Imagine que você é um torcedor fanático do Cleveland Browns que acabou de ver o time vencer o título de divisão. Feliz da vida, resolve sair com a sua namorada ou namorado para comemorar. Vocês decidem ir ao cinema assistir De Volta para o Futuro 2, o filme do momento que todo mundo está comentando. A caminho da sessão, você liga o rádio do carro e ouve as últimas notícias a respeito do fim da Guerra Fria e das perspectivas para o futuro da União Soviética. Terminado o boletim informativo, o mais novo sucesso de Rick Astley começa a tocar.
O ano é 1989. Marty McFly acabara de viajar para 2015, encontrando um futuro utópico com hologramas, skates voadores e Chicago Cubs campeões da World Series; o primeiro filme do Batman havia saído há poucos meses e ‘Os Simpsons’ ainda eram uma esquete mal desenhada no The Tracey Ullman Show. No mundo da música, Madonna comprou briga com todo o Cristianismo por causa de Like a Prayer e quase levou a Pepsi para o buraco, Al Sobrante era o baterista da banda Sweet Children (essa referência você talvez tenha que procurar no Google) e Taylor Swift ainda era um bebê recém-nascido. Politicamente, o planeta estava abalado pela queda do Muro de Berlim e a quase candidatura de Silvio Santos à Presidência da República.
O ano é 1989 e, basicamente, assim era o mundo na última vez que o Cleveland Browns ganhou um título de divisão. Você pode pensar que talvez estejamos querendo rir da desgraça da equipe, mas o motivo para escrevermos este texto é muito mais nobre do que isso. Aparentemente, a fábrica de tristezas encerrou suas atividades e Cleveland nunca esteve tão perto de acabar seu martírio: após uma free agency excelente e uma fundação sólida trazida de 2018, a franquia disparou nas bolsas de aposta e hoje se coloca como favorita à conquista da AFC North e até candidata ao Super Bowl.
