um excelente defensive tackle, especialmente nas suas capacidades de pass rush, mas o time espera mais de Arik Armstead, de quem se obteve um 2017 bom porém ainda longe de seu potencial real. Earl Mitchell é quem completa a linha junto de Armstead, Buckner e Thomas; todavia, espere Sheldon Day rotacionando em um número considerável de snaps, com Thomas atuando por dentro da linha ao lado de Buckner e a dupla Arik Armstead/Cassius Marsh por fora.

Nota resumida de cada um dos grupos do time (de 0 a 5)

QB: 3,5/5 – RB: 3/5 – WR: 4/5 – TE: 3/5 – OL: 3/5

DE: 3/5 – DT: 3/5 – LB: 3,5/5 – DB: 4/5

A grande chave para os 49ers é que a linha defensiva consiga atingir totalmente seu potencial, o que dará um impulso para a defesa como um todo. San Francisco tem estado no caminho certo desde que John Lynch se tornou o principal nome da organização, mas o caminho para se tornar uma potência ainda não chegou ao fim.

A grande pergunta

Os jogadores de ataque são talentosos o suficiente para que Kyle Shanahan consiga utilizar completamente seu playbook?
Não são o grupo mais talentoso da liga como um todo, claro, mas não há nada que limite o potencial de Shanahan como treinador. O time investiu bastante dinheiro em peças pensadas exatamente para caber no esquema, então o talento dos jogadores não deve ser problema, já que suas qualidades se adaptam as necessidades do sistema.

Há de se lembrar que, nem mesmo quando Brian Hoyer e C.J. Beathard eram quem comandavam o ataque, Shanahan foi tímido com suas jogadas – a execução era pífia por causa do nível dos quarterbacks, mas isso são detalhes. Com Garoppolo no comando, não há porque imaginar que o treinador será conservador com relação ao playbook.

CENÁRIOS PARA 2018

Qual cenário seria o dos sonhos para o time? Garoppolo mostra que a mágica quanto a sua invencibilidade não foi simplesmente superstição e, embora obviamente o time perca jogos ao longo do caminho, a combinação de quarterback e treinador conta com a evolução da linha defensiva e, surpreendentemente, os 49ers vencem a NFC West e chegam no mínimo ao Divisional Round.

Qual cenário seria um desastre para o time? Os coordenadores defensivos conseguem encontrar respostas para Jimmy Garoppolo, e nem mesmo a mente ofensiva brilhante de Kyle Shanahan consegue esconder o mau desempenho do quarterback. A linha defensiva continua aquém de seu potencial, Reuben Foster não consegue se manter saudável e Richard Sherman nunca volta ao seu melhor nível depois da lesão no tendão de aquiles. Os 49ers vencem apenas seis jogos e terminam 2018 como a grande decepção da temporada.

Qual cenário é o mais realista para o time? Garoppolo se prova um ótimo quarterback e o time se torna num dos melhores ataques da liga. A defesa como um todo melhora em relação a 2017 com um ano de adaptação, e a chegada de Sherman ajuda no desenvolvimento de Witherspoon. O time vence nove ou dez jogos e fica fora dos playoffs por conta da força da conferência, que está recheada de bons times em 2018 – dez vitórias não são garantia de wild card na NFC.

Previsão final do San Francisco 49ers em 2018: Eliminado na temporada regular com nove vitórias.

Clique aqui e confira o índice completo das prévias de temporada.


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