Free Agency da NFL foi menos movimentada neste ano em relação ao ano passado? Difícil dizer. Embora na temporada passada tenhamos a saga de Kirk Cousins e neste ano fosse um tanto quanto óbvio o destino de Nick Foles para os Jaguars, tivemos a troca de Antonio Brown e de Odell Beckham Jr. Sim, eu sei, não eram free agents – mas conta como se fosse em termos “temporais”, dado que março é mês de Free Agency da NFL e contratação de free agent ou troca entre times não deixa de serem… Compra e Venda, no final das contas.
Lado jurídico meu à parte para justificar a inclusão de tudo o que aconteceu no mês para este texto, vamos usar este artigo com superlativos para te ajudar a digerir o que de mais importante rolou na Free Agency. É um período com muitas movimentações e jogadores trocando de time e sabemos que há muitos fãs que gostam dos jogos e tão somente deles – mas, como há muito digo, é na offseason que se nascem os campeões.
Dito isso, vamos aos vencedores. O texto de 7 perdedores da free agency você confere aqui como texto ex exclusivo de nossos assinantes ProClub – você pode lê-lo de graça, são 7 dias grátis para testar, basta se cadastrar.
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Contratos da Free Agency de 2018 mostraram-se desastrosos
Nick Foles
Como já é tradição, o melhor quarterback disponível na free agency costuma ser o mais bem pago e, geralmente, com uma quantia gorda. Foles conquistou o Super Bowl pelo Philadelphia Eagles, manteve o time na briga por pós-temporada no ano passado e, agora, capitaliza na free agency. Sua próxima missão é fazer a frase “o Jacksonville Jaguars está a um quarterback decente de ser mais competitivo” se tornar verdade.
Foles não teve muitos times interessados justamente porque seu destino já era uma carta marcada. Com a chegada de John DeFilippo na Flórida para ser coordenador ofensivo da franquia, Nick teria um reencontro com seu técnico de quarterbacks nos Eagles em 2017, na campanha campeã do Super Bowl. DeFilippo foi de fundamental importância na preparação de Foles a partir do momento em que Carson Wentz se machucou. O trabalho foi bem feito e ele ganhou uma chance como coordenador ofensivo em Minnesota, sendo mandado embora no meio do ano passado – agora ganha uma nova chance com Foles.
Será interessante ver como o ataque do Jacksonville Jaguars opera na próxima temporada. Era notório que sem Leonard Fournette a unidade ofensiva fluía melhor – porque com ele parecia haver a necessidade de correr em momentos óbvios demais. O problema é que sem ele, no jogo aéreo, havia Blake Bortles. Agora há Foles, indiscutivelmente um quarterback mais bem preparado.
Nos cassinos de Las Vegas ou em qualquer outro site de apostas brasileiro, houve melhora na cotação dos Jaguars após a chegada de Foles. A vitória do time no Super Bowl, antes da Free Agency, pagava 55 para 1. Agora, paga 33 para 1.
Falando em dindin, Foles também capitalizou nesse sentido, obviamente. Seu contrato em Jacksonville é de 4 anos e 88 milhões. Na parte que importa, o dinheiro garantido, são 50 milhões. Parece bastante e é: Foles agora é o 11º quarterback mais bem pago da NFL na média de dinheiro/ano.
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Green Bay Packers e Aaron Rodgers
Finalmente o Green Bay Packers se mexeu para ajudar seu quarterback, Aaron Rodgers. Há males que vem para bem. A péssima temporada do time no ano passado, que culminou com a demissão de Mike McCarthy no meio do campeonato, parece ter acendido o alerta de “vamos ajudar o Rodgers porque não é todo dia que se tem um cara assim no elenco”.
É bem verdade que o ano de Rodgers foi atípico – discutivelmente sua pior temporada desde 2008, o primeiro ano como titular. Mas, de toda sorte, é um grande quarterback e os Packers precisavam fazer contratações para reforçar o time e aproveitar os últimos quatro ou cinco anos da carreira de Aaron.
Assim o fizeram. E, vale dizer, não era assim nos anos anteriores. Olha o montante de dinheiro garantido em contratos assinados pelos Packers nos últimos anos.
2015: 500 mil
2016: 3,8 milhões
2017: 11 milhões
2018: 25,4 milhões
2019: 57 milhões
Um aumento de 500% em dois anos (2017-2019) e o dobro do ano passado para este. Em maioria, a ajuda para Rodgers veio no lado defensivo da bola – o que pode inclinar um Draft com peças ofensivas no meio do recrutamento. Green Bay assinou com os EDGEs Za’Darius Smith e Preston Smith e mais o safety Adrian Amos, ex-Bears. O contrato de Amos é fantástico e os dois Smith são sangue novo após a não manutenção de Clay Matthews e Nick Perry – que, embora tenham gloriosa carreira em Wisconsin, há algum tempo não rendem como o time precisa no lado defensivo da bola.
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Safeties como um todo
Como você viu acima, já citei um safety e, a bem da verdade, poderia citar praticamente todos nesta free agency. O maior contrato em duração foi para Landon Collins, que não foi renovado/taggado pelos Giants e assinou por seis anos e 84 milhões com o Washington Redskins, rival de divisão. A defesa de Washinton contra o jogo terrestre fica bem interessante e, numa divisão na qual se joga duas vezes contra Cowboys/Zeke Elliott e Giants/Saquon Barkley, era medida importante.
Earl Thomas foi outro que encheu o bolso de dinheiro. Thomas, 30 anos, queria um contrato de “prove-se” e apenas um ano – mas acabou seduzido pela proposta de Baltimore (que, naquele momento, precisava contra-atacar na subida do Cleveland Browns como favorito na AFC North). O contrato é de 4 anos e 55 milhões.
A bem da verdade, é um reflexo do 2018: depois de um ano fantástico dos ataques, a NFL se mexe como sempre. As defesas são reflexos do ataque e a demanda por bons jogadores de secundária cresceu. Depois de ter Pat Mahomes ateando fogo na liga, os Chiefs perceberam que era necessário alguém do outro lado da bola e assinaram com Tyrann Mathieu por 3 anos e 42 milhões, por exemplo. Abaixo, mais contratos ricos para jogadores da posição:
Adrian Amos, Packers: 4 anos, 37 milhões
Lamarcus Joyner, Raiders: 4 anos, 42 milhões
Kareem Jackson, Broncos: 3 anos, 33 milhões
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A galera que saiu dos Patriots (Flowers/Brown/Patterson)
Poderia colocar individualmente aqui, mas vamos aglomerar. Já é costume que Bill Belichick não renove por rios de dinheiro com jogadores de trincheiras – o costume patriota é de achar essas peças no Draft e moldá-las de acordo com o sistema do time. Dante Scarnecchia é o melhor técnico de linha ofensiva da NFL e consegue como poucos fazer essa lapidação. Do outro lado da bola, Bill Belichick é um gênio defensivo e, bem, também consegue fazê-lo.
New England não renovou com Nate Solder em março do ano passado e, agora, faz o mesmo com Trent Brown. Ele teve uma atuação fantástica no Super Bowl e, agora ganha o maior contrato para um jogador de linha ofensiva. São 4 anos e 66 milhões, sendo 36,2 garantidos. Com isso, Brown terá o segundo maior contrato na folha do Oakland Raiders.
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Não foi só ele que capitalizou. Depois de uma classe rasa de free agents na posição de EDGE por conta de múltiplas franchise tags, Trey Flowers apresentava-se como o principal destaque da posição. Natural, assim, que ganhasse um gordo contrato.
Flowers, vale lembrar, é um jogador versátil e não um “artista de pass rush” como Von Miller e Khalil Mack. Não deveria ganhar como tal, mas a free agency é pura oferta e demanda. Com demanda alta e oferta escassa, o preço sobe. Foi o caso. Ele recebeu contrato de 5 anos e 90 milhões, dando média de 18 milhões por ano. Para você ter ideia, o “valor de mercado” estabelecido pelo Spotrac era de 14 milhões. A demanda jogou o valor de Flowers lá em cima. Agora, ele se reune com Matt Patricia, seu ex-coordenador defensivo em New England e indo para seu segundo ano como head coach no Detroit Lions.

Cleveland Browns/Odell Beckham Jr
Talvez o grande vencedor da free agency, mesmo que em contratações não tenha feito tanto splash assim – mas, sim, em trocas. Os Browns trouxeram Olivier Vernon de um New York Giants em reconstrução e semanas depois a mesma coisa, mas agora com Odell Beckham Jr. O ataque de Cleveland, que já mostrou destaque na temporada passada, fica ainda mais interessante: Baker Mayfield terá Nick Chubb, Jarvis Landry, Odell, David Njoku e outros – concorre para ser o melhor ataque da divisão.
Na defesa, o Deivis já falou extensamente sobre num post aqui no ProFootball, recomendo a leitura. As chegadas de Olivier Vernon e Sheldon Richardson reforçam uma linha defensiva que já apresentava bons frutos na temporada passada. Não esqueçamos, ela conta com Myles Garrett – que, saudável, tem potencial para ser um dos melhores apressadores de passe da liga.
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Browns mantém Kitchens — agora como head coach
Ante isso tudo, os Browns estão numa divisão que viu mais perdas do que adições. É como se os competidores de Cleveland “nesse mercado” sofressem perdas no balanço e apenas a “empresa” de Ohio tenha se apresentado como força no mês de março. O Pittsburgh Steelers perdeu Le’Veon Bell e Antonio Brown ao mesmo tempo de que, como já é tradição na franquia, não foram feitos esforços para reforçar o time pela free agency – sobretudo na defesa. Embora a perda de Bell não seja tão sentida, a saída de Antonio Brown certamente é um baque para o time.
Em Baltimore, diversas peças defensivas deixaram Maryland. A boa notícia é que Earl Thomas chegou – mas infelizmente não há qualquer garantia de que o excelente safety ficará saudável. Enquanto isso, CJ Mosley foi para o New York Jets e Za’darius Smith agora é um Packer. O saldo acaba ficando ligeiramente negativo.
Depois de anos de sofrimento, de incompetência de Hue Jackson e 30 quarterbacks diferentes entre Tim Couch em 1999 e Baker Mayfield em 2018, agora a brincadeira acabou. Os Browns são os favoritos para vencer a AFC North e o grande time em subida na conferência – estando atrás apenas de Patriots e Chiefs nas cotações de Las Vegas e de sites de prognósticos. Claro, não estamos apontando que vencerão o Super Bowl. Mas, depois de tanto tempo, podemos dizer que os Browns têm tudo para ganhar a divisão – e isso não acontece desde que o Muro de Berlim ainda estava de pé.
Antonio Brown
Bateu o pé, bateu o pé e conseguiu o que queria: 19 milhões de dólares por ano de média salarial e isso aos 30 anos. Poucos escândalos feitos por um atleta deram tão certo na história da NFL, ainda mais considerando que sequer era uma situação de ano de contrato ou de jogar com a franchise tag. Antonio Brown brigou com meio mundo em Pittsburgh, jogou Ben Roethlisberger e Mike Tomlin debaixo do ônibus, deu duzentas entrevistas, “vetou” uma troca para Buffalo ao ameaçar não se apresentar…
Enfim, isso tudo e ainda conseguiu ir para onde queria: Oakland. Ou melhor. Las Vegas, que será a casa do time na temporada 2020, quando ainda deve estar sob contrato com os Raiders. Com aumento de salário. O único jeito de Brown ter sido mais vencedor seria se o destino fosse um time mais competitivo, mas aí também não dá para querer tudo na vida. Ele fez a escolha – o dindin – e agora a tem. Caso quisesse um time competitivo teria engolido o choro em ficado em Pittsburgh, convenhamos.
PS: Eu quase coloquei Derek Carr como vencedor aqui, mas sabe lá Deus se ele será o quarterback do time em 2019.
Faltou alguém?
Bom, tem dois times que vejo constantemente na lista de “vencedores da Free Agency” de sites americanos mas com os quais eu fico com um pé atrás. Em ambos os casos, pelos nomes contratados, as equipes tendem a ser vencedoras. Pelos contratos/idade dos jogadores, podem acabar virando estatística negativa como foi no ano passado.
Então, por enquanto, coloco como “cedo demais para dizer”. No ano passado mesmo: parecia que o New York Jets tinha arrebentado a boca do balão com Trumaine Johnson. O cornerback, contudo, passou longe de figurar na lista dos melhores de 2018 na posição.
Neste ano, os Jets novamente investiram pesado na free agency. Conseguiram uma fabulosa barganha em Le’Veon Bell (que passou longe de ganhar o dinheiro que achava que teria) e uma adição sólida em C.J. Mosley contra o jogo terrestre. Se o contrato do running back e do linebacker irão “se pagar” daqui dois anos, só o tempo irá dizer.
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Ainda, temos o Oakland Raiders. Antonio Brown, conforme dito acima, é um vencedor do período. Afinal, fez a manha que fez, vetou uma troca para o Buffalo Bills e ainda ganhou mais dinheiro em Oakland. Mas e os Raiders? A equipe aparentava estar num momento de reconstrução. Afinal, despachou Khalil Mack e Amari Cooper, discutivelmente duas das principais peças do elenco até 2017.
Contudo, agora voltou a investir em vez de, pacientemente, reconstruir o time via Draft como o Miami Dolphins aparenta querer fazer. Veja os principais contratos assinados pela equipe neste mês, em dinheiro garantido (aquele que o time tem que pagar de qualquer forma, mesmo que corte/troque o jogador):
30,1 M, Antonio Brown, WR
22 M, Tyrell Williams, WR
36,2 M, Trent Brown, OT
21,3 M, Lamarcus Joyner, S
Total: 109 milhões de dinheiro garantido.
Resta agora saber de qual lado da equação de análise os Raiders estarão. Ano passado os Bears gastaram aproximadamente esse valor em dinheiro garantido para free agents – com a diferença que têm Mitchell Trubisky em contrato de calouro e ter um quarterback nessa posição financeira costuma permitir tal farra de dinheiro.
Os Giants de 2016 também gastaram essa grana e, hoje, estão no “cheque especial”. Considerando que o momento dos Raiders não é nem de perto parecido com o desses dois times (Bears com QB calouro que precisava ser desenvolvido e Giants na janela final da carreira de Eli Manning, um quarterback já provado), ficam mais dúvidas do que respostas. No caso dos Raiders, a boa notícia é que esse dinheiro garantido é “front loaded” – ou seja, a maior parte está nos inícios dos contratos. Caso tudo dê besteira, o time pode sair de 2020 sem muitas preocupações financeiras de dinheiro garantido preso no teto de 2021 em diante.
Por conta desses “poréns”, deixamos Raiders e Jets em suspenso para analisarmos daqui dois anos se foram vencedores ou perdedores da atual free agency. Agora, é cedo demais para analisar.
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