Guia da Free Agency: Top 50 jogadores no mercado, prós-contras e possíveis destinos

Um relatório completo com stats, idade, pontos positivos e negativos, times possíveis e tudo sobre os principais free agents

Sejam bem-vindos a um dos trabalhos mais especiais que já fizemos aqui no ProFootball: a nossa lista/ranking de top free agents disponíveis no mercado. A você começando agora na NFL, são jogadores que, grosso modo, já cumpriram seus contratos de calouro com as equipes que lhe draftaram e, agora, podem assinar com quem bem quiserem.

Ou são veteranos que já passaram por algumas equipes e querem mais uma chance. Seja como for, são veteranos e raramente eles têm menos de 26 anos – na prática, excetuados os quarterbacks, são jogadores entre 26 e 32 anos.

Embora o Draft dê a base da maior parte dos vencedores do Super Bowl, é notório que algumas peças ainda podem faltar no quebra-cabeça. Descontados times que tradicionalmente montam suas equipes com o Draft (Steelers, Ravens e outros) a free agency é cada vez mais importante na montagem de campeões.

Quer a prova? Aqib Talib e Peyton Manning nos Broncos foram free agents. Darrelle Revis foi de vital importância na campanha campeã dos Patriots no Super Bowl XLIX. O Jacksonville Jaguars montou uma forte defesa ao tankar e, depois, investir na free agency junto do Draft. Jalen Ramsey e Myles Jack vieram pelo Draft, mas Calais Campbell e A.J. Bouye, pela free agency.

Nossa ideia aqui é dar um panorama na forma que as pessoas mais gostam: listas e superlativos. Em cada jogador, você vai encontrar um relatório completo com seus números em 2020, o time no ano passado, sua idade, pontos positivos e negativos, times possíveis e, finalmente, algo mais denso sobre cada um dos 50.

Neste ano, temos a terceira edição da lista. Você pode conferir a de 2018 clicando aqui e a de 2019 clicando aqui. Para 2020, algumas novidades:

  1. De maneira principal, a lista não é de melhores jogadores, dado que seria impossível aferir isso. – mas, sim, de maiores jogadores nesse mercado. Optamos por fazer um grande caldeirão considerando os seguintes critérios: a) Impacto no mercado; b) Impacto futuro; c) Produção que ainda está por vir. Então digamos que é uma lista de “maiores” mas com temperos nossos com a maneira que vemos o futebol americano. Uma lista que exclui nomes famosos causaria mais espanto e “vocês não sabem nada” do que o que realmente queremos aqui, que é informar os prós/contras dos nomes no mercado.
  2. Assim pensando, tentamos colocar o máximo de posições possíveis no top 15 – de maneira a que o máximo delas sejam contempladas; Assim, embora eu tenha repúdio completo à ideia de pagar caro num running back, por tudo o que seu nome representa, Derrick Henry está no top 10.
  3. Neste ano, estamos lançando a lista mais cedo – em fevereiro, antes da franchise tag. Após a tag/antes do mercado abrir, vamos atualizá-la para você não perder nada.

Os 10 primeiros são escritos por mim, Antony Curti, e abertos a todos nossos leitores. Os 40 seguintes são por Henrique Bulio, nosso editor aqui no site – é o mesmo modelo do ano passado. Como nossa ideia é o modelo “freemium”, os 10 primeiros são abertos e, os demais, exclusivos de nossos assinantes.

Então sem mais delongas, vamos à lista – e aproveita nossa oferta de 7 dias de teste com 50% de desconto em nossas assinaturas no plano anual.

1. Dak Prescott (QB, Dallas Cowboys)

Números em 2019: 16 jogos, 30 TDs, 11 INTs, 7.84 ANY/A, 65.1% passes completos, 99.7 de rating
Idade: 27
Pro: Idade, disponibilidade, produção e parte mental de seu jogo – já foi decisivo várias vezes.
Contra: Por vezes, não antecipa passes como deve; Como jogará sem um Ezekiel Elliott e a OL de Dallas?
Possíveis opções: Dallas Cowboys (ou qualquer outro time que queira quarterback, porque é o com mais teto por conta da idade).

Dak Prescott não merece 40 milhões de dólares. Dak Prescott com certeza receberá mais de 30 milhões de dólares caso chegue ao mercado. Sei que Prescott não é unanimidade entre os fãs de futebol americano e sei que chocará algumas pessoas que ele esteja acima de Brees e de Brady nesta lista – que, deixando claro, não versa sobre a carreira deles, mas a projeção para 2020 e posteriores anos de contrato. Dak tem apenas 26 anos – em comparação aos mais de 40 dos outros dois.

Deixando isso claro, falemos agora dele em si. 30 touchdowns e 11 interceptações na última temporada, números que são seus melhores na carreira. Dak tem para si a disponibilidade como arma – nunca perdeu um jogo por lesão na carreira. Não é o quarterback perfeito e teria que produzir ainda mais para juntar-se à elite da NFL, mas há potencial.

Como ponto negativo e pergunta: só vimos Dak Prescott em um cenário, com Dallas e uma formidável linha ofensiva. Um Ezekiel Elliott atraindo a atenção da defesa também era pra lá de bem-vindo. Se por algum motivo ele saísse dos Cowboys, como jogaria em outro cenário, potencialmente mais adverso para um quarterback produzir?

2. Drew Brees (QB, New Orleans Saints)

Números em 2019: 11 jogos, 27 TDs, 4 INTs, 8.33 ANY/A, 116.3 rating
Idade: 41
Pro: Experiência, produção em curta e média distância
Contra: Jogos em pós-temporada estão assustadores; Passe em profundidade parece não estar mais lá
Possíveis opções: New Orleans Saints

Quando em Orlando, Drew Brees parecia mais blasé do que os outros jogadores no Pro Bowl. Sempre acompanhado dos filhos, Brees praticamente não treinou e deu apenas uma entrevista – para Jane Slater, da NFL Network. No jogo, Russell Wilson “cedeu” a titularidade a ele – alimentando ainda mais a possibilidade de que ele poderia se aposentar e que aquele seria seu último jogo na NFL.

Bom, nada disso rolou. Mas um ponto naquela entrevista para Slater permanece: “se eu voltar, não é questão de se, mas quando [renovo com os Saints]”. Não existe virtualmente nenhuma possibilidade de Drew assinar com outro time nesta altura da carreira. São mais de dez temporadas com Sean Payton, Alvin Kamara & Michael Thomas à disposição e pelo menos nove jogos por ano num estádio fechado. Seria loucura sair. Ele não irá.

Falando de Brees em si, houve uma queda de produção em relação a outras temporadas mas nada absurdo. Mesmo perdendo cinco jogos ele ainda teve 27 touchdowns e acumulou apenas 4 interceptações. O que realmente preocupa é a produção de Brees em pós-temporada nos últimos anos. Idade? Cansaço? Azar? Seja como for, Drew precisa elevar seu nível e ele estará, também, jogando contra o relógio nos playoffs de 2020-2021.

3. Jadeveon Clowney (EDGE, Seattle Seahawks)

Números em 2019: 13 jogos, 3 sacks, 2 fumbles forçados, 13 hits no QB, 1 INT, 7 tackles para perda de jardas
Idade: 27
Pro: Versatilidade, atleticismo e contenção terrestre
Contra: Lesões; Mais um all-around do que um artista de sacks
Possíveis opções: Seattle Seahawks, New York Giants, Atlanta Falcons, Tampa Bay Buccaneers, Los Angeles Rams

Temos dois EDGEs no top 10 e, sendo sincero, não é necessário escolher um ou outro – para mim, não há resposta errada. Jadeveon Clowney não é o que se chama de “artista de sacks”, aquele cara como Von Miller ou Khalil Mack, que tem teto ilimitado de produção numa dada partida. Ele equivale-se a um Trey Flowers, por exemplo (só que, obviamente, melhor). É só ver como teve mais tackles para perda de jardas do que sacks na temporada passada.

Com isso, digo que sua versatilidade é o grande trunfo. Em times carentes de pass rusher e de profundidade de talento na linha defensiva – como o caso do próprio Seattle Seahawks, que trocou para tê-lo nesta última temporada – a presença coringa de Clowney cai como uma luva. Seu jogo-assinatura foi na pós-temporada contra o Philadelphia Eagles. Mas, ainda, na temporada regular contra o San Francisco 49ers.

Clowney não receberá a tag em acordo com Seattle. Então ou renova ou vai pro mercado. Seria uma perda e tanto para os Seahawks – tanto dentro de campo como na questão de “sunk cost” por ter gasto capital de Draft para tê-lo em 2019. Considerando que o time já foi agressivo nos últimos dias com a contratação de Greg Olsen, a tendência é que finalmente venha ajuda para Russell Wilson via free agency. No caso, uma renovação.

4. Chris Jones (i-DL, Kansas City Chiefs)

Números em 2019: 13 jogos, 9 sacks, 20 hits no QB, 1 fumble forçado, 8 tackles para perda de jarda, 27 pressões no QB
Idade: 26
Pro: Pass rush como iDL, inteligência, habilidade de desviar passes na linha, idade
Contra: O preço absurdo que receberá no mercado; Lesões serão tendência ou final de 2019 foi exceção?
Possíveis opções: Kansas City Chiefs, Indianapolis Colts, Los Angeles Chargers, Jacksonville Jaguars

ATUALIZAÇÃO: O Kansas City Chiefs colocou a franchise tag em Jones (15.5 M)

Indubitavelmente um dos jogadores mais subestimados da NFL nas últimas temporadas. Sabe quantos sacks Chris Jones tem nas últimas três temporadas? 31. Parece pouca essa média de 10/temporada, mas lembre-se que ele joga no meio da linha (setor no qual é muito mais difícil infiltrar no backfield para derrubar o quarterback). De maneira adicional, como visto no Super Bowl LIV, Jones tem uma capacidade incrível de bloquear passes na linha – Jimmy Garoppolo ainda deve ter pesadelos com isso.

Sacks e pockets disruptados para um jogador no meio da linha. Tem como ser melhor? Bom, tudo na vista tem um custo. Aqui, o custo será um rio de dinheiro. O histórico para times sedentos por Jones – e para o próprio Kansas City Chiefs – não é muito animador nesse sentido: vai ser um contrato de 90 M em 5 anos pelo menos.

Kansas City precisa colocar ao menos a franchise tag em Jones. Se não o fizer, certamente coletará um cheque gigante na free agency. Em tempo, lesões: sei que a impressão recente é esta, dado os jogos baleado nos playoffs. Mas ele perdeu menos de cinco jogos em quatro temporadas.

5. Derrick Henry (RB, Tennessee Titans)

Números em 2019: 15 jogos, 16 TDs terrestres (#1), 102.7 jardas terrestres/jogo, 5.1 jardas/carregada, 2 TDs recebidos, 321 toques na bola
Idade: 26
Pro: Melhor momento entre os RBs; Carregou o piano do ataque numa era onde não se espera isso; Líder em TDs terrestres na temporada passada e, também, para corridas de mais de 10 yds (42)
Contra: Pouco impacto no jogo aéreo fora screens, volume alto em 2019 pode indicar lesão em 2020
Possíveis opções: Tennessee Titans, Chicago Bears, Kansas City Chiefs (?), Miami Dolphins, Houston Texans – quem gasta dinheiro em RB hoje em dia fora uma renovação, meu deus???

1300 jardas nos últimos oito jogos da temporada, incluindo playoffs. Não sei ao certo se faz sentido colocar Henry num top 10 de uma free agency dado o valor cada vez mais diminuto da posição de running back. Se eu fosse general manager, certamente não gastaria um tostão em um running back via mercado sendo que posso “colher” um numa terceira rodada do Draft da vida – ou além, como um Raheem Mostert já mostrou.

Mas tenho que colocar Henry aqui no topo. Primeiro porque ele é o melhor da posição nesta classe. Segundo por conta de efeitos históricos: mesmo que haja cada vez menos valor na posição, é cada vez mais raro que tenhamos um jogador de impacto assim chegando na free agency – a única exceção recente é Le’Veon Bell e houve todo um contexto para isso.

Dito isso, a franchise tag é o cenário mais plausível – até por isso estamos lançando este texto o quanto antes. O preço da tag para running backs é estupidamente baixo e os Titans não deveriam permitir que ele chegue ao mercado, porque há times com rios de dinheiro (Dolphins) que ficariam bem feliz em apostar no impacto de Henry – ainda mais Miami, vide o que ele fez contra New England no fatídico 4 de janeiro.

6. Tom Brady (QB, New England Patriots)

Números em 2019: 16 jogos, 24 TDs, 8 INTs, 6.24 ANY/A, 60,8% passes completos, 88 de rating
Idade: 43
Pro: (nunca pensei que faria um scout dele, mas vamos lá): Experiência, leitura defensiva, ética profissional, antecipação de passes, resiliência, evita erros como poucos quarterbacks
Contra: Idade, produção diminuta ao passar dos meses de temporada nos últimos anos, vem da pior temporada em vários anos, questionamentos sobre o cotovelo (está saudável?)
Possíveis opções: New England Patriots, Los Angeles Chargers, Las Vegas Raiders

Meu deus do céu, a quantidade de gente que vai querer entender o que quer entender ao ler este texto não está escrita. AIN MAS COMO ASSIM O GOAT EM SEXTO?

Bom, porque estamos em 2020 e o tempo passa. Embora eu já tenha dito que Tom Brady é um robô, ele é feito de tanta matéria orgânica quanto eu ou você e está sujeito à oxidação celular tanto quanto você ou eu – embora tenha retardado o processo, é inevitável que ele chegue (embora mais lentamente que em outros atletas). Brady vai jogar em 2020, isso já está estabelecido. Fica a dúvida de onde e como.

Não temos sequer histórico para essa produção nessa idade – o mais perto que temos é Vinny Testaverde em sua última temporada e, bem, não foi legal. O camisa 12 dos Patriots vem de sua pior temporada na década mas, pelo o outro lado da moeda, teve desfalques na linha ofensiva/jogo terrestre, contou com um catado de recebedores ao final da temporada (nem Julian Edelman estava saudável) e, no final das contas, teve o pior elenco de apoio em anos.

Em 2020, será diferente em New England? Provavelmente. Minha teoria é que esse tour de free agency é meio que parecido com aquilo que Ayrton Senna fez em 1993 com a McLaren. Basicamente, uma grande cortina de fumaça para pressionar quem assina os cheques – barganha e tão somente isso. Pode ser, claro, que Tomás Eduardo assine com outra equipe, mas julgo que a tendência é que volte em New England e com reforços no corpo de recebedores/tight ends.

7. Amari Cooper (WR, Dallas Cowboys)

Números em 2019: 16 jogos, 1189 jardas recebidas, 66.4% catch, 8 TDs, 74 jardas/jogo
Idade: 26
Pro: Execução de rotas, boas mãos, capacidade de produzir mesmo dobrado pela defesa
Contra: Preço pago ante uma boa classe de WRs do Draft; Além disso, sobretudo, a consistência – isso é problema desde os anos de Oakland
Possíveis opções: Dallas Cowboys, Buffalo Bills, New York Jets, Denver Broncos, Las Vegas Raiders, San Francisco 49ers, Minnesota Vikings

Com exceção ao jogo contra o New England Patriots, Cooper teve uma temporada fantástica em 2019. Embora num primeiro momento eu tenha sido bastante contra o preço que Dallas pagou para ter o recebedor – uma escolha de primeira rodada no Draft – esse preço foi, no mínimo, justo. Agora vem a parte problemática: renovar.

A lei da oferta-demanda será cruel com Dallas. Vejo três principais recebedores nesta Free Agency para além de Cooper: A.J. Green e Emmanuel Sanders. Os dois, porém, têm mais de 30 anos. Amari tem apenas 26. De certo, seu preço só por isso seria maior.

Para além disso, é neste momento da carreira um recebedor com melhor produção que os outros dois. Cooper vem de uma temporada com 1189 jardas e foi um dos principais alvos de Dak Prescott em terceiras descidas – o fator que, por si, justificou a troca com Oakland.

O problema disso tudo para os Cowboys? O preço. Sabendo que o teto do mercado foi de Michael Thomas aos 22 milhões e que ainda temos Julio Jones na casa dos 20, fica impossível imaginar que Cooper, no mercado livre, receba menos de 20 por ano. Como os Cowboys ainda têm que renovar com Dak (na casa dos 35 milhões) talvez a alternativa seja a franchise tag em Cooper – ou pensar no Draft, dado que a classe de recebedores é profunda para 2020.

8. Yannick Ngakoue (EDGE, Jacksonville Jaguars)

Números em 2019: 16 jogos, 4 interceptações, 15 passes defendidos e 93 tackles.
Idade: 25
Pro: Produção, idade, motor em todas as jogadas; Pode entrar agora no auge de sua carreira
Contra: Não sabemos como jogará caso precise ser protagonista-solo de uma DL
Possíveis opções: New York Giants, Atlanta Falcons, Tampa Bay Buccaneers, Los Angeles Rams

ATUALIZAÇÃO: O Jacksonville Jaguars colocou a franchise tag em Ngakoue (19 M)

Quem?

A maior parte dos fãs casuais de futebol americano nunca devem ter ouvido falar de Yannick. Convenhamos que seu nome complicado não ajuda muito. Mas, também, o fato dele nunca ter sido o nome mais famoso da defesa do Jacksonville Jaguars. Jalen Ramsey atraia mais atenção e, na própria linha defensiva, falava-se mais de Calais Campbell.

Ngakoue, porém, precisa receber mais amor. Em meio a todos esses anos e turbulências que os Jaguars tiveram nas últimas duas temporadas, ele continuou produzindo. São quase 40 sacks nas últimas quatro temporadas e Yannick é o oitavo com mais hits no quarterback adversário se considerarmos o mesmo período.

Quando pensamos em produção de um dado jogador nos últimos quatro anos e num free agent, pesamos sua idade também. É nesse ponto que costumamos nos assustar – ainda mais em posições atléticas como EDGE ou cornerback. Aqui, as coisas viram um mérito para Ngakoue: ele tem apenas 25 anos e deve entrar agora no auge de sua carreira.

É um jogador menos versátil do que Clowney – o que reduz sua “utilidade” para free agency, dado que aqui temos na demanda vários times que são terra arrasada no setor. Mas, ainda no comparativo com ele, é um melhor pass rusher quando isolamos esta habilidade em si.

Para se proteger de um mercado cruel, os Jaguars podem pensar em “transformar” Ngakoue num free agent restrito (em tese). Isso pode ser feito com a franchise tag não-exclusiva ou com a de transição. Deixá-lo chegar ao mercado não me parece muito interessante para Jacksonville neste momento da franquia.

9. Byron Jones (CB, Dallas Cowboys)

Números em 2019: 15 jogos, 0 interceptações, 6 passes defendidos e 37 tackles.
Idade: 27
Pro: Versatilidade, motor, pode ser usado como safety;
Contra: Preço; Não é um ball hawk, tem apenas duas interceptações na carreira
Possíveis opções: Detroit Lions, Dallas Cowboys, New York Jets, Houston Texans, Denver Broncos

Indiscutivelmente o melhor cornerback da classe, Byron Jones tem tudo para ser o “homem de fora” na conta de Jerry Jones e do Dallas Cowboys. A partir do momento em que Jerry renovou com Ezekiel Elliott, alguém em 2020 sobraria e a tendência, dado o histórico de jogadores com nome para a marquise, é que Jerry escolha o ataque – ou seja, Dak e Amari.

A questão que complica uma renovação também reside no preço e, como sempre, na lei da oferta e da demanda. A oferta de cornerbacks acima da média neste ano é pior do que em anos anteriores. A demanda é parecida. Como tabela, o preço dessa primeira prateleira de cornerbacks vai subir – e o de Byron Jones, por óbvio, também.

Byron é versátil – embora tenha atuado mais em zona, nada lhe impede de jogar em m2m – e a possibilidade de seu uso no nickel ou como safety deve aumentar ainda mais o salgado valor que alguma franquia lhe pagará – acho difícil que seja algo inferior a 16 milhões de dólares.

10. Hunter Henry (TE, Los Angeles Chargers)

Números em 2019: 12 jogos, 5 TDs recebidos, 54.3 jardas/jogo, 72% catch, 55 recepções (4.5/jogo)
Idade: 25
Pro: Raramente sofre Drops; Alvo importante na red zone; Vem de seu melhor ano em recepções mesmo tendo sido a temporada com menos jogos (descontado 2018, quando não jogou)
Contra: Nunca jogou 16 jogos em uma temporada – durabilidade e disponibilidade questionáveis
Possíveis opções: Chicago Bears, New England Patriots, Pittsburgh Steelers, Los Angeles Chargers

Como disse no topo do artigo, tentei priorizar nomes mais famosos e tentar colocar o máximo de posições possíveis na lista de principais/top free agents para este mês de março. É difícil que eu coloque o adjetivo “melhores” nessa lista justamente por conta da forma pela qual vejo free agents. Seu valor é fluído e, via de regra, eu prefiro o Draft para montagem de elenco. Free Agents precisam ser “a última peça do quebra-cabeça” ou usados para reforçar ainda mais um setor que já é potente.

Vamos a um exemplo para explicar o que penso e como vejo isso tudo: Hunter Henry no Jacksonville Jaguars, equipe carente na posição. Vai dar em algo? Provavelmente não. Henry no New England Patriots, considerado que Tom Brady volte para 2020, é outro animal.

Assim, optamos aqui por colocar os “maiores/top” Free Agents e, considerando esse impacto, coloquei Henry no top 10 – aliás coloquei dois Henry e justamente por isso.

Hunter tem seus problemas de durabilidade e alguns analistas inclusive acabam preferindo Austin Hooper nessa posição para esta classe. Nas últimas quatro temporadas, ele jogou apenas 41 jogos – média de 10 por ano, portanto. É pouco. Mas, quando esteve em campo foi o cara que esperávamos quando de seu Draft – nessas mesmas quatro temporadas, raramente foi problema como drops.

Num time em que o tight end é bem usado e, supondo que ele esteja saudável, pode ser um tremendo ativo. Meu desempate com Hooper é seu teto – foram 5 touchdowns em 12 jogos no ano passado e, lembremos, Philip Rivers teve a pior temporada em muito tempo.

Por Antony Curti, Editor-Chefe e Redator

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 11. Justin Simmons (S, Denver Broncos)

Números em 2019: 16 jogos, 4 interceptações, 15 passes defendidos e 93 tackles.
Idade: 26
Pro: Pode atuar tanto como free ou strong safety, excelente cobrindo o passe no fundo do campo.
Contra: Algumas seleções de ângulos ruins em campo aberto resultam em tackles perdidos.
Possíveis opções: Denver Broncos (renovação).

ATUALIZAÇÃO: O Denver Broncos colocou a franchise tag em Simmons (12.7 M)

Simmons se tornou um dos melhores free safeties da NFL justamente em seu último ano de contrato e, embora todos os sinais apontam numa manutenção do jogador em Denver – seja por meio de uma extensão contratual, seja por meio do uso da franchise tag -, não vai ser nada barato para os Broncos manterem-no em seu elenco, afinal, o jogador atingiu a elite da posição em 2019 e vai querer ser recompensado como tal.

Ele pode atuar como free ou strong safety e seus números evoluíram em cada um de seus 4 anos na liga – tanto seu número de interceptações como o número de passes defendidos foram os maiores de sua carreira. Além disso, ele terá apenas 26 anos quando a próxima temporada começar, um sinal de que ele pode se tornar num jogador ainda melhor. A possibilidade de que Simmons atinja o mercado é remota mas, nesse momento, ele é um free agent.

12. Anthony Castonzo (OT, Indianapolis Colts)

Números em 2019: 16 jogos, 2 faltas cometidas e 3 sacks cedidos.
Idade: 31
Pro: Extremamente seguro e com baixíssimo histórico de lesões.
Contra: Tem idade avançada e considerou aposentadoria, não se pode esperar que seja uma solução à longo prazo.
Possíveis opções: Indianapolis Colts (renovação), Cleveland Browns, Denver Broncos.

Castonzo é o principal offensive tackle a atingir o mercado. Antiga escolha de primeira rodada, o jogador sempre apresentou um desempenho bastante sólido, tendo sido por muitas vezes a única constante na era Andrew Luck. Agora que os Colts estão indo numa direção diferente, talvez seja o momento de Castonzo seguir o mesmo caminho – embora o GM Chris Ballard seja quem tenha confirmado a não-aposentadoria do jogador, um sinal de que ele permanecerá em Indianapolis

Embora tenha idade avançada, seu valor de mercado deve ser muito maior do que os quase 10 milhões de dólares anuais relativos à extensão contratual assinada em 2015. A classe de tackles no Draft é boa, mas a durabilidade e a qualidade do veterano já são provadas e algum time precisando solucionar a posição com urgência pode fazer um investimento quase que semelhante aos Giants em Nate Solder (15,5 milhões de média). Castonzo é melhor e, assim como Solder, joga na posição mais importante da linha ofensiva, então, acredito que algo como 16 milhões de dólares por ano será seu valor de mercado.

13. Cory Littleton (LB, Los Angeles Rams)

Números em 2019: 16 jogos, 2 interceptações, 9 passes defendidos, 2 fumbles forçados, 3,5 sacks e 134 tackles.
Idade: 26
Pro: Capaz de cobrir o passe de sideline-a-sideline, extremamente durável
Contra: Tem algumas dificuldades defendendo a corrida, mas não lhe falta atleticismo – é um caso diferente de Blake Martinez, por exemplo
Possíveis opções: Green Bay Packers, Cleveland Browns, New York Giants.

A ascensão de Cory Littleton na liga nos últimos dois anos foi notável, e agora ele se projeta para ganhar o maior contrato de um linebacker na free agency de 2020. Littleton teve de batalhar por seu espaço desde quando não foi selecionado no Draft de 2016, contudo, ele se desenvolveu num tipo de jogador que pode fazer um pouco de tudo (e o faz muito bem): são 5 interceptações, 22 passes defendidos, 7.5 sacks e mais de 250 tackles desde o início da temporada de 2018. Outro dado impressionante: ele nunca perdeu um jogo por lesão em seus 4 anos na liga.

Consequentemente, seu valor de mercado não deve ser nada barato para quem quer adquirir seus serviços. Embora sua previsão de mercado esteja perto dos 16 milhões de dólares, é justo imaginar que seu contrato estará na média dos 14 milhões anuais. Isso diminui o leque de opções possíveis, já que nem todos os times costumam valorizar tanto assim a posição de linebacker; mas quem contratá-lo certamente terá um grande jogador.

14. Anthony Harris (S, Minnesota Vikings)

Números em 2019: 14 jogos, 6 interceptações (1 pick-six), 11 passes defendidos e 60 tackles.
Idade: 28
Pro: Por melhor que seja sua defesa contra o passe, sua técnica de tackles e defesa contra a corrida não ficam atrás.
Contra: Possui apenas um ano de experiência como titular; a pergunta é: como se adaptará à um novo sistema?
Possíveis opções: Cleveland Browns, Tampa Bay Buccaneers, Carolina Panthers.

Semelhante ao caso de Justin Simmons, Anthony Harris teve um ano fantástico logo antes de adentrar o mercado, o que eleva bastante seu valor; a principal diferença entre os dois casos é que os Vikings estão apertadíssimos com relação à folha salarial e o contrato necessário para assegurar os serviços de Harris exigirá uma média próxima aos 15 milhões de dólares anuais, o que torna praticamente impossível a manutenção do jogador em Minnesota – o time ainda tem 31 milhões de dólares garantidos a serem pagos no contrato de Kirk Cousins, então qualquer movimento grande parece improvável.

Harris não tem histórico considerável de lesões, mas vale notar que ele só assumiu oficialmente a titularidade na condição de free safety em 2019; o resultado disso foi que ele liderou a NFL em interceptações junto de Stephon Gilmore e Tre’Davious White, porém, o fez tendo disputado menos partidas. Ele é excelente cobrindo o fundo do campo e raramente está fora de posição para fornecer ajuda em passes verticais. Se Simmons receber a franchise tag como esperado, Harris será o ticket premiado do mercado para times que precisam de um novo safety – mas não será nada barato.

15. Ryan Tannehill (QB, Tennessee Titans)

Números em 2019: 12 jogos, 70,3% de passes completos, 2742 jardas, 22 touchdowns, 6 interceptações e 117.5 de passer rating.
Idade: 31
Pro: Quarterback extremamente eficiente que pode fazer lançamentos com precisão em todas as faixas do campo; pouca propensão a cometer turnovers.
Contra: Tannehill vai – merecidamente – exigir um contrato de topo de mercado, contudo, não existe evidência suficiente para provar que ele pode ser a solução à longo prazo de qualquer franquia.
Possíveis opções: Tennessee Titans (renovação), Los Angeles Chargers, Tampa Bay Buccaneers.

Não há como negar o quão produtiva foi a temporada de Ryan Tannehill em 2019. Depois de assumir a titularidade de Marcus Mariota enquanto os Titans haviam vencido apenas 2 de seus primeiros 6 jogos, ele levou o time até a final da conferência americana, sendo um dos quarterbacks mais eficientes da liga e sucumbindo apenas para Patrick Mahomes no Arrowhead Stadium. Tennessee se transformou num time com média superior a 30 pontos por jogo e, na pós-temporada, derrubou New England e Baltimore fora de casa

A questão sobre Tannehill é que não podemos tirar uma conclusão definitiva baseado apenas em 10 jogos da temporada regular, não importa o quão bons eles tenham sido. É por isso que, seja lá qual time tenha seus serviços na próxima temporada, precisa fazê-lo num contrato de curta duração, de 1 ou 2 anos, mesmo que seja totalmente garantido: Tannehill de fato se transformou num quarterback de elite ou ele apenas teve um ano excelente e totalmente fora da curva? É uma das principais perguntas que precisarão ser respondidas em 2020.

16. Joe Thuney (G, New England Patriots)

Números em 2019: 16 jogos e 1 sack cedido.
Idade: 27
Pro: Guard extremamente durável cuja proteção para o passe se destaca.
Contra: A única razão para ser contra a contratação de Thuney é o valor, já que ele deve se tornar o guard mais bem pago da liga e certamente ocupará uma parte considerável de qualquer folha salarial.
Possíveis opções: New York Jets, Miami Dolphins, Washington, Cleveland Browns.

Existe uma grande quantidade de times que precisam de ajuda pelo interior da linha ofensiva e, para estes, Joe Thuney é o principal nome da classe de free agents em 2020. A cada ano que passa, ele tem se desenvolvido mais e mais num ótimo jogador: em 2019, a melhor temporada de sua carreira, Thuney não cometeu faltas e cedeu apenas 1 sack. Sua qualidade na proteção para o passe faz com que ele se projete junto de Scherff para adentrar a lista dos guards mais bem pagos da liga – isso muito provavelmente não acontecerá por parte dos Patriots, que já investiram pesado no contrato do guard Shaq Mason e estão apertados com relação à sua folha salarial nesse momento.

Além da supracitada qualidade na proteção para o passe, outro aspecto que chama a atenção em Thuney é sua durabilidade: ele participou de 100% dos snaps ofensivos dos Patriots em todos os anos desde sua entrada na liga em 2016 – salvo a última temporada, onde fez parte de… 99%. Ele é a definição exata de um jogador sólido e que deve receber um contrato gigante quando atingir o mercado.

17. Austin Hooper (TE, Atlanta Falcons)

Números em 2019: 13 jogos, 75 recepções, 787 jardas e 6 touchdowns.
Idade: 25
Pro: Excelente % de recepções em passes e ótima capacidade de ganhar jardas após a recepção.
Contra: Poderia ser um alvo um pouco mais útil na red zone – em outras palavras, ele provavelmente poderia ter mais touchdowns.
Possíveis opções: New England Patriots, Green Bay Packers, Dallas Cowboys, Chicago Bears.

Um dos jogadores mais subestimados de toda a liga, Hooper se tornou num alvo consistente para Matt Ryan ao longo dos últimos anos e, surpreendentemente, os Falcons vão deixá-lo testar o mercado. Um tight end com boa capacidade de bloqueio, ele se destaca mais como uma arma no jogo aéreo, sendo um dos melhores da liga no quesito ‘jardas após a recepção’.

Tight ends dessa qualidade não atingem o mercado assim com tanta frequência, e teremos 2 em 2020 – contando com Hunter Henry no top 10. Acredito que nenhum time ficará insatisfeito se não conseguir Henry e tiver de se ‘contentar’ com Hooper, justamente por conta de ser uma excelente arma no jogo aéreo. Times como Patriots, Packers e Cowboys, por exemplo, precisam muito de um jogador assim na posição para elevar seu ataque. Acredito que seu valor de mercado estará perto dos 10 milhões de dólares anuais.

18. Arik Armstead (DL, San Francisco 49ers)

Números em 2019: 16 jogos, 10 sacks, 54 tackles, 2 fumbles forçados e 2 passes defendidos.
Idade: 26
Pro: Ótimo porte físico que lhe permite defender a corrida com eficiência ao mesmo tempo em que domina os extremos da linha – mas também pode atacar o quarterback pelo interior.
Contra: Se desenvolveu num jogador de elite ou foi apenas uma temporada fantástica? O time que contratá-lo terá que pagar Armstead baseado na primeira opção.
Possíveis opções: Indianapolis Colts, Tampa Bay Buccaneers, New York Giants.

Todo time que quiser pagar caro por Armstead – e certamente será caro – terá de lidar com a pergunta: ele evoluiu para um excelente pass rusher ou foi apenas um ano fora da curva? Seus ótimos números vieram de evolução pessoal ou ele apenas se beneficiou de jogar ao lado de outros grandes defensores na linha? É impossível afirmar isso com certeza nesse momento; o que é certo é que ele será um dos pass rushers mais procurados a partir da abertura do mercado – dada a situação da folha salarial da equipe, parece improvável pensar numa manutenção do jogador em San Francisco.

Armstead é um jogador de linha defensiva cuja capacidade de atacar o quarterback é efetiva tanto pelos extremos quanto pelo interior, e seu porte físico permite que ele possa ocupar bastante espaço quando defendendo a corrida. A problemática aqui é que o time que o contratar estará pagando um valor perto dos 16 milhões de dólares – perto dos maiores contratos da posição, todavia, ainda não há evidência que o defensor faça parte dos melhores jogadores de linha defensiva da liga.

19. Javon Hargrave (iDL, Pittsburgh Steelers)

Números em 2019: 16 jogos, 4 sacks, 60 tackles e 1 fumble forçado.
Idade: 27
Pro: Ótimo em fazer o trabalho sujo pelo interior da linha, ocupando espaços e abrindo possibilidades para os extremos.
Contra: Levando em consideração a importância de cada posição, investir cerca de 15 milhões de dólares num nose tackle é um movimento que pode ser relativamente questionável – e ele não deve sair mais barato que isso.
Possíveis opções: Houston Texans, Baltimore Ravens, Kansas City Chiefs.

Hargrave é um nose tackle com excelente capacidade para romper o interior da linha ofensiva adversária mas que tem capacidade de se alinhar como defensive end num esquema 3-4. Ele é ótimo parando a corrida e tem efetividade também atacando o quarterback adversário; se você não conhece muito dele, não é sua culpa: ele era um dos jogadores mais subestimados na excelente defesa dos Steelers, principalmente pela presença de nomes mais famosos: T. J. Watt, Cameron Hayward e Minkah Fitzpatrick, como exemplos, tiravam bastante do foco de Hargrave.

É justamente a presença desses nomes que torna praticamente impossível a manutenção do jogador em Pittsburgh: os Steelers possuem pouquíssimo espaço na folha salarial e a franchise tag deve ir pra outro jogador que está presente mais à frente nessa lista. Hargrave não é o jogador ideal para todo esquema defensivo, no entanto, a equipe que o adquirir fará uma ótima contratação; acredito que, se os Texans não conseguirem manter D.J. Reader, ele seria a reposição ideal.

20. Brandon Scherff (G, Washington)

Números em 2019: 11 jogos, 9 faltas e 1 sack cedido.
Idade: 28
Pro: Ótima força de jogo para abrir espaço no jogo terrestre ao mesmo tempo em que consegue segurar defensive tackles na proteção para o passe.
Contra: Não disputou os 16 jogos nenhuma vez nos últimos 3 anos.
Possíveis opções: New York Jets, Miami Dolphins, Washington (renovação).

Embora Washington possua uma quantidade considerável de dinheiro – e, por isso, a franchise tag é uma opção bastante válida para a organização -, se Scherff atingir o mercado, é praticamente certo que ele se tornará o segundo guard mais bem pago da liga, superando os 14,08 milhões anuais que Brandon Brooks recebe de média do Philadelphia Eagles e atrás apenas de Joe Thuney, que também ultrapassará Brooks; em valores reais, o jogador de Washington deve receber perto dos 15 milhões de dólares.

Scherff é um guard com excelente força de jogo para abrir espaço contra defensive tackles e linebackers no jogo terrestre ao mesmo tempo em que consegue vencer seus duelos individuais com frequência bloqueando contra o passe. Seu maior problema é sua durabilidade: ele sofreu com lesões nas últimas três temporadas e, ainda, seu desempenho foi inconstante em 2019, cometendo 9 faltas em 11 jogos.

21. Shaquil Barrett (EDGE, Tampa Bay Buccaneers)

Números em 2019: 16 jogos, 19,5 sacks, 6 fumbles forçados, 58 tackles, 1 interceptação e 2 passes defendidos.
Idade: 27
Pro: Em sua única temporada como titular na liga, apresentou incrível capacidade de atacar o quarterback adversário, acumulando 37 QB hits em 2019.
Contra: Mais uma vez, o caso é de apenas um ano de grande produção, então há de se ter cuidado nas garantias financeiras à longo prazo.
Possíveis opções: Tampa Bay Buccaneers (renovação).

No guia de free agents do ano passado, Shaquil Barrett também esteve presente no top 50 e sua seção começava com a afirmação “Shaquil Barrett quer ser titular. Se em Denver ou em outra cidade, ele quer ser titular”. Pois bem, ele recebeu essa titularidade em Tampa Bay num contrato de 1 ano e o resultado foi que seus 19,5 sacks foram a maior marca de toda a NFL, então é seguro dizer que os 5 milhões de dólares que os Buccaneers investiram foram bem recompensados.

Só que, agora, manter Barrett no elenco não vai ser nada barato. Ambas as partes querem uma reunião, ok, mas depois do que ele conseguiu em 2019, é evidente que sua pretensão salarial não vai ser muito menor que a dos melhores EDGEs da liga. Como os Buccaneers possuem muito dinheiro disponível, acredito que não será o caso de utilizar a franchise tag: um contrato de 4 anos e algo na casa dos 72 milhões de dólares é uma boa aposta. Pessoalmente falando, acho extremamente improvável que Barrett jogue por outra equipe que não Tampa Bay em 2020, portanto, não listarei outras opções.

22. Robby Anderson (WR, New York Jets)

Números em 2019: 16 jogos, 52 recepções, 779 jardas e 5 touchdowns.
Idade: 26
Pro: Recebedor com ótima velocidade capaz de esticar as defesas verticalmente e operar na zona intermediária
Contra: Histórico de problemas extra-campo e exigirá bastante dinheiro – mas você não pode esperar que Anderson seja o principal recebedor de seu time.
Possíveis opções: Philadelphia Eagles, New England Patriots, Green Bay Packers

Acredito que o caso de Anderson seja um dos que minha avaliação mais difere do senso comum. Acredito que, com um quarterback mais consistente, ele pode ser a adição perfeita para elevar o nível de um ataque, já que, além de sua velocidade esticar as defesas verticalmente, ele ainda possui um range bom o suficiente para fazer recepções contestadas e conseguir big plays.

O que vejo como um possível problema para os times que buscam seus serviços é que, embora não haja uma red flag grande, existem diversos probleminhas que nos deixam com a pulga atrás da orelha. Um exemplo é que ele tem histórico de problemas extra-campo; além disso, ele nunca teve uma temporada além das 1000 jardas, mas seu preço deverá estar perto dos 12 milhões de dólares anuais. Pagar tudo isso para um jogador que não será o principal recebedor de sua equipe é um movimento arriscado.

23. Jack Conklin (OT, Tennessee Titans)

Números em 2019: 16 jogos, 6 faltas e 3 sacks cedidos.
Idade: 25
Pro: O right tackle mais importante disponível no mercado dada sua pouca idade; em seu auge, apresenta nível de All-Pro.
Contra: Apresentou inconsistência em seu nível de jogo nos últimos dois anos, além de possuir um histórico considerável de lesões
Possíveis opções: Tennessee Titans (renovação), Cincinnati Bengals, Seattle Seahawks.

O foco nas saídas do Tennessee Titans está concentrado em Ryan Tannehill e Derrick Henry por conta das atuações excelentes que levaram o time até a final da conferência americana de forma surpreendente, entretanto, perder Jack Conklin será quase que igualmente danoso se o time não conseguir manter sua antiga escolha de primeira rodada: ele estará junto de Castonzo na busca por um contrato superior à 15 milhões de dólares, embora atue pelo lado direito da linha.

Depois de sua temporada de All-Pro ainda quando calouro, em 2016, Conklin mostrou certa inconsistência nos anos seguintes e sofreu com lesões em 2018, que encerraram prematuramente aquele seu ano. Em 2019, contudo, ele conseguiu se manter saudável e atuou num nível bastante sólido, especialmente nos bloqueios para a corrida. Com apenas 25 anos, sua manutenção provavelmente será uma prioridade tão grande quanto a de Tannehill por parte da diretoria de Tennessee, mas essa não será nada barata.

24. Philip Rivers (QB, Los Angeles Chargers)

Números em 2019: 16 jogos, 66% de passes completos, 4615 jardas, 23 touchdowns, 20 interceptações e 88.5 de passer rating.
Idade: 38
Pro: Ainda é extremamente preciso, especialmente nas zonas curtas e intermediárias.
Contra: Seu braço claramente já não é mais o mesmo – 20 interceptações em 2019 são uma boa prova disso.
Possíveis opções: Indianapolis Colts, Tampa Bay Buccaneers.

Não, eu não estou no bonde do ‘sim, ele teve um 2019 ruim, mas ele ainda pode ser elite’. Por diversas vezes em 2019, o braço de Philip Rivers deu mostra de que não aguenta mais. Seus passes perderam a velocidade, ele está com 38 anos e não é um jogador móvel ou ágil o suficiente para compensar isso jogando fora do pocket. É simples: Philip Rivers está em declínio.

Eu acho que o que mais faz sentido para as duas partes aqui é se Rivers tiver uma ou duas temporadas em Indianapolis. Ele vai estar num sistema ofensivo no qual ele tem familiaridade – Reich e Sirianni, as principais mentes ofensivas, já trabalharam com o veterano nos Chargers – e, além disso, os Colts jogam num estádio fechado – com menos vento, os passes do jogador vão sofrer menos. Por muito tempo, Rivers foi excelente: talvez no sistema ideal ele possa entregar um último resquício de excelência. Com Bruce Arians, os Buccaneers também podem lhe dar esse sistema, mas as opções são escassas.

25. Dante Fowler Jr. (EDGE, Los Angeles Rams)

Números em 2019: 16 jogos, 11.5 sacks, 2 fumbles forçados (1 touchdown), 6 passes defendidos e 58 tackles.
Idade: 25
Pro: Jovem jogador que atua numa das principais posições da liga e possui experiência em pós-temporada.
Contra: Apesar do alto número de sacks, precisa apresentar maior consistência em suas chegadas ao quarterback.
Possíveis opções: New York Giants, Indianapolis Colts, Seattle Seahawks.

Embora existam semelhanças nas situações de Fowler Jr. e Barrett (jogadores jovens, apostaram em si mesmo com um contrato de um ano, excelente produção em 2019), vejo na antiga terceira escolha geral um EDGE um pouco menos produtivo – apesar dos ótimos 11.5 sacks em 2019. Ele nunca se tornou o jogador que os Jaguars esperavam que ele fosse, o que não o impediu de ser um raro ponto positivo na defesa dos Rams em 2019; agora, dada a situação financeira de Los Angeles, Fowler Jr. deve testar o mercado.

Times com necessidade urgente de melhorar seu pass rush vão ter o jogador como uma possível opção – New York, Indianapolis e Seattle são alguns times com essa necessidade e dinheiro suficiente para suprir as demandas do jogador, cujo contrato deverá estar na faixa dos 17 milhões de dólares por ano; só que, em 2020, ele não vai aceitar um acordo que não envolva ao menos 4 anos de contrato.

26. Kenyan Drake (RB, Arizona Cardinals)

Números em 2019: 14 jogos, 170 carregadas, 817 jardas e 8 touchdowns; 50 recepções e 345 jardas
Idade: 26
Pro: Jovem, pouco histórico de lesões e não foi super utilizado em sua passagem por Miami
Contra: Seu valor de mercado talvez seja mais alto do que seu talento, já que vem de boa temporada.
Possíveis opções: Arizona Cardinals (renovação), Detroit Lions, New York Jets.

As avaliações sobre Kenyan Drake vão variar muito de equipe a equipe, mas é inegável que ele ajudou muito seu valor de mercado com o ótimo desempenho depois de ser trocado para o Arizona Cardinals. Foram ótimas 5.2 jardas por carregada e uma peça essencial na Air Raid de Kliff Kingsbury e Kyler Murray; Drake sempre demonstrou muito potencial em Miami, mas com a reconstrução total do elenco ele se tornou moeda de troca.

Dado seu bom desempenho em 2019, é bastante improvável que os Cardinals deixem-no atingir o mercado, mas a avaliação de valor de mercado entre uma equipe e um jogador sempre pode variar. Um preço justo estaria na casa dos 6 milhões de dólares, porém, não será surpreendente se alguma equipe exagerar no investimento buscando segurar seus serviços – como sabemos, pagar caro por running backs não costuma dar certo. Drake não tem histórico notável de lesões.

27. Shelby Harris (iDL, Denver Broncos)

Números em 2019: 16 jogos, 6 sacks, 1 fumble forçado, 49 tackles e 9 passes defendidos.
Idade: 28
Pro: Boa capacidade física para limitar o jogo terrestre ocupando espaços com um motor incansável.
Contra: Não possui muitos movimentos de pass rush, o que limita sua capacidade de atacar o quarterback pelo interior da linha.
Possíveis opções: Indianapolis Colts, Las Vegas Raiders, Cincinnati Bengals.

Ele faz exatamente o tipo de jogador que os times deveriam buscar na free agent: não é o salvador da pátria, mas é bastante sólido e vai ajudar bastante a equipe que o contratar. Foram 6 sacks em 2019 depois de se tornar titular pela primeira vez, e é bem provável que os Broncos não tenham dinheiro para suprir suas demandas – existem rumores de que os Colts estão interessados no jogador. Ele é excelente defendendo a corrida e seus 9 passes defendidos na linha de scrimmage são um atributo bastante interessante.

28. Emmanuel Sanders (WR, San Francisco 49ers)

Números em 2019: 17 jogos (trocado no meio da temporada, não teve bye week), 66 recepções, 869 jardas e 5 touchdowns.
Idade: 33
Pro: Recebedor veterano que consegue ganhar separação por conta de seu route running e pode ajudar a desenvolver outros jogadores jovens na posição.
Contra: Aos 33 anos, suas habilidades físicas já aparentam estar em declínio
Possíveis opções: San Francisco 49ers (renovação), Baltimore Ravens, Las Vegas Raiders

Sanders é o tipo de recebedor confiável que ganha separação com seu route running e que não tem muitos problemas com drops, mas que não vai resolver totalmente o problema de seu time na posição, afinal, ele tem 33 anos e seu auge já passou. Ele melhorou muito o grupo de wide receivers dos 49ers quando foi trocado para a equipe e serviu também como uma espécie de mentor, então times que precisam de experiência na posição podem ter em Sanders uma opção válida. Ele perdeu alguns jogos por lesão enquanto esteve em Denver, mas não tem um histórico extenso.

29. Bryan Bulaga (OT, Green Bay Packers)

Números em 2019: 16 jogos, 5 faltas e 3 sacks cedidos.
Idade: 30
Pro: Right tackle extremamente sólido na proteção para o passe.
Contra: aExtenso histórico de lesões e idade avançada impedem que times vejam-no como uma solução à longo prazo.
Possíveis opções: Los Angeles Chargers, Arizona Cardinals, Green Bay Packers (renovação).

Por mais sólido que tenha sido seu desempenho quando esteve em campo nos últimos anos, a saúde de Bryan Bulaga é uma preocupação bem grande: ele só disputou os 16 jogos da temporada em 3 dos 9 anos em que esteve na liga. Agora com 30 anos, ele é mais uma solução à curto prazo do que qualquer outra coisa para os times que buscarem seus serviços no mercado; ele é bom o suficiente como um protetor para o passe, e seu custo anual deve variar dentre os 9 a 10 milhões de dólares. Os Packers querem-no de volta, porém, o espaço na folha salarial talvez não seja o suficiente para acomodar as demandas do jogador.

30. Matthew Judon (EDGE, Baltimore Ravens)

Números em 2019: 16 jogos, 9.5 sacks, 4 fumbles forçados e 54 tackles.
Idade: 27
Pro: Pode atuar em vários lugares da linha defensiva para criar pressão tanto pelo extremo quanto pelo interior.
Contra: Não é possível afirmar nesse momento qual será a produção de Judon quando estiver num esquema defensivo que não é tão agressivo.
Possíveis opções: Baltimore Ravens (renovação).

Ok, eu sei que você acha que ele deveria estar mais alto, e eu não julgo você. Acho que meu maior problema com relação à Matthew Judon é que, estando na defesa dos Ravens, ele obteve muitas oportunidades individuais para atacar o quarterback adversário por conta do altíssimo número de blitzes enviadas por Don Martindale, e em outro time ele não terá essas mesmas oportunidades. É fácil fazer uma comparação com Za’Darius Smith, mas vejo o atual EDGE dos Packers um jogador melhor de modo geral. De toda forma, Baltimore deve utilizar a franchise tag em seu principal pass rusher, então quem sonha em tê-lo no time terá de esperar ao menos mais um ano.

31. AJ Green (WR, Cincinnati Bengals)

Números em 2019: Não jogou.
Idade: 31
Pro: Se saudável, pode ser uma excelente aposta num custo baixo para times que precisam de reforço urgente na posição de recebedor.
Contra: Estar saudável é o grande problema: só jogou a temporada completa uma vez desde 2016.
Possíveis opções: Cincinnati Bengals (renovação), New England Patriots, San Francisco 49ers.

ATUALIZAÇÃO: O Cincinnati Bengals colocou a franchise tag em Green (18.5 M)

É estranho colocar um jogador do calibre de Green aqui, mas a soma de vários fatores faz com que ele não seja o principal nome da posição disponível no mercado. Quando saudável, ele ainda se mostra um recebedor de elite, capaz de esticar as defesas verticalmente ao mesmo tempo em que consegue fazer recepções contestadas; o problema é que estar saudável não tem sido uma constante na carreira do jogador, que só disputou os 16 jogos uma vez desde 2016. Para os Bengals, seria excelente ter Green saudável para auxiliar no desenvolvimento de Joe Burrow, e a franchise tag é uma opção; do contrário, ele certamente buscará assinar com uma equipe capaz de brigar pelo título, e por isso listo Patriots e 49ers como opções.

32. Everson Griffen (EDGE, Minnesota Vikings)

Números em 2019: 15 jogos, 8 sacks, 41 tackles e 1 interceptação.
Idade: 33.
Pro: Veterano bastante atlético que pode vencer com uma variedade de movimentos de pass rush.
Contra: Não é mais o jogador dominante de outros anos – seu primeiro passo parece ter perdido explosão.
Possíveis opções: New York Giants, Minnesota Vikings (renovação), Buffalo Bills.

2019 foi uma temporada de redenção depois de vários problemas extra-campo no ano anterior, e Griffen consegue levar pressão de forma constante ao adversário. Embora esteja melhor adaptado à um esquema 4-3, seu perfil atlético faz com que times que operem num sistema 3-4 possam dar uma chance ao jogador, que acumulou 66 pressões e seria contratado por um ou dois anos. Existe a possibilidade dele assinar novamente com o Minnesota Vikings, porém, outros times em busca de um pass rusher capacitado devem estar atentos.

33. Teddy Bridgewater (QB, New Orleans Saints)

Números em 2019: 9 jogos (5 como titular), 67, 9% de passes completos, 1384 jardas, 9 touchdowns, 2 interceptações e 99.1% de passer rating.
Idade: 27
Pro: Boa tomada de decisão, o que faz com que consiga limitar seus erros – e, consequentemente, os turnovers – ao longo de uma partida.
Contra:
Não tem muita força no braço, o que impede que o ataque consiga esticar verticalmente o campo de forma consistente quando Bridgewater é seu quarterback.
Possíveis opções: New Orleans Saints (renovação), Tampa Bay Buccaneers, Los Angeles Chargers, New England Patriots, Indianapolis Colts, Tennessee Titans 

O alto número de opções para Teddy Bridgewater reflete muito o sentimento acerca do quarterback: ele pode ser uma opção pra todos os times que estarão no mercado por um passador em março. Com apenas 27 anos, Bridgewater ainda se projeta como um jogador capaz de assumir o posto de franchise quarterback em alguma organização – há de se ter em mente que sua idade o transforma numa opção mais atraente em relação aos outros agentes livres da mesma posição.

Nos 5 jogos em que foi titular na última temporada por conta da lesão de Drew Brees, Teddy liderou os Saints para a vitória em todos eles, atuando de forma segura e com boa execução do sistema – o baixo número de interceptações é um indicativo. Seu braço não é dos mais fortes, mas ele compensa com boa tomada de decisão e poucos turnovers. Seu próximo contrato deve ser um indicativo da condição de franchise quarterback, com duração de múltiplos anos e mais de 80 milhões de dólares de valor total.

34. Chris Harris Jr. (CB, Denver Broncos)

Números em 2019: 16 jogos, 1 interceptação, 6 passes defendidos, 1 fumble forçado e 56 tackles.
Idade: 30
Pro: Tem experiência atuando tanto no slot quanto no outside.
Contra: Deu mostras em 2019 de que seu nível decaiu, o que nunca é um bom sinal para jogadores de idade avançada.
Possíveis opções: Denver Broncos (renovação), Philadelphia Eagles, Washington.

A idade pesa bastante contra Harris Jr., já que em 2019 ele deu mostras de que seu auge ficou no passado. É importante notar, no entanto, que ele atuou majoritariamente no outside no último ano, e seus melhores momentos na liga vieram quando ele era um cornerback defendendo o slot. Seu próximo contrato deve ser de curta duração – 1 ano, 10 milhões de dólares é uma possibilidade -, contudo, ele pode ser uma solução à curto prazo para times que precisam de muita ajuda na secundária, afinal ainda apresenta bom nível – e, se voltar a atuar no slot, pode ser uma contratação de peso.

35. D.J. Reader (iDL, Houston Texans)

Números em 2019: 15 jogos, 2,5 sacks e 52 tackles.
Idade: 25
Pro: Faz um trabalho excelente alinhando em todos os lugares da linha defensiva e parando a corrida.
Contra: Melhorou como pass rusher, mas ainda tem um longo caminho a percorrer nesse quesito.
Possíveis opções: Houston Texans (renovação), Denver Broncos, Tennessee Titans.

O desenvolvimento de D.J. Reader como um nose tackle clássico viu ele alinhando de várias formas na linha defensiva do Houston Texans, que opera num sistema 3-4 tradicionalmente. Ele evoluiu em todos seus anos na liga e, em 2019, se tornou um pass rusher muito melhor além de sua já conhecida força contra o jogo terrestre. Esse tipo de jogador não serve para todos os esquemas ofensivos, mas quem tiver Reader no elenco fará uma ótima contratação para sua linha; além disso, ele tem apenas 25 anos, servindo como opção à longo prazo.

36. Jameis Winston (QB, Tampa Bay Buccaneers)

Números em 2019: 16 jogos, 60.7% de passes completos, 5109 jardas, 33 touchdowns, 30 interceptações e 84.3 de passer rating.
Idade: 26
Pro: Braço forte o suficiente para fazer qualquer tipo de lançamento, mesmo que na corrida.
Contra: Todo passe pode ser uma interceptação – não, mesmo: foram 30 somente em 2019 (!)
Possíveis opções: Los Angeles Chargers, Indianapolis Colts, Tampa Bay Buccaneers (renovação).

A esse ponto, é impossível esperar que algum time veja em Winston potencial para se tornar seu franchise quarterback; isso não quer dizer que ele não vá receber mais alguma chance, mas será num contrato de baixa duração e de pouco risco. Apesar de capacidades atléticas notáveis, Winston corre riscos demais para que seja considerado minimamente confiável – 30 interceptações em 2019 diz tudo o que você precisa saber. Existe a possibilidade do Tampa Bay Buccaneers aplicar-no a franchise tag, no entanto, se isso não acontecer, é difícil imaginar que exista um grande mercado para assegurar os serviços do jogador – os Chargers são uma possibilidade aqui.

37. James Bradberry (CB, Carolina Panthers)

Números em 2019: 15 jogos, 3 interceptações, 12 passes defendidos, 1 sack e 65 tackles.
Idade: 26
Pro: Ainda jovem, bastante durável e que não foge de tackles.
Contra: Dinheiro de topo de mercado para um jogador que não faz parte da elite da posição.
Possíveis opções: Washington, Carolina Panthers (renovação), Houston Texans.

Pessoalmente falando, imagino que minha avaliação sobre Bradberry esteja um pouco menos amigável do que a percepção comum sobre o jogador. Longe dele ser um cornerback ruim: ele não tem um histórico considerável de lesões e acumulou ao menos 10 passes defendidos em todas suas temporadas junto do Carolina Panthers; apenas acredito que ele não é um jogador o qual eu sentiria confiança em designar para marcar o principal recebedor adversário ao longo das partidas. O problema disso é que, dada a idade, a durabilidade e as credenciais do jogador – 8 interceptações em 4 anos de NFL, por exemplo -, ele demandará um contrato de topo de mercado e longa duração. O time que o contratar pagará por mais do que ele pode apresentar: ele cedeu recepção em aproximadamente 60% dos passes lançados em sua direção em 2019, um número não muito bom para um jogador cujo valor de mercado deve superar com folga a marca de 13 milhões de dólares anuais.

38. Bud Dupree (EDGE, Pittsburgh Steelers)

Números em 2019: 16 jogos, 11,5 sacks, 4 fumbles forçados, 3 passes defendidos e 68 tackles.
Idade: 27
Pro: Jovem, versátil e atlético, pode expor com facilidade os tackles adversários que tem dificuldade para lidar com speed rushes.
Contra: Não possui um repertório variado de movimentos de pass rush para vencer os tackles adversários.
Possíveis opções: Pittsburgh Steelers (renovação), Los Angeles Rams, Arizona Cardinals.

Considerado por grande parte dos analistas como um bust até sua ótima temporada em 2019, Dupree é mais um dos casos em que há o questionamento se houve desenvolvimento do jogador ou se foi apenas uma temporada fora da curva. Se você esperar que ele se torne o principal pass rusher do seu time, tenha certeza que você se decepcionará, afinal, ele não possui um repertório muito grande de movimentos para vencer os tackles adversários. No sistema ideal, ele pode ser um EDGE útil por conta de seu atleticismo, todavia, não perca tempo esperando que ele repita os dígitos duplos em seu número de sacks na próxima temporada. O defensor é um candidato a receber a franchise tag por parte dos Steelers.

39. Joe Schobert (LB, Cleveland Browns)

Números em 2019: 16 jogos, 4 interceptações, 9 passes defendidos, 2 fumbles forçados, 2 sacks e 133 tackles.
Idade: 26
Pro: Excelente linebacker na cobertura contra o passe; baixo histórico de lesões.
Contra: Sua eficiência na defesa contra a corrida não é terrível, mas não se compara a sua capacidade de romper uma jogada aérea.
Possíveis opções: Denver Broncos, Philadelphia Eagles, Cleveland Browns (renovação).

Na minha opinião, Schobert é o meio termo entre Cory Littleton e Blake Martinez na classe de linebackers desse ano – embora acredite que ele será mais barato que os dois. Em seu tempo no Cleveland Browns, sua maior fortaleza esteve na cobertura contra o passe; nos últimos 3 anos, ele acumulou mais de 100 tackles em todos eles, e seus problemas de saúde são mínimos. Se seu time procura um jogador capaz de defender o jogo aéreo no segundo nível e não pode competir com os altos preços de Littleton e Martinez, então Schobert é o nome ideal – acho que o valor de mercado não será diferente dos 9 milhões de dólares anuais de Jordan Hicks com o Arizona Cardinals em 2019.

40. Bashaud Breeland (CB, Kansas City Chiefs)

Números em 2019: 16 jogos, 2 interceptações, 8 passes defendidos e 48 tackles.
Idade: 28
Pro: Sólido cornerback nº2 que pode jogar tanto por fora quanto no slot.
Contra: Sua agressividade faz com que esteja propenso a ceder big plays vez ou outra.
Possíveis opções: Kansas City Chiefs (renovação), Los Angeles Rams, Seattle Seahawks, Denver Broncos.

Acredito que, assim que você sabe adequar suas expectativas na vida, as coisas fluem melhor, e farei o mesmo aqui com Breeland. Ele não vai resolver instantaneamente todos os problemas de seu time para defender o passe, mas ele é um cornerback sólido que atua majoritariamente em press coverage e que pode ser um complemento ideal a um nome de mais peso. Além disso, ele não vai exigir muito dinheiro, então o custo-benefício da contratação pode ser ótimo.

41. Kyle Van Noy (LB, New England Patriots)

Números em 2019: 15 jogos, 6,5 sacks, 56 tackles, 3 fumbles forçados e 3 passes defendidos.
Idade: 28
Pro: Mostrou versatilidade para realizar diversas funções enquanto nos Patriots.
Contra: Sua falta de atleticismo limita bastante suas opções, já que os times não poderão utilizá-lo como um three-down linebacker.
Possíveis opções: Las Vegas Raiders, Miami Dolphins, New England Patriots (renovação).

Embora tenha se tornado um jogador consistente pelos Patriots depois de uma passagem horrível pelo Detroit Lions, o problema com relação à Van Noy é que, na teoria, ele pode fazer tudo, mas sua falta de atleticismo impede que ele possa jogar instantaneamente em qualquer sistema defensivo. Imagino que os times pensam em Van Noy como um jogador com melhor utilidade em jogadas de passe, tanto na cobertura quanto pressionando o quarterback. Seu valor de mercado fica perto dos 10 milhões de dólares anuais.

42. Leonard Williams (DL, New York Giants)

Números em 2019: 15 jogos, 0.5 sack, 46 tackles, 1 fumble forçado e 3 passes defendidos.
Idade: 25
Pro: Excelente na defesa contra a corrida como um defensive end num sistema 3-4.
Contra: Tem potencial para se tornar num bom pass rusher, mas ainda não o desenvolveu em 5 temporadas na liga.
Possíveis opções: New York Giants, Denver Broncos, Kansas City Chiefs.

O problema de Williams é viver sob a expectativa de uma antiga escolha de topo de primeira rodada. Ele não cumpriu essas expectativas, ok, mas ainda se tornou um jogador sólido capaz de causar pressão por diversos alinhamentos e uma boa arma contra a corrida. Ele ainda é jovem e, apesar do baixíssimo número de sacks em 2019, acumulou ao menos 16 hits no quarterback em todas suas temporadas na liga. Talvez com um outro time ele possa desenvolver todo seu potencial.

43. Eric Ebron (TE, Indianapolis Colts)

Números em 2019: 11 jogos, 31 recepções, 375 jardas e 3 touchdowns.
Idade: 26
Pro: Boa opção na red zone.
Contra: Apresentou regressão na última temporada e tem histórico de lesões.
Possíveis opções: Chicago Bears, New England Patriots, Green Bay Packers.

Para os times que não forem capazes de contratar Henry ou Hooper, Ebron pode surgir como opção secundária. Como vimos em 2018, ele pode ser uma excelente opção na red zone (13 touchdowns), apesar da regressão e das lesões no último ano. O grande problema está no preço: o valor de mercado de 8 milhões é um pouco alto para um jogador tão inconsistente, contudo, a necessidade na posição é grande para times como Patriots, Packers e Bears, então Ebron é um candidato à overpay.

44. Jamie Collins (LB, New England Patriots)

Números em 2019: 16 jogos, 7 sacks, 3 fumbles forçados, 3 interceptações, 7 passes defendidos e 80 tackles.
Idade: 30
Pro: Apesar de veterano, sua versatilidade é notável: foi excelente pressionando o quarterback, defendendo o passe ou forçando turnovers em 2019.
Contra: Ele pode manter esse altíssimo nível se atuar longe de New England? Parece improvável que equipe e jogador não renovem o contrato.
Possíveis opções: New England Patriots (renovação).

No guia de free agents do ano passado, Jamie Collins estava dentro do top 20; depois de uma temporada em que ele teve consideração legítima para o prêmio de Jogador Defensivo do Ano, ele caiu até a posição 43. Por qual motivo? Bem, ele é um excelente jogador no esquema do New England Patriots, e com a idade avançada que ele possui, é quase impossível imaginar um cenário no qual algum time pague dinheiro suficiente para impedir que ele volte aos Patriots em 2020 num contrato que certamente não seria de longa duração (spoiler: seria necessário uma quantidade absurda de dinheiro pra isso). Dado o contexto, vamos trabalhar com a possibilidade única de uma reunião entre jogador e franquia, num contrato de 2 anos.

45. Melvin Gordon (RB, Los Angeles Chargers)

Números em 2019: 12 jogos, 162 carregadas, 612 jardas e 8 touchdowns; 42 recepções, 296 jardas e 1 touchdown.
Idade: 26
Pro: Pode atuar nas três descidas e tem qualidade recebendo passes fora do backfield.
Contra: Tem extenso histórico de lesões no joelho, o que pode afetar seu desempenho – especialmente à longo prazo.
Possíveis opções: Miami Dolphins, Houston Texans, Tampa Bay Buccaneers.

Os números de Melvin Gordon no último ano não foram os melhores, mas são aceitáveis quando postos em contexto, afinal, Gordon perdeu tempo considerável de preparação para a temporada quando fez holdout em busca de um novo contrato com os Chargers. É difícil de imaginar ele voltando para a equipe dado o desgaste por conta de sua ausência somada a ascensão de Austin Ekeler, que se mostrou pronto para assumir inteiramente o backfield da equipe. Como sabemos, o mercado para corredores não é agradável, então o mega acordo que ele não conseguiu em Los Angeles não deve vir em outro time. Com sua capacidade de contribuir no jogo aéreo, ele tem utilidade nas três descidas.

46. Jimmie Ward (S, San Francisco 49ers)

Números em 2019: 13 jogos, 8 passes defendidos, 1 sack e 60 tackles.
Idade: 28
Pro: Extremamente confiável segurando o meio do campo e apresenta versatilidade para atuar como safety ou cornerback.
Contra: Somente uma temporada completa na liga em 6 anos de carreira.
Possíveis opções: New York Giants, Carolina Panthers, San Francisco 49ers (renovação).

Embora Ward tenha sido um excelente free safety em 2019 e seja de longe o melhor jogador da posição numa defesa dos 49ers que se destacou ao longo do ano, sua durabilidade impede que qualquer time aposte nele numa opção à longo prazo – ele só disputou uma temporada completa em sua carreira, em 2015. Ele é excelente cobrindo o meio do campo e, verdade seja dita, ele provavelmente será um upgrade na posição para a maioria das equipes que buscarem seus serviços. A questão é que essa é uma contratação com um risco considerável, então qualquer time que lhe oferecer um contrato de longo prazo estará entrando numa situação delicada.

47. Jarran Reed (iDL, Seattle Seahawks)

Números em 2019: 10 jogos, 2 sacks, 1 fumble forçado, 1 passe defendido e 27 tackles.
Idade: 27
Pro: Possui força de jogo suficiente para penetrar pelo interior da linha ofensiva e atacar os quarterbacks adversários.
Contra: Produção bastante inconsistente, especialmente em 2019.
Possíveis opções: Seattle Seahawks (renovação), Denver Broncos, New York Giants.

Depois de voltar de sua suspensão de 6 jogos por violar a política de conduta pessoal da liga, Reed não conseguiu repetir o desempenho monstruoso de 2018, quando foi uma força incrível pressionando os quarterbacks pelo interior da linha ofensiva. Apesar de ser uma força, ele é bastante inconsistente e está procurando por um contrato dentre 12 e 14 milhões de dólares por ano, bem acima de seu real valor de mercado; os times devem ter cuidado antes de assinar com o jogador num contrato de longo prazo.

48. Breshad Perriman (WR, Tampa Bay Buccaneers)

Números em 2019: 14 jogos, 36 recepções, 645 jardas e 9 touchdowns.
Idade: 26
Pro: Velocidade suficiente para esticar as defesas verticalmente
Contra: Embora tenha mostrado evolução no quesito em 2019, tem histórico notável de drops 
Possíveis opções: Philadelphia Eagles, Denver Broncos, Washington.

Se a necessidade do seu time é um recebedor que consegue esticar as defesas adversárias com sua velocidade, então Breshad Perriman é um nome que pode interessar no mercado. Embora ele não tenha cumprido as expectativas de escolha de primeira rodada nos Ravens, ele diminuiu consideravelmente o número de drops em sua passagem em Tampa Bay e teve bom desempenho quando Mike Evans e Chris Godwin estavam machucados no fim da temporada. Não é um nome sexy à primeira vista, mas que no valor certo pode ser um steal na free agency.

49. Blake Martinez (LB, Green Bay Packers)

Números em 2019: 16 jogos, 3 sacks, 1 interceptação, 2 passes defendidos, 1 fumble forçado e 155 tackles.
Idade: 26
Pro: Boa técnica de tackles com capacidade de atacar o quarterback por dentro.
Contra: Não é atlético o suficiente para evitar de ser exposto horizontalmente.
Possíveis opções: Philadelphia Eagles, Cleveland Browns, Washington.

O maior problema de Blake Martinez é que, embora seja um off-ball linebacker, ele não é atlético o bastante e pode ser exposto horizontalmente – vide o plano de jogo do San Francisco 49ers na final da NFC. É claro que ele tem seu valor em campo, porém, os times precisam de tomar cuidado com o preço: seu valor de mercado se projeta superior à 16 milhões de dólares, o que seria um overpay massivo pra um jogador do calibre de Martinez.

50. Devin McCourty (S, New England Patriots)

Números em 2019: 16 jogos, 5 interceptações, 7 passes defendidos, 58 tackles e 2 fumbles forçados.
Idade: 33
Pro: Ótima influência no vestiário e boa capacidade de forçar turnovers.
Contra: Aos 33 anos, não será a solução à longo prazo de nenhum time na posição.
Possíveis opções: New England Patriots (renovação), New York Jets, New York Giants.

Não existe dúvida da importância de McCourty ao sistema defensivo do New England Patriots. O time, que teve a melhor defesa contra o passe em toda a liga em 2019, teve no safety e em Stephon Gilmore os pilares de um sistema que parecia imbatível pelo ar e só mostrou sinais de fraqueza nos jogos finais da temporada. McCourty é uma ótima influência no vestiário e ainda joga num nível alto, mas terá 33 anos em setembro e seu preço não será barato – e New England não está na melhor das situações com sua folha salarial.

Por Henrique Bulio, Editor-Adjunto e Redator

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