4 Descidas: Com trocas, Rams e Eagles mostram que é importante capitalizar no contrato de QB calouro

Quatro Descidas é a coluna semanal de Antony Curti sobre a NFL, publicada todas as segundas. São quatro assuntos e não mais que 3000 palavras (ou quase… Às vezes vai passar). Para ler o índice completo da coluna, clique aqui.

1st and 10: O que fica da Trade Deadline de 2018

[dropcap size=big]O[/dropcap] último acordo coletiv0-trabalhista da NFL (2011) com seus jogadores estabeleceu uma cláusula anti-JaMarcus Russell. Em resumo, tabelou os contratos de calouros em função de onde eles são escolhidos no Draft – para evitar greves dos referidos primeiranistas antes mesmo deles jogarem e apostas pesadas em dinheiro antes do primeiro snap.

Um efeito-colateral que nem todos perceberam foi o custo de oportunidade positivo que isso gerou. Qual a posição mais cara da NFL? Quarterback. Se você tem um quarterback preso ao contrato de calouro, o que acontece? Sobra mais dinheiro para as outras posições.

Los Angeles Rams e Philadelphia Eagles, em Jared Goff e Carson Wentz, mostraram ao mundo essa tese. Na mesma toada, Chicago Bears e Houston Texans – o primeiro, mais – fizeram contratações para aproveitar esse espaço extra de manobra.

Enquanto não tiverem que renovar com Goff e Wentz, bora gastar dinheiro. Enquanto essa janela existir, bora ser agressivo. Rams e Eagles não param de fazer isso. Neste prazo de trocas, estourado há pouco às 17h, os dois fizeram movimentações importantes. Vamos falar delas aqui.

Trocas eram raras no prazo final em outros tempos, até porque o tempo de adaptação de alguns jogadores acaba sendo comprometido pela complexidade tática do futebol americano. Em outros esportes, como no beisebol, o cara chega num time novo e já joga. Na NFL, com os livros de jogadas sendo diferentes, isso não é tão fácil – falo mais sobre em meu livro.

Só que com o teto salarial aumentando em coisa de 10 milhões/ano, as franquias resolveram meter o louco e apostar – o custo de oportunidade é muito baixo em alguns contratos. Os Jaguars, no ano passado, fizeram isso ao trocar por Marcell Dareus na temporada passada.

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2nd and 8: Eagles precisavam se mexer – Redskins contra-atacam

Quem diria que, nessa altura do campeonato, o Washington Redskins liderariam a NFC East? Por mais que eu e o Eduardo falemos no podcast que era um time subestimado, era difícil vislumbrar essa liderança. Não por demérito de Washington, mas por mérito de Philadelphia. Afinal, são os atuais campeões e tinham um elenco completo.

Meses depois, Washington lidera a divisão e mostrou força defensiva contra o Carolina Panthers de Cam Newton e o Green Bay Packers de Aaron Rodgers. Mas ainda precisava de ajuda na secundária. Os Packers, por sua vez, não contavam mais com Ha Ha Clinton-Dix para o futuro de médio e longo prazo.

A troca aconteceu; Clinton-Dix tem 3 interceptações nesta temporada e é exatamente a ajuda que a secundária de Washington precisa. O front vai bem, obrigado – não era para menos, com tanto investimento em linha defensiva nos últimos Drafts. O setor de safeties era o que precisava de mais ajuda. Há um calouro, Greg Stroman, jogando um volume alto de snaps e que não vem bem. Daí o porquê da chegada de Ha Ha.

Do outro lado da divisão, os Eagles perderam Torrey Smith na intertemporada. Apostaram em Mike Wallace para ser aquele cara de profundidade, de ameaça funda. Ele machucou. Nelson Agholor está sofrendo com drops novamente. Então para isso, vem Golden Tate: coloca ele num lado, Alshon Jeffery do outro e move Agholor para o slot.

A ideia é que o reforço de Tate – que vem por uma escolha de 3ª rodada – melhore o ataque aéreo do time, especialmente quanto aos wide receivers. É bem verdade que o contrato de Tate acaba agora, mas com Wentz ainda em contrato de calouro, é a aposta que faz sentido.

Ideal seria se a troca fosse por DeSean Jackson, como alguns torcedores queriam, mas Golden Tate tem números semelhantes em big plays. Jackson tem 22 recepções com mais de 25 jardas após a recepção (desde 2010). Tate tem 21. Agholor pode jogar como flanker e Tate pode ser bem usado no slot, aliás, caso seja o caso. Por jogo, Golden tem 48 jardas por recepção nesta temporada quando alinhado como slot receiver.

A NFC East fica ainda mais interessante com esses reforços, que demonstram claramente como Eagles e Redskins são compradores nesse período – e brigando pela divisão, o por que de o serem. Ambas as trocas podem ajudar essa equipes, vai ser demais acompanhar a briga pela divisão.

Fiz dois vídeos sobre os assuntos, aqui para ver no YouTube: 
Eagles se reforçam com WR Golden Tate
Redskins se reforçam com Clinton-Dix na briga pela NFC East

3rd and 4: Rams ficam ainda mais apelões

Como disse no início da coluna, Rams e Eagles materializam os times que estão se aproveitando, com louvor, da estrutura contratual da NFL desta década. Às vésperas de enfrentar um New Orleans Saints em ascensão, os Rams deram um gás extra ao pegar um cara que estava sobrando um pouco nos Jaguars.




Jacksonville tem uma linha defensiva pra lá de recheada, com Calais Campbell, Yannick Ngakoue e recém draftaram Taven Bryan na primeira rodada neste ano. Assim, não faltam peças e com o excedente, Jacksonville consegue uma escolha de 3ª rodada e uma de 5ª por Dante Fowler.

Agora, a linha defensiva de Los Angeles conta com (o ótimo) Aaron Donald, Ndamukong Suh, o subestimado Michael Brockers e a ajuda de Fowler na rotação. Nada mal. É bem verdade que Dante não rende como uma outrora 3ª escolha geral de Draft (2015), mas ele é bem qualificado entre DE/OLBs – 13º neste ano, segundo a ESPN americana, em vitórias no pass rush.

Eu sinceramente não esperava que os Rams fossem investir ainda mais do que já investiram nas últimas temporadas. A defesa foi bastante reforçada na intertemporada, vale lembrar. Mas é cristalino, para a diretoria e todos em Los Angeles, que a janela É AGORA. Vencer o Super Bowl é possível, dado que o time é a franquia a ser batida na Conferência Nacional. Demonstrar força antes do confronto contra o “desafiante” New Orleans Saints é necessário.

Vencer um título antes do estádio novo abrir, numa cidade que ama vencedores e está, com o perdão da expressão, se lixando para times que não são competitivos, é medida de ordem desde que subiram no Draft por Jared Goff. A conta um dia vai chegar – isto é, quando tiverem que renovar com Goff – mas se essa conta for por um Vince Lombardi Trophy, vai sair barato.

Edições anteriores da coluna:
4 Descidas: A troca de Amari Cooper pode não ter vencedores
4 Descidas: Voltou a Dinastia, Apocalipse de Gruden e Cairo cortado dos Rams
4 Descidas: Afinal, por que as pessoas não mostram mais amor a Drew Brees?

4th and 2: Takes rápidos sobre as trocas do início da temporada até agora, sem contar as acima que eu já falei

Oakland Raiders troca o EDGE Khalil Mack para o Chicago Bears por  1ª rodada de 2019, 2020, 3ª em 2020 e 6ª em 2019: Mesmo perdendo um jogo por lesão nesta temporada, contra os Jets, Mack já mostrou por que um cara como ele vale tanto. Melhorou uma defesa que já era sólida e em certa altura da temporada estava com um sack/fumble forçado por jogo de média. Os Raiders, enquanto isso, sofrem sem pressionar o quarterback. Se escolherem um bom jogador para tanto em drafts futuros, beleza – mas dado o histórico de Gruden, o medo toma conta do torcedor.

Cleveland Browns troca o WR Josh Gordon para o New England Patriots por uma 5ª rodada de 2019: Saiu barato? Claro. Mas nenhum time teria um Bill Belichick com pulso firme para colocar Gordon na linha. Ele está jogando bem, mas ontem já vazou que ele se atrasou para um compromisso nos Patriots. Na próxima, é bem capaz que Belichick o mande para a rua. Mesmo assim, New England continua no lucro. 5ª rodada por um recebedor como Gordon é troco.

Cleveland Browns troca o RB Carlos Hyde por uma escolha de 5ª rodada para o Jacksonville Jaguars: Leonard Fournette machucado, o resto não rende e você tem Blake Bortles de quarterback. Não resta outra saída senão ligar para um time com uma penca de running back e foi o que os Jaguars fizeram. Cleveland, por sua vez  – leia-se John Dorsey, o general manager – acredita no calouro Nick Chubb e estão certos em abrir espaço para que ele jogue mais.




New Orleans Saints troca uma escolha de 4ª rodada no Draft de 2019 e uma de 7ª rodada no Draft de 2020 para o New York Giants pelo CB Eli Apple: na época do Draft de Apple, eu bati muito na tecla de que ele rendia muito mais por conta do resto da secundária de Ohio State do que por si. Os Saints devem achar a mesma coisa, porque metade da secundária é composta por jogadores de Ohio State. Aí trocam por Eli Apple. No primeiro jogo, contra os Vikings, ele não foi bem – mas ainda é cedo para julgar.

New York Giants troca o DT Damon Harrison por uma escolha de 5ª rodada para o Detroit Lions: Todos felizes aqui. Harrison é um excelente defensor contra a corrida, coisa que Detroit estava precisando. Os Giants, tankando, se livram de um contrato pesado.

Denver Broncos troca o WR Demaryius Thomas por uma escolha de quinta rodada (+ inversão de sétimas rodadas) para o Houston Texans: Do lado de Houston, era medida de urgência após Will Fuller se machucar na última quinta; ele está fora da temporada.

Assim, não tem como deixar praticamente só DeAndre Hopkins, por mais ninja que ele seja, com responsabilidade no ataque aéreo. As defesas iriam dobrar marcação nele e a coisa ia ficar complicada.

Para Denver, é um sinal de que acabou a temporada. Falei mais sobre neste vídeo.

Dallas Cowboys troca uma escolha de 1ª rodada para o Oakland Raiders pelo WR Amari Cooper falei mais sobre essa troca aqui nesta coluna, na semana passada. 

Green Bay Packers troca o RB/WR/KR Ty Montgomery para o Baltimore Ravens por uma escolha de sétima rodada em 2020: Não dá para ser mais barato do que isso. A exemplo de Clinton-Dix, não havia mais clima para Montgomery ficar em Green Bay – ainda mais depois do fumble em retorno que custou a partida contra os Rams.

Do lado dos Ravens, uma injeção de ânimo para o jogo terrestre. Alex Collins tem 3,7 jardas por carregada e Buck Allen, apenas 2,7. Considerando que o custo para Baltimore foi MUITO baixo, é uma boa aposta.

Ufa, é isso. Amanhã gravamos podcast com mais. Lembrando que em meu YouTube tem bastante análise de trocas, dá uma olhada lá. 

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