5 maiores barganhas da NFL em 2025

Em uma era de contratos inflacionados, para o bem e para o mal, às vezes uma barganha pode passar despercebida. Separamos cinco jogadores entrando na próxima temporada com um ótimo custo-benefício.

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Se você já visitou o Rio de Janeiro, certamente presenciou e/ou foi vítima de uma lei elementar da minha terra: produto para gringo é sempre mais caro. Mesmo que você tenha um sotaque carregado no chiado e utilize palavrões como vocativo – tal qual um bom carioca médio -, basta você cruzar a Zona Sul para aparecer alguém tentando te vender isopor à preço de caviar.

Na NFL não é diferente. A quantidade de contratos astronômicos disparou nos últimos anos, principalmente na posição de quarterback. Enquanto alguns contratos envelhecem como leite fora da geladeira, outros passam despercebidos. Separamos abaixo cinco jogadores que entrarão na próxima temporada valendo uma barganha.

5 – DK Metcalf, Pittsburgh Steelers

Contrato: 132 milhões por 4 anos, com 80 milhões totalmente garantidos ao todo

Às vezes, tenho a impressão de que o Pittsburgh Steelers não é levado tanto à sério por um motivo tosco: um elenco idêntico a um reality show de socialites. Qualquer semelhança ao Mulheres Ricas não é mera coincidência. Desde a tóxica amizade de Val Marchiori e Lydia Sayeg refletida no QB room até pela disputa pelo título de Narcisa deste elenco, os holofotes acabam se voltando mais para o potencial de barraco, ofuscando assim alguns pontos interessantes. Dentre eles, o contrato de DK Metcalf.

À princípio, o contrato parece mais amigável para o jogador do que para a franquia. Contudo, vale lembrar que a inflação recente dos contratos na liga teve o seu estopim com os wide receivers: quem não se lembra do infame contrato de Christian Kirk? Se compararmos com as médias salariais de Justin Jefferson ($35 milhões por ano) e Ja’Maar Chase ($40 milhões por ano), os $33 milhões anuais de Metcalf são uma barganha.

DK é um dos melhores recebedores da liga e o contrato se torna ainda mais barato pelo tempo de duração. Ano que vem, por exemplo, ele custará $25 milhões somente. O pulo do gato está em 2027: Metcalf não terá nenhum dinheiro garantido na folha, o que abre a possibilidade para Pittsburgh sair de seu contrato. Como DK é jovem ainda – ele terá 28 anos no meio desta temporada -, a tendência é que o time mantenha o wide receiver por mais alguns anos. Afinal de contas, você não encontra um jogador como DK Metcalf em cada esquina.

4 – D.J. Reed, Detroit Lions

Contrato: 48 milhões por 3 anos, média anual de 16 milhões

Brad Holmes fez algo que deveria ser o básico para qualquer general manager (mas não é): contrate bons jogadores à preço de banana. Enquanto Carlton Davis recebeu uma bagatela de $60 milhões por três anos, os Lions buscaram seu substituto por quase 20 milhões de dólares a menos.

É claro que existe a questão sobre o quão potencializado ele foi por jogar ao lado de Sauce Gardner, mas isso é balela. Reed é um sólido CB2, exatamente o que Detroit precisa hoje. Kelvin Sheppard é o novo coordenador defensivo, porém a tendência é que ele prossiga com o estilo de Aaron Glenn: muitas coberturas homem a homem, algo que combina com o estilo de D.J. Reed.

Outro ponto importante é que os arredores da secundária dos Lions é melhor ao todo do que o dos Jets. Apesar de não ter (ainda) nenhum Sauce Gardner, Detroit tem uma dupla de safeties muito boa em Brian Branch e Kerby Joseph. A versatilidade de Branch faz com que as outras peças da unidade tenham a vida mais fácil. Isso sem contar com Terrion Arnold e Ennis Rakestraw Jr. Ambos não tiveram um ano de calouro de encher os olhos, mas os dois são cornerbacks jovens e com bom potencial. Ter alguém mais cascudo como Reed pode ajudar bastante no desenvolvimento deles também.

3 – Sam Darnold, Seattle Seahawks

Contrato: 100,5 milhões por 3 anos, média anual de 33,5 milhões

Caro torcedor de Seattle, eu sei que Sam Darnold não é a alternativa mais sexy do mundo. Ainda mais quando o seu time não vai para os playoffs há dois anos e sempre fica no quase. Embora Darnold seja, com todas as letras, o quarterback-ponte da era Mike Macdonald, isso não significa que os Seahawks se prenderão a ele por mais tempo do que o esperado. Muito pelo contrário.

Seattle nunca foi uma franquia que gosta de utilizar dinheiro garantido. No caso do contrato de Darnold, porém, é justamente esse ponto que o torna uma barganha. São $55 milhões totalmente garantidos, sendo mais da metade dele garantidos logo neste ano. Em 2026, o peso na folha salarial é maior. Só que isso também traz outra barganha: depois de 2026, não tem nenhum dinheiro garantido e os Seahawks podem sair desse contrato com facilidade.

Ainda assim, não dá para se esquecer do dead cap, caso esse cenário vire realidade. Se os Seahawks queiram se livrar de Darnold em 2027, por exemplo, o time ficaria com $19,2 milhões presos na folha. Diante de recentes cenários apocalípticos envolvendo dead cap, como foi o caso de Russell Wilson em Denver, esse valor chega a ser preço de atacado. E por falar em Denver…

2 – Patrick Surtain II, Denver Broncos

Contrato: 96 milhões por 4 anos, média salarial de 24 milhões por ano

Quando você tem uma estrela no seu time, a sua obrigação é mantê-la o máximo que der. Parece óbvio, mas muitas franquias esquecem disso com frequência. O Denver Broncos não entra nessa equação e logo renovou com o jogador mais valioso de sua defesa. Para melhorar, ainda renovaram antes do mercado explodir: algo que hoje em dia é uma vantagem e tanto.

Pat Surtain vai para o seu segundo ano sob o novo acordo, mas é a partir de 2025 que ele tem impacto significativo na folha. Nesses primeiros três anos de contrato, Surtain deve ganhar cerca de $58,3 milhões, com média de quase $19,5 milhões por ano. Para efeitos de comparação, Jaycee Horn – que renovou seu contrato depois de Surtain – vai receber cerca de $64,5 milhões neste mesmo espaço de tempo.

Embora Horn seja um bom jogador, existe um belo abismo entre ele e Surtain. Enquanto Horn sofre com lesões constantemente, o outro vive o oposto. Mais do que isso: é disparado o melhor da liga na sua posição e o atual Defensor do Ano. Os Broncos não só conseguiram uma barganha, mas também uma belíssima promoção de azeite no Supermercado Guanabara.

1 – Maxx Crosby, Las Vegas Raiders

Contrato: 106,5 milhões por 3 anos, média salarial anual de 35,5 milhões

Se antes o ataque era quem tomava conta dos noticiários contratuais, hoje os grandes dramas se encontram do outro lado. Ou melhor, entre os EDGEs. Tivemos novela de renovação com Myles Garrett, uma tortinha de climão com T.J. Watt e ambos rebobinando o mercado da posição com seus respectivos contratos astronômicos. Isso sem contar com as pautas atuais: o imbróglio sem fim de Micah Parsons com os Cowboys e a situação patética – para não dizer outra coisa mais ofensiva – dos Bengals com Trey Hendrickson.

Diante desses folhetins, uma renovação passou abaixo do radar. Os Raiders reestruturaram o contrato de Maxx Crosby antes do anterior acabar. Novamente, mais um cenário onde o time se precaveu e agiu antes dos valores explodirem no mercado. Além da extensão ir até 2029, o novo acordo mexeu no dinheiro garantido e nos valores dos dois anos finais dele. Agora, Maxx Crosby receberá $32,5 milhões garantidos nesta temporada e $30 milhões na próxima. Depois de 2026, os Raiders não terão dinheiro preso no dead cap com ele. Tratando-se de um pilar da franquia como Maxx Crosby, isso é uma barganha colossal.

Contudo, o que torna este contrato brilhante é a média salarial. Crosby receberá cerca de $35,5 milhões por ano, o que o torna o 3° EDGE nesta lista. No caso, ele está apenas atrás do próprio Garrett ($40 milhões) e de Danielle Hunter ($35,6 milhões). E claro, atrás também de Watt, que receberá $41 milhões de média. Com os futuros contratos de Parsons, Hendrickson e quem mais vier pela frente, o tempo vai passar e os Raiders ficarão com uma pepita de ouro nas mãos.

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