Na última quarta a NFL foi pega de surpresa com uma troca. O Denver Broncos trocou com o Baltimore Ravens pelo quarterback Joe Flacco. Como oficialmente o período de trocas ainda não está aberto, não se podem confirmar o que foi envolvido na troca. Segundo fontes confiáveis como Adam Schefter, da ESPN americana, os Broncos enviarão uma escolha de quarta rodada para os Ravens.
A princípio não houve comunicação com Flacco, o que leva a crer que seu contrato não deverá ser alterado. Ele receberá 18,20 e 24 milhões nas próximas três temporadas respectivamente e pode ser cortado sem que haja peso morto no teto salarial de 2020 para frente.
Nada é mais John Elway essa troca
Escolher um quarterback alto e com braço forte é quase um mantra do general manager dos Broncos. Após a contratação bem sucedida de Peyton Manning, que levou o time a conquista do Super Bowl 50, ele não acertou em mais nada na posição. O grande problema é que ele parece convicto que está fazendo certo e se mantém repetindo erros atrás de erro. Aliás, não somente na posição de quarterback ele tem errado: seus erros tem sido constantes em todas posições, com raros bons momentos como o draft de 2018.
Primeiro selecionou Brock Osweiler, que teve bons momentos substituindo Manning, mas já mostrava que não era o futuro da franquia. Por sorte, os Texans lhe deram um contrato gigante e Denver se salvou. Não bastasse, draftou Paxton Lynch na primeira rodada de 2016. 2,01m de altura e um bom braço foram suficiente para Elway se encantar. Todos os olheiros (inclusive de dentro de sua equipe) apontavam que Lynch era um quarterback cru e que deveria ser escolhido em rounds intermediários. Dois anos depois, Lynch foi dispensado com apenas cinco jogos na carreira e performances sofríveis.
A escolha de Vance Joseph em 2017 para head coach do time foi mais uma sem sentido. Com uma performance de apenas uma temporada como coordenador defensivo em Miami e de desempenho apenas mediano, nada fazia crer que ele pudesse ser um treinador principal na liga. Elway teimosamente o escolheu e após duas temporadas ele já foi demitido. Vance demonstrou total despreparo nas decisões e era alvo de desconfianças dentro do vestiário. Bons discursos, mas vazio em resultado e atitudes. Mais um grande tiro no pé do manda chuva dos Broncos.
No draft, escolhas de outras posições como Garrett Bolles, DeMarcus Walker e Brendon Langley demonstram despreparo quanto as escolhas. Bolles em nenhum momento mostrou desempenho digno de primeira rodada. Walker e Langley mal conseguem ficar ativos no elenco. Nomes como Montee Ball e Cody Latimer entram na galeria de suas escolhas de rodadas altos que nunca vingaram. Fontes próximas ao time relatam que ele simplesmente tomava decisões por conta ignorando o departamento de olheiros. Não à toa, fez todas essas escolhas ruins.
A vez de Keenum (por pouco tempo)
Veio a temporada de 2018 e um contrato com Case Keenum foi feito: 36 milhões de dólares por dois anos, com 25 garantidos. Um ano bom pelos Vikings fez Elway dar esse contrato para um quarterback de baixo potencial e que não havia mostrado nada nos seus anos anteriores com direito a frases como: “ele é nosso cara”. Pouco mais de um ano depois ele será backup e caso o time não arranje um destino, custará 21 milhões sentado.
Trocar uma escolha de quarta rodada por Joe Flacco não faz sentido nenhum. Uma rodada onde tipicamente os times se aproveitam de jogadores com talento de dias um e dois que sobraram, foi trocado por um quarterback sem grandes aspirações na carreira e que vem de anos terríveis, sendo inclusive colocado no banco para o novato Lamar Jackson.
Se comparado com Keenum nas suas duas últimas temporadas, os números de Flacco são piores.
Apenas para ilustrar, desde 2015 Flacco termina abaixo do top 20 em rating (métrica usada para medir a produtividade dos quarterbacks). Após vencer o Super Bowl na temporada de 2012 e ganhar o contratão que praticamente perdura até hoje, com 44 milhões garantidos, Flacco decaiu de forma absurda. Se tornou um jogador apático, vivendo de flashes daquele jogador que ganhou o MVP do Super Bowl que os Ravens venceram.
Se comparado com Keenum nas suas duas últimas temporadas, os números de Flacco são piores. Mas seu braço forte e seu nome seduziram Elway. Parece uma cartada desesperada de um general manager sem rumo. Mesmo sem ter dead cap algum, a troca não é boa. Caso o time não consiga uma troca por Keenum, ficará com os dois? Jogador por jogador, Keenum é melhor que Flacco no momento e não teria custo extra algum.
Com 34 anos, o que pode demonstrar uma perspectiva de melhora para no jogo de Joe Flacco? Qual motivo o fará ter motivação em Denver, coisa que não conseguiu nos últimos anos em Baltimore? Sua expressão de poucos amigos e enfadonha na sideline ou após alguma jogada só denota um jogador que parece estar em campo apenas pelo dinheiro. Isso é tudo que os Broncos não precisam no momento.
Como se não bastasse, os rumores é que mesmo assim o time irá draftar um quarterback na posição 10. Adivinhem quem é o favorito de Elway? Drew Lock, de Missouri. 1,93m de altura, braço forte e boa mobilidade mas com problemas no processamento mental e cru para NFL. Na minha avaliação jogador de round 3 ou 4, mas que pode sair na pick 10. Volte ao terceiro parágrafo e a história de Lynch se repete. Mais um movimento fadado ao insucesso.
Como já bem dito pelo nosso comandante sith Antony Curti, caso John Elway tivesse outro nome já estaria na rua. Vivendo a sombra de seu glorioso passado como jogador e do título do Super Bowl 50, ele faz burrada atrás de burrada. Por mais que a torcida o respeite uma coisa é certa: é hora de demitir Elway antes que suas atitudes deixem um legado de destruição que levará anos para se reconstruir.
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