Os 5 maiores candidatos em receber a franchise tag em 2016

Com a criação do teto salarial na NFL, ao início da década de 1990, as franquias perderam bastante “poder de fogo” em manter seus principais jogadores quando os contratos destes chegavam ao final. Assim, para equilibrar mais as coisas e não fazer com que jogadores ávidos por dinheiro deixem as franquias na mão, a liga criou o instrumento da Franchise Tag – ou, em tradução livre, “Etiqueta do Jogador Importante para a Franquia”. Em outras palavras, é justamente isso que você pensou: um meio de “segurar” um jogador cobiçado pelos outros times.

Aqui, explicamos melhor as três formas de tag disponíveis (e também colocamos um box abaixo). Agora chegou a hora de discutir e debater quais jogadores podem recebê-la neste ano – evitando que eles cheguem ao mercado de agentes livres, a Free Agency. As equipes tem até 1º de março para fazê-lo. Até a publicação deste texto, apenas o Baltimore Ravens usou a tag – no kicker Justin Tucker. Mas, obviamente, mais cedo ou mais tarde isso deve acabar acontecendo com maior frequência.

No ano passado foram seis jogadores “tagados”. Em 2012, para efeitos de comparação, foram 21. Com o aumento no teto salarial (que vem acontecendo a cada ano com mais “margem” para as franquias), é mais do que óbvio que a franchise tag vem perdendo um pouco a importância – mas pontualmente pode ser essencial para a manutenção de competitividade de um dado time. Sem mais enrolar com introduções, vamos aos 5 jogadores que devem receber uma das três formas de franchise tag para a temporada 2016. Em todos os casos, se um contrato novo não for assinado ou se o jogador não receber a tag, esse se torna disponível para ser contratado por qualquer equipe da liga.

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Kirk Cousins

Depois que tivemos a primeira manifestação oficial de algum membro de alto clero em Washington sobre a não permanência de Robert Griffin III no elenco para 2016, ficou ainda mais claro que a ideia é ter Kirk Cousins como titular para a temporada 2016. O general manager da franquia, Scot McCloughan, já disse que a ideia inicial é estabelecer um contrato de longo prazo para com o quarterback.

Este, por sua vez, deixou as negociações na semana passada, fazendo com que a franchise tag torne-se uma alternativa ainda mais importante. O preço seria, em média, 19,6 milhões de dólares. Mas num time que teve tanta instabilidade nos últimos anos – e numa liga onde fica cada vez mais evidente a necessidade de um quarterback que saiba passar bem a bola, Kirk Cousins e suas 4.166 jardas são essenciais para o futuro da franquia.

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Alshon Jeffery

Embora Alshon tenha tido sua cota de lesões na temporada passada, já está solidificado o conceito de que ele é um dos melhores recebedores da NFL. Mesmo não estando no mesmo nível de Julio Jones/Odell Beckham Jr/Antonio Brown, Jeffery é essencial para o ataque de Chicago – tão carente de playmakers.

O caso de Jeffery pode ser o uso interessante da Tag. No ano passado, seis jogadores receberam a tag de um ano – todos, menos Jason Pierre-Paul (muito devido ao problema que teve na mão) assinaram contratos de média ou longa extensão em seguida. A Tag em 2016 tem o conceito de “empurrar com a barriga” e vetar que o jogador atinja o mercado. Ela dá um tempo de manobra para as franquias e caso os Bears utilizem a tag aqui (e recomendamos que o façam) isso seria considerado ótimo. Primeiro porque daria mais tempo para assinar – e segundo que, caso o contrato longo não venha antes da temporada, os Bears podem analisar se Jeffery é suscetível de modo crônico a lesões ou não (e assim não jogando dinheiro fora com contrato longo).vonmiller

Os tipos de Franchise Tag
Entenda como o recurso funciona

I) A Franchise Tag Exclusiva
A um dado jogador (e apenas um) é oferecido um contrato de um ano, cujos valores não sejam menores que a média dos cinco maiores salários da posição desse jogador – ou em 120% do salário desse jogador anteriormente, o que for maior. O time tem direitos exclusivos para negociar com esse jogador. Esse modelo foi pela última vez usado em Drew Brees, pelo New Orleans Saints, em 2012.


II) A Franchise Tag Não-Exclusiva
A um dado jogador é oferecido um contrato garantido (ou seja, se ele for cortado recebe do mesmo jeito) de modo que aquele não vá para a Free Agency. O salário, igualmente, é baseado na média dos cinco maiores salários da posição ou em 120% do salário anterior – novamente, o que for maior. A diferença é que o jogador pode negociar com outros times. Aqui vem a sacada: se um outro time fizer uma proposta, o time original tem o direito de igualar essa proposta em até sete dias – e agora a sacada maior ainda; Se não igualar, o time original recebe duas escolhas de primeira rodada como compensação. Obviamente isso impede que as outras franquias queiram se engraçar com o jogador “etiquetado”.


III) A Transition Tag (“Etiqueta de Transição”)
Igualmente por um ano, como as demais – só que com algumas diferenças. Em princípio, porque o salário oferecido é a média dos dez maiores salários vigentes na posição. A Transition garante que o time possa igualar uma proposta de outra franquia – mas não pode ser usada caso o time já tenha usado quaisquer dos outros dois tipos.

Von Miller

Provavelmente o melhor pass rusher da pós-temporada de 2015, Von Miller foi o principal “responsável” pela vitória dos Broncos no Super Bowl 50. Além de forçar fumble retornado para touchdown, ao último quarto ele o fez novamente garantindo boa posição de campo – que culminou no touchdown derradeiro. De acordo com Ian Rapoport, insider da NFL Media, a preferência de John Elway é usar a franchise tag e depois trabalhar em contrato de longa duração – mais ou menos como os Bears podem fazer com Alshon Jeffery.

>> Ouça nosso podcast, no qual falamos sobre as decisões de John Elway na Free Agency

A diferença aqui é que, como os Broncos (e todas as franquias) só podem usar uma tag por ano – e em apenas um jogador – o uso da franchise tag em Von Miller faz com que Brock Osweiler eventualmente possa ficar exposto ao mercado de agentes livres. Com uma penca de times precisando de jogadores na posição de quarterback, é um risco para o time do Colorado.

Muhammad Wilkerson

Um dos melhores times do lado defensivo da bola em 2015, o New York Jets tem algumas pendências em sua linha defensiva para resolver. A princípio, vale destacar que o coadjuvante Damon Harrison (defensive tackle) deve estar no mercado em março – não, não é ele que seria objeto da tag.

Com sua eventual saída, talvez Nova York não queira se dar ao luxo de perder outra peça do setor. No caso, Muhammad Wilkerson. O defensive end foi um dos melhores jogadores da equipe na temporada passada e é peça essencial do setor. Existem alguns cenários possíveis bem interessantes aqui.

Pode acontecer com Mo Wilkerson o que aconteceu na década passada com Jared Allen em Kansas City. Os Chiefs colocaram a tag nele para que Allen não virasse free agent – depois, trocaram o jogador para o Minnesota Vikings. A troca rendeu frutos para a franquia – que depois negociou a escolha de primeira rodada para Detroit por outras escolhas e com elas escolheram  tackle Branden Albert e Jamaal Charles. Os Jets poderiam “se dar ao luxo” de fazê-lo, dado que usaram escolha de primeira rodada em Leonard Williams, também defensive end, no Draft do ano passado. Vale lembrar, o preço da tag para um defensive end seria 15,4 milhões de dólares em 2016.

Josh Norman

Discutivelmente o melhor cornerback da NFL na temporada passada, Josh Norman foi um dos pilares da campanha do Carolina Panthers em 2015. Ainda mais se considerarmos que no fim da caminhada ele perdeu a ajuda de Charles Tillman e Bene Benwilkere, ambos fora por lesão.

general manager do Carolina Panthers, Dave Gettleman,  não quis revelar muitos detalhes sobre o futuro de Carolina com Norman – apenas disse que se necessário, poderia pensar na tag. Existe precedente de uso, aliás – dois anos atrás a equipe usou o instrumento em Greg Hardy. As projeções seriam de uma tag de 13,7 milhões de dólares para os cornerbacks. Honestamente, valeria cada centavo se consideramos a produtividade de Norman no ano passado – e também considerando que daria tempo para que os Panthers possam elaborar um contrato de longo prazo sem o risco de Josh receber outras propostas na Free Agency.

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