5 lições, Draft: O sucesso não vem por acaso

Philadelphia Eagles faz mais um Draft irretocável, mostrando que a rápida reconstrução não é sorte. Pra além disso, a corrida pelo "novo Purdy" e a mudança de poder no Denver Broncos

5 lições é uma coluna semanal de Deivis Chiodini, abordando pontos importantes que a rodada da NFL nos trouxe. Está no ar sempre nas segundas-feiras pela manhã durante a temporada, além de em alguns momentos especiais como a free agency e o Draft, trazendo opinião rápida e de forma clara. Clique aqui e confira o índice da coluna!

O sucesso não vem à toa

Howie Roseman deu mais um masterclass nesse último Draft: não é por acaso que o Philadelphia Eagles se reconstruiu tão rapidamente nos últimos anos, mesmo tendo trocado seu suposto franchise quarterback e o head coach que levou a franquia até o Super Bowl. A atenção na montagem do elenco segue no Draft, aproveitando as boas oportunidades e os movimentos em falso dos outros times. 

Quando Jalen Carter caiu, os Eagles não hesitaram em subir e garantir o melhor jogador da classe. Os problemas extracampo importam? Sim, mas Philadelphia pode se dar ao luxo de correr o risco, já que tinha uma escolha extra. Na 30, se aproveitou de uma queda de Nolan Smith para tornar o pass rush ainda mais poderoso. Tyler Steen, Sydney Brown e Kelee Ringo são ótimos valores e podem impactar rapidamente no time.

Como se não bastasse, conseguiu uma troca por D’Andre Swift por escolhas de dia 3. Os Eagles vêm como grandes favoritos na NFC novamente em 2023.

Todos querem “o próximo Purdy”

Na NFL, o que faz sucesso é replicado rapidamente. Foi assim com wildcat, shotgun, spread offense, read-option, two-high safeties, entre outras nuances táticas. Mas não para por aí: em termos de elenco, também se repete o que deu certo em outras equipes. Basta ver os híbridos de corner e safety, os jogadores de miolo de linha mais leves e os quarterbacks móveis. Agora, com o sucesso de Brock Purdy, escolhido na última pick do Draft de 2022, todos querem ter um jogador de dia 3 na posição. Neste ano, apenas somando as quarta e quinta rodadas, tivemos 7 QBs selecionados, mais que os dois últimos anos inteiros.

Quem manda é Payton e não Paton

A escolha de Sean Payton como treinador do Denver Broncos – custando inclusive uma escolha de primeira rodada da franquia – deixou a dúvida: quanto ele mandaria fora de campo, visto que o general manager George Paton não parece gozar do mesmo prestígio com os novos donos da organização que tinha anteriormente. Pelo Draft, ficou evidente que as rédeas são do treinador.

Basta ver a mudança de filosofia: o time subiu duas vezes no segundo dia do recrutamento e no último trocou por um tight end vindo do New Orleans Saints. Antes, a ideia era trocar para baixo e jogar os dardos o máximo possível.

Quando a água bate na bunda, todos se mexem 

Nos últimos anos, Chris Ballard apostou em quarterbacks veteranos contestados, não buscando um nome no Draft que pudesse ser o titular do futuro. Com o emprego em risco, Anthony Richardson foi a escolha número 4, o que dá ao general manager pelo menos 2 anos de salvo-conduto, já que o jovem precisará ser lapidado. Fora isso, o Draft foi impecável, com destaques para escolhas de Julius Brents e Josh Downs como nomes que podem impactar já em 2023.

É sobre sonhos e esperança

O Draft é antes de mais nada sobre esperança: cada escolha representa uma expectativa de melhora num time, uma peça que pode brilhar, um astro que pode surgir. Mas também é sobre sonho de jovens e suas famílias, que às vezes lutaram a vida toda por aquele momento. É o choro de um C.J. Stroud, que teve infância difícil e tem o pai preso desde aquela época. São as lágrimas de alegria Chris Vaughn, que trabalha há alguns anos no departamento de scouting do Dallas Cowboys, vendo seu filho Deuce sendo escolhido pela franquia.

No fim, o Draft é sobre tudo que o esporte tem de melhor: sonho, esperança e alegria.

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