DRAFT E FREE AGENCY: COMO AMBOS AJUDARAM CHIEFS E 49ERS 🏈

O trabalho certeiro realizando na intertemporada possibilitou que as franquias crescessem de qualidade e chegassem à grande final.

O longínquo período sem partidas de futebol americano, a offseason, é pouco chamativo, mas não menos importante. Não há como melhor exemplificar essa máxima, portanto, do que analisando a última intertemporada das duas equipes que disputarão o Super Bowl o próximo domingo: Kansas City Chiefs e San Francisco 49ers.

Assim, reavaliaremos as movimentação de ambos os finalistas na última offseason como uma forma de observar o impacto das aquisições e trocas em suas temporadas. Dessa forma, ao fim da análise poderemos entender um possível denominador comum que indique o rumo que as outras franquias da liga possam tomar para evoluírem dentro e fora de campo.

Com foco no ponto fraco, Chiefs se tornaram uma verdadeira ameaça

Com a ascensão de Patrick Mahomes em 2018, tornou-se visível que a obsessão dos Chiefs sempre deveria ser o título, afinal, possuem o melhor quarterback da liga em suas mãos. Sem uma defesa competitiva, todavia, essa ambição poderia ir por água abaixo, pois de nada adiantaria um ataque explosivo se o time não fosse capaz de impedir os avanços adversários. Dessa forma, a intertemporada de Kansas City possuiu um foco em específico: realizar aquisições pontuais e de impacto imediato na unidade defensiva para, assim, chegar ao Super Bowl.

Tudo se iniciou na free agency com a chegada de Tyrann Mathieu. A secundária sempre se mostrou como o pior setor defensivo e, com isso, a franquia se viu disposta a abrir a carteira por um nome de peso; bem, creio que as atuações de Mathieu a partir da segunda metade desta temporada tenham esclarecido seu grande talento dentro de campo. Outro nome de peso agregado à defesa foi Frank Clark, o qual chegou por meio de uma troca com o Seattle Seahawks – o que envolveu a escolha de primeira rodada dos Chiefs no Draft – como o responsável para suprir as saídas de Dee Ford e Justin Houston, impedindo que o pass rush da equipe perdesse sua qualidade.

Sem uma escolha de primeira rodada no recrutamento, portanto, cabia a Kansas City, então, realizar escolhas precisas – e foi o que ocorreu. Com duas picks na segunda rodada, Mecole Hardman e Juan Thornhill foram selecionados e se tornaram peças fundamentais da equipe em 2019; com esse aumentando a profundidade no ataque e nos special teams e este se tornando um excepcional safety patrulhando o fundo do campo.

Pode-se perceber que essas quatro aquisições pontuais – três defensivas e uma ofensiva – foram diferenciais na temporada dos Chiefs. Clark foi predominante na linha defensiva, Mathieu se tornou o líder da defesa e faz um fim de temporada espetacular, Thornhill fez um ano de calouro acima das expectativas e infelizmente se machucou; Hardman tornou-se mais uma arma do ataque de Andy Reid e um bom retornador. Sem essas chegadas, principalmente as defensivas, seria bem mais difícil que Kansas City chegasse ao Super Bowl.

Entendendo sua maestria ofensiva e buscando solucionar seu ponto fraco com aquisições pontuais e de impacto imediato – ainda que pareçam caras a priori -, os Chiefs subiram de patamar em relação à ultima temporada e colhem os frutos de um bom trabalho na offseason. 

Do 4-12 ao Super Bowl – o que mudou em San Francisco

Com Kyle Shanahan e sua maestria ofensiva comandando o ataque, o foco dos Niners na intertemporada deveria ser voltado à secundária, de longe o pior setor da franquia em 2018. Durante a free agency, contudo, nenhuma grande movimentação foi vista com o intuito de melhorar a unidade e o foco foi dado às chegadas de Dee Ford – via troca com os Chiefs – e a de Kwon Alexander, reforçando o já sólido front da equipe da Califórnia. À secundária, até então, restou a renovação do safety Jimmie Ward e a contratação de Jason Verrett, talentoso cornerback que passa mais tempo no departamento médico do que em campo.

Com a secunda escolha geral, obviamento, sendo utilizada para escolher o provável calouro defensivo do ano, Nick Bosa, e a seleção de Deebo Samuel na segunda rodada, resultando em uma nova arma para o ataque de Shanahan, tudo indicava para um erro de planejamento de San Francisco: onde está o incremento na secundária? A franquia demonstrou que confiava em seu grupo nas mão de Robert Saleh e que os nomes de peso recém-chegados tornariam o front da equipe forte o suficiente a ponto de suprir eventuais deficiências na secundária, crendo em uma pitada de sorte para que tudo funcionasse como o planejado.

Bom, não é preciso dizer que a estratégia funcionou perfeitamente. Com a afirmação de Garoppolo no ataque e a segunda melhor da defesa da temporada, os nomes de peso foram primordiais para a caminhada de San Francisco rumo ao Super Bowl. Não é preciso dizer que, mesmo com a negligência na intertemporada, a secundária funcionou muito bem, em sincronia com a pressão gerada pela linha defensiva. Há, porém, um questionamento embutido na tomada de decisão de John Lynch na offseason: isso é sustentável?

Seja para os 49ers ou para qualquer franquia da liga, a intertemporada é feita com o intuito de suprir suas necessidades. Logo acima, pôde ser visto como os Chiefs reforçaram pontualmente sua secundária e a unidade deixou de ser o calcanhar de Aquiles da equipe. Não há dúvidas que a estratégia de San Francisco foi arriscada, sendo extremamente dependente de um ano sensacional de seu front defensivo e de Richard Sherman voltando a suas boas atuações. Esses dois acontecimentos, entretanto, aconteceram e, somados a uma ano sólido do restante da secundária, anularam qualquer crítica feita ao processo de Lynch antes do início da temporada regular.

Essa estratégia, todavia, anula a realizada por Kansas City e elimina uma tendência mais eficiente na intertemporada?

Há uma estratégia definida?

Não gosto de receitas de bolo no futebol americano, pois, ainda que algumas estatísticas mascarem isso, cada caso é cada caso. As movimentações feitas pelos Chiefs na intertemporada, contudo, estabelecem um panorama melhor para as outras equipes do que as feitas pelos 49ers. A franquia do Missouri estabeleceu bem seus pontos fortes e fracos e foi assertiva nas contratações, elevando o nível defensivo e permitindo que Mahomes tivesse ainda mais destaque no ataque – tanto pela confiança na defesa, quanto por um nova arma em Hardman.

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