5 histórias para acompanhar na temporada 2020 da NFL

Para além dos efeitos da pandemia, temos uma vaga a mais nos playoffs em cada conferência e muitas movimentações – sobretudo de quarterbacks

Estatísticas e placares são recursos – acompanhar apenas isso é como comer uma comida sem tempero. Quando falamos em esporte, necessariamente falamos em narrativas e em pessoas. Em histórias. São elas que dão cor àquilo que vemos nos gramados da NFL de setembro ao primeiro domingo de fevereiro. A temporada 2020 da NFL teve seu início com a vitória do Kansas City Chiefs sobre o Houston Texans mas ainda temos uma maratona de jogos para assistir. Falando neles e nas 17 semanas que se avizinham, vamos ver quais histórias acompanhar.

1- O 2020 que nunca esqueceremos

Não há como falar no ano de 2020 sem falar na pandemia do novo coronavírus. Por óbvio, houve efeitos na NFL mesmo que a liga tenha sido, até agora, a menos afetada dentro de campo pela COVID-19. A pré-temporada foi cancelada e o Draft saiu de Las Vegas para o porão do comissário Roger Goodell – e esperamos que os efeitos fiquem reduzidos a isso quanto a mudanças mais drásticas.

De toda forma, temos o impacto de não haver torcidas nos jogos. 8 times não terão fãs nos estádios nesta temporada (NYJ, NYG, LAC, LV, PHI, WAS, LAR, CHI) e 13 não terão ao menos em setembro. Alguns, como os Chiefs, optaram por limitar o público a 25%. Mas a tendência é que seja uma temporada bem diferente nesse sentido. As coisas podem mudar ao longo do ano, mas sem vacina dificilmente veremos um Super Bowl com o público que estamos acostumados.

Adicionalmente, em meio a tudo isso, temos um movimento social em plena efervescência nos Estados Unidos e protestos antes dos jogos por justiça social – tal como aconteceu na NBA – são esperados. Falei sobre isso para esta matéria do jornal O Globo.

2- Novos treinadores (NFC East em foco), novos quarterbacks

3 dos 4 times da divisão leste da Conferência Nacional mudaram de treinador: Dallas Cowboys (Jason Garrett > Mike McCarthy), New York Giants (Pat Shurmur > Joe Judge) e o Time de Futebol Americano de Washington (Jay Gruden começou 2019, agora é Ron Rivera). Mas não só: ainda temos Kevin Stefanski tentando arrumar a bagunça em Cleveland e Matt Rhule comandando a reestruturação pós-newtoniana em Carolina.

Há muita expectativa para vários, mas a tendência é que apenas McCarthy e Stefanski briguem por chegar à pós-temporada em 2020.

Foi uma offseason de mudanças que quase faz valer a pena comprar o Madden novo. Mas não a 300 reais, né Dona EA Sports? Foram tantas mudanças de elencos que até faria sentido dizer que os rosters atualizados no Madden NFL são um elemento importante da edição 21. Seja como for, temos um festival de mudanças e de vários quarterbacks. Tom Brady foi para o Tampa Bay Buccaneers e tirou Rob Gronkowski da WWE e da aposentadoria. Philip Rivers foi para o Indianapolis Colts, que torna-se um candidato interessante a 3ª força da AFC. Teddy Bridgewater é o novo quarterback dos Panthers.

Fora quarterbacks temos outras mudanças e trocas interessantes. Calais Campbell chegou em Baltimore para reforçar um front que sofreu nos playoffs contra Tennessee, Melvin Gordon no ataque terrestre (e recebendo passes) em Denver, Todd Gurley é mais uma escolha de primeira rodada na unidade ofensiva de Atlanta, DeAndre Hopkins chegou numa troca maluca feita por Bill O’Brien para Arizona e, ufa, Stefon Diggs pode ser a arma definitiva na evolução de Josh Allen no Buffalo Bills.

São muitas mudanças e será interessante acompanhar isso tudo.

3- A briga pela NFC West

A divisão mais forte da NFL nesta temporada aparenta ser a NFC West e não seria nenhuma surpresa se ela levasse três times para os playoffs ou se o quarto colocado do ano passado, o Arizona Cardinals, vencesse o título divisional em 2020.

Por que ficar de olho na NFC West em 2020? Acima de tudo, pela imprevisibilidade. Não seria nenhuma surpresa se a NFC West mandasse três times para os playoffs e tivesse novamente a Semana 17 com o Sunday Night Football decidindo o título divisional.

4- Quem quer ser o MVP?

Embora Tom Brady e Drew Brees ainda sejam nomes na marquise, com um confronto entre ambos na Semana 1, temos que falar dos jovens que estão em plena ascensão – em especial na AFC. Patrick Mahomes, MVP de 2018, e Lamar Jackson, MVP de 2019, são os dois favoritos ao prêmio. Mahomes já estreou com três touchdowns e nenhuma interceptação na Semana 1. Agora vejamos como Jackson responde. Adicionalmente, temos Deshaun Watson em Houston – e ele vai ter que carregar o piano agora que DeAndre Hopkins saiu. Por fim, ainda temos Russell Wilson, que nunca venceu o prêmio e que vem forte após bom 2019 – só esperamos que tio Pete Carroll deixe ele passar mais a bola.

5- A briga pela única folga nos playoffs (e pela sétima vaga)

2021 terá 17 jogos por time mas 2020 já tem jogo a mais no panorama geral. No caso, o final de semana de Wild Card terá três jogos por conferência: o cabeça-de-chave #2 jogando contra o #7, o #3 contra o #6 e o #4 contra o #5. Sim, o #7 e um #2 jogando na primeira semana.

Agora haverá apenas uma folga na primeira rodada em cada conferência: apenas a melhor campanha da AFC e da NFC estão automaticamente classificadas para a Semifinal de Conferência. Ou seja, isso deve aquecer a briga por essa folga – e pelo mando de campo absoluto nos playoffs – até a semana 17. No ano passado, assim ficaríamos, a título de ilustração, na NFC:

Folga: #1 San Francisco 49ers

Wild Card Round:

#7 Los Angeles Rams @ #2 Green Bay Packers
#6 Minnesota Vikings @ #3 New Orleans Saints
#5 Seattle Seahawks @ #4 Philadelphia Eagles

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