Se a temporada da NFL fosse um filme de ação, nesse momento a música ficaria mais alta e câmera daria o corte para vários personagens seguidamente, mostrando sua importância. É assim que chegamos a semana 14: muitos times na briga pelos playoffs, com inúmeras possibilidades. Um dos desfechos mais imprevisíveis até o momento é o de quem ficará com as vagas de wild card da AFC. Pensando nisso, tracei um panorama com os 5 principais candidatos às duas vagas.
Buffalo Bills
Campanha: 8-3
Jogos restantes: Ravens e Jets (casa), Steelers e Patriots (fora).
Pontos fortes: o belo trabalho da comissão técnica comandada por Sean McDermott e a forte defesa, em especial contra o passe.
Pontos fracos: o jogo aéreo ainda não conseguiu a solidez necessária para ser confiável, podendo ter problemas quando precisa ser a principal arma.
Previsão: apesar de ter um calendário um tanto quanto duro, os Bills são os maiores candidatos a vaga, com 96% de chances de irem aos playoffs segundo o site especializado fivethirtyeight.com. Caso Josh Allen consiga repetir a atuação que teve contra o Dallas Cowboys no último thanksgiving a vida ficará facilitada para o time de Buffalo.
A defesa é uma das mais fortes da liga contra o jogo aéreo e isso pode ser o fiel da balança nos jogos contra Pittsburgh Steelers e New York Jets, dois ataque que notoriamente sofrem para passar a bola. A aposta é que o time tenha talento o suficiente para vencer ambos citados e conseguir chegar a 10 vitórias, garantido a quinta colocação e uma ida aos playoffs pela segunda vez em três anos (e segunda desde 1999).
Pittsburgh Steelers
Campanha: 7-5
Jogos restantes: Bills (casa), Cardinals, Jets e Ravens (fora).
Pontos fortes: a defesa é a terceira que mais conseguiu sacks na temporada. Mesmo com o time muito desfalcado, o head coach Mike Tomlin conseguiu dar uma cara ao time e torná-lo competitivo.
Pontos fracos: o quarterback Devlin Hodges melhorou a situação do time em relação seu antecessor Mason Rudolph, mas isso não quer dizer que ele seja bom. O ataque como um todo não engrenou.
Previsão: tendo perdido Ben Roethlisberger logo na estreia e começando sua campanha com apenas uma vitória em cinco jogos, muitos davam a temporada do Pittsburgh Steelers como perdida. Uma boa troca com o Miami Dolphins pelo defensive back Minkah Fitzpatrick deu alma a uma até então combalida secundária, o que ajudou a manter o time vivo em jogos em que o ataque não funcionou.
Com Devlin Hodges na posição de quarterback, o time ganhou mais verticalidade no jogo aéreo. Com os retorno de Juju Smith-Schuster e James Conner, o ataque ganha importantes adições e que o deixarão produtivo o suficiente para bater Arizona Cardinals e New York Jets e com isso garantir a sexta vaga nos playoffs. E aí cuidado: esse time costuma crescer nessas horas.
Tennessee Titans
Campanha: 7-5
Jogos restantes: Raiders e Texans (casa), Texans e Saints (fora).
Pontos fortes: Derrick Henry deslanchou e o ataque vem produzindo pelo chão, o que tem aliviado a pressão no jogo aéreo. Ryan Tannehill tem sido sólido e não está entregando jogos, o que é um plus em relação a Marcus Mariota.
Pontos fracos: a linha ofensiva tem muitos problemas na proteção ao passe, cedendo sacks em 12% dos dropbacks de seu quarterback e isso será um problema nos jogos restantes. A defesa contra o passe também tem deixado a desejar, cedendo big plays. Fora isso, a famosa montanha russa do time, que vence jogos improváveis e perde fáceis ainda assusta.
Previsão: virtualmente eliminado após a semana 9, com menos de 50% de vitórias, o Tennessee Titans ressuscitou e segue firme na briga pelos playoffs. Nas últimas três partidas, o time anotou pelo menos 30 pontos. Antes, só tinha conseguido tal pontuação na estreia da temporada. Derrick Henry teve pelo menos 150 jardas em cada uma das últimas três vitórias e Ryan Tannehill tem 6 touchdowns e nenhuma interceptação nestes jogos.
Mas como nem tudo são flores, o calendário da equipe é espinhoso nesta reta final: dois confrontos diretos com o Houston Texans, que é o favorito ao título da divisão, além de New Orleans Saints (que querem a folga na primeira rodada dos playoffs) e Oakland Raiders, adversário direto na briga. Será necessário uma melhora da linha ofensiva, além de que o confronto da secundária contra Deshaun Watson e Drew Brees não é favorável aos Titans. A aposta é em mais uma batida na trave dos Titans em relação aos playoffs.
Oakland Raiders
Campanha: 6-6
Jogos restantes: Titans e Jaguars (casa), Broncos e Chargers (fora).
Pontos fortes: Josh Jacobs é um novato de muita qualidade e briga fortemente pelo calouro ofensivo do ano. Darren Waller é uma surpresa como tight end e o ataque é simples, porém efetivo num geral.
Pontos fracos: a pressão ao quarterback não melhorou como precisava em relação à temporada passada, com o time estando entre os dez piores em sacks. Derek Carr é limitado e não vence jogos em que precise ser o diferencial. O time adora se autossabotar.
Previsão: o grande problema do Oakland Raiders é que o time chega em baixa num momento crucial na briga pela classificação. Nas duas últimas semanas duas derrotas, com a equipe de Jon Gruden marcando 12 pontos e sofrendo 74 combinados. O psicológico de Derek Carr parece em frangalhos e não há como acreditar que ele possa dar a volta por cima em breve. Não parece que ele será o primeiro quarterback do Las Vegas Raiders em 2020.
O que ajuda é o calendário, em que três dos adversários não almejam mais nada no ano. Com isso e uma boa vitória sobre o adversário direto Tennessee Titans, uma sobrevida a franquia em sua derradeira temporada em Oakland pode surgir. Mas com a capacidade que a equipe tem de se atrapalhar, é provável que perca algum jogo em que se acredite favorito e dê adeus a temporada.
Indianapolis Colts
Campanha: 6-6
Jogos restantes: Panthers (casa), Buccaneers, Saints e Jaguars (fora).
Pontos fortes: Frank Reich é um treinador capaz de vencer jogos mesmo sem ter tanto talento ao seu dispor, escondendo fraquezas de seus atletas. O ataque terrestre é um dos melhores da liga, com uma linha ofensiva acima da média.
Pontos fracos: Jacoby Brissett é um quarterback capaz de fazer somente o básico e precisa que tudo ao seu redor esteja funcionando para ser efetivo. As ausências de T.Y. Hilton e Eric Ebron minam ainda mais o jogo aéreo. A defesa contra o jogo corrido tem tido problemas.
Previsão: Por um período, um treinador faz mágica. Mas na NFL, não dá pra almejar que essa magia dure tanto tempo assim. Ao perder Andrew Luck faltando pouco tempo para temporada começar, os Colts se viram no pior cenário possível, mas Frank Reich soube lidar com a situação e fez o time chegar a um inesperado 5-2.
Porém, as lesões começaram a minar o já restrito elenco e Brissett passou a ser obrigado a ser um fator decisivo, coisa que não conseguiu. Com apenas uma vitória nas últimas cinco rodadas, os Colts precisaram encontrar forças para reverter um cenário não favorável. Sendo honesto, não vejo nada que dê esperanças disso no momento. Uma ou duas vitórias podem acontecer, mas não serão suficientes para levar os Colts aos playoffs.







