5 lições é uma coluna semanal de Deivis Chiodini, abordando pontos importantes que a rodada da NFL nos trouxe. Está no ar sempre nas segundas-feiras pela manhã, trazendo opinião rápida e de forma clara. Clique aqui e confira o índice da coluna!
Quem apanha nunca esquece
35 derrotas e apenas 5 vitórias: esse foi o retrospecto do Buffalo Bills entre 2000 e 2019 enfrentando o New England Patriots. Nesse meio tempo, a equipe viu seu rival levantar 6 vezes o troféu do Super Bowl, se tornar um expoente de sucesso na NFL e Tom Brady o maior jogador de todos os tempos, enquanto se limitava a ser um coadjuvante. Nada poderia ser pior para os Bills que serem eliminados pelos Patriots, em casa, em 2021 e eles não quiseram correr nenhum risco. Jogando com uma energia acima da média, o time atropelou os comandados de Bill Belichick e provou que os tempos de domínio absoluto dos Patriots na AFC East ficaram no passado.
A mudança tem dois heróis: Sean McDermott e Josh Allen. O treinador nunca se mostrou receoso ou teve “respeito excessivo” por Belichick: sempre se preparou para tentar o vencer, mesmo sabendo das dificuldades e manteve a confiança em alta mesmo quando foi derrotado na semana 13. Já Allen trouxe algo fundamental para vencer na NFL atual: um quarterback de talento. Suas performances contra os Patriots, tanto no wild card quanto na semana 16, provam que a hegemonia não existe mais. Cabe agora a New England fazer o que os Bills fizeram: transformar frustração em motivação para sobrepujar o rival.
DeMeco Ryans merece mais crédito
Após herdar a defesa de Robert Saleh, DeMeco Ryans foi colocando seu dedo na unidade e aos poucos ela foi ganhando sua cara e evoluindo. Alguns problemas na secundária, em especial por ter talento limitado na posição de cornerback, continuaram acontecendo, mas o grupo respondeu bem e foi o principal responsável pela classificação para semifinal de conferência. Falando em secundária, ela dominou durante a maior parte do jogo contra o Dallas Cowboys, frustrando Amari Cooper e cia. O pass rush também apareceu, com 5 sacks – mesma quantidade conseguida na semana anterior, contra o Los Angeles Rams. Muito se fala de como Kyle Shanahan é inventivo no ataque, mas DeMeco Ryan merece mais amor por parte do torcedor.
A pós-temporada começa semana que vem para os Buccaneers
Claro que o Tampa Bay Buccaneers ter feito sua parte logo no começo do jogo, abrindo placar, ajudou a equipe a ter um restante de jogo mais sossegado: mas convenhamos, por mais que o Philadelphia Eagles pudesse dar algum trabalho correndo com a bola, a diferença entre os dois ataques é gritante e seria preciso uma tempestade perfeita para que os Eagles pudessem sair da Florida classificados. Para piorar, Philadelphia ainda facilitou o trabalho da defesa de Tampa, abusando de corridas e screens por fora dos tackles: quando se enfrenta linebackers com a velocidade de Devin White e Lavonte David, isso é tudo que eles querem. Jalen Hurts teve suas limitações como passador expostas e Tampa Bay sai com apenas uma preocupação: a lesão do right tackle Tristan Wirfs. Fora isso, jogo competitivo de verdade, só semana que vem.
Joe Burrow é o líder que toda franquia espera
Imagine você levar a expectativa de uma franquia que não vence há 31 anos nos playoffs, logo na sua segunda temporada como titular? O esperado é que o quarterback nessa situação sinta o peso do jogo, se precipite e cometa erros, certo? Errado se o nome dele for Joe Burrow. Na vitória sobre o Las Vegas Raiders, ele foi frio e jogou como um veterano com anos de NFL. Soube lidar com as adversidades, não cometeu erros e levou a vitória para casa – e não, ele não tem culpa que o árbitro apitou antes no seu segundo touchdown -, garantindo a festa da torcida do Cincinnati Bengals. Após a partida, disse estar feliz, mas que o trabalho não está finalizado e que o foco agora todo é na semifinal de conferência, tudo que se espera de um líder.
Jerick McKinnon é a alternativa perfeita
Com a ausência de Clyde Edwards-Helaire, um nome inusitado apareceu no backfield do Kansas City Chiefs: Jerick McKinnon. O veterano tem lidado com diversas lesões nos últimos anos e sua presença tem sido maior no departamento médico que no campo. Entretanto, saudável ele é o casamento perfeito para o estilo de jogo dos Chiefs. Veloz e explosivo, ele também é bom recebedor e isso ficou evidente contra o Pittsburgh Steelers: foram 6 recepções – maior marca do time – para 81 jardas e um touchdown. Pelo chão, foram 61 em 12 corridas. Andy Reid tirou um coelho da cartola que ninguém esperava.
Para saber mais:
Como era o mundo e a NFL na última vez que os Bengals venceram nos playoffs
Volta de lesionados nos Packers aumenta sensação de “agora ou nunca”
Draft Simulado 7.0: Sean Payton escolhe o sucessor de Brees nos Saints
