Prévias 2020: Continuidade traz favoritismo aos Eagles na NFC East

Philadelphia é o único time da divisão que não terá de se aclimatar a uma nova comissão técnica em meio a uma pandemia; isso pode fazer toda a diferença em 2020

Mais uma vez, o Philadelphia Eagles conta com um dos melhores elencos da liga e é uma das equipes favoritas na NFC. As duas últimas temporadas não tiveram o final esperado pelas lesões que acometeram o time, porém, Doug Pederson e Carson Wentz formam uma dupla forte e adentram o quinto ano trabalhando juntos, o que pode ser vital dado o estado atual da liga.

DRAFT E FREE AGENCY 2020: Foi a maior mudança no elenco desde o título do Super Bowl em 2017. Apesar da saída de nomes importantes como Malcolm Jenkins e Darren Sproles, os Eagles conseguiram sanar sua maiores necessidades.

A troca pelo cornerback Darius Slay e a escolha do wide receiver Jalen Reagor na primeira rodada do Draft mostram que o time reconheceu e soube atacar seus problemas. Foi uma boa intertemporada de modo geral, ainda que a escolha de Jalen Hurts não faça sentido.

Principal reforço: Darius Slay, CB. Cornerback era um grande problema no Philadelphia Eagles, e o time não apenas trocou por um dos melhores da posição em toda a NFL como transformou-o no mais bem pago da liga. Slay já jogou com Jim Schwartz em Detroit e melhora instantaneamente a defesa da equipe.

Principal perda: Malcolm Jenkins, S. Um dos melhores jogadores da defesa e um líder no vestiário, a perda de Jenkins será imensa para os Eagles. O time optou por não ativar a opção em seu contrato em março.

A história se repete: os Eagles podem ir longe se saúde não for um problema

Todo time lida com lesões, mas o que aconteceu em Philadelphia nos últimos dois anos é um caso pra estudo. No jogo de pós-temporada contra Seattle, o time tinha seus três principais wide receivers fora; Zach Ertz, tight end e alvo favorito de Wentz, jogou com um rim dilacerado, e o próprio quarterback dos Eagles saiu no meio da partida depois de uma pancada na cabeça. Seu substituto, o veterano Josh McCown, também se machucou durante o duelo.

No papel, ainda é um dos ataques mais completos da liga. Na prática, existem preocupações justas: apesar do atleticismo e da velocidade de Jalen Reagor, ele ainda precisa refinar seu jogo e seu impacto em 2020, a princípio, não será tão grande; DeSean Jackson foi super bem na semana 1… e só, já que perdeu o restante da temporada por lesão; Alshon Jeffery, veterano, precisa primeiro ficar saudável, e depois reconquistar a confiança de Wentz depois de criticar “anonimamente” o quarterback.

A profundidade na posição não é a ideal. Em compensação, o running back Miles Sanders e os tight ends Ertz e Dallas Goedert possuem ótima capacidade para atuar no jogo aéreo. Sanders, que cresceu muito de produção na parte final da temporada, deve assumir um papel maior no jogo terrestre com a saída de Jordan Howard, e os Eagles foram o time que mais usou 12 personnel (2 tight ends) em jogadas de passe na NFL em 2019 (51%). Parece promissor, se as lesões não destruírem novamente o planejamento da equipe.

Wentz jogou sua primeira temporada completa desde o ano de calouro, e mesmo com um grupo de recebedores digno de practice squad, ele encaixou uma sequência de vitórias para conquistar a NFC East. Quando saudável, não há motivos para o torcedor dos Eagles não confiar no seu franchise quarterback.

A linha ofensiva é o maior ponto de interrogação. O time cortou laços com Jason Peters e deu o posto de franchise left tackle para Andre Dillard, que teve um primeiro ano bem instável; com a grave lesão de Brandon Brooks, o melhor jogador do ataque, os Eagles foram atrás de um guard novo e contrataram… Peters, que nunca jogou nessa posição anteriormente. É natural esperar uma queda de produção do grupo, e os olhos estarão no já contestado Dillard: um início ruim e os pedidos para a volta de Peters para a posição de left tackle surgirão.

Já recheada de talento, defesa recebeu ainda mais estrelas

Se a profundidade no grupo de recebedores foi testada ao extremo durante 2019, o grupo de cornerbacks passou por situações ainda mais brutais. Já na semana 4, contra o Green Bay Packers, os Eagles só tinham dois jogadores da posição saudáveis, e um deles estava no practice squad no início daquela semana. Entre lesões e mais lesões, Jim Schwartz não conseguiu atingir totalmente o potencial da unidade, que ainda produziu de forma respeitável.

A linha defensiva dos Eagles é uma das mais fortes da NFL. Pelos extremos, Brandon Graham continua efetivo mesmo passando os 30 anos e Derek Barnett tem melhorado ao longo dos anos, ainda que as estatísticas não reflitam isso totalmente. Pelo interior, Fletcher Cox continua um monstro dominando bloqueios duplos e abrindo espaços para o restante dos jogadores de linha, e a chegada do ótimo Javon Hargrave para alinhar ao seu lado bota ainda mais medo nos ataques adversários. Malik Jackson é um reserva de luxo, contratado a peso de ouro em 2019 e que também só disputou a primeira partida. Naturalmente jogando pelo interior, se espera que ele alinhe como EDGE em alguns momentos, melhorando ainda mais o pass rush de Philadelphia.

Não vamos nos aprofundar nos linebackers porque Schwartz não se importa com a posição no seu esquema e os Eagles refletem isso em seu elenco. Nate Gerry deve assumir a titularidade com a saída de Nigel Bradham. Ele é sólido, embora nada de especial.

A secundária é onde o torcedor pode se animar mesmo com a saída de Malcolm Jenkins, já que a chegada de Darius Slay, no papel, resolve a necessidade de um cornerback para marcar individualmente os melhores recebedores da liga, um problema que vinha de anos. Nickell Robey-Coleman, o novo nickel corner, também é excelente e chegou por somente 1 milhão de dólares. O time está confiante na capacidade de Jalen Mills assumir a posição de free safety deixada por Jenkins.

Como foi em 2019: (9-7, primeira posição da NFC East, rodada de Wild Card).

Aspecto tático: Como dito acima, Jim Schwartz não se importa com a posição de linebacker e uma boa prova disso é a quantidade de alinhamentos em dime (6 defensive backs) que o time apresentou em 2019: 26%, 8ª maior marca da NFL. A tendência é que esse número aumente ainda mais com a ausência de um defensor confiável no segundo nível, de longe a posição mais carente do elenco.

Jogo mais importante: @ Cowboys, semana 16. Os dois melhores times da divisão num jogo que pode efetivamente decidir o campeão da NFC East e que terá implicações gritantes na classificação para os playoffs. Não fica maior do que isso

Pergunta a ser respondida: A linha ofensiva pode manter o alto nível? O grande trunfo dos Eagles na era Doug Pederson é a consistência do grupo, tanto protegendo seus quarterbacks quanto abrindo espaço para o jogo terrestre. A perda de Brooks e a inserção de Dillard criam pontos de interrogação que podem minar a qualidade do ataque.

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O que esperar em 2020 

Não apenas um dos elencos mais completos da conferência, os Eagles são o único time da NFC East que não entra 2020 com uma nova comissão técnica, e num ano no qual a offseason não permitiu a aclimatação entre staff e jogadores, isso é uma vantagem tremenda. Philadelphia deve aspirar por vôos altos nessa temporada – isto é, se as lesões não minarem mais uma vez os planos da equipe.

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