O.J Howard, David Njoku e mais três: Os melhores tight ends do Draft 2017

A posição de tight end com certeza é uma das mais fascinantes e complexas do futebol americano graças à sua dupla função dentro de campo. Em primeiro lugar, tight ends precisam saber bloquear, seja para proteger o quarterback, abrir espaços para o jogo corrido ou mesmo ajudar nos times especiais. Sim, esta é a missão primordial da imensa maioria dos atletas que atuam nessa nobre posição. Só depois, geralmente, é que eles são cobrados para contribuir de maneira direta com o ataque aéreo, ou seja, agarrando passes.

Na verdade, a capacidade de receber passes deve ser enxergada como um diferencial. É aquilo que separa um tight end comum de uma estrela, é aquilo que rende um contrato milionário de longa duração ou mesmo viabiliza uma eventual entrada no Hall da Fama. Com o crescimento dos ataques aéreos da NFL nos últimos anos, as franquias cada vez mais buscarão tight ends super produtivos como Tony Gonzalez, Antonio Gates e Rob Gronkowski, os quais evidentemente são jogadores especiais, fora da curva e difíceis de encontrar.

Não por acaso, conforme você verá logo baixo, todos os membros da nossa lista dos cinco melhores tight ends do Draft 2017 têm um potencial acima da média como recebedor. É isso o que as equipes esperam de atletas da posição cotados para saírem sobretudo nas três primeiras rodadas – além do mínimo de competência na hora de bloquear, claro.

Quem está na procura?

São poucos os times que têm condições de bater no peito e falar que possuem um tight end de elite, daqueles que são o foco do ataque e colocam medo nas defesas adversárias, logo poderíamos fazer uma relação enorme de possíveis interessados. Pensando apenas nos mais necessitados, Browns e Bills contam com um corpo de recebedores bastante enxuto e carente de talento, logo devem olhar com carinho para esta rica classe. Rams e Jaguars perderam seus ex-titulares e melhores nomes na intertemporada – respectivamente Lance Kendricks e Julius Thomas.

Ademais, franquias como Giants, Cardinals e Steelers também podem buscar injetar um pouco mais de talento na posição, embora estejam bem servidas quando pensamos especificamente em wide receivers. Por fim, Cowboys e Titans talvez já tenham que começar a planejar a vida sem Jason Witten e Delanie Walker, dois excelentes veteranos que já passaram há algum tempo da casa dos 30 anos.

O.J. Howard, Alabama

Já falamos detalhadamente sobre Howard neste outro texto, então vamos fazer um resumo aqui.

O jovem ex-Alabama é o melhor prospecto da posição nos últimos anos e discutivelmente o jogador ofensivo com maior potencial de todo o Draft 2017. Ele é o pacote completo: tem as dimensões ideais para jogar na NFL (1,98m e 113kg), é dotado de um atleticismo fora de série (combinação de velocidade, agilidade e explosão) e tem uma larga experiência bloqueando para o ataque da Crimson Tide. Não bastasse tudo isso, também sabe percorrer rotas bem e é uma ameaça com a bola nas mãos, podendo fazer estrago após a recepção.

É verdade que a sua produção universitária não é das mais expressivas para alguém tão elogiado (57 partidas, 114 recepções, 1,726 jardas e sete touchdowns), mas isso se deve mais ao viés terrestre adotado pelo ataque de Alabama. Howard está cotado para sair no top 15 e deve ser titular logo cedo no nível profissional. Seu conjunto de qualidades o credencia a fazer qualquer coisa que os técnicos pedirem, alinhando na linha de scrimmage, no slot ou mesmo aberto na lateral.

David Njoku, Miami

Fisicamente falando, Njoku é tão privilegiado quanto Howard. Ambos possuem um atleticismo quase inacreditável para alguém dos seus respectivos tamanho. Mesmo somando 1,93m e 111kg, David foi uma máquina de big plays no College: 17% das suas recepções foram para mais de 30 jardas. Além de muito veloz e explosivo, o que ajuda na hora de conseguir ganhos após a recepção, ele foi campeão nacional de salto em altura na época de escola, uma característica especialmente valiosa para ser explorada em jogadas dentro da red zone – o famoso “joga no alto que o tight end pega”.

O problema, entretanto, é que o prospecto de Miami é infinitamente mais “cru” e menos polido do que O.J.. David atuou apenas dois anos no College Football e soma míseras nove partidas começadas como titular na carreira. Assim, seu principal defeito é a falta de experiência e refinamento técnico. Para ser uma estrela na NFL, o jovem de 20 anos precisará aprimorar diversos aspectos do seu jogo, como a habilidade para percorrer rotas e bloquear – sem contar diminuir os drops por erros mentais.

Njoku, por ora, é mais um projeto do que uma realidade. Ele é um daqueles casos de jogadores de alto risco/altíssima recompensa. Seus atributos físicos o colocam como provável escolha de primeira rodada, mas suas limitações técnicas podem fazê-lo ser reserva logo no início da sua trajetória como profissional.

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Evan Engram, Ole Miss

Engram é mais um exemplar desta safra de tight ends super atléticos – quase tudo o que dissemos sobre Howard e Njoku também se aplica aqui. O produto de Ole Miss é absurdamente ágil, explosivo e mostrou todos os seus atributos físicos dominando os testes do Combine. Além disso, teve uma longa e produtiva carreira de quatro anos com os Rebels, terminando com diversos recordes aéreos da universidade em sua posição (162 recepções, 2,230 jardas e 15 touchdowns).

O ponto é que Engram simplesmente é pequeno demais para ser um tight end tradicional na NFL. Com 1,91m e 106kg, ele está mais para um wide receiver que exagerou no whey protein – seus medidas, por exemplo, são inferiores às de Kelvin Benjamin (1,96m e 110kg), recebedor dos Panthers. Deste modo, não dá para confiar nele como Y-tight end alinhado na linha de scrimmage, pois ele pode acabar sofrendo muito quando tiver que bloquear.

Com uma utilização quase exclusiva no jogo aéreo, seu valor obviamente diminui. O papel mais plausível para Evan é como Flex tight end (F-tight end) ou mesmo como wide receiver nas mãos de alguma mente ofensiva criativa. Em todo o caso, ele pode ser bastante útil na hora de criar duelos favoráveis para o ataque, pois é rápido demais para ser marcado por linebackers e forte demais para ser contido por defensive backs.

Obs.: confira neste texto a explicação detalhada dos conceitos de Y e F-tight end

Jake Butt, Michigan

Além de ter um sobrenome que faz a gente voltar a ter a maturidade de uma criança da 5ª série, Jake Butt com certeza é o tight end menos pirotécnico da nossa lista. Ele não se destaca por ser o mais atlético, veloz ou explosivo, mas sim por ser extremamente consistente. O jovem ex-Michigan tem um estilo de jogo que lembra em diversos aspectos o de atletas como Heath Miller e Jason Witten.

Butt compensa sua falta de velocidade sendo bastante preciso percorrendo rotas, o que fazia com que ele constantemente aparecesse sozinho em campo para agarrar a bola. Ademais, possui mãos seguras e não tem problemas para realizar recepções contestadas. Como bloqueador, ainda tem o que melhorar, porém mostrou-se confiável na tarefa em quatro anos com os Wolverines. Aliás, seu retrospecto com a universidade é ótimo: 43 partidas, 11 touchdowns, 138 recepções e 1,646 jardas – os dois últimos, recordes históricos de Michigan na posição.

Jake é um tight end clássico, daqueles que trabalham no meio do campo e são mais acionados na red zone ou em situações de poucas jardas para o first down. Embora não tenha um teto tão alto quanto o de Howard ou Njoku, Butt pode sim ser um titular útil e produtivo na NFL. Entretanto, um sinal de alerta paira sobre sua cabeça: em dezembro, ele rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito e ainda está em fase de recuperação, tendo perdido todo o processo preparatório para o Draft. Vejamos como isso influenciará no recrutamento.

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Adam Shaheen, Ashland

Por fim, temos Adam Shaheen, um dos prospectos mais enigmáticos do Draft. Jogando por Ashland, universidade da segunda divisão da NCAA, o tight end chamou a atenção de todo mundo ao totalizar 57 recepções, 867 jardas e incríveis 16 touchdowns em 2016. Ex-jogador de basquete, ele já foi comparado com Travis Kelce e mais recentemente foi apelidado de “Baby Gronk”, em referência à estrela dos Patriots.

Com 1,98m, 126kg e um atleticismo inacreditável, Shaheen fisicamente é um monstro. Ele ainda é cru em aspectos técnicos como rotas ou bloqueios e, por enfrentar um nível de competição baixíssimo na segunda divisão do College Football, desperta mais dúvidas do que certezas.

Adam é um diamante bruto a ser lapidado em médio e longo prazo, um exemplo típico de prospecto boom or bust. Com um certo desenvolvimento técnico tem boas chances de ser muito produtivo como recebedor. Do contrário, será apenas mais um cara grande e forte que não deu em nada. Ainda assim, não hesitamos em colocá-lo na nossa lista de estrelas de universidades “pequenas” que podem brilhar no Draft.

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