Desde que Philip Rivers teve sua não-renovação de contrato anunciada pelo Los Angeles Chargers, especula-se para aonde o quarterback irá em 2020. Um dos boatos mais ouvidos ligam seu nome ao Indianapolis Colts. Além do time de Indiana precisar de uma melhora na posição, ocupada por Jacoby Brissett após a repentina aposentadoria de Andrew Luck, existem conexões entre ambos. Frank Reich e Nick Sirianni, respectivamente head coach e coordenador ofensivo dos Colts, já foram treinadores de Rivers nos Chargers.
De cara Rivers traria duas coisas importantes: experiência e DNA vencedor – que Brissett ainda não tem. Por mais que exista uma pecha de que ele “nunca levou os Chargers para um Super Bowl, mesmo com excelentes times”, ele é sim um grande vencedor. Estando na lista dos 10 que mais venceram jogos na história da liga (123) e tendo no currículo com cinco títulos de divisão, não pode ser taxado como um perdedor. Aliás, o torcedor menos jovem dos Colts deve ter na memória duas eliminações para a franquia da Califórnia em playoffs, nas temporadas de 2006 e 2007.
Quanto à experiência, é inegável que um quarterback que está a tanto tempo na NFL já tenha passado pelas mais diversas situações e que em campo elas agregam em momentos difíceis. Sendo o sétimo entre todos os ativos da posição na liga, tanto em viradas como em drives vitoriosos no quarto período, este homem já viu e viveu muita coisa domingo após domingo. Os Colts perderam seis partidas no último ano por uma posse ou menos. Nas duas viradas que conseguiram, Jacoby Brissett foi muito mais ajudado pelo jogo corrido que ajudou. Ter um jogador acostumado a decisões é vital para que isso não se repita.
MAS EM CAMPO, O QUE ELE TRARIA HOJE?
A verdade é que traçar o que Rivers tem a oferecer parece enigmático. Duas temporadas atrás, ele conduziu os Chargers a uma semifinal de conferência, lançou 32 touchdowns e esteve nas conversas para MVP da temporada por alguns momentos. Ano passado, teve 20 interceptações e desempenhos sofríveis, sendo responsável direto por algumas derrotas de sua equipe. Com 38 anos, não é de se estranhar que muitos o deram como acabado.
o pior Philip Rivers é superior ao melhor Jacoby Brissett.
Dito tudo isso, tenho uma convicção estranha e que explicarei em breve: o pior Philip Rivers é superior ao melhor Jacoby Brissett. Por mais que a sensação de 2019 seja de decepção nos Chargers, pela ausência nos playoffs de um time considerado para tal antes da temporada, ainda assim Rivers foi um quarterback muito superior ao dos Colts. Considerando que o veterano teve em média 2,4 segundos para lançar a bola e o signal caller de Indianapolis 2,95 segundos, isso fica ainda mais alarmante.
O principal ponto é a precisão: se ambos foram mal lançando bolas para mais de 20 jardas no ar, o mesmo não se pode dizer em espaço intermediário. Rivers teve média 8% maior que a da NFL em passes de 10 a 19 jardas, enquanto Brissett foi 7,6% abaixo do padrão. Em bolas mais curtas, até nove jardas, a diferença é praticamente a mesma, com ex-Chargers tendo vantagem de 6% sobre a linha do meio, enquanto o jogador dos Colts teve o mesmo número, porém negativo. Não por acaso a equipe de Los Angeles foi a quarta melhor em jardas após a recepção, enquanto Indianapolis apenas a 27°.
