Os Ravens terão mais repertório ofensivo na temporada do que apenas correr com a bola? Por mais que o jogo terrestre tenha sido eficiente e o motivo do sucesso no final de 2018, é preciso mais alternativas para o segundo ano com Lamar Jackson under center.
Como foi em 2018: (10-6, primeira posição na AFC North). Uma sequência improvável de seis vitórias nos últimos sete jogos do ano deu a Baltimore o título da AFC North, encerrando um jejum de cinco temporadas sem conquistas divisionais. A sorte e o destino da franquia mudaram quando Joe Flacco se machucou e Lamar Jackson assumiu a posição de quarterback na semana 11. O calouro e o remodelado ataque dos Ravens, contudo, não foram páreos para a forte defesa dos Chargers e caíram logo de cara no wild card.
Draft 2019
Baltimore gastou três das suas quatro primeiras escolhas em skill positions –ou seja, dois wide receivers e um running back. Embora muita gente tenha virado a cara para a seleção de Marquise “Hollywood” Brown na primeira rodada, foi um uma injeção de talento importante no ataque, sobretudo no carente corpo de recebedores.
Draftar o EDGE Jaylon Fergunson também parece ter sido uma decisão coerente, dada as perdas sofridas pela equipe na posição durante a free agency.
1ª Rodada (25): Marquise Brown, WR, Oklahoma
3ª Rodada (85): Jaylon Fergunson, EDGE, Lousiana Tech
3ª Rodada (93): Miles Boykin, WR, Notre Dame
4ª Rodada (113): Justice Hill, RB, Oklahoma State
4ª Rodada (123): Ben Powers, G, Oklahoma
4ª Rodada (127): Iman Marshall, CB, USC
5ª Rodada (160) Daylon Mack, iDL, Texas&M
6ª Rodada (197) Trace McSorley, QB, Penn State
Free Agency 2019
O mercado foi bastante cruel com os Ravens, mais cruel do que com qualquer outra franquia. É raro ver um time perder um terço da sua excelente defesa titular de um ano para o outro – destaque para as baixas de C.J. Mosley, Eric Weddle, Za’Darius Smith e Terrell Suggs. Destes, apenas Weddle foi reposto à altura.
Principal Reforço: Earl Thomas, S. O ex-membro da Legion of Boom será um futuro membro do Hall da Fama, o que naturalmente o transforma na principal contratação. Sim, foram várias lesões nos últimos três anos, mas quando Thomas está em campo não há safety melhor na NFL. Sua capacidade de cuidar praticamente sozinho de todo o fundo do campo traz muitas opções e versatilidade à defesa.
Principal perda: Za’Darius Smith, EDGE. Suggs é um ídolo e um lendário jogador dos Ravens, mas ele já tem 36 anos e está próximo de pendurar as chuteiras, portanto sua ausência era iminente e previsível. Smith, por outro lado, foi o principal pass rusher do elenco em 2018, esteva em ascensão e parecia ser o futuro na posição.
O plano obviamente é correr com a bola, mas não pode ser só isso
Além de marcar o fim de uma era, a troca de Joe Flacco por Lamar Jackson significou uma automática mudança na filosofia ofensiva da equipe. O ataque tradicional dos Ravens, baseado no tradicional estilo pocket passer de Flacco, deu lugar ao ataque diferentão, ultraterrestre e focado nos atributos únicos de Jackson – acima de tudo sua velocidade, atleticismo e mobilidade correndo com a bola. Baltimore, do dia para a noite, tornou-se um time com orientação terrestre e com muita criatividade na hora de correr com a bola, o que foi em grande parte o responsável pela virada de mesa na reta final da temporada e a vaga nos playoffs.
Em 2019, o plano claramente é continuar massacrando os adversários pelo chão. São vários os indícios: a contratação do running back Mark Ingram na free agency, a grande renovação com Nick Boyle – um tight end exclusivamente bloqueador -, o pouco caso com o corpo de wide receivers, a promoção de Greg Roman ao posto de coordenador ofensivo – Roman, para quem não se lembra, foi o arquiteto do ataque dos 49ers com Colin Kaepernick e do ataque dos Bills com Tyrod Taylor.
