Agora de volta e com novo nome, a coluna 1st & 10 é a forma de você rapidamente se inteirar sobre os principais assuntos da semana na NFL.
Postada toda quarta-feira com Henrique Bulio, é uma forma de você rapidamente ficar informado! Confira aqui o índice completo da coluna.
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1. A intertemporada do Seattle Seahawks merece mais elogios do que lhe foi dada. Dos 43 sacks do Seattle Seahawks em 2018 (11ª maior marca da liga), 23.5 destes foram conquistados pela dupla Frank Clark e Jarran Reed – nenhum desses jogadores estará em campo quando os Seahawks receberem os Bengals no próximo domingo, já que Clark foi trocado para o Kansas City Chiefs e Reed está suspenso pelos primeiros seis jogos por uma violação de conduta pessoal da liga ainda em 2017. São duas perdas importantes para o pass rush dos Seahawks, é claro; no entanto, com a temporada perto de começar, não haverá um simples torcedor de Seattle que não estará satisfeito com o resultado final da remodelação da posição de EDGE da equipe ao longo da intertemporada.
O pass rush dos Seahawks é bastante eficiente, e Pete Carroll é um mestre defensivo. Dito isso, é claro e evidente que repôr mais da metade de seus sacks na última temporada é uma missão árdua; depois de aplicar a franchise tag em Frank Clark, John Schneider trocou-o por escolhas de primeira e segunda rodada; assinou um contrato de baixo risco, alta recompensa com Ziggy Ansah; e, finalmente, conseguiu uma excelente troca com o Houston Texans por Jadeveon Clowney.
Comparando somente os jogadores, eu acho que Clark é um pass rusher superior à Clowney; adicionando os valores na equação, os Seahawks adentram a temporada muito melhor do que saíram da última: em Ansah, eles possuem um jogador que, se saudável, vai ser um diferencial imenso na linha ofensiva; Clowney é excelente contra a corrida; por fim, a escolha extra de primeira rodada no último Draft rendeu em L. J. Collier mais um extremo para pressionar o quarterback, e a franquia ainda possui uma escolha extra de segunda rodada provinda da troca com Frank Clark.
Acho que, quando o ano começar, o pass rush da equipe vai ser eficiente. E quando Jarran Reed voltar, o front seven será assustador – não vamos esquecer que o time ainda possui Bobby Wagner como linebacker. Os torcedores possuem diversos motivos para se animarem.
2. Eu acho que não há esperança para o experimento Josh Rosen em Miami após a troca de Laremy Tunsil. Rosen não teve sistema ofensivo, treinador ou grupo de apoio que lhe dessem o mínimo de suporte necessário para se desenvolver como quarterback em Arizona e, agora em Miami, a troca do left tackle para Houston lhe coloca em situação praticamente igual quando ele assumir a titularidade dos Dolphins – e acredite: ele vai assumir.
É decepcionante ver o que acontece com Rosen. Ele era o quarterback mais pronto para a NFL no processo pré-Draft de 2018 e, assim como no deserto, ele não vai ter a chance de se desenvolver como jogador na Florida. É decepcionante ver que, caso ele entre em campo, seu time não terá uma linha ofensiva capaz de lhe proteger e, depois do (extremamente provável) decepcionante desempenho em campo que ele apresentará, será difícil ver uma terceira equipe dando chance ao jogador e acreditando que ele possa ser seu franchise quarterback.
A situação de Alex Smith no San Francisco 49ers é a mais semelhante em relação à Josh Rosen; a diferença dentre os casos é que os 49ers não tiveram um talento como Tua Tagovailoa esperando para assumir o posto de franchise quarterback da organização como os Dolphins possuem na próxima classe. No caso de Smith, ficou claro que ele só precisava de um pouco de continuidade e uma comissão técnica decente para se tornar num bom jogador – talvez esse seja o mesmo caso de Rosen?
Ah, sim, para fechar o item: não, não faz sentido pensar numa troca de Rosen para os Colts. Indianapolis teria de desembolsar ao menos uma escolha de primeira rodada para tirá-lo de Miami e, caso o fizessem e o experimento desse errado, eles não teriam capital suficiente para investir no Draft de 2020 e solucionar a posição de quarterback. Essa troca é um sonho que não vai sair do papel.
3. A renovação de contrato pela qual todas as pessoas deveriam estar feliz é a de La’el Collins, right tackle do Dallas Cowboys. Antes de assinar a (provável) renovação de Ezekiel Elliott, os Cowboys trataram de dar um contrato multimilionário para mais uma estrela de sua linha ofensiva, na média anual de 10 anos por cinco temporadas e 50 milhões – 35 destes garantidos na assinatura do contrato.
Ver Collins tendo sucesso – financeiro – é algo muito bom, já que ele devia ter recebido um contrato de alto valor muito antes dessa renovação. Antes do Draft de 2015, o jogador tinha a expectativa de ser uma escolha de primeira rodada, entretanto, seu nome foi mencionado num possível caso de assassinato em Baton Rouge, na Louisiana, cidade onde Collins estudou.
Ele nunca foi considerado suspeito e sempre colaborou com a polícia no caso, viajando inclusive para a cidade para dar depoimento enquanto acontecia o Draft do ano em questão, ainda assim, a simples possibilidade dele ter um envolvimento com um assassinato fez com que sua cotação no Draft despencasse; seus agentes então disseram aos times que não o escolhessem nas rodadas finais, de modo que ele pudesse assinar com qualquer equipe como agente livre irrestrito e assim escolher a melhor opção para si.
4. Pagar por bons running backs não é bom. Pagar por running backs não tão bons é ainda pior. Ezekiel Elliott, Le’Veon Bell, Todd Gurley e outros são os protagonistas do debate acerca do contrato de corredores e do valor da posição, levando em conta que a NFL é uma liga cada vez mais aérea e que a durabilidade da carreira de um running back não é tão grande. Certo ou não, Bell e Gurley possuem contratos de longa duração e alto valor e Elliott se juntou a essa dupla hoje mesmo.
A questão sobre pagar running backs fica mais difícil de ser respondida quando estamos falando sobre grandes estrelas da posição; não é o caso de Giovani Bernard, que recebeu uma extensão contratual avaliada em 11 milhões de dólares em dois anos do Cincinnati Bengals, elevando também seu valor em 2019 para 5,9 milhões de dólares. Bernard, que é o segundo principal corredor dos Bengals – Joe Mixon é o titular -, vai receber mais que todo o backfield do Philadelphia Eagles em 2019, que, somado, representa 4,9 milhões de dólares da folha salarial da equipe. É possível entender quando se paga por um jogador acima da média mesmo numa posição não tão valorizada, mas esse não é o caso de Bernard.
5. Eu acho que um confronto entre Bruce Arians e Kyle Shanahan é tudo que eu queria para a primeira semana da temporada. Não que eu ache que Buccaneers e 49ers serão grandes concorrentes na NFC esse ano, mas o confronto dentre duas ótimas mentes ofensivas é um prospecto bastante animador para a tarde de domingo. Arians volta de sua aposentadoria com a missão de salvar a carreira de Jameis Winston em Tampa Bay, enquanto que Shanahan precisa demonstrar resultado depois de dois anos com muita expectativa e poucas vitórias – com Jimmy Garoppolo de volta, essa missão se torna mais fácil. Deve ser um jogo divertido.

6. Eu acho que, com o mais recente chilique de Antonio Brown, você deve estar satisfeito se seu time não trocou por ele – desculpem, torcedores dos Raiders. Por mais publico que seja o fato de times da NFL serem mais permissivos com jogadores mais talentosos, Antonio Brown é uma péssima influência no vestiário, e todo o drama à sua volta nessa intertemporada prova isso. Primeiro, o capacete; depois, a perda de treinos por conta da misteriosa lesão no pé; além disso, todas as discussões pública com seus ex-companheiros de Steelers e, agora, reclamando publicamente das multas impostas pelos Raiders. Tudo isso e ele nem mesmo participou de um snap por Oakland!
7. Cairo Santos continua sendo um bom kicker; bom que ele tenha achado nova casa rapidamente. A pouca força na perna sempre vai pesar contra o brasileiro, especialmente na questão dos kickoffs, mas ele é um chutador bem seguro quando saudável. Embora tenha tido melhor desempenho ao longo dos training camps e tenha ido bem na pré-temporada, Santos foi cortado do Tampa Bay Buccaneers por questões contratuais; ele agora é membro do Tennessee Titans, e com Ryan Succop na injury reserve, ele pode assumir o posto e não sair mais.
8. A renovação de Dak Prescott vai ser assustadora para os Cowboys – bom para os Rams que conseguiram fechar o acordo antes. Primeiro, os Eagles conseguiram segurar Wentz antes que o mercado disparasse; depois, com o mesmo agente, Goff e os Rams chegaram a um acordo na última noite. Pior para os Cowboys, que certamente terão de pagar a Prescott um valor superior aos 33,5 milhões de dólares recebidos por Goff – ainda que ligeiramente. Junte a isso o recém-assinado contrato de Ezekiel Elliott, as extensões contratuais de Jaylon Smith e La’el Collins e a situação de Amari Cooper no próximo ano, e certamente Dallas terá um problema grande para manejar o espaço de sua folha salarial.
9. Com a temporada começando com um clássico da NFC North, preste atenção em Mitchell Trubisky: seu desenvolvimento é quem vai ditar as chances dos Bears na divisão. Os Bears ainda possuem uma defesa incrível (ainda que enfraquecida em relação ao último ano), no entanto, os Packers adentram 2019 renovados e os Vikings investiram na linha ofensiva, o principal calcanhar de aquiles da equipe. Não importa o quão boa seja a unidade defensiva de Chicago: a divisão é fortíssima – até os Lions são um time que podem incomodar – e, se Trubisky não der um salto em seu desenvolvimento, o time não vai repetir o título da NFC North. Que jogo melhor para ver isso do que contra o principal rival, em casa e em horário nobre?
10. Esse item é geralmente uma seção de prêmios, mas como a temporada só começa amanhã, vou usar ele para dar um palpite antes dos jogos começarem: acho que o Super Bowl LIV será disputado entre Kansas City Chiefs e Philadelphia Eagles, com o primeiro vencendo o título. Acho que a defesa dos Chiefs será muito melhor do que vimos em 2018 e, mesmo com uma provável regressão estatística de Patrick Mahomes, o ataque tem jogadores o suficiente para ser uma máquina de pontos assim como no último ano, além de Andy Reid ser um treinador fantástico; no caso dos Eagles, um Carson Wentz saudável é a incógnita, mas o elenco está recheado de ótimos jogadores e, mesmo cheio de lesões, Philadelphia quase bateu New Orleans na Semifinal de Conferência; com sua principal estrela de volta e sua defesa recuperada de tantas lesões, vejo o time como o mais forte da NFC adentrando 2019. A ver.
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