Prévias 2020: Lock tem a chance de se provar nos Broncos

Denver espera confirmar ter finalmente encontrado seu franchise quarterback

Depois de começar a temporada passada amargando atuações ruins, em especial na parte ofensiva da bola, o Denver Broncos cresceu e terminou a temporada de maneira positiva. Afinal, foram 4 vitórias nas últimas 5 partidas, todas sob o comando do quarterback Drew Lock, antes machucado. Com isso e bons reforços, Denver esperava ser competitivo novamente, algo que não consegue desde a vitória no Super Bowl 50.

DRAFT E FREE AGENCY 2020: O ataque foi destaque no Draft. Jerry Jeudy chega para dar um bom salto de qualidade no grupo de wide receivers. Como se não bastasse, K.J. Hamler vem para trazer velocidade a unidade. Outra boa escolha foi a do center Lloyd Cushenberry, que vem para sanar o problema na posição de center.

Já na free agency, Jurrell Casey e A.J. Bouye chegam para a defesa por se encaixarem no sistema de Vic Fangio, enquanto Melvin Gordon vem para dividir carregadas com Phillip Lindsay.

Principal reforço: Jerry Jeudy, WR. Melhor corredor de rotas desta classe do Draft, Jeudy é o complemento perfeito para Courtland Sutton. Veloz e explosivo, sabe criar janelas para seu quarterback e ainda é produtivo após a recepção. Com tantas ferramentas, ele deve contribuir de forma impactante já em 2020.

Principal perda: Chris Harris Jr., CB. Por mais que hoje Harris já seja um veterano entrando no começo do declínio, não se pode negar seu talento. Versátil, Harris jogava com a mesma desenvoltura em ambos sistemas ou em qualquer alinhamento. A ausência de sua capacidade em momentos decisivos deve ser sentida em 2020.

É hora de Drew Lock mostrar se pode ser o franchise quarterback 

Se John Elway foi muito criticado por movimentos estranhos nos últimos anos, como a contratação de Joe Flacco, neste ano ele mostrou que tem um plano e parece disposto a seguir o mesmo. Após Drew Lock dar mostras que pode ser o quarterback que a franquia tanto procura desde a aposentadoria de Peyton Manning, Elway não pensou duas vezes e montou um ataque propício para que o segundanista possa confirmar as expectativas criadas ao final de 2019.

A começar pelo fora de campo, onde Pat Shurmur foi contratado para ser o novo coordenador ofensivo. Agressivo, ele costuma usar ataques verticais e que exploram o fundo do campo, o que casa bem com as características de Lock. Com moral, Shurmur pediu e conseguiu Melvin Gordon, que vem para suprir a ausência de um running back bom recebendo a bola. Ele formará um duo interessante com Phillip Lindsay, que ainda pode ser complementado com Royce Freeman.

A linha ofensiva, um problema em Denver nos últimos anos, foi reforçada de maneira interessante. Lloyd Cushenberry chega via Draft para a posição de center e Graham Glasgow, vindo do Detroit Lions, é uma sólida adição para formar uma boa dupla de guards com Dalton Risner. A preocupação segue nas pontas: Ja’Wuan James precisa se manter saudável e o contestado Garrett Bolles se mantém na esquerda, disputando posição com Elijah Wilkinson.

O grupo de recebedores empolga. Noah Fant começou 2019 mal, mas cresceu com a temporada e tudo leva a crer que o tight end irá se firmar em 2020, sendo uma arma em especial no meio do campo. O grupo de wide receivers tem em Courtland Sutton um recebedor que foi dominante na temporada passada e que mostando uma boa química com Lock, pode atingir o estrelato. É certo que os dois novatos, Jerry Jeudy e K.J.Hamler, trazem velocidade e dinamismo para unidade. 

Tudo isso dá condições de Lock se provar. Para isso, ele precisa evoluir em aspectos como mecânica, precisão e processamento do jogo. Braço forte, coragem e carisma ele já mostrou que tem, mas isso é pouco para sustentar uma carreira na NFL. Se ele conseguir dar o salto de qualidade esperado, esse ataque dará caldo. Caso contrário, tudo volta a estaca zero e Denver terá que recomeçar a busca.

Com produção baixa em 2019, a esperança de Von Miller é que o sistema tático de Vic Fangio ajude-o como aconteceu com Khalil Mack em 2018

Ter a cara de Vic Fangio é o objetivo para 2020

No segundo ano do treinador Vic Fangio, a expectativa é que a defesa ganhe ainda mais sua cara. Novos nomes chegaram para dar uma identidade ainda maior para o grupo, que cresceu de produção no decorrer de 2019. Vindo do Tennessee Titans, Jurrell Casey vem para corrigir o problema do miolo da linha defensiva contra o jogo corrido, que fez com que o time sofresse com running backs em jogos como contra Buffalo Bills e Jacksonville Jaguars.

A pressão não é um problema: Von Miller está começando a mostrar sinais de declínio, mas ainda assim é um jogador bem acima da média e mais adaptado ao sistema, pode conseguir grande produção. Bradley Chubb volta de lesão e a esperança é que a dupla atormente os quarterbacks adversários com frequência. O corpo de linebackers parece finalmente ter encontrado seu líder depois de algum tempo de vácuo: Alexander Johnson teve o início de sua carreira na NFL atrasada por problemas extracampo, mas em 2019 se mostrou um ótimo valor, sendo por várias vezes um dos melhores em campo. 

A secundária tem em A.J. Bouye uma cara nova, que casa com o sistema de constante cobertura em zona utilizado. A esperança é que Bryce Callahan esteja recuperado das lesões de 2019 e forme assim uma dupla de respeito. Logo atrás, Kareem Jackson se firmou na equipe e deve inclusive ser usado bastante no box, enquanto Justin Simmons cuida do fundo do campo, onde é um dos melhores de toda NFL. A briga na secundária fica na posição de nickel, onde vários nomes disputam posição. Talento nesta defesa é o que não falta e a expectativa é de que ela seja um tormento para os ataques em 2020.

Como foi em 2019: (7-9, segunda posição da AFC West, fora dos playoffs).

Aspecto tático: como Pat Shurmur irá usar todas as armas é o ponto que mais causa curiosidade em Denver. Sua predileção por ataques verticais é notória e não falta força no braço de Drew Lock e velocidade no corpo de recebedores. Não será de se estranhar se os Broncos tiverem um ataque taticamente muito parecido com o do Kansas City Chiefs, com recebedores rápidos (Jeudy e Hamler), um mais forte (Sutton) e um tight end capaz de criar confrontos favoráveis (Fant). Muita verticalidade, para usar o braço forte de Lock e espalhar as defesas, dando espaço para o jogo corrido, deve ser a tônica.

Jogo mais importante: at Steelers, semana 2. Mais do que nunca, ir ao Heinz Field enfrentar o Pittsburgh Steelers será prova de força. Com um ataque jovem, encarar uma defesa de elite fora de casa (mesmo com o estádio mais vazio pela pandemia) pode mostrar ao que a equipe veio para temporada. Será a hora de Lock e companhia provarem que tem bala na agulha.

Pergunta a ser respondida: Lock não é um amor de carnaval? Boa free agency, bom Draft, bons treinadores. De nada isso adiantará se Drew Lock não provar que os cinco jogos de 2019 não foram exceções. Se ele evoluir e se mostrar sólido, Denver entra nos trilhos. Caso contrário, o caminho das derrotas seguirá.

O que esperar em 2020 

A volta da competitividade. É isso que os torcedores de Denver e todos na organização esperam. Não adianta de nada vitórias no final da temporada, estando eliminado virtualmente antes. O que se espera é um time que ainda mostre inconsistências por conta da juventude ofensiva, mas que seja capaz de se manter competitivo, a ponto de chegar na última semana pensando em playoffs. Qualquer coisa menos que isso será decepcionante.

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