🏈 PRO! | A “Lei de Andrew Luck” e a importância de proteger seu quarterback

A triste notícia da aposentadoria do jogador pegou a todos de surpresa e entristeceu todos os fãs de futebol americano. Um novo dia, contudo, já raiou e é necessário que os erros do passado sirvam de aprendizado para que histórias parecidas com quarterbacks não se repitam no futuro

“Dano emocional que ocorre como resultado de algum acontecimento”. A definição de trauma é a síntese integral do que passou pela vida dos torcedores do Indianapolis Colts no último final de semana. Na verdade, não só pelos torcedores da franquia, mas por todos os fãs da NFL no mundo; afinal, o que se perdeu não foram as aspirações dos Colts pelo Super Bowl em 2019, mas, sim, o talento de um dos grandes quarterbacks dessa década – que não finalizou da forma esperada toda a trajetória traçada para sua carreira desde sua saída de Stanford. 

Não, a culpa não é de Andrew Luck. Anos e anos de irresponsabilidade da diretoria e da comissão técnica – e, principalmente, de Ryan Grigson – arrebentaram a saúde de seu principal jogador, que foi comprometida durante o período em decorrência da péssima linha ofensiva. A falta de cuidado com o quarterback resultou no trágico fim.

Após, finalmente, possuir uma proteção decente à disposição, a mente de Luck pediu “chega” e a aposentadoria veio à tona, deixando todos nossos corações órfãos. Algo de útil, contudo, precisa ser tirado de todos os aspectos da vida: sempre é necessário colocar ordem no caos, até mesmo na pior das situações. E, sim, existe algo a se aprender com a aposentadoria do quarterback. A deixa final de Luck é uma súplica para todas as diretorias e comissões técnicas da NFL: proteja o seu quarterback a qualquer custo e antes de todas as coisas.

A lei geral: o custo de oportunidade de perder seu quarterback 

O ensinamento deixado pela aposentadoria de Luck facilmente poderia se encaixar como o 11º mandamento. Hoje, na NFL, é notório que um quarterback é a engrenagem fundamental do sistema e, sem um bom nome na posição, é impossível para qualquer franquia disputar o título. Justamente por isso, existem dois fatores primordiais que tornam uma equipe competitiva na atualidade: o primeiro, obviamente, é possuir um quarterback que te possibilite vencer e estar sempre brigando no topo; o segundo é protegê-lo, para que sua carreira no time seja longa e prolífica.

O custo de oportunidade, no fim das contas, não é sobre pagar um quarterback ou não – como a dúvida que há entre Dallas Cowboys e Dak Prescott. O principal trade off é entre o que ganho com meu quarterback titular e com o reserva em campo. Ok, um pouco confuso? Vamos trazer para a realidade. A grande questão não é o cheque que Prescott irá ou não receber, mas a proteção que ele receberá de sua linha ofensiva para se manter em campo – para que suas performances sejam consistentes, para que sua saúde se mantenha estável e para que os Cowboys consigam lutar pela pós-temporada. Afinal, um reserva dificilmente o guiará a isso, salvo raras exceções.

Se o custo de oportunidade do talento de um quarterback titular para um reserva fosse pequeno, poderia se investir pouco em linhas ofensivas sólidas porque haveria uma indiferença em quem comandaria seu ataque dentro das quatro linhas; a vida real, contudo, é diferente: a diferença é abismal. Veja o caso dos próprios Colts: Jacoby Brissett é um dos melhores reservas da liga e deve ter boas atuações… para ganhar uns oito jogos no ano no melhor dos cenários.

É necessário assumir que seu quarterback titular é sua principal peça e é primordial tentar mitigar o risco de possíveis lesões, para que sua franquia não fique exposta à fragilidade. Não há maneira de evitar 100% uma contusão, mas é possível diminuir a probabilidade da ocorrência colocando sua joia atrás de uma consistente linha ofensiva, que foi a atitude tomada por Chris Ballard em 2018 – infelizmente, ela veio tarde demais.

O caso de sucesso: como os Saints prolongaram a carreira e o talento de Drew Brees

Quando falamos de Drew Brees, mesmo lembrando de seus incríveis feitos e recordes na história da liga, costumamos subestimá-lo; mais ainda, subestimamos – e muito – a importância do trabalho da diretoria e da comissão técnica do New Orleans Saints que permitiu que a carreira de seu lendário jogador durasse até os dias de hoje. A linha ofensiva da franquia foi uma das melhores da liga no último ano e continua no topo em 2019; esses feitos, porém, não vêm de hoje, já que são uma sina do modus operandi da equipe há muito tempo.

Desde sua chegada à New Orleans em 2006, Brees sempre ficou marcado por ter uma mecânica de passe rápida – o que também auxiliou a aliviar a pressão sofrida – e pelas incríveis marcas de jardas aéreas postadas ano após ano. Pouco é lembrado, contudo, que sua linha ofensiva sempre permitiu o sucesso do quarterback no período, mantendo um percentual de sacks médio de apenas 3,7% e preservando a saúde de Brees durante esses 12 anos – não à toa, ele perdeu apenas um jogo em decorrência de lesão durantes todos os anos.

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