O Arizona Cardinals possui um dos piores problemas possíveis para se ter: o que fazer na posição de quarterback? A franquia, desde o punhado de anos com Kurt Warner, não conseguiu ter consistência na posição até Carson Palmer cair no colo deles.
Após uma temporada digna de MVP (se Cam Newton não tivesse sido tão sensacional), o time foi montado inteiramente ao redor de Palmer… que não colaborou. O quarterback piorou em qualquer estatística possível (de 35 para 26 touchdowns lançados, de 11 para 14 interceptações e de 8,7 para 7,1 jardas por passe, apenas para citar os principais), o que corroborou a observação de seu desempenho em campo: não era o mesmo jogador.
Com isso ficou a dúvida: será que realmente chegou a hora de Palmer parar? Ou foi só mais um ano atípico dele? Claro que houve problemas na linha ofensiva e Michael Floyd resolveu ser uma dor de cabeça constante. No entanto, a equipe contou com uma temporada monstruosa de David Johnson e mesmo assim decepcionou jogo após jogo – tanto ofensiva quanto defensivamente.
Esta é a pior posição que alguém pode ficar: o limbo. Não saber no que investir, para onde correr. O time está bem posicionado para escolher um quarterback caso queira, conquanto apostar em mais um ano de Palmer poderia ser o melhor uso dos recursos. Por outro lado, se ele não parar de desacelerar será muito dinheiro e talento investidos jogados no lixo – aprendam uma coisa: ninguém vai longe sem um quarterback nos dias de hoje.
Quem ficou na Free Agency: DT Frostee Rucker, WR Andre Ellington, ILB Karlos Dansby
Quem chegou na Free Agency: SS Antoine Bethea, K Phil Dawson, OLB Jarvis Jones
Quem saiu na Free Agency: RB Chris Johnson (não renovou), CB Mike Jenkins (não renovou), ILB Sio Moore (não renovou), G Taylor Boggs (não renovou), RB Stepfan Taylor (não renovou), DE Calais Campbell (Jaguars), SS Tony Jefferson (Ravens), CB Marcus Cooper (Bears), SS D.J. Swearinger (Washington), RT Earl Watford (Jaguars), ILB Kevin Minter (Bengals), OLB Alex Okafor (Saints), TE Darren Fells (Lions), K Chandler Catanzaro (Jets).
Necessidades do Arizona Cardinals no Draft 2017: TE/DE/ILB/DB/QB
Os Cardinals deveriam começar a pensar no futuro mesclando com a tentativa de vencer agora. A fórmula que deu certo em Green Bay com a transição Brett Favre-Aaron Rodgers dificilmente é seguida pelo imediatismo das franquias, conquanto sabemos que Palmer pode realmente ter desacelerado e comece a virar o ponto fraco deste ataque – o que, fatalmente, vai acabar acontecendo em um ou dois anos. Este seria o momento ideal para achar o sucessor e fazê-lo aprender atrás de um cara que sabe o que é diversidade e sabe como superar os desafios na NFL.
Defensive end
A saída de Calais Campbell para Jacksonville transformou, automaticamente, Robert Nkemdiche como o principal rusher para ajudar Chandler Jones e Markus Golden – o que é muito pouco. A equipe precisa de profundidade na rotação e, sejamos sinceros, não dá para confiar exclusivamente em um cara que tem 1 tackle na carreira inteira. Taco Charlton poderia ser um alvo interessante para Arizona. Caso o interesse fosse mais de um pass rusher de situação, Charles Harris poderia virar o alvo na primeira rodada da franquia.
Além disso, Alex Okafor foi embora (junto com Kevin Minter, que também teve 3,5 sacks no ano passado), o que reforça ainda mais a necessidade de aprofundar a rotação dos rushers. De nada adianta liderar a NFL em sacks no ano passado e esquecer das perdas para 2017.
Tight end
O melhor amigo de um quarterback é o tight end e Arizona não sabe o que é explorar a posição há algum tempo. Jermaine Gresham e Troy Nicklas foram invisíveis no ano passado, contribuindo em apenas 13% das jogadas aéreas no ano passado – segunda pior marca da liga. Vale lembrar que Gresham nunca foi um grande contribuidor recebendo e Nicklas parece um grande bust a esta altura. Caso O.J. Howard esteja disponível na primeira rodada, os Cardinals talvez não deixem escapar a chance.
Inside linebacker
Se com Kevin Minter a necessidade era clara, sem ele virou questão de urgência. Minter liderou a equipe ano passado com 54 tackles apenas, o que é muito pouco para a posição – para se ter uma ideia, outros 36 jogadores na liga tiveram mais tackles que Minter no ano passado. A saída de Campbell aliada com a necessidade no miolo podem transformar esta defesa em uma grande peneira contra o jogo terrestre, o que não é nada saudável jogando na mesma divisão que o Seattle Seahawks e o L.A. Rams.
A chegada de Karlos Dansby é apenas uma cobertura rápida para um problema crônico. É urgente a necessidade de achar alguém para ser titular imediato e poder cobrir as falhas de Deone Bucannon quando ele não consegue jogar equilibrado.
Defensive back
Patrick Peterson é um dos melhores cornerbacks da NFL e Tyrann Mathieu, quando saudável, é um híbrido muito interessante. Tirando os dois, a situação fica muito mais complicada. Brandon Williams (sim, o cornerback e não o agora rico de Baltimore) é extremamente inexperiente e não tem muita competição para se tornar titular. Além disso, falta safeties.
As saídas de Tony Jefferson e D.J. Swearinger abriram dois grandes buracos: quem entra no nickel e o próprio titular. Bethea é uma solução a muito curto prazo e Tyvon Branch nunca conseguiu se firmar em nenhuma franquia de maneira consistente. Esta é, sem dúvidas, a maior necessidade de Arizona – e a mais negligenciada, visto que Peterson e Mathieu escondem um pouco a tamanha necessidade da posição.
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