Ano passado, eu escrevi um texto com tema parecido com esse. Mal eu sabia que 2025 seria um dos anos mais alucinantes da história da NFL. Desta década, com certeza é. Da queda de favoritos como o Kansas City Chiefs até a ascensão de Chicago Bears e New England Patriots, por exemplo, tem muita história boa nessa temporada.
Por isso, separamos seis grandes histórias da temporada até agora. É claro que algumas vão ficar de fora, como a ressurreição dos Jaguars sob o comando de Liam Coen e o ótimo ano de Sam Darnold, Mike Macdonald e dos Seahawks. Sobre essas duas em específico, tem vídeo do Cristian e do Alex no YouTube. Dados os avisos, vamos para a lista.
Pro Football lança o Guia dos Playoffs 2025/26
6 – A distopia Indianapolis Colts
Pense em qualquer distopia famosa no mundo das artes. Jogos Vorazes. Exterminador do Futuro. Battle Royale. Olimpíadas do Faustão. O 2025 do Indianapolis Colts deixa quase todas no chinelo (a exceção são as Olimpíadas do Faustão, óbvio). O ano começou de um jeito e vai terminar triste para o torcedor, é verdade. Porém, emoção não faltou lá nos Colts. Para o bem e para o mal.
Daniel Jones ganhou a horrível batalha de titularidade e, para a surpresa de todo mundo, começou a jogar bem. O início bombástico do ataque deixou os Colts como os líderes da AFC South no início da temporada. Jones, em especial, era o favorito nas casas de apostas ao prêmio de Comeback Player of the Year. Mas os Colts começaram a jogar mal e na semana 14, veio o pesadelo: Daniel Jones rompeu o tendão de Aquiles.
Sem alternativas para além de Riley Leonard, o time resolveu ir pelo caminho mais folclórico possível: Philip Rivers. Aos 44 anos, o vovô Rivers – não é meme, ele é avô mesmo – virou o titular e não anda fazendo feio. Ok, Indianapolis tem duas derrotas seguidas com ele e está fora da pós-temporada. Porém, essa lenda urbana servirá de inspiração para muita gente. Inclusive, tem cascavel mais velha dizendo por aí que pode ser titular ainda em alguns times…
Philip Rivers’ comeback had the whole NFC East shook
New episode of Hard Knocks In Season with the NFC East airs tonight at 9pm ET on @hbomax pic.twitter.com/bX0bAzi3T7
— NFL (@NFL) December 16, 2025
5 – Estamos vivendo mais uma bela era de pass rushers
A saga de Myles Garrett para igualar e/ou bater o recorde de sacks da liga se tornou uma das grandes histórias desta temporada regular. Contudo, ela tirou um pouco os holofotes de outros nomes que também estão voando baixo em 2025.
Brian Burns é um bom exemplo disso. Ele está em segundo lugar na lista de sacks neste ano, com 15. Aliás, Burns e Garrett merecem muitos créditos aqui. As equipes de ambos são verdadeiras dragas, mas eles seguem jogando em altíssimo nível. Outro que merece uma menção honrosa é Josh Sweat. O EDGE é o oásis no meio do deserto criativo dos Cardinals e tem 11 sacks na temporada.
Isso sem contar com aqueles que estão em times bons. Danielle Hunter e Will Anderson Jr, a dupla assustadora de Houston com mais de 20 sacks combinados. A ótima defesa do Seattle Seahawks. Os coringas de Brian Flores no Minnesota Vikings. A trinca dos Chargers, com Khalil Mack, Odafe Oweh e Tuli Tuipulotu. O Quarteto Fantástico dos Rams formado por Byron Young, Braden Fiske, Jared Verse e Kobie Turner. Aidan Hutchinson, T.J. Watt, Nik Bonitto, Micah Parsons mudando a defesa dos Packers da água para o vinho (até se machucar)…
Eu poderia citar vários nomes até amanhã. Contudo, o importante é a conclusão aqui: estamos vivendo mais uma grande era de pass rushers. Para a nossa alegria.
4 – A ressurreição do Chicago Bears
Vou ser honesta: eu tinha medo de Ben Johnson dar errado no seu primeiro ano como head coach. O motivo é puramente irracional, mas torcedores dos Dolphins e dos Jets vão entender. Nem todo guru ofensivo vai virar um Kyle Shanahan ou um Sean McVay da vida. Na maioria das vezes, a tendência é que siga a cartilha Adam Gaze e dinamite franquias. Ainda mais se a sua cara indicar que você tem 70 parafusos a menos na sua cabeça, como é o caso do Ben Johnson. Ainda mais quando a franquia em questão vem de sucessivos fracassos monumentais, como é o caso do Chicago Bears.
Pois então, ainda bem que esse medo não se concretizou. O Chicago Bears é uma das grandes surpresas da temporada, graças ao primeiro ano fantástico de seu treinador.
O time já vinha de boas atuações, com a defesa liderando a liga em interceptações e o ataque encontrando seu ritmo. Nem tudo é perfeito, óbvio. O pass rush é inexistente para além de Montez Sweat e Caleb Williams gosta muito de jogar no fio da navalha – ou nos momentos finais do jogo. Quando o jogo terrestre, predicado deste ataque, não é tão efetivo e Williams precisa passar a bola mais do que o normal, o fio da navalha fica ainda mais evidente.
Isso pode custar caro na pós-temporada? Pode. Entretanto, o time está com a curva de crescimento subindo cada vez mais. Especialmente depois de bater o arquirrival Green Bay Packers daquele jeito no Soldier Field – e com direito a chapéu de ralador de queijo. O Chicago Bears está no caminho certo e, se os astros se alinharem, vai fazer muito barulho na pós-temporada.
This team is special. pic.twitter.com/SGXkTAljwH
— Chicago Bears (@ChicagoBears) December 21, 2025
3 – A queda do Kansas City Chiefs…
Nem o torcedor mais pessimista dos Chiefs imaginaria um cenário tão horroroso assim. Patrick Mahomes com o ligamento cruzado do joelho rompido, o time fora dos playoffs pela primeira vez desde 2014 e com campanha negativa desde 2012. Isso sem contar com a franquia querendo se mudar do Arrowhead Stadium nos próximos anos. 2025 entrará para a história dos Chiefs como o ano que deu tudo errado. E com letras maiúsculas.
Mahomes se machucou na semana 15, porém o trem estava prestes a se descarrilhar há tempos. Embora estivesse em bom nível ainda, a defesa não esteve no mesmo patamar que em 2024. A queda de rendimento fez com que os problemas do ataque – outrora mascarados pela superdefesa e por Mahomes – se escancarassem de vez neste ano. E não foram poucis: desfalques na linha ofensiva, o corpo de running backs pífio, as ausências de Rashee Rice e Xavier Worthy nas primeiras semanas, Travis Kelce como ponto focal do ataque nesse meio tempo e no senhor ano de 2025, a falta de ajustes por parte de Andy Reid e da comissão técnica…
Deu tudo errado no Kansas City Chiefs neste ano. Mas como diria a grande Michelle Williams: depois da escuridão e da tristeza, logo vem a felicidade. Entretanto, a franquia terá que mexer em muita coisa para encontrar essa felicidade de novo.
2 – …E de outros antigos favoritos também
Pau que bate em Chico, bate em Francisco. Não foi só o Kansas City Chiefs que decepcionou em 2025; outros favoritos também deixaram (muito) a desejar. Tanto na Conferência Americana, como na Conferência Nacional.
A AFC North é uma grande decepção como todo, mas o Baltimore Ravens é disparado a pior delas. A defesa oscilou de produção durante a temporada regular toda, é verdade. Porém, foi o ataque cujo trouxe a maior decepção. Lamar Jackson não ficou saudável do meio para o final do ano, o que escancarou a queda de rendimento da equipe. Assistir um jogo dos Ravens hoje é de doer os olhos. Caso perca para os Packers (sem Jordan Love) no próximo domingo, é adiós playoffs. Já o outro favorito antigo, o Cincinnati Bengals, decepcionou logo de cara com a sua defesa historicamente abominável. Para o eterno desespero do torcedor, Zac Taylor e esse show de horrores devem seguir para 2026.
Do lado da NFC, o Detroit Lions deu o pior presente de Natal para a sua torcida em muito tempo. O time foi eliminado da corrida por playoffs após perder para os Vikings. Nada deu certo nos Lions em 2025. Além de perder seus dois coordenadores na offseason, a magia acabou nas últimas descidas do campo. Antes um ataque que convertia 3° e 4° descidas com facilidade, neste ano a situação mudou e os turnovers on downs viraram realidade. Junte com a defesa – a secundária, em especial – dizimada por lesões que a receita da tragédia está pronta.
1 – Castigo do monstro: sim, ele voltou.
O eterno meme da Ivy no BBB 20 nunca foi tão verídico na NFL. É o sentimento de todas as outras 30 torcidas hoje: quando a dinastia dos Chiefs passa por percalços, eis que o Império do Mal de Foxborough ressurge das cinzas. Não sob o comando do Palpatine – que aliás, anda causando horrores (literalmente) em North Carolina. Muito menos sob o comando de Darth Vader: esse aí está brincando de ser comentarista na TV americana e de dono minoritário dos Raiders.
Desta vez, quem comanda a Estrela do Morte é Darth Maul – ou melhor, Mike Vrabel. Ok, o pass rush é inexistente depois da lesão de Milton Williams. E esse ataque depende mais de big plays do que o sustentável. Porém, não adianta negar: o New England Patriots é uma ameaça enorme aos adversários. Mais do que ter um ótimo treinador, o time tem um quarterback incrível – e vence muitas vezes por conta dele. Drake Maye está jogando em um nível altíssimo, além de ser o motivo de alegria entre 10 e 10 torcedores dos Patriots.
Sim, ele voltou. Aquele que é o mais temido. Toca a Marcha Imperial que o Mal Supremo™ voltou.
Para saber mais:
Panorama dos playoffs: As chances de cada equipe antes da semana 17
O Jacksonville Jaguars é contender ao Super Bowl?
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