Com 24 horas para a abertura oficial da Free Agency, a novela Tom Brady segue para o final e tem poucos contornos previsíveis. Tudo o que sabíamos é que ele testaria o mercado e que, além de uma potencial renovação no New England Patriots, havia rumores de haver interesse pelo Las Vegas Raiders, Los Angeles Chargers e Tennessee Titans. Em 11 de março, mais um time entrou na briga: o Tampa Bay Buccaneers do head coach Bruce Arians.
O repórter Rick Stroud, do Tampa Bay Times, falou que os Bucs iriam atrás de Brady com uma proposta pesada. A frase de Stroud, segundo sua fonte, é “all-in”, como no poker. A ideia partiu do núcleo operacional do time, Arians e o general manager Jason Licht. Ainda, a família Glazer, controladora do time (e, fun fact, também do Manchester United) estava preparada para assinar o cheque.
A proposta, de fato, veio. 30 milhões por ano, segundo Ian Rapoport. Antes, Adam Schefter reportou que havia um acordo verbal. Então, a menos que uma grande reviravolta ocorra, é isso: Tom Brady é um Tampa Bay Buccaneer.
Motivos pelos quais isso faz sentido:
i) Não há imposto de renda estadual na Flórida: Bom, considerando um jogador de 43 anos que está em seu último contrato, parece mais do que óbvio que a questão financeira seja considerada. Ainda mais pensando que Brady deu seguidos “descontos” para os Patriots em contratos anteriores. Agora, com a free agency “ligada”, não parece ser o caso. Também pensando em dinheiro, os Buccaneers têm bastante espaço na folha de pagamento para encaixar o contrato do camisa 12.
ii) Histórico de Bruce Arians: Chamado de “Encantador de Quarterbacks”, Arians já teve passagem por comissões técnicas que contaram com Ben Roethlisberger, Andrew Luck e Peyton Manning. Seu último grande trabalho com um quarterback experiente aconteceu em Arizona: com um Carson Palmer até então desacreditado, Arians chegou à final da Conferência Nacional em 2015.
iii) Mike Evans & Amigos: O corpo de recebedores dos Buccaneers é consideravelmente melhor que o do New England Patriots. Ele é encabeçado por um dos nomes mais subestimados da liga, Mike Evans. Para além dele, ainda há o sólido Chris Godwin e dois tight ends com capacidade de produzir em O.J. Howard e Cameron Brate.
Motivos pelos quais isso não faz sentido:
i) A divisão é forte e, bem, é a NFC: Talvez isso pese na escolha, considerando que Brady teve vida amigável na Conferência Americana em relação ao equilíbrio perene da Conferência Nacional. Mesmo com Brady under center, os Buccaneers não seriam favoritos na divisão; Esse trunfo ainda seria do New Orleans Saints. Ainda há um Carolina Panthers que pode aprontar e roubar vitórias e um Atlanta Falcons que pode surpreender e voltar ao topo com a dupla Matt Ryan – Julio Jones. Está longe de ser uma divisão fácil.
ii) O esquema tático não faz muito sentido pensando nas habilidades de Brady: Vide Jameis Winston e Carson Palmer, os quarterbacks de Bruce Arians costumam estar em sistemas verticais que usam o braço forte. Coisa que, bem, Brady não tem mais já há algum tempo. Considerando que ele tem 43 anos… Não faria muito sentido. Será que Arians adaptaria o sistema para tanto? Ainda, eu mencionei os nomes mas também tenho que mencionar a (baixa) produção: os tight ends, que há muito nesta década são melhores amigos de Tom Brady, não costumam ser muito utilizados por Arians.
iii) A linha ofensiva não é aquela maravilha: Não é como se a linha ofensiva dos Bucs tivesse feito um trabalho tão melhor do que a dos Patriots. Segundo o Football Outsiders, a “win rate” nos bloqueios das duas unidades foi semelhante na temporada de 2019. Com 43 anos e tendo, supostamente, jogado com uma lesão no ombro ano passado, proteção deve ser algo a ser considerado por Brady na free agency.
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