5 lições é uma coluna semanal de Deivis Chiodini, abordando pontos importantes que a rodada da NFL nos trouxe. Está no ar sempre nas segundas-feiras pela manhã, trazendo opinião rápida e de forma clara. Clique aqui e confira o índice da coluna!
Kenny Pickett precisa ser titular já
Sou adepto da teoria que qualquer quarterback selecionado na primeira rodada deve ir pro campo o mais rápido possível. A franquia que o escolhe tem que saber que ele passará pelas dores do crescimento e isso é um processo natural. Todavia, consigo entender quando o veterano que está ocupando a vaga de titular ainda pode levar o time a algo maior: esse definitivamente não é o caso do Pittsburgh Steelers. Não que ele tenha jogado mal, mas todos já sabemos que ele não vai ser fator.
Nem era um grande fã de Kenny Pickett no processo do Draft, mas avaliações do recrutamento não devem ser consideradas aqui: ele jogou novamente muito bem, mostrando um controle muito grande da linha de scrimmage. Foi bem liderando uma campanha dentro dos dois minutos finais, tomou boas decisões quando colocado sob pressão, se moveu com qualidade dentro do pocket e leu bem a blitz. De Pickett podemos esperar um crescimento, já Trubisky é isso aí e mais nada.
Não caia no conto da plasticidade
É lindo ver lances plásticos, em que o quarterback corre de um lado para o outro e do nada solta um lançamento lindo, com o braço de lado, mas isso não se sustenta na NFL. Patrick Mahomes tem lances desses de monte, mas quando ele precisa fazer o feijão com arroz, o trivial – ler a defesa pré-snap e tomar a melhor decisão rapidamente – ele faz com maestria. Se fosse apenas pela pirotecnia, ele não sobreviveria na NFL.
Vi algumas pessoas impressionadas com passes de Malik Willis, quarterback novato do Tennessee Titans. De fato, ele é um jogador divertido de se assistir, com um braço forte e muita mobilidade. Entretanto, paremos e olhemos seu trabalho quando teve 2,5 segundos ou menos para lançar a bola até aqui: apenas 2 passes completos, para modestas 28 jardas, em 7 tentados. Sob pressão, em metade das tentativas ele correu ou foi sackado. Pode ser legal de ver, mas Willis não está nem perto de ameaçar Ryan Tannehill nesse começo de temporada.
Mahomes está dando as amostras
Patrick Mahomes não está para brincadeira: são 3 campanhas nessa pré-temporada, todas terminando em touchdown. Todavia, existe uma nuance interessante a se observar: sem Tyreek Hill, a distribuição de alvos está intensa. Em cada um dos drives, Mahomes lançou para pelo menos 6 jogadores diferentes. Na soma das duas partidas, 10 nomes foram acionados como recebedores, mostrando que a tônica do ataque será a de “dividir para somar”. Como sempre digo: quando seu quarterback ganha US$ 45 milhões por ano, ele precisa fazer os demais brilharem e não o contrário. Mahomes já começou o processo.
A pedra de kriptonita está maior
Não é novidade para ninguém que Tom Brady tem como fraqueza sofrer pressão pelo meio: como não é muito móvel para escapar pelas laterais, o camisa 12 tem nesse ponto algo que realmente atrapalha seu jogo. Para seu azar, as coisas não andam boas no Tampa Bay Buccaneers justamente no miolo da linha ofensiva. Primeiro, Alex Cappa foi para o Cincinnati Bengals e Ali Marpet resolveu se aposentar. Já no começo do training camp, o center Ryan Jensen se lesionou e não tem previsão de retorno. Agora Aaron Stinnie, um dos guards titulares para 2022, machucou o joelho e perderá o ano todo. Brady precisará soltar a bola mais rápido que nunca.
O pedigree conta muito
Vou ser bem direto: se Ian Book, Sam Ehlinger e Danny Etling não tivessem jogado por Notre Dame, Texas e LSU respectivamente, nenhum deles estaria tendo oportunidades para fazer elenco. Pouco me importa os números de cada um deles nessa semana ou em qualquer dia aleatório: basta parar para ver qualquer um deles jogar com mais atenção para notar que não são quarterbacks com nível para NFL, nem para serem reservas. Infelizmente a cultura do “jogou num programa grande, para um treinador consagrado” sustenta isso, tirando espaço de jovens mais talentosos vindos de programas menores.
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