Agora de volta e com novo nome, a coluna 1st & 10 é a forma de você rapidamente se inteirar sobre os principais assuntos da semana na NFL.
Postada todo meio de semana com Henrique Bulio, é uma forma de você rapidamente ficar informado! Confira aqui o índice completo da coluna.
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- Meu MVP da temporada até então é Russell Wilson. Nesse momento, o duelo está entre Wilson e Patrick Mahomes, quarterback do Kansas City Chiefs. O segundo tem números melhores, é verdade, mas quero explicar o porquê do passador do Seattle Seahawks ganhar meu voto.
Ambos estão tendo temporadas históricas, estatisticamente falando. Segundo a métrica avançada ANY/A, utilizada para medir o desempenho de um quarterback, Mahomes está tendo o melhor ano da história para um jogador da posição, com 9.90; em segundo, Peyton Manning teve 9.78 em 2004; em terceiro, Aaron Rodgers, com 9.39 em 2011; por fim, aparece Wilson, com 9.27 na lista.
Tanto Mahomes quanto Wilson estão muito acima do terceiro passador da lista (Dak Prescott, 8.53). Agora sério: Russell é o melhor jogador da NFL quando o assunto é passe longo, e olha que Patrick costuma dar show nesse tipo de situação. O que ajuda MUITO e pesa muito no desempenho de um modo geral é a comissão técnica: Mahomes tem em Andy Reid uma mente ofensiva genial e um esquema de jogo que sempre lhe coloca em situações de passe favoráveis, enquanto Wilson tem em Brian Schottenheimer um coordenador ofensivo que dá enfoque em… correr com a bola. Em 2019.
Mahomes tem mais jardas totais (1831 a 1409), mas Wilson tem mais touchdowns (12 a 11) e uma porcentagem maior de passes completos (73.1 a 65.6). E ambos são extremamente prazerosos de se ver jogar, sejamos sinceros. É só que a impressão que fica é que Kansas City estaria bem igual se o quarterback não fosse alguém tão mágico – o que eu duvido que aconteceria se Seattle não tivesse Russell.
Eu amo ver ambos jogarem, e foi um prazer vê-los em horário nobre na última semana. Votar em Wilson não é um demérito de Mahomes que também tem enchido nossos olhos. É só que, nesse momento, prefiro o quarterback dos Seahawks.
2. Na semana passada, o item 3 dessa mesma coluna falava sobre a necessidade de demissão de Jay Gruden em Washington. Gruden foi demitido – e isso não vai nem de perto resolver os problemas da equipe, mas é assunto pra outro texto -, e agora outro treinador precisa receber o mesmo tratamento: os Falcons precisam demitir Dan Quinn.
É fácil falar agora também era em 2017 que Atlanta deveria ter demitido Quinn e ficado com Kyle Shanahan depois da campanha que culminou com a ida ao Super Bowl, porém, nenhuma organização no mundo demitiria seu treinador principal e manteria um assistente logo após vencer a conferência. Só que, desde o desastre ocorrido naquela final, os Falcons não possuem muito o que comemorar ou apresentar como resultado positivo: os assistentes contratados foram inefetivos (e demitidos antes da temporada atual), o time não conseguiu repetir o sucesso na NFC South e, mesmo possuindo um elenco bastante talentoso, o desempenho em campo nunca cumpre as expectativas.
Sarkisian era parte do problema – as críticas a ele seriam sempre desmedidas se levarmos em consideração que ele jamais seria uma reposição à altura de Shanahan -, Manuel era parte do problema. Mas o maior culpado é Quinn que, sendo um líder defensivo, não consegue montar um esquema melhor do que uma defesa que ceda menos do que uma média de 30.4 pontos por jogo, a segunda pior marca da liga. Foi Quinn quem trouxe de volta Dirk Koetter para a posição de coordenador ofensivo, e Atlanta tem uma média de 20.4 pontos por jogo, apenas a 20ª maior. Os Falcons estão 1-4. Dan Quinn precisa sair.
3. Gosto de acreditar que os times que são realmente bons são os que dominam seus adversários – independente do nível destes – ao invés de pensar que os melhores são aqueles que conseguem vencer seus oponentes em jogos apertados – novamente, independente do nível
O que eu quero dizer com isso é que “ah, mas eles não enfrentaram ninguém!” é um argumento batido tanto pra New England (5-0) quanto pra San Francisco (4-0). Patriots e 49ers tem vencido suas partidas por uma média de pontos de 24,2 e 17,5 pontos, respectivamente; o time da AFC bateu os Steelers ainda com Ben Roethlisberger por 33-3, enquanto a equipe da NFC tem em seu histórico uma vitória por 31-3 contra os Browns.
Acho que não há dúvida que New England e San Francisco são os dois times mais fortes da NFL na atualidade e com totais méritos. Claro, claro, não se pode dominar todas as partidas, ao mesmo tempo que as equipes não tem culpa de enfrentarem quem estão enfrentando: Patriots e 49ers estão fazendo seu trabalho de forma bastante competente, simples assim.
4. Está na hora de começarmos a considerar possíveis parceiros de troca com o Jacksonville Jaguars – Nick Foles certamente não vai tomar a posição de titular de volta. Desde que Foles quebrou a clavícula e Gardner Minshew assumiu a titularidade, o calouro de sexta rodada dos Jaguars lançou nove touchdowns, apenas uma interceptação, completa 66.7% de seus passes, possui um passer rating de 105.7 e seu ANY/A (métrica avançada para medição da performance de quarterbacks) é de 7.53, sétima maior da liga.
Minshew possui um problema com fumbles e seu braço não é tão forte assim, todavia, ele tem demonstrado precisão acima da média e sua tomada de decisão tem sido fantástica – especialmente na red zone, onde ele lançou seis touchdowns e possui um rating de 127.8. Seria loucura tirar ele de campo com tudo que ele vem fazendo.
O que nos leva a Nick Foles. É impossível cortá-lo (33M de dead cap), mas Jacksonville pode trocá-lo na próxima intertemporada – o dinheiro que eles teriam de pagar seria bem menor. Na pior das hipóteses, os Jaguars podem esperar até 2021 para cortá-lo pelo preço de ‘apenas’ 12 milhões. Independente do que a equipe fizer, a ideia de investir dinheiro no elenco e manter um bom quarterback no contrato de calouro é bastante animadora e que Dave Caldwell está olhando com ótimos olhos nesse momento.
5. Cam Newton certamente vai tomar a posição de titular de volta. A grande fortaleza da equipe de Carolina é a defesa, que na minha opinião, é a segunda melhor da liga – New England é sem dúvidas a melhor no momento. O time venceu três seguidas com Kyle Allen e possui campanha positiva nesse momento; contudo, Allen tem jogado mal, e seu problema com fumbles é evidente. Esse é um time que pode ser ainda melhor quando tiver seu principal quarterback de volta – não há controvérsia sobre quem deveria ser o titular aqui.

6. Dinheiro à parte, eu sinto muito por Le’Veon Bell. Assistir Jets e Eagles no último domingo me fez sentir um pouco de pena pelo running back, confesso. O quarterback não ajudava em nada a abrir espaços pro jogo corrido, a linha ofensiva é uma das piores da liga e o treinador é Adam Gase, com Bell sendo o único playmaker real daquele time. Esse não é um time que vai longe com Sam Darnold, mas sem ele foi ainda mais triste de se ver – apesar de alguns flashes, não é como se um corredor tivesse a capacidade de carregar um ataque inteiro nas costas.
7. Culpe a linha ofensiva dos Browns o quanto você quiser – o left tackle é terrível -, mas não isente Mayfield como se ele fosse uma vítima. Existem estudos que mostram que pressão nos quarterbacks é uma estatística melhor relacionada ao desempenho dos quarterbacks em si do que da linha ofensiva. A linha ofensiva dos Browns é ruim – especialmente Greg Robinson, que de alguma forma ainda tem emprego na liga; ainda assim, o ataque de Freddie Kitchens tem aberto oportunidades para Mayfield nas zonas longas e intermediárias, e ele tem sido muito mais conservador do que se esperaria, o que obviamente ajuda a pressão a ter mais tempo para atingi-lo. A proteção ser ruim não isenta Baker de culpa, e esses dois conceitos podem coexistir.
8. É triste ver Cairo ser demitido, embora esperado. O kicker brasileiro foi dispensado do Tennessee Titans na última segunda-feira (09), depois de uma atuação terrível no dia anterior – três chutes errados e um bloqueados num jogo em que sua equipe perdeu por 14 a 7. A vantagem de Cairo sempre esteve em sua precisão, já que uma perna forte numa foi seu cartão de visitas. Quando você é kicker e depende de sua consistência e ela some, infelizmente isso vai lhe custar o emprego. Aconteceu.
9. Jogo interessante da semana: Texans @ Chiefs. Um duelo entre Deshaun Watson e Patrick Mahomes já é atrativo o suficiente, no entanto, esse jogo tem tudo para ser mais equilibrado do que parece: o ataque aéreo dos Texans parece ter encontrado a chave para o sucesso com Will Fuller e uma linha ofensiva mais consistente, e a defesa dos Chiefs ainda é relativamente suspeita – 18º na métrica DVOA. Kansas City é um time favorito por apenas 4,5 pontos, então fique atento a uma possível surpresa de Houston.
10. A regra de interferência precisa ser revista. Falando de novo sobre o jogo entre Jets e Eagles, Philadelphia desafiou uma possível interferência de passe em cima de Nelson Agholor num passe vertical. Ficou claro que Trumaine Johnson interferiu na rota do recebedor e que seria um touchdown dos donos da casa se não houvesse contato que fez Agholor perder velocidade. Pederson desafiou… e foi um desafio perdido.
A regra tem uma falha grave: ela não abrange contato ilegal. Como o contato entre defensor e recebedor foi feito momentos antes do lançamento (num momento no qual Johnson já havia sido batido em velocidade), não houve interferência de passe, por mais claro que tenha sido a infração. Claro, claro, os árbitros deviam ter visto isso em tempo real, mas ainda assim…
Já disse algumas vezes que não sou fã da regra de modo geral porque interferência de passe é algo bastante subjetivo; entretanto, se vai ser feito, a liga tem de se preparar pra lidar com qualquer brecha possível que possa ocorrer. Sabemos que as equipes exploram toda e qualquer vantagem mínima que o livro de regras possa dar, então que isso seja revisto.
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