Mahomes

Prévias 2020: Mahomes pode começar uma dinastia nos Chiefs?

A seta aponta para cima em Kansas City e a expectativa é que Mahomes busque estabelecer uma sequência de sucesso

Ao fim do último Super Bowl, a pergunta que todos os torcedores e analistas se faziam é: Mahomes irá começar uma nova dinastia? Depois de dominar nos playoffs de 2019 de forma sensacional, é tudo que os torcedores do Kansas City Chiefs esperam. Claro que na NFL existem muitos percalços, mas depois da extensão contratual do quarterback por 10 anos e US$ 500 milhões, a euforia é ainda maior.

DRAFT E FREE AGENCY 2020: a franquia teve um Draft bem discreto. Clyde Edwards-Helaire é um running back que encaixa bem no sistema e ocupará a vaga de Damien Williams – opt-out/covid19. Willie Gay Jr. na segunda rodada parece um pouco precipitado, mas é o ponto mais fraco do elenco e a classe tinha pouca profundidade na posição. O offensive tackle Lucas Niang, escolha de terceira rodada, deu opt-out da temporada por conta da pandemia.

Se o Draft não teve estardalhaço, a free agency menos ainda. O guard Kelechi Osemele chegou já em julho para o lugar de Laurent Duvernay-Tardif, que deu opt-out, e Ricki Seals-Jones chega para ser o reserva de Travis Kelce.

Principal reforço: Kelechi Osemele, G. A saída tardia de Tardif deixou um buraco na linha ofensiva dos Chiefs, que agiram rápido, trazendo Osemele. O veterano guard vem de uma lesão no ombro, mas parece recuperado e tem talento para suprir bem a necessidade na posição.

Principal perda: Damien Williams, RB. Depois de um excelente Super Bowl, a expectativa é que Williams formasse com o já citado Helaire um combo interessante. Mas o jogador deu opt-out por questões familiares e a profundidade na posição caiu consideravelmente.

Mahomes é o diferencial, mas esse ataque tem muito mais a oferecer 

Escrevo isso sem receio algum de parecer precipitado: Patrick Mahomes tem potencial para se tornar o maior quarterback da história. Claro que ele tem muito chão pela frente, mas talento não falta. Sua capacidade em lançar bolas longas e precisas em bases heterodoxas (ou mesmo sem base alguma) assusta. Parece que tudo é fácil para ele e essa é a característica principal dos gênios. Com apenas 25 anos, ele ainda está em crescimento técnico, podendo ser ainda mais dominante em 2020 e sendo fator principal numa caminhada por mais um Super Bowl. Mas além dele, essa unidade tem outras coisas a oferecer.

O corpo de recebedores é fundamental nessa engrenagem e traz um fator essencial no sistema do coordenador Eric Bienemy: velocidade. Tyreek Hill é um dos mais rápidos de toda posição e se aprimorou tecnicamente, de forma a se tornar uma ameaça em cada snap. Sammy Watkins entrega uma fisicalidade extra, vencendo em bolas contestadas. Demarcus Robinson e Mecole Hardman são bons complementos. De contrato novo, o tight end Travis Kelce é o homem de confiança de Mahomes: um dos melhores da sua posição, é uma máquina de criar confrontos favoráveis e pune defesas que ousam jogar em zona constantemente.

A linha ofensiva, se não é uma unidade espetacular, mostra solidez suficiente para se tornar eficiente. Mitchell Schwartz é um right tackle de elite e protege Mahomes com tranquilidade, enquanto na esquerda Eric Fisher faz um trabalho de qualidade. O miolo tem problemas, mas é bom abrindo espaços para o jogo corrido e conta com a mobilidade e capacidade de estender jogadas de Mahomes para sobreviver, causando danos menos por sacks.

Os running backs são complementos no plano de jogo, aproveitando-se dos espaços deixados pelas defesas que espalham o campo atrás de tantos recebedores de qualidade. Damien Williams deixou a temporada, mas o novato Clyde Edwards-Helaire tem características similares a sua, sendo capaz de manter a produção correndo ou recebendo passes. O que falta é profundidade no grupo e uma lesão de Helaire seria problemática. 

De contrato renovado, o iDL Chris Jones é o melhor jogador da defesa dos Chiefs e um dos melhores da NFL em sua posição

Fazer o básico é o suficiente

Com um ataque tão dinâmico e explosivo, cabe a defesa apenas fazer o básico, sem comprometer e obrigar o outro lado da bola a enfrentar “missões impossíveis”. E é bem isso que aconteceu em 2019: salvo algumas inconsistências em momentos específicos, a unidade foi competente o suficiente para não comprometer. No Super Bowl, um belo exemplo: contra o forte ataque do San Francisco 49ers, jogou bem e limitou a 20 pontos, dando a chance de Mahomes virar o jogo no último quarto.

A linha defensiva é capitaneada pelo estelar Chris Jones, que renovou seu contrato por 4 anos, ganhando US$ 20 milhões de média por temporada. Derrick Nnadi é uma força contra o jogo corrido e traz solidez. Nas pontas, Frank Clark retomou a boa forma, tendo 5 sacks nos playoffs e essa é a esperança para maior efetividade no pass rush em 2020. Alex Okafor é outro nome de boa produção e de importância esquecida no sistema dos Chiefs.

Sem dúvidas, os linebackers seguem sendo o ponto de maior preocupação em todo elenco. Darron Lee e Reggie Ragland se foram, mas não deixaram saudade alguma nos torcedores da franquia de Missouri. O novato Willie Gay Jr. vem para tentar trazer um sopro de atleticismo, mas é cru tecnicamente. O melhor jogador da posição segue sendo Damien Wilson, o que convenhamos, não é nenhum motivo de otimismo. Até por isso, os Chiefs devem continuar sendo uma  das defesas que mais joga em dime (6 defensive backs): em 2019 foi a sexta que mais utilizou a formação.

A secundária tem sua fortaleza no trabalho dos safeties: Tyrann Mathieu traz a versatilidade necessária para suprir a ausência de linebackers, jogando em múltiplos alinhamentos. Juan Thornhill, que perdeu os playoffs por lesão, é peça importante, cuidando do campo em profundidade por muitas vezes sozinho. Entre os cornerbacks, o destaque é o subestimado Bashaud Breeland, que teve excelentes performances na pós-temporada.

Como foi em 2019: (12-4, primeira posição da AFC West, venceu o Super Bowl).

Aspecto tático: com Andy Reid como treinador a grande questão é: qual a próxima novidade no ataque? Capaz de se reinventar constantemente, ele sempre traz novos elementos para ataques já muito explosivos, causando ainda maior dificuldade para os coordenadores defensivos. Um ponto que deve ser bem explorado com a chegada de Helaire são os passes em screen e corridas de força, já que os adversários colocam poucos homens no box, se preocupando em defender o fundo do campo. Até Mahomes como fator surpresa, em corridas desenhadas, pode aparecer para se aproveitar disso.

Jogo mais importante: at Ravens, semana 3. Enfrentar o melhor elenco da AFC, fora de casa e bater o MVP da temporada passada, num jogo que pode ao fim do ano decidir a folga na conferência. Não tem como esse jogo não ser o mais importante para Mahomes e seus asseclas.

Pergunta a ser respondida: quem pode parar Mahomes? Na temporada passada, Mahomes foi um furacão, com raros momentos de baixa, como no jogo contra o Detroit Lions. Nos playoffs, mostrou grande força mental, para virar às três partidas e vencer o Super Bowl. Descobrir se alguém pode o parar é a grande pergunta de 2020.

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O que esperar em 2020 

Super Bowl. Dinastia. Glórias. Com uma das melhores comissões técnicas da NFL, um bom elenco e principalmente Patrick Mahomes, essa tem que ser a ambição dos Chiefs em toda temporada. Não vejo como não pensar em estar de novo pelo menos na final de conferência, com tanto talento e a genialidade de um quarterback espetacular. Já vou salvar esse parágrafo: essa será a tônica para Kansas City durante a próxima década.

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