Para melhor entendimento dos períodos da NFL, costumamos dizer que a free agency acontece em março, no período em que a NFL inicia seu novo ano fiscal. Mas o fã de NFL sabe que um jogador sem contrato pode assinar com um time novo a qualquer momento. O mesmo vale para as renovações de contrato de jogadores que já estão em um vínculo com a franquia.
E assim como a free agency acontece em “ondas”, com a primeira em março e a segunda em junho (quando se encerra o corte das escolhas compensatórias), a liga também tem ondas de renovações de contrato. O training camp é a época propícia para tal, já que os jogadores estão junto dos diretores das franquias e podem dar os toques finais em negociações; além disso, outras negociações também acontecem em agosto, permitindo que os times possam abrir espaço na folha salarial para trocas e outras adições em buracos que o training camp escancarou.
Assim, listamos alguns jogadores que são candidatos a renovarem seus contratos nas próximas semanas. Mas nessa lista os nomes óbvios em brigas atuais não vão aparecer: Micah Parsons e T. J. Watt são fortíssimos candidatos a renovar, enquanto a novela Trey Hendrickson já está mais que gasta.
Laremy Tunsil, Washington Commanders
Tunsil estendeu seu contrato com o Houston Texans ainda em 2023 e já é forte candidato a assinar uma nova extensão antes da temporada começar. Isso porque ele tem dois anos restantes em seu contrato e deve receber aproximadamente 21 milhões por ano em média, e nos últimos dois anos, a quantidade de dinheiro entregue em dois anos de contrato subiu bastante na posição—Dan Moore, que assinou com os Titans na free agency, tem 50 milhões em 25/26 sendo um jogador bastante inferior a Tunsil.
Os Commanders trocaram múltiplas escolhas para adquirir o left tackle, mas sabem também que esse é o momento perfeito para investir baseado no espaço disponível na folha salarial e no contrato de calouro de Jayden Daniels. Além disso, Tunsil sabe que não existe dead cap num possível corte em 2026. Um novo acordo, adicionando dois anos de contrato e mais dinheiro garantido, é uma boa possibilidade.
Jessie Bates, Atlanta Falcons
A mesma lógica pode se aplicar nessa possível extensão do safety de Atlanta, cuja maior parte do dinheiro garantido já foi paga e a produção continua alta. O cap hit de Jessie Bates deu um bom salto na atual temporada, com 22,2 milhões contando para os Falcons; para o defensor, com 10 interceptações nas últimas duas temporadas e parte integral da defesa de Raheem Morris, é a hora de capitalizar.
Os dois lados podem negociar uma nova extensão de dois anos que faria o cap hit de Bates abaixar (ajudando o time) e garantindo mais dinheiro em seu contrato (ajudando, obviamente, o jogador). Aos 28 anos de idade e jogando em alto nível desde que mudou de time, essa talvez seja a oportunidade ideal para capitalizar em mais um contrato antes de chegar aos 30 anos de idade.
Zyon McCollum, Tampa Bay Buccaneers
Já passando para a parte de “possíveis extensões mais óbvias” está Zyon McCollum, escolha de quinta rodada do Tampa Bay Buccaneers que deu um salto de produção incrível durante a temporada de 2024. Ele se estabilizou como um cornerback de boa qualidade e as estatísticas provam isso: na última temporada, apenas Darius Slay e Denzel Ward tiveram mais passes defendidos do que McCollum (14).
Vindo de um belo ano, entrando em sua última temporada do contrato de calouro e com um salário-base abaixo dos 3,5 milhões de dólares, a extensão contratual parece ser questão de tempo para McCollum. Ele virou parte importantíssima da defesa dos Buccaneers e será recompensado por sua evolução.
Sauce Gardner e Garrett Wilson, New York Jets
Ainda na lista dos menos complicados, estão as duas escolhas de top 10 dos Jets em 2024. Claro que a falta de sucesso nos playoffs machuca, mas quem acompanha o mínimo de NFL sabe que Gardner e Wilson não são nada culpados da ausência de participações na pós-temporada, que já se estende desde a temporada de 2010.
Gardner é parte da elite da posição de cornerback, enquanto Wilson, embora uma prateleira abaixo como wide receiver, é também um jogador de boa produção e alta qualidade. Ambos serão pilares do time de Aaron Glenn nos próximos anos e, se a falta de estabilidade na posição de quarterback é um limitante geral, os Jets não podem nem sonhar com o risco de perder duas jovens estrelas.
Lamar Jackson, Baltimore Ravens
Essa já é mais interessante porque Lamar renovou ainda em 2023, mas os Ravens não querem perder tempo: em 2026, seu cap hit salta para 74,5 milhões de dólares, um valor praticamente inimaginável de ser investido num único jogador em tempos atuais, ainda que esse jogador seja Lamar Jackson.
Todo o dinheiro totalmente garantido de seu salário (o famoso guaranteed at signing) já foi ativado e, com exceção da divisão dos bônus de assinatura, ele já não tem tanto assim que lhe prende a franquia. É óbvio que Baltimore não vai cortá-lo ou trocá-lo, mas a negociação da folha salarial também é bem importante. Sendo assim, as duas partes já falaram publicamente sobre uma possível extensão e ela pode acontecer nos moldes do acordo de Josh Allen há alguns meses, fazendo de Lamar um dos quarterbacks mais bem pagos da liga mais uma vez.
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