Uma contratação, por vezes, muda a história de um time na temporada. São inúmeros exemplos na NFL de equipes que buscaram jogadores com os jogos já correndo e obtiveram nele o encaixe perfeito para uma melhora de performance. Outras vezes, contudo, a aposta não é paga e a nova aquisição acaba não correspondendo as expectativas. Neste ano, não foi diferente e há mais alguns nomes que saíram de seu time de origem e não foram capazes de realizar boas atuações em outra franquia, durante a temporada. Assim, listarei aqui as 5 piores aquisições de jogadores durante a temporada de 2019, sem ordem definida:
Mohamed Sanu, New England Patriots
O New England Patriots possui um fraco ataque em 2019, e Mohamed Sanu é um fator quase nulo desde sua chegada à franquia. Trocado pelo Atlanta Falcons por uma escolha de segunda rodada, era esperado que o wide receiver fosse um novo alvo de confiança para Tom Brady após o corte de Josh Gordon, mas sua produção tem sido fraca. O que no começo parecia ser um troca justa para os dois lados acabou se revelando uma ação muito vantajosa para Atlanta e uma péssima aquisição para New England.
Sanu realizou apenas uma boa partida desde que vestiu a camisa dos Patriots, na derrota para o Baltimore Ravens, na semana 9, quando teve 10 recepções para 81 jardas e 1 touchdown. No mais, o recebedor pouco vem provando valer a escolha de segundo dia pela qual foi trocado. Problemas para agarrar os passes, uma baixa média de 7,4 jardas por recepção e dificuldades de criar espaços para Brady são sintomas de que Sanu não é mais o mesmo recebedor que foi um excelente complemento a Julio Jones nos Falcons. Algumas vezes, até os maiores erram – e, em Mohamed Sanu, os Patriots fizeram uma das piores aquisições da temporada.
Josh Gordon, Seattle Seahawks
Vamos começar pelo caso mais recente. Se analisarmos os números, Josh Gordon ainda não havia apresentado atuações dignas de um wide receiver de seu calibre, com uma média de 1,4 recepções por jogo e sem nenhum touchdown anotado durante seu período pelo Seattle Seahawks. É verdade que sua baixa produção no ataque da franquia era uma consequência dos péssimos planos ofensivos de Brian Schottenheimer, mas não podemos eximi-lo completamente pelas fracas partidas.
As atuações abaixo do esperado já seriam o suficiente para instaurar questionamentos sobre a qualidade da aquisição de Gordon após seu corte pelo New England Patriots. Os acontecimentos de ontem, contudo, deram um peso ainda mais negativo à contratação do wide receiver e o tornaram uma das piores aquisições durante a temporada: Josh Gordon foi suspenso pela NFL, novamente, por abuso de substâncias e uso de PEDs e dificilmente o veremos em um campo de futebol americano outra vez. Outrora esperança de tornar o ataque aéreo de Seattle ainda mais perigoso, o tiro da aquisição de Gordon acabou saindo (muito) pela culatra.
Jalen Ramsey, Los Angeles Rams
Se analisarmos o talento puro, Jalen Ramsey não foi uma má aquisição por parte do Los Angeles Rams. Um dos mais talentosos cornerbacks da liga, Ramsey é o típico jogador que pode mudar sua secundária da água para o vinho, mas não foi bem isso que ocorreu em Los Angeles. É verdade que a secundária da franquia é uma das melhores da liga, mas as boas atuações vinham antes mesmo da chegada do cornerback. Ademais, os Rams entregaram duas escolhas de primeira rodada por Ramsey e, mesmo assim, devem ficar de fora dos playoffs, o que é um forte baque no projeto da franquia de trocar o futuro por uma forte equipe no presente momento.
Quando falamos de aquisições no meio da temporada, os resultados no curto prazo importam na avaliação e, mesmo que Jared Goff possua boa parte da culpa, Ramsey não foi o jogador diferenciado que nos acostumamos a ver em Jacksonville, capaz de decidir jogos defensivamente. O cornerback não possui nenhuma interceptação no ano e apenas 3 passes desviados, um número muito abaixo do esperado. Ainda que Ramsey possua muito talento e deva ser o principal nome da secundária de Los Angeles nos próximos anos – compensando a troca no longo prazo – é inegável que sua aquisição, pensando em 2019, não foi boa.
Zay Jones, Oakland Raiders
Quando foi trocado pelo Buffalo Bills por uma escolha de quinta rodada, era claro que Zay Jones não chegaria ao Oakland Raiders para ser a solução no corpo de wide receivers; o projeto, contudo, saiu pior do que a encomenda. Em oito partidas com os Raiders, nesta temporada, Jones teve apenas 15 recepções para 112 jardas (!) e nenhum touchdown anotado. Os bons momentos que o recebedor teve em 2018 com os Bills – e que indicavam que ele poderia ser um bom complemento nos Raiders – nunca foram vistos em Oakland.
Com Tyrell Williams e Hunter Renfrow possuindo atuações de destaque, Jones estaria em uma bom lugar para apresentar bons números, já que as defesas adversárias não voltariam suas atenções para ele. Um ano decepcionante, contudo, faz com que até mesmo a escolha de quinta rodada tenha saído cara, pois é difícil esperar alguma melhora por parte do wide receiver. Com mais um ano sob contrato de calouro, apenas um milagroso 2020 pode manter Jones na NFL – mas não há mais a fazer em 2019 para corrigir sua péssima aquisição por parte dos Raiders.
Leonard Williams, New York Giants
Quando até Saquon Barkley fez um ano abaixo das expectativas, é difícil imaginar que qualquer jogador pudesse ser frutífero no péssimo New York Giants de 2019. Isso não muda o fato, todavia, que a aquisição de Leonard Williams não atingiu as expectativas. O principal objetivo do defensor seria replicar seu bom ano de 2016, de forma que trouxesse perigo a fraca linha defensiva da franquia, porém, em suas seis partidas vestindo a camisa do lado azul de New York, Williams não teve nenhum sack, 2 tackles para perda de jardas e apenas 9 hits no quarterback. É muito pouco.
Claro, não há nenhum outro nome no front seven da franquia que seja capaz de auxiliar o jogador e a linha defensiva dos Giants é a 22ª pior da liga em sacks, com apenas 32 – o que evidencia a falta de capacidade da unidade em gerar pressão. A culpa não deve recair inteiramente sobre as costas de Williams, mas a falta de evidências de uma melhora na linha após a sua chegada coloca a aquisição em descrédito. Em seu último ano do contrato de calouro, é difícil imaginar que o defensor receba uma grande oferta ao fim da temporada, após um 2019 muito abaixo do esperado.







