5 decisões que levaram os Chiefs ao Super Bowl

Desde a arriscada troca no Draft para selecionar Patrick Mahomes até reformular inteiramente a defesa, confira cinco decisões fundamentais tomadas pela franquia nos últimos tempos que a ajudaram a chegar ao Super Bowl

Substituir Alex Smith por Patrick Mahomes

Por si só, a ideia de subir no Draft para selecionar Mahomes já foi ousada o bastante, afinal ele estava longe de ser uma unanimidade ao sair do College Football, ao contrário do que alguns revisionistas tentam empurrar para gente hoje em dia – Mahomes, por exemplo, raramente figurava no top 10 dos Mock Drafts.

Andy Reid, entretanto, mostrou mesmo toda a sua coragem em 2018, quando decidiu promover o então segundanista à condição de titular, deste modo encerrando a “era Alex Smith” em Kansas City. A equipe, como todos se lembram, vinha de uma dolorosa derrota de virada para o Tennessee Titans no Wild Card, um resultado que, somado a todas as outras decepções com Smith under center nos playoffs, praticamente decretou o fim da passagem do quarterback pelos Chiefs. Ainda assim, ele era um signal caller veterano e vitorioso – leia-se uma aposta mais fácil e segura naquele contexto -, enquanto Mahomes era alguém com apenas uma partida como titular no currículo. Reid merece todo o crédito por ter tomado rapidamente a difícil decisão que mudou a história da franquia.

Reformular totalmente a defesa, incluindo a troca de coordenadores

Defesa foi o grande ponto fraco dos Chiefs na temporada passada, a maior culpada pelo time não ter ido ao Super Bowl logo no ano de estreia de Mahomes como titular. Alguma coisa precisava ser feita urgentemente – e a franquia fez. Em primeiro lugar, tivemos a mudança de coordenadores: saiu Bob Sutton, entrou Steve Spagnuolo – campeão com o New York Giants e antigo conhecido de Reid dos tempos de Philadelphia Eagles.

Em seguida, Kansas City promoveu uma intensa reformulação no elenco, trocando gente como Justin Houston, Eric Berry, Dee Ford e Steven Nelson por reforços mais jovens e com maior potencial nesse ponto de suas carreiras (Tyrann Mathieu, Frank Clark, Bashaud Breeland, Juan Thornill, L’Jarius Sneed etc.) Demorou um pouco para dar certo, mas a franquia colheu os frutos na segunda metade da temporada de 2019 e não parou desde então – Josh Allen foi muito bem limitado nas Finais de Conferência.

Assinar com Tyrann Mathieu

Individualmente falando, a melhor decisão da reformulação defensiva foi a contratação de Mathieu. O defensive back chegou bastante pressionado com a missão de ocupar o espaço deixado pela partida do safety Eric Berry, um dos maiores ídolos da história recente da franquia, dentro e fora de campo.

O “Texugo do Mel”, como é conhecido, não decepcionou. Além de ter se tornado um dos líderes do vestiário e principais responsáveis pela mudança de atitude da defensa, ele voltou a atuar em altíssimo nível dentro de campo, algo que Berry não foi capaz de fazer em seu último ano com os Chiefs após sofrer uma séria lesão no tendão de Aquiles. Mathieu foi tão bem que acabou sendo eleito para o 1º e 2º time do All-Pro em 2019 e se tornou peça importantíssima no sistema de Spagnuolo – sua interceptação na Semifinal de Conferência sobre Baker Mayfield não deixa mentir.

Construir o time ao redor do talento de Patrick Mahomes

Parece óbvio que se você tem um dos melhores quarterbacks da NFL a melhor estratégia deveria ser sempre explorá-lo ao máximo. Parece óbvio, mas não é, que o diga o Seattle Seahawks e a sua teimosia em subaproveitar Russell Wilson.

Em uma era em que muitos treinadores, analistas e torcedores ainda primam pelo estabelecimento do jogo corrido, Andy Reid merece aplausos por nunca hesitar em usar sua principal arma: o braço de Patrick Mahomes. Praticamente desde a semana 1 de 2018, quando Mahomes virou de fato titular, toda a filosofia ofensiva de Kansas City foi construída ao redor do seu talento lançando a bola. O jogo terrestre, como deveria ser nos dias de hoje, é um complemento efetivo, mas apenas um complemento. O grande comprometimento com o ataque aéreo, aliás, não se deu apenas no campo das ideias, mas também no campo prático, vide a manutenção de alvos como Tyreek Hill e Travis Kelce, além da chegada de reforços como Sammy Watkins e Mecole Hardman.

Não ter se desesperado com a perda de Kareem Hunt

Perder Kareem Hunt na reta final da temporada 2018 foi um duro golpe para Kansas City. O running back, além de ser o dono do backfield, formava um trio fantástico de skill players com Kelce e Hill. Mas ei que veio à tona um vídeo de Hunt chutando uma mulher caída no chão e a franquia se viu obrigada a cortá-lo diante da pressão feita pela opinião pública.

Ao invés de gastar muito capital em uma peça de reposição para Hunt em 2019, Kansas City seguiu em frente com Damien Williams, Darwin Thompson (calouro escolhido na 6ª rodada) e LeSean McCoy (veterano barato e em fim de carreira). O trio mostrou-se mais do que suficiente para manter o ataque terrestre funcional, permitindo que a franquia investisse em jogadores de posições mais importantes.

Somente em 2020, com o elenco completo, é que o time usou a escolha de primeira rodada em Clyde Edwards-Helaire, que na prática foi mais uma arma para Patrick Mahomes por sua capacidade de receber bem a bola saindo do backfield.

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