Agora de volta e com novo nome, a coluna 1st & 10 é a forma de você rapidamente se inteirar sobre os principais assuntos da semana na NFL.
Postada todo meio de semana com Henrique Bulio, é uma forma de você rapidamente ficar informado! Confira aqui o índice completo da coluna.
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- Você olha para o desempenho de Aaron Rodgers no último domingo e fica impressionado com o quão bem o quarterback jogou – uma atuação convincente o suficiente para colocá-lo na disputa pelo prêmio de MVP, mesmo que por fora. Mas os Packers estão 6-1 por terem um time completo e cheio de jogadores subestimados, ao invés de estarem sendo carregados por sua principal estrela.
A linha ofensiva de Green Bay cedeu o alto número de 49 sacks na última temporada. Dentre os motivos para tal, desempenho inconsistente em ambas as posições de guard era o principal, contudo, Rodgers tinha sua parcela de culpa com sua tendência a segurar a bola por muito tempo. A evolução na proteção é notável nesse ano, especialmente nas estatísticas.
A ESPN possui uma métrica chamada ‘Pass Block Win Rate’, a qual registra a % cujos jogadores de linha ofensiva conseguem segurar seus bloqueios por ao menos 2.5 segundos. Na posição de tackle, David Bakhtiari está em segundo lugar com 95%, empatado com o líder Trent Brown, dos Raiders; o guard mais bem classificado é Elgton Jenkins, com 98%; e o center com melhor desempenho é Corey Linsley, com 99%. Além disso, Green Bay é o time com o melhor desempenho em geral, com 68%, cedendo apenas 12 sacks nos primeiros 7 jogos. Números excelentes.
Além disso, com a sétima melhor defesa de acordo com a métrica DVOA do Football Outsiders, o investimento feito em março tem sido recompensado em campo, especialmente com as exibições de Preston Smith, Za’Darius Smith e Adrian Amos, três novas adições para 2019 – dos 18 sacks que a defesa dos Packers acumula na temporada até então, 13 vieram dos dois primeiros.
A medida em que o veterano for se adaptando mais ao ataque de Matt LaFleur, o Green Bay Packers pode ser um time ainda mais ameaçador. Acumular a campanha de 6 vitórias e 1 derrota dentro da forte NFC North não é nada fácil e o caminho nem sempre tem sido o mais bonito – vide o triunfo contra o Detroit Lions. O que é inegável é que esse time tem tudo pra competir no topo da NFC em janeiro. A ver.
2. Acho que a decisão de escalar Drew Brees no próximo domingo é precipitada. A expectativa é que a estrela do New Orleans Saints retorne ao time titular no próximo jogo, quando recebem o Arizona Cardinals. Sinceramente falando, vejo os Saints como um time muito superior aos Cardinals e acredito que seriam extremamente favoritos mesmo com Teddy Bridgewater de quarterback. Esse não é um jogo que vai fazer diferença nas aspirações da equipe, que possui 6 vitórias em 7 jogos e quase que certamente estará na pós-temporada.
Como New Orleans possui folga na semana 9, descansar Brees seria o movimento ideal. Isso asseguraria que a lesão estará plenamente recuperada – ou ao menos abaixa os riscos de que a mesma se agrave. Os Saints precisam de sua maior estrela totalmente saudável nos playoffs e talvez não devessem correr esse risco.
3. O mesmo vale para a possível escalação de Patrick Mahomes no Sunday Night Football. Num jogo que nem mesmo é disputado entre equipes da mesma conferência, por que não dar ao menos uma semana de descanso para Mahomes depois de sua lesão no joelho na última rodada? Pareceu bastante sério e, embora o diagnóstico inicial tenha sido muito mais positivo do que se esperava, lesões no joelho sempre são arriscadas – se algo maior acontecer, a temporada dos Chiefs vai por água abaixo.
4. Matt Nagy também merece um pouco de culpa pelo que acontece com o ataque do Chicago Bears. É certo que o desenvolvimento de Mitchell Trubisky não é nada do que se esperaria de uma segunda escolha geral, e também é certo de que Chicago precisa ir atrás de um jogador novo para a posição, porém, Nagy recebe a fama de mente ofensiva jovem e brilhante e sua equipe tem o oitavo pior ataque da liga segundo a métrica DVOA – o desenho das jogadas é pouco agressivo em várias situações. Os Bears esperariam mais de alguém com tanta pompa e não se pode isentar o treinador de culpa.
5. Os Broncos precisam dar snaps a Drew Lock assim que ele estiver saudável, goste Elway ou não. Em declarações recentes, o general manager do Denver Broncos disse que a escolha de segunda rodada não está nem perto de ver o campo, dando a sugerir que é uma questão técnica mais do que a recuperação da lesão no polegar.
Manter Flacco como titular é uma decisão extremamente questionável. O veterano não tem feito nada que justifique sua manutenção no ataque e, principalmente, um mau desempenho de Lock não teria consequências graves, já que os Broncos só venceram 2 dos primeiros 7 jogos e já estão praticamente fora da briga pelos playoffs. Tempo de jogo faria bem ao calouro, que jogaria sem pressão nenhuma. Quando Drew estiver saudável, é a decisão mais lógica e que, por algum motivo, Elway não parece disposto a tomar.
6. Os Bills continuam sem convencer mesmo com uma campanha excelente. Mesmo com 5 vitórias e apenas 1 derrota, Buffalo continua sem dominar seus adversários mais fracos – muito por conta do fraco ataque, apenas o 23º segundo a métrica DVOA – e permanece um time que parece ter de arrancar as vitórias, ainda que o nível dos oponentes seja baixíssimo.
Evidentemente, vencer é sempre melhor do que perder. A complicação em questão é que, pensando no longo prazo, times que sofrem para bater seus oponentes mais fracos não conseguem fazer o mesmo com oponentes mais fracos, e Buffalo não parece ser um time forte nesse momento com Josh Allen under center. Existe margem para melhora e a fraca tabela ajuda, contudo, o time precisa jogar bem mais se quiser ser levado a sério na condição de potência na Conferência Americana.
7. Na semana passada, falei de como uma tabela fraca poderia manter vivas as chances dos Jets mesmo com o início terrível de temporada. O mesmo vale para os Jaguars, apenas um jogo atrás da última vaga de wild card na Conferência Americana e que, se bater o próprio New York Jets em casa, estará com uma campanha .500 – e jogos contra Texans, Colts, Titans, Buccaneers, Chargers, Raiders e Falcons na sequência. Embora Jacksonville não tenha o time mais forte, é ainda uma sequência relativamente tranquila e com vários jogos dentro da conferência que podem servir de desempate no futuro.
8. Os Eagles simplesmente não são tão bons. No ano passado, quando o time amargava uma campanha de 4 vitórias e 6 derrotas ainda na condição de atual campeão da liga, escrevi um texto sobre como o Philadelphia Eagles de 2018 era um time em frangalhos e como a intertemporada colaborou passo a passo para que a equipe estivesse na péssima situação em que se encontrava – mas ainda que lesões eram a principal causa.
Avancemos para 2019, no momento em que Philadelphia venceu apenas 3 de seus primeiros 7 jogos e se encontra em segundo lugar na NFC East, atrás do rival Dallas Cowboys. Novamente, os Eagles são um time acometidos por lesões e que, se saudáveis, certamente estariam numa posição melhor – mas isso se aplica a todas as equipes da liga. A verdade é que os Eagles de 2019 simplesmente não são bons o suficiente e, se fossem, teriam qualidade suficiente para reposição no elenco.
9. Em mais uma semana se aproximando, não caia no golpe Kirk Cousins: ele vai jogar bem contra Washington porque é o que ele faz contra times fracos. O quarterback dos Vikings tem tudo para destruir a defesa adversária e os Vikings devem ganhar a partida com relativa facilidade; entretanto, sendo num jogo em horário nobre, é possível que as opiniões tomem proporções maiores.
Sabemos que Cousins joga bem contra times ruins e que o grande problema é que suas exibições são péssimas contra times mais fortes ou em jogos decisivos. É inegável que ele vem em boa fase, assim como é inegável que os times que ele destruiu são fracos. Se quer tirar alguma conclusão, espere os próximos jogos contra Chiefs e Cowboys.
10. Numa semana com poucos jogos 100% atrativos, Raiders e Texans podem merecer um pouco de sua atenção. Você já leu no Pro Football sobre como Deshaun Watson vem jogando em nível de MVP; o que você não pode ignorar é que os Raiders são um time sólido na atual temporada, especialmente no ataque. Até por jogar em casa os Texans são favoritos, no entanto, não ignore um jogo com potencial pensando que será uma vitória tranquila dos donos da casa.





