Prévias 2020: Mais uma temporada de reconstrução nos Giants

Com uma comissão técnica toda reformulada e muitos jovens talentos para desenvolver, New York parece estar caminhando na direção certa, mesmo que por ora ainda não deva brigar por playoffs

No primeiro ano pós-era Eli Manning, os holofotes estarão sobre Daniel Jones e na sua capacidade de fazer o ataque (e todo o time) dar um passo adiante, contudo, por mais que exista certo otimismo em Nova York, ainda é cedo para sonhar com voos mais altos.

Draft e Free Agency 2020: O New York Giants não fez muito barulho na free agency, apesar de vários analistas considerarem que eles pagaram mais do que deviam por Blake Martinez e James Bradberry. No Draft, porém, a franquia recebeu diversos elogios por ter saído com uma das melhores classes do recrutamento. No geral, foi uma intertemporada sólida e com poucas atitudes questionáveis.

Principal reforço: James Bradberry, CB. A contratação de Bradberry acabou se mostrando uma tacada certeira, pois, como veremos adiante, a posição de cornerback sofreu diversas baixas recentemente. Ademais, ele deveria receber mais crédito pelas suas temporadas acima da média com o Carolina Panthers.

Principal perda: Eli Manning, QB. New York não sofreu nenhuma perda muito relevante dentro de campo – e isso inclui o próprio Manning. Todavia, não poderíamos deixar de destacar a saída daquele que foi o quarterback titular da franquia nos últimos 15 anos.

Jovem e talentoso, ataque pode surpreender em 2020

Devemos ter algumas mudanças ofensivas significativas com Jason Garrett, ex-head coach do Dallas Cowboys, como novo coordenador. Se por um lado ele ajudou sua ex-equipe a ter ataques bastante produtivos – além de ter feito um bom trabalho desenvolvendo Tony Romo e Dak Prescott -, por outro a perspectiva de vê-lo chamando as jogadas assusta um pouco, pois Garrett não é um grande playcaller.

Do ponto de vista do talento, os Giants possuem um grupo de skill players que merece bem mais respeito do que recebe. O problema são as lesões: Saquon Barkley perdeu tempo com uma torção no tornozelo e atuou por parte da última temporada sem condições físicas ideais; o tight end Evan Engram simplesmente não consegue ficar saudável desde que entrou na NFL; por fim, o trio de wide receivers formado por Sterling Shepard, Golden Tate e Darius Slayton revezou-se na lista dos lesionados e raramente esteve junta em campo no ano passado.

Seja como for, é um conjunto jovem e com totais condições de ser o elenco de apoio que Daniel Jones precisa para ter uma grande temporada. O xis da questão, não custa repetir, é ter todo esse pessoal em campo ao mesmo tempo.

Por falar em Daniel Jones, espera-se bastante do quarterback após um ano de estreia melhor do que o imaginado. Embora ele tenha sido uma máquina de fumbles – um pouco por culpa da falta de proteção e muito por sua própria culpa -, Jones teve alguns momentos ótimos e demonstrou atributos como precisão nos lançamentos profundos, mecânica refinada, boa capacidade de leitura e braço adequado para jogar na NFL.

A expectativa é que o rendimento de Jones cresça com um ano a mais de experiência, uma melhor proteção da linha ofensiva – vamos falar mais sobre ela na seção “aspecto tático” – e também sob a tutela de Jason Garrett. Ainda é cedo para dizer se ele é ou não um franchise quarterback, mas a primeira impressão foi positiva, sobretudo considerando o quanto Dave Gettleman foi criticado por selecioná-lo na 6ª posição geral do Draft.

Quando saudável, Barkley adentra a disputa pelo posto de melhor running back da NFL.

Defesa de novo deve ser o calcanhar de Aquiles

Pouco mudou defensivamente para New York em relação a 2019. Eles continuam tendo uma linha defensiva bastante pesada e muito poderosa contra a corrida (Dalvin Tomlinson, Dexter Lawrence, Leonard Williams e B.J. Hill) ao mesmo tempo em que seguem sem nenhum pass rush de elite no time.

A sorte da franquia foi ter conseguido trazer Markus Golden, o principal apressador de passe na última temporada com 10 sacks, de volta às vésperas do início do Training Camp. Ainda assim, não dá para esperar grandes números de nenhum EDGE do grupo formado por Golden, Kyler Fackrell, Lorenzo Carter e Oshane Ximines. Os Giants outras vez apostarão na tática do rodízio e da produção compartilhada.

Já o corpo de linebackers segue tão pedestre quanto no ano passado, mesmo com a aquisição de Blake Martinez – um jogador no máximo regular. David Mayo também não inspira muita confiança, apesar de alguns bons lampejos em 2019. Talvez ambos se beneficiem de alguém como Xavier McKinney cuidando da retaguarda, porque ele é um safety que faz de tudo um pouco dentro de campo, porém a unidade segue como uma das mais fracas da NFL.

Por sua vez, a secundária está bem servida na posição de safety com o trio McKinney – este perderá o início da temporada com uma fratura no metatarso -, Julian Love e Jabril Peppers, mas deve sofrer um pouco com a falta de profundidade entre os cornerbacks: sem DeAndre Baker (problemas extracampo) e Sam Beal (não vai jogar por conta da pandemia), restam apenas James Bradberry, um bando de jovens inexperientes e o recém-chegado Logan Ryan, velho conhecido de Joe Judge dos tempos de New England Patriots – dada sua versatilidade, Ryan pode atuar como nickel ou mesmo como safety.

Em resumo, por mais que Joe Judge e o coordenador Patrick Graham queriam trazer nova filosofia e mentalidade à defesa, eles não têm muito material humano em mãos para trabalhar. As coisas tendem a continuar feias para New York deste lado da bola, então não espere por nenhum milagre.

Como foi em 2019: (4-12, 3ª posição da NFC East).

Aspecto tático: A decisão tomada pelo left tackle Nate Solder de não atuar em 2020 por conta da pandemia de Covid-19 teve um efeito dominó na linha ofensiva. A expectativa agora é que o calouro Andrew Thomas passe para o lado esquerdo – ele seria o RT -, enquanto Matt Peart (outro estreante) e Cameron Fleming brigam pela posição de right tackle. É sempre preocupante ter um calouro protegendo o lado cego do signal caller, porém Solder jogou tão mal em 2019 que é quase impossível as coisas piorem com Thomas.

De resto, as posições de guard seguem com Will Hernandez e Kevin Zeitler, enquanto o posto de center titular deve ficar mesmo com Spencer Pulley – center, aliás, é o grande ponto fraco da linha ofensiva e talvez até do ataque como um todo.

Jogo mais importante: @ Cowboys, semana 5. New York certamente adoraria acabar com a longa série de derrotas recentes diante do seu maior rival.

Pergunta a ser respondida: Joe Judge tem cacife para ser head coach? A contratação de Judge foi meio estranha porque, em primeiro lugar, ele não estava nas listas de candidatos a virarem head coach e, em segundo, porque ele pulou direto de treinador dos times especiais para técnico principal, um movimento incomum. De fato, ninguém sabe muita coisa a seu respeito, à parte ele ser uma cria de Bill Belichick. Judge tem muita coisa a provar para ganhar a confiança da mídia e dos torcedores de Nova York.

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Por mais que a NFC East seja uma divisão bizarra, quase ninguém acredita que os Giants possam vencê-la em 2020 ou mesmo ir aos playoffs como Wild Card. O foco da franquia deve ser melhorar o record da temporada passada e continuar desenvolvendo seus jovens talentos, sobretudo Daniel Jones, para quem sabe ser realmente competitiva em 2021. New York parece aos poucos estar encontrando um caminho, mas ainda é muito cedo para subir as expectativas.

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