5 coisas que o Carolina Panthers precisa fazer para vencer o Super Bowl

Depois de uma temporada de sete vitórias, oito derrotas e um empate, o Carolina Panthers entrou em 2015 com as mesmas questões que rondavam 2014: o ataque precisa melhorar para permitir que a boa defesa segure os resultados necessários.

A melhoria, entretanto, foi maior do que a maioria de fãs e analistas esperavam. Do lado ofensivo, a mudança foi drástica: Cam Newton aprimorou suas mecânicas de lançamento, se tornando um quarterback mais preciso, além de ter assumido o fardo mental de comandar o ataque do Carolina Panther. Mike Schula, coordenador ofensivo, deu liberdade para o camisa 1 fazer audibles na linha de scrimmage, alterando rotas, proteções e incluindo jogadas criadas pelo próprio signal caller no plano de jogo. A compreensão de Cam Newton do jogo, de como comandar seu ataque e de como atacar diferentes tipos de formações defensivas, coberturas e blitzes o elevaram a um novo patamar. Não à toa, a franquia teve o ataque mais positivo da NFL nesta temporada, além de ter anotado 80 pontos nos Playoffs.

Do lado defensivo, um front seven que já demonstrava qualidade acima da média, especialmente pelos linebackers, melhoraram consideravelmente com a ótima perfomance da secundária. Josh Norman se tornou um dos melhores cornerbacks da liga, ao lado do veterano Charles TillmanBene Benwikere e o safety Kurt Coleman.

Com uma campanha incontestável na temporada regular e na pós-temporada, o Carolina Panthers chegou ao segundo Super Bowl dos seus 20 anos de história, contra o Denver Broncos, que conta com uma das defesas mais sólidas na história recente da NFL. Vamos às 5 coisas que os Panthers precisam fazer para vencer o Super Bowl 50 e levar o primeiro Vince Lombardi para Charlotte.

A ameaça de Cam Newton  nas corridas precisa manter a defesa em xeque

Que Cam Newton consegue resolver com as pernas, todos sabem. A situação muda de figura quando as jogadas do Carolina Panthers são construídas de forma a inserir a ameaça da corrida do camisa 1. O arsenal de jogadas terrestres dos campeões da NFC envolve um grande número de options, jogadas nas quais a leitura dos defensores decide o rumo da jogada. Se o linebacker focar sua agressividade no running back, é o signal caller que corre com a bola, e vice-versa.

Dessa forma, as defesas tem que segurar sua própria agressividade para não sofrerem com grandes ganhos no jogo terrestre. Caso elas optem por trazer um jogador da secundária para o box, criando um front de oito homens, Cam Newton, com sua evolução no aspecto mental do jogo, pode aproveitar os buracos criados pela defesa, mudar a jogada na linha de scrimmage e conquistar primeiras descidas cruciais.

Tudo passa pelos offensive tackles

pass rush do Denver Broncos é um dos mais assustadores da liga, se não o mais assustador. Depois de encostar em Tom Brady mais de 20 vezes no último domingo, Von MillerDeMarcus Ware buscam repetir a atuação histórica no palco do Super Bowl. Cabe aos offensive tackles Michael Oher Mike Remmers reduzir o impacto desses jogadores e dar segurança para Cam Newton.

Um dos motivos para a flagrante evolução ofensiva do Carolina Panthers em 2015 foi o nível de atuação da linha ofensiva. A chegada Michael Oher melhorou de forma significativa a proteção ao passe, que antes sofria com atuações errantes do left tackle Byron Bell. Sendo um time que mantém tight ends em bloqueios, mandando às vezes apenas dois, três recebedores em situações de passe, Cam Newton dispõe de um tempo confortável para avaliar a jogada e tomar a decisão correta.

É essencial que a linha ofensiva – em especial os tackles – consigam segurar a pressão de quatro homens do front seven do Denver Broncos. Caso os campeões da AFC consigam deixar Newton desconfortável no pocket com apenas quatro pass rushers, a secundária conseguirá neutralizar de forma mais eficiente as ameaças aéreas. Caso a linha ofensiva segure o ímpeto desse grupo de jogadores, os Broncos terão que fazer mais blitzes, abrindo espaços a serem explorados por Cam Newton.

A defesa precisa criar dúvidas para Peyton Manning

quarterback do Denver Broncos tem uma das mentes mais brilhantes da história da liga. Apesar de muitos questionarem sua condição física, é inquestionável a capacidade de leitura de defesa de Peyton Manning. Se o camisa 18 observar uma determinada situação, ele ajustará a jogada na linha de scrimmage para tirar proveito daquela formação, daquela cobertura.

Para exemplificar, um dos sinais que ajudam a “ler” a opção defensiva numa jogada é o posicionamento dos safeties. Como eles estão posicionados e como eles se movimentam dão ao quarterback um ponto de partida para compreender a cobertura como um todo. Se o Carolina Panthers quiser vencer a partida, é fundamental que eles mascarem ao máximo as coberturas, tornando a leitura para Peyton Manning a mais difícil possível. Por exemplo, se a secundária mascarar um Cover 2 fingindo estar num Cover 1 com um safety apenas no fundo do campo, o camisa 18 pode demorar mais para diagnosticar e tirar proveito da jogada.

Cam Newton precisa congelar os defensores em situações de passe

NFC Championship Game, quarto período com 10:13 no relógio. Cam Newton recebe o snap olha para a esquerda na direção de Ted Ginn Jr e faz um rápido pump fake. Esse movimento faz o safety correr até o lado esquerdo do campo, abrindo um espaço no meio. Em seguida, Newton olha para o meio e lança um passe longo para Greg Olsen.

A capacidade de congelar e enganar defensores com pump fakes e com os próprios olhos é uma característica presente nos quarterbacks de elite. Além da notável evolução no aspecto mental, Newton demonstrou ao longo da temporada ter um arsenal destes pequenos truques capazes de fazer o defensor hesitar por um segundo, o que muitas vezes é a diferença para um recebedor encontrar o espaço livre.

Contra uma secundária de elite, se Cam Newton conseguir fazer que os defensive backs congelem por uma fração de segundo ou force-os a abrir espaços, o Carolina Panthers pode encontrar espaços cruciais para avançar no campo e pontuar.

Os Panthers precisam manter seu turnover ratio

Um mantra repetido à exaustão é “proteja a bola e não dê oportunidades de graça ao seu adversário”. Para o Carolina Panthers, isso está enraizado: a equipe teve 39 takeaways na temporada, 24 interceptações e 15 fumbles recuperados. Em contrapartida, cedeu meros 19, tendo o melhor ratio da temporada, com 20 turnovers recuperados a mais que cedidos.

Com 11 interceptações em 18 partidas, Cam Newton aprendeu a proteger melhor a bola e tomar decisões precisas no momento do lançamento. A responsabilidade na hora de executar a jogada ao invés de arriscar passes em coberturas perigosas é o diferencial contra uma defesa de primeira linha. Da mesma forma, pressionar o quarterback adversário e obrigá-lo a se livrar da bola mais rapidamente do que a jogada exige dá a oportunidade de conseguir takeaways e posses que podem ser o diferencial ao final dos 60 minutos de jogo.

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