10 Opiniões: os Patriots envergam mas não quebram, para a surpresa de ninguém

[dropcap size=big]A[/dropcap] coluna 10 opiniões é a forma de você rapidamente se inteirar sobre os principais assuntos da semana na NFL.

Postada toda quarta-feira com Henrique Bulio, inclusive durante a temporada regular da NFL e uma forma de você rapidamente ficar informado! Confira aqui o índice completo da coluna.


  1. Ainda que a AFC tenha Chiefs e Chargers como nomes mais ‘quentes’ e comentados, não se pode esquecer da principal superpotência da conferência mesmo num ano em que não sejam os principais favoritos: os Patriots continuam sendo o mesmo nome ameaçador que em todos os anos.

No shit, Sherlock. 9-3 no geral, 6-0 em casa e em segundo lugar na AFC e “…não sejam os principais favoritos”. Bem… Kansas City é indubitavelmente o principal favorito com aquele ataque, mesmo que New England já tenha vencido-o nessa temporada – jogar no Arrowhead é um inferno, diferente de jogar em casa em Foxboro. Depois, temos os Chargers, que acabaram de derrubar os Steelers em Pittsburgh mesmo sem um de seus principais jogadores e que são um time extremamente eficiente dos dois lados da bola – Los Angeles só não deve ter jogos em casa na pós-temporada por fazerem parte da mesma divisão que Kansas City.

Bom, chega, vamos voltar aos Patriots. Pessoalmente falando, não tenho ficado impressionado com o ataque do time em 2018. Brady não tem jogado no nível acima de todos que nos acostumamos a ver, os recebedores parecem que estão declinando de qualidade num âmbito geral e nem mesmo Rob Gronkowski é a força de outrora. Esse ano parece diferente – e bem, isso já foi dito em outros anos, mas 2018 realmente parece diferente.

MAS os Patriots continuam possuindo uma defesa de bom nível – por mais que você, torcedor, ache que essa afirmação não é tão real. O time cede atualmente a nona menor marca de pontos por jogo da liga (21.6 ppg), mesmo tendo apenas 19 sacks em todo o ano – o segundo pior número da NFL. As 14 interceptações na temporada também ajudam bastante num geral.

E a principal vantagem da defesa dos Patriots é como ela limita os principais jogadores dos adversários. No último domingo, por exemplo, Adam Thielen foi praticamente anulado por meio de como Belichick preparou seu esquema defensivo. O mesmo aconteceu com Davante Adams no jogo contra os Packers. Sim, a defesa dos Patriots tem suas falhas, e ela não chega a ser de elite. Mas não quebra com facilidade, também. E, como já vimos ao longo das últimas duas décadas, isso é mais do que o suficiente para que Brady e Belichick dominem seus adversários.

2. Eu ainda acho que o melhor nome para head coach dos Packers é o de John DeFillippo, coordenador ofensivo dos Vikings. Sua passagem em Minnesota não tem sido inspiradora, e seus problemas com o treinador Mike Zimmer estão ficando cada vez mais expostos. Eu ainda acho que ele seria um nome excelente para treinador principal da equipe.

Flip foi o treinador de quarterbacks dos Eagles por dois anos, e o responsável dia sim, dia também, por acompanhar o desenvolvimento de Carson Wentz. Além disso, ele foi o responsável por coordenar o ataque de Philadelphia na red zone ao longo de sua passagem pela organização. Não existem limites para o elogio ao seu trabalho da época: basicamente, todos da franquia falam muito bem de Flip.

Ele se encaixa perfeitamente na onda de treinadores ofensivos e jovens. É bem verdade que seu trabalho em Minnesota tem sido um pouco decepcionante, mas montar bons ataques (ou boas defesas) está longe de ser a principal das funções de um head coach. Eu gostaria de ter visto Flip com Kliff Kingsbury, recém-dispensado de Texas Tech e um mestre do ataque Air Raid. Com um bom coordenador ofensivo e, sabendo de seu método de trabalho, eu apostaria que a contratação de DeFillippo por Green Bay seria um sucesso.

3. Somos muito sortudos de vermos Deshaun Watson saudável. Mesmo que sem o mais forte dos braços e com uma estatura que não é a ideal, Watson tem sido espetacular também em seu segundo ano, e um dos pilares da excelente campanha do Houston Texans nesse ano. Ele tem mais e mais mostrado atributos de um quarterback de elite, e tudo que ele faz em campo parece ser especial.

As classes de quarterbacks dos últimos dois anos serão muito bem lembradas na história, se tudo sair como aparenta. Mitchell Trubisky tem evoluído cada vez mais em Chicago, Patrick Mahomes e Deshaun Watson tem sido mágicos em Kansas City e Houston, e os primeiros sinais são extremamente positivos em Baker Mayfield, Sam Darnold, Josh Allen, Josh Rosen e Lamar Jackson.

4. Os Panthers precisam sair da pré-história e demitir Ron Rivera. O primeiro passo para a melhora da organização num âmbito geral foi dado quando Jerry Richardson deixou o posto de dono e David Tepper ocupou o cargo. O uso de analíticas é agora incentivado, e, bem, é ótimo que a NFL tenha menos uma pessoa acusada de assédio sexual envolvida na liga. Isso é nojento.

O passo mais à frente agora será a demissão de Ron Rivera. Está claro que as chances dos Panthers ganharem tudo com o treinador no seu comando são quase inexistentes – o péssimo aproveitamento do potencial de Cam Newton ao longo da década é uma boa prova disso. Diversas ações e declarações ao longo do ano também são questionáveis, e ainda que ele tenha tido bons momentos no comando da equipe, Carolina precisa de novos ares, preferencialmente mais modernos. Isso não envolve Ron Rivera.

5. Falando de demissões, Marvin Lewis de alguma forma sobreviveu em 2017; isso não pode acontecer em 2018. Nos acostumamos a esperar a mediocridade do Cincinnati Bengals ao longo do tempo – não me entenda errado: Mike Brown é um general manager horrível e suas decisões conservadoras sempre limitam a equipe. A possível saída de Lewis do comando da equipe em 2017 parecia que seria um passo à frente em direção aos melhores dias. Então, é claro, Lewis ganhou uma extensão contratual ao fim da última temporada, e cá estamos novamente.

Mais um ano de Lewis no comando, mais um ano de desempenho muito abaixo da média, mais um ano sem sucesso, mais um ano sem playoffs. É a mesma fórmula desde 2003 e com quase nada de sucesso desde então. Mike Brown TEM de tomar a decisão certa dessa vez, e essa decisão se chama chutar Marvin Lewis.

Ah, e claro, não contratar Hue Jackson para ocupar o cargo que ficará vago.

6. Ainda que não seja um treinador defensivo, não me parece uma ideia boa cobrir Keenan Allen com um linebacker. Pittsburgh teve essa ideia excelente pela maior parte do jogo no último Sunday Night Football – essa thread do @SharpFootball explica melhor -, e obviamente não deu certo. Fizeram-no na jogada mais importante da partida: obviamente, não deu certo. Continuamos a ver ano sim, ano também, os Steelers cometendo erros imbecis que acabam afetando sua temporada como um todo, e num jogo importantíssimo para efeito de classificação na AFC, isso não foi diferente.

Importante notar que a chance desse confronto se repetir na pós-temporada é muito grande, já que os Steelers devem terminar o ano como seed #4 na AFC e os Chargers como seed #5. Se de fato acontecer a repetição do confronto no wild card, Pittsburgh não pode de forma alguma cometer o mesmo erro.

7. A playoff picture da AFC pode sofrer uma grande mudança dependendo do que acontecer em Miami no próximo domingo. Ainda que os Dolphins sejam os Dolphins, o time venceu em quatro das últimas cinco vezes que os Patriots visitaram-nos em Miami. A visita anual desse ano acontece no próximo domingo, e os donos da casa estão ainda vivos na briga pelo wild card. Então, é um jogo MUITO importante.

E para New England, também não é ‘só’ mais um jogo. Os Patriots tem 9-3 no momento atual e a segunda colocação na AFC, empatados com os Texans – a vantagem é por conta do confronto direto. Uma derrota pode fazer a equipe sair da posição de uma semana de folga na primeira semana e participar do Wild Card Round, o que não ocorre desde 2009. Esse é um jogo importantíssimo.

8. Outro jogo que você não pode deixar de assistir na próxima semana: Eagles @ Cowboys. Philadelphia precisava de vencer os dois jogos contra New York e Washington para ter qualquer chance de ainda disputar a divisão no mês de dezembro, e cumpriu a missão com sucesso. Do lado de Dallas, o surpreendente desempenho de elite da defesa catapultou o time para quatro triunfos consecutivos e o topo da NFC East, que parecia terra de ninguém na primeira metade da temporada.

Os atuais campeões, com uma campanha de 6-6, estarão empatados com Dallas se vencerem o confronto. Os Cowboys são favoritos por terem uma defesa jogando em altíssimo nível e por terem limitado o melhor ataque da NFL a apenas 13 pontos na última quinta-feira – os Eagles terão seis dias de descanso até o jogo no domingo; os Cowboys, dez.

Dallas é bastante favorito. Porém, Philadelphia também era favorito no primeiro confronto em casa, e os Cowboys saíram vencedores. É praticamente vida ou morte para os Eagles, e se os Cowboys triunfarem a NFC East fica 98% assegurada. Não perca esse jogo.

9. Um pensamento rápido sobre o Playoff do College Football: justo. Alabama é o melhor time do país e Clemson o segundo melhor: com os títulos de conferência e invictos, é impossível tirar-lhes das respectivas posições de 1º e 2º. Depois, Notre Dame terminou a temporada regular invicta, e mesmo que eu não ache o time tudo isso, é injusto deixar-lhes de fora.

Por fim, dentre Oklahoma, Ohio State, Georgia e UCF, a escolha pela primeira universidade foi a correta. Ohio State só teve um jogo realmente grandioso na temporada, Georgia teve duas derrotas no ano – mesmo que uma delas tenha sido o incrível confronto contra Alabama na final da SEC – e, embora eu ache realmente injusto o método de seleção com relação ao fator UCF, não há como discordar que Oklahoma, com um dos melhores ataques do país e campeã da Big XII, merece mais a vaga.

10. Sessão semanal de prêmios, semana 13

Melhor jogada da semana: Precisando urgentemente de uma vitória para manter suas chances de playoffs ainda vivas, os Titans perdiam para os Jets por 22 a 19 com a bola na linha de 11 jardas do campo de ataque. Numa 3rd & 6, Mariota conectou com Corey Davis na linha de cinco jardas, e o recebedor quebrou um par de tackles para alcançar a end zone e vencer a partida para Tennessee, mantendo as chances de pós-temporada ainda vivas para a equipe.

Pior jogada da semana: Perdendo por 20 a 0 no segundo quarto e com uma 3rd & 10 na linha de 38 jardas, Baker Mayfield já havia lançado duas interceptações no confronto. Correndo para a direita para escapar da pressão e com caminho aberto para conquistar o first down com as pernas, Mayfield lançou uma bola em direção à end zone sem qualquer sentido, numa cobertura tripla dos Texans e num claro de erro de calouro. Houston conseguiria o turnover fácil e a partida ficaria praticamente fora de alcance com o drive terminando sem pontos.

Jogada subestimada da semana: Num jogo sem transmissão para o Brasil, esse detalhe provavelmente passou batido pela derrota do time em questão na prorrogação, porém, perdendo por 27 a 20 com apenas três segundos restantes no último quarto, os Bears tinham a bola na linha de uma jarda. O time rodou uma variação da famosa Philly Special, com Tarik Cohen lançando um passe para Anthony Miller com o cronômetro zerado e anotando o touchdown. De toda forma, os Giants anotariam um field goal na prorrogação e venceriam o duelo.

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