Se o jogo entre Arizona Cardinals e Tennessee Titans fosse uma história em quadrinhos, com certeza seria aquelas à moda antiga: recheada de onomatopeias que ajudariam a ilustrar a surra dada pelos Cardinals, que venceram por 38 a 13. Uma partida completamente dominada pela equipe treinada por Kliff Kingsbury, que controlou as ações desde o princípio. Apesar do ataque ter pontuado muito bem, não dá para deixar de citar a defesa, em especial o EDGE Chandler Jones: foram 5 sacks e 2 fumbles forçados.
Como não cansamos de repetir, essa é uma liga de quarterbacks, e o nome que aparecerá em destaque sem sombra de dúvidas é o de Kyler Murray. Não é para menos, afinal, a performance do camisa 1 foi realmente digna de nota: 21 passes completos de 32 tentados, 290 jardas e 4 touchdowns. Além disso, ele contribuiu de forma sólida também pelo chão, com 20 jardas corridas e 1 touchdown.
Manter o nível é essencial
É preciso deixar uma coisa clara: todo jogador terá seu dia ruim em algum momento da temporada. Na posição de quarterback, isso é tão certo quanto a água ser molhada. Trata-se de uma função muito complexa e cheia de variáveis, que exige mentalmente demais do atleta. Ajustes finos são necessários o tempo todo e uma simples leitura errada pode colocar tudo a perder. Vale lembrar que são seres humanos e que seus sentimentos afetam seus resultados.
O problema de Murray é que ele não conseguiu nas suas duas primeiras temporadas oscilar de forma, digamos, moderada. Em 2020, o quarterback teve 8 jogos em que seu número de touchdowns passados foi igual ou menor ao de interceptações. 50% é um número muito alto para alguém que almeja a primeira prateleira da posição. Russell Wilson, um nome da posição conhecido por cair de produção durante o ano, teve 5 desses jogos.
Murray tem algo que embaralha por vezes a análise: a capacidade de fazer jogadas plásticas. Dono de um braço forte, mobilidade e agilidade fora da curva, ele é capaz de fazer um lançamento de 50 jardas contra o movimento do corpo. Não é exagero dizer que ele tem flashes de Patrick Mahomes, tirando coelhos da cartola em momentos complicados. Todavia, ao contrário do melhor quarterback da atualidade, por vezes seus tiros saem pela culatra, e é justamente esse o seu maior problema.





