Antes do início da temporada regular de 2019, pouco crédito era dado ao Buffalo Bills. Era possível enxergar que a defesa era consistente e sólida, como foi em 2018, mas o ano da franquia dependeria muito da evolução de Josh Allen como quarterback, e se ele seria capaz de dar o próximo passo. Bem, a ida aos playoffs comprova que as necessidades foram cumpridas: a defesa exibiu atuações acima do esperado e foi uma das melhores unidades da liga; no ataque, Allen ainda demonstra alguns problemas básicos, mas vem se tornando um quarterback melhor e que prossegue com seu alto teto.
A eliminação diante do Houston Texans foi dura e é um baque na temporada de Buffalo, pois o jogo esteve na mão da equipe durante três quartos. Não há, todavia, motivos para o desânimo ou o desespero. A dor da saída precoce da pós temporada é entendível, mas o futuro dos Bills se mostra extremamente promissor, ainda que seja, em grande parte, depende do progresso de Allen e de sua capacidade de se tornar um verdadeiro franchise quarterback. Allen pode dar esse grande passo? A defesa da equipe permanecerá em alto nível? O que falta para a equipe se tornar uma postulante ao Super Bowl? As dúvidas existem e a suas respostas serão a base do futuro da franquia na liga.
Allen pode ser o cara de Buffalo?
A derrota para os Texans, no último sábado, foi um simbolismo marcante do período de Allen em Buffalo: um quarterback divertido de se assistir e com alto potencial, mas, também, insano. Como de todo caos é possível extrair a ordem, contudo, foi possível observar no confronto a direção para a qual o ataque dos Bills deve fluir, e que favorecerá o futuro do segundanista na equipe. No primeiro drive da partida – e que resultou no touchdown recebido pelo quarterback -, Allen foi colocado em duas situações que ampliam positivamente seu estilo de jogo: as corridas designadas para ele e os lançamentos em movimento.
Excepcional atleticamente e com um braço que é capaz de realizar passes contra o movimento do corpo, Allen precisa estar em um plano de jogo que seja condizente com suas qualidades. O processamento mental ainda é um problema, principalmente quando colocado sob pressão, mas é um aspecto que pode ser trabalho e o bom trabalho de Brian Daboll, coordenador ofensivo da franquia, indica mais um passo adiante nesse sentido.
Ainda que a evolução esteja clara, entretanto, é inegável que Allen foi o calcanhar de Aquiles da equipe nos playoffs e a contínua melhora precisa estar presente para que Buffalo seja capaz de disputar o Super Bowl nos próximos anos. Para isso, além do prosseguimento do trabalho com o próprio quarterback, leves mudanças em seu entorno devem ser realizadas.
A principal dela reside no corpo de recebedores: John Brown, Cole Beasley e Duke Williams são bons nomes, mas um wide receiver de peso é essencial para auxiliar Allen durante o processo. Para a sorte da franquia, a classe da posição no próximo Draft é prolífica e profunda – com nomes como CeeDee Lamb, Jerry Jeudy e Henry Ruggs – e é provável que algum dos calouros esteja disponível na 22ª escolha.
