3 motivos para (ainda) acreditar no Detroit Lions como campeão da NFC em 2025

Detroit teve um duro revés ano passado e terá muitas caras novas nesta próxima temporada. Ainda assim, os Lions seguem como um forte candidato à NFC em 2025. Separamos três motivos para (continuar a) acreditar em Jared Goff e amigos.

Goff

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Durante a temporada passada, viralizou um vídeo de Dan Campbell discursando no vestiário após o jogo de Thanksgiving. Se você já assistiu a qualquer vídeo ou entrevista do treinador, sabe que 1) os discursos dele levantam o ânimo até de defunto e 2) há muito coração e sinceridade neles. No vídeo em questão, Campbell diz: “Não é fácil vencer nessa liga. Toda semana é diferente e o mais importante é achar (novas) maneiras de vencer”.

Sem dúvida, o Detroit Lions encontrou maneiras de vencer nos últimos anos. Estabeleceu uma cultura vencedora, chegou à final da Conferência Nacional em 2023 e ano passado teve a seed #1 da mesma. Contudo, os dois tropeços nessa caminhada foram duríssimos: o primeiro para os 49ers em 2023 e o mais recente para os Commanders, onde eram favoritos e jogavam em casa.

Cortamos para 2025 e as mudanças previstas de fato aconteceram. Ben Johnson e Aaron Glenn foram embora, assim como jogadores importantes na ressurreição dos Lions: Kevin Zeitler e Frank Ragnow, por exemplo. Porém, não dá para jogar tudo pelos ares e descartar a equipe da briga pela Conferência Nacional. Pelo contrário: separamos três motivos para acreditar nos coringas de Dan Campbell como campeão da NFC nesta próxima temporada.

3) A filosofia defensiva deve seguir a mesma

A defesa dos Lions não foi tanto o fiel da balança em 2024, tanto que a sua fragilidade foi exposta na derrota no Divisional Round. Mesmo assim, é preciso tirar o chapéu para Aaron Glenn e companhia, pois eles conseguiram tirar leite de pedra com tanta lesão e ainda manter a unidade competitiva.

No entanto, isso é passado agora. Glenn virou head coach nos Jets e, em seu lugar, está seu outrora assistente. Kelvin Sheppard é o novo coordenador defensivo, mas a tendência é que siga a mesma filosofia de seu antecessor. Em outras palavras: boxes pesados e uma defesa agressiva principalmente no homem a homem.

Dois pontos de preocupação são importantes aqui. O primeiro – e mais óbvio – é a posição de EDGE n° 2: Marcus Davenport não é lá essa Coca-Cola toda e o restante não empolga. Vale lembrar que Aidan Hutchinson está voltando de lesão grave, então não é nada impossível vê-lo começar a temporada com menos brilho. O outro ponto está na secundária, que teve suas inconsistências ano passado também. D.J. Reed chega no lugar de Carlton Davis para ser o CB2. Além de, na teoria, ser um encaixe melhor do que Davis, Reed pode ser uma peça importante no desenvolvimento de Terrion Arnold – que teve percalços no seu ano de calouro.

Detroit tem bons talentos na defesa: Alim McNeill, Alex Anzalone, Jack Campbell, Levi Onwuzurike, o próprio Hutchinson e a dupla (meio lelé da cuca) de safeties Kerby Joseph e Brian Branch. De resto, a palavra de lei deve ser continuar com o que já dá certo. Por falar em continuidade…

2) O ataque vai mudar, claro (pero no mucho así)

As viúvas da pirotecnia ofensiva choraram ao ver Ben Johnson pular o muro do CT (como se ele não fosse tentar repetir isso em Chicago, né), mas nem tudo é motivo de desespero. Em seu lugar, veio um velho conhecido da comissão técnica: afinal, John Morton era assistente da unidade em 2022, ano no qual o próprio Ben Johnson assumiu o cargo de coordenador ofensivo. O que eu quero dizer com tudo isso? Que esse ataque vai mudar, é óbvio. Mas talvez não tanto quanto andam falando por aí.

Morton foi o coordenador de jogo aéreo dos Broncos na temporada passada. Se você assistiu a algum jogo de Bo Nix e companhia, sabe bem como foi ver o caminhão de passes que o ataque de Denver mandava a cada drive. Não apenas isso, como também play-action: uma palavra-chave para nós começarmos a imaginar como será esse novo ataque dos Lions.

Em 2024, Bo Nix foi o 9° quarterback em rating de play-action, com 26,8%. Já Jared Goff liderou a liga nesse quesito, com rating de 36,3%. A princípio, nada que mude a cotação do dólar. Porém, a grande diferença pode estar nos passes de média e longa distância. Ano passado, Denver foi top-10 em passes para mais de 15 jardas: 22,3% para 15 ou mais jardas aéreas e 13% para 20+ jardas. Enquanto isso, Detroit teve 18% de passes para 15+ jardas (25° da liga) e 8% de passes para 20+ jardas (30°).

É lógico que tudo precisa de contexto. Os Broncos não tinham um jogo terrestre forte, uma das virtudes dos Lions. Além disso, o sistema de Ben Johnson sempre valorizou mais as jardas pós-recepção, pois tinha peças boas para isso: Amon-Ra St. Brown, Sam LaPorta, Jahmyr Gibbs e etc. Resumindo a ópera: o cerne do ataque deve seguir o mesmo, porém com alguns incrementos e possíveis bombas no fundo do campo. Talento para isso tem, resta saber se a execução será tão boa quanto na teoria.

1) Cultura não se pede, cultura se conquista

Mr. Catra não cantava a letra assim, mas creio que o maior (e saudoso) romântico do funk não se importaria com uma pequena licença poética. É claro que a história da NFL não é tão simpática quando o assunto é times que perdem os dois coordenadores em um ano: geralmente, o capítulo seguinte é um pouco mais triste. O Philadelphia Eagles é o exemplo mais recente desta maldição: após perderem o Super Bowl em 2022 e, de quebra, Shane Steichen e Jonathan Gannon, o time perdeu o rumo em 2023 e teve que recomeçar no ano seguinte. O final da história foi bem feliz para a torcida dos Eagles, mas nem sempre é assim.

Chega a ser repetitivo bater na tecla de como Dan Campbell e Brad Holmes, o general manager da franquia, mudaram o percurso do Detroit Lions nos últimos anos. Porém, é quase impossível de acreditar – especialmente se você acompanha a NFL há mais tempo – que uma das franquias mais azaradas, disfuncionais e malditas dos esportes americanos se tornou um forte candidato ao Super Bowl. Até mesmo quando os reveses apareceram, como no ano passado, o time soube dar a volta por cima quando necessário.

É óbvio que o objetivo final – chegar ao Super Bowl – ainda não foi conquistado. Mais do que isso: pode ser que tudo dê errado em 2025, o que seria completamente compreensível. Entretanto, se tem alguém que pode te fazer acreditar no impossível, este alguém é Dan Campbell. E ele já nos provou isso nos últimos anos.

Motivo bônus: Existem caminhos. Caminhos vão a existir…

Mestre Yoda seria um bom conselheiro para Dan Campbell e companhia, mas ele não é engenheiro de obra pronta e dá menos moleza ainda para o jovem Padawan. Além das mudanças de coordenadores, talvez o ponto mais crítico para se observar nos Lions está na linha ofensiva. Kevin Zeitler foi embora e o principal: Frank Ragnow se aposentou. Um dos melhores centers da liga até então, quem está em seu lugar agora é o calouro Tate Ratledge. O resto do miolo também é uma incógnita, embora Christian Mahogany tenha jogado bem ano passado. O lado bom é que as pontas – Taylor Decker e Penei Sewell – continuam excelentes. Outro ponto importante é o coordenador da unidade, Hank Fraley, que segue com o time.

Detroit tem um calendário bem azedo em 2025. Só nas cinco primeiras semanas da temporada, o time pega Packers, Bears, Ravens, Browns e Bengals. Embora Cleveland seja uma bagunça do lado ofensivo e Cincinnati no lado defensivo, pegar dois rivais de divisão e Lamar Jackson logo de cara é uma tarefa complicada. Especialmente dentro da NFC North: ano passado, foi uma divisão que enviou três equipes para os playoffs.

No entanto, esse time já mostrou força muitas vezes ao longo dos últimos dois anos. E apesar das perdas, Detroit ainda é a equipe mais consolidada da NFC North. Os Vikings são muito bem treinados, mas precisam descobrir quem é J.J. McCarthy. Os Packers têm muitos problemas com oscilações para se tornarem competidores de fato. Por fim, os Bears passam por (mais) uma nova reconstrução, que pode demorar algum tempo para dar frutos.

Para além da divisão, existem forças tão poderosas (ou mais) quanto: Eagles, Rams, Buccaneers e os Commanders em franca ascensão. Isso sem contar com os 49ers, que podem voltar à boa forma após um ano ruim. Mas novamente: se tem um time que provou ser casca-grossa o suficiente nos últimos anos, ele é o Detroit Lions. Não descartem Jared Goff e amigos tão cedo do seu baralho ainda.

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