Enfim, a era Marvin Lewis terminou no Cincinnati Bengals. Com estabilidade no emprego de head coach que faria inveja a qualquer empregado ou mesmo funcionário público mundo afora, Lewis dirigiu o time por 16 temporadas e foi em sete delas para os playoffs. Em todas, perdeu no primeiro jogo e não havia mais clima ou perspectiva de melhora. Os Bengals não vencem um jogo de playoff há mais de 25 anos.
Para seu lugar chega Zac Taylor, ex treinador de quarterbacks do Los Angeles Rams. Vindo da árvore de Sean McVay, espera-se que ele implante algumas modernizações que tirem a franquia do limbo atual.
Como foi 2018: (6-10, fora dos playoffs) Após iniciar de forma razoável a temporada, alternando vitórias e derrotas, o time chegou a semana 11 com cinco vitórias e quatro derrotas. Num jogo importante dentro da divisão contra o Baltimore Ravens, o quarterback Andy Dalton se machucou e foi o começo do fim. Com ele fora da temporada, o time degringolou e venceu apenas mais um jogo, ficando em último na divisão e consequentemente fora dos playoffs.
Draft 2019:
Um Draft de extremos, assim podemos definir as escolhas dos Bengals no último Draft. As positivas foram excelentes, como a de Jonah Williams, OT, Alabama. O melhor offensive tackle da classe, ele tem potencial para ser um All-Pro. Infelizmente se machucou nos training camps e perderá o ano, mas isso não diminui o valor da escolha. Em outro lado, houveram escolhas péssimas, como a de Drew Sample, TE, Washington. Jogador de rounds finais, é um escolha que não fez sentido algum na posição 54.
1ª rodada (11): Jonah Williams, OT, Alabama
2ª rodada (52): Drew Sample, TE, Washington
3ª rodada (72): Germaine Pratt, LB, NC State
4ª rodada (104): Ryan Finley, QB, NC State
4ª rodada (125): Renell Wren, iDL, Arizona State
5ª rodada (136): Michael Jordan, OC, Ohio State
6ª rodada (182): Trayveon Williams, RB, Texas A&M
6ª rodada (210): Deshaun Davis, LB, Auburn
6ª rodada (211): Rodney Anderson, RB, Oklahoma
7ª rodada (223): Jordan Brown, CB, South Dakota State
Free Agency 2019
A reconstrução começa de maneira não muito barulhenta nos Bengals. Numa free agency sem grandes movimentos, o time renovou com os tight ends Tyler Eifert e C.J. Uzomah, mas perdeu na posição Tyler Kroft para o Buffalo Bills. Aliás, dos Bills veio o guard John Miller. Outro nome importante é do cornerback B.W. Webb, que veio do New York Giants. O guard Clinton Boling anunciou a aposentadoria este mês e fará falta na rotação e o linebacker Vontaze Burfict e suas inúmeras suspensões migraram rumo ao Oakland Raiders.
Principal reforço: John Miller, OG. Não é que seja realmente um grandioso reforço, mas na ausência de bons nomes e com a recente aposentadoria de Clinton Boling, John Miller passa a ser um reforço importante, em especial na proteção ao passe. Miller cedeu apenas um sack em 2018 atuando pelos Bills.
Principal perda: Vontaze Burfict, LB. Não houveram grandes perdas em todo elenco e Burfict não pode ser considerado uma peça que fará falta imensa. O grande “x” da questão é que a reposição no já combalido grupo da posição foi inexistente e por isso o polêmico Burfict terá sua ausência notada em alguns momentos.
O duo Dalton-Green está próximo do fim
Nada representa mais a era Marvin Lewis que a parceria entre o quarterback Andy Dalton e o wide receiver A.J. Green. Se tiveram bons momentos no início da parceria, os últimos três são lembranças de um passado que não voltará e que por muito tempo foi insistido por Lewis. Mudanças já deveriam ter acontecido e sob o comando de Zac Taylor a dupla deve ter seu último suspiro em conjunto na temporada que vem chegando.
Dalton estacionou no meio da linha da posição e estabeleceu um parâmetro para o quarterback mediano: nem tão ruim para que seu time seja top 5 no Draft e nem tão bom que possa levar o time a sonhar com algo maior. Já Green é talentoso e mesmo com a idade avançando mantém boa produtividade, mesmo com todos elementos contrários. Dalton pode ser cortado sem dano a folha salarial do time em dead cap (o famoso “dinheiro morto”) e Green está em seu último ano de contrato. Não será de se estranhar se um dos dois não terminar a temporada em Cincinnati, sendo trocado para algum outro time da liga.
