Ame ou odeie, não tem jeito: estamos vivendo no mundo de Patrick Lavon Mahomes II, Andy Reid e de seu Kansas City Chiefs. O título de 2023 consagrou de vez – para quem duvidava ainda – a dinastia. Hoje, é como se a temporada regular fosse o aquecimento: afinal de contas, os Chiefs só começam a competir para valer em janeiro.
Eles são o time a ser batido e um dos favoritos a aparecer no Super Bowl na próxima temporada. Nenhuma equipe conquistou um tricampeonato em sequência e os Chiefs estão loucos para reescrever a história. Porém, não pense que a jornada será fácil: a AFC promete ser mais acirrada do que nunca, sem contar com 49ers, Lions e outros. Apesar disso, é possível sim acreditar no tri. Por isso, listamos cinco motivos para o torcedor sonhar mais alto.
5 – Steve Spagnuolo
Andy Reid merece todos os louros por capitanear o ataque e o elenco como todo, porém precisamos tirar o chapéu para outro senhor. Steve Spagnuolo é indiscutivelmente um dos melhores coordenadores defensivos hoje – e dá para colocá-lo na discussão dos melhores da história também. Por mais que Mahomes, Kelce e o ataque tenham aparecido na reta final (e ganharam o título), quem segurou as pontas durante as oscilações e o show de drops dos wide receivers foi a defesa chefiada por Spagnuolo.
Em 2023, ela atingiu o seu ápice: 2° melhor em pressões (27,8%) e em sacks (57), além de ser a 4° que menos cedeu jardas aéreas por tentativa (média de 5). Poucas defesas combinam tamanha fisicalidade no front, versatilidade na secundária e, em especial, a capacidade de se reinventar a cada ano – e isso passa diretamente pelo seu comandante. Se Mahomes e Reid são os dois pilares do ataque, o terceiro está no titio Spags.
4 – A defesa continua top-10 – e na palma da mão do tio Spags
Você pode olhar para a defesa dos Chiefs para 2024 e pensar que as ausências pesarão mais do que o imaginado. L’Jarius Sneed e Willie Gay deram adeus, por exemplo. No entanto, é preciso lembrar um fundamento desta unidade: o que importa não é ter estrelas, e sim o sistema. Tirando Chris Jones, não há um jogador que possa ser considerado uma estrela. Pelo contrário, há vários jovens que mereciam mais amor: George Karlaftis, Jaylen Watson, Justin Reid, Nick Bolton e (meu preferido) Trent McDuffie são alguns.
A fórmula do sistema é simples: em tempos de fronts mais leves e ágeis, Steve Spagnuolo opta por ter caras grandes e pesados (portanto, mais lentos) para conter o jogo terrestre e gerar pressão nos quarterbacks. Por outro lado, a agilidade mora na sua secundária: seja nas suas ilustres covers-2, covers-0 ou qualquer uma das duas utilizadas como disfarces, o mais importante é que as peças consigam jogar em todo e qualquer tipo de posição. É por isso que caras como Reid e McDuffie são essenciais para esse sistema: eles são extremamente versáteis no fundo do campo e no caso de McDuffie, você pode ainda alinhá-lo no front para gerar mais pressão no quarterback. Bote tudo isso sob a batuta do titio Spags e voilà: você tem uma das defesas mais difíceis de se jogar contra.
3 – A subestimada linha ofensiva
A linha ofensiva dos Chiefs é o setor mais subestimado do time e, de quebra, uma das melhores da NFL também. Com exceção da máquina caça-níquel de faltas chamada Jawann Taylor, o miolo é fenomenal: Joe Thuney e Trey Smith são excelentes guards e há quem já coloque Creed Humphrey como o melhor center da liga, agora que Jason Kelce se aposentou. O ponto de interrogação, porém, está nas duas pontas. Jawaan Taylor teve um ano passado bem ruim e vai precisar mostrar mais nesta temporada, enquanto que na ponta esquerda, quem deve assumir é o calouro Kingsley Suamataia. São questões para observar ao longo da temporada, mas que há boas expectativas.
2 – As jardas pós-recepção voltarão com tudo
Não é como se Kansas City tivesse abandonado de vez os passes curtos e as jardas pós-recepção em 2023: é que o ataque foi uma verdadeira máquina de drops, sendo o líder da liga, com 44. As coisas se resolveram (um pouco) ao longo da pós-temporada, mas adicionar profundidade ao corpo de recebedores era crucial e os Chiefs correram atrás. As adições de Marquise Brown e Xavier Worthy são a epítome disso: dois jogadores velozes que podem ganhar muitas jardas após a recepção, assim como Rashee Rice.
1 – É um time que gosta de desafios (mas calma)
Se tem algo que a história da NFL pode nos ensinar, é que nem times lendários são capazes de controlar o próprio destino. Lesões, adversários difíceis, jogadores entrando e saindo de seu auge físico, derrotas fora do script, etc: tudo pode acontecer e, inúmeras vezes, o sonho não vira realidade. Os Patriots de 2007 quase fizeram história ao buscar o título invicto, mas pararam nos Giants. Os próprios Chiefs, em 2018, anotaram 35 pontos na final da AFC e quase foram para o primeiro Super Bowl com Mahomes até então, mas perderam justamente para New England.
O destino é imprevisível e ninguém consegue prevê-lo. Porém, se tem uma equipe disposta hoje a aceitar este louco desafio, este alguém é o Kansas City Chiefs.
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