O NFL Combine já acabou e todo mundo foi embora de Indianapolis. A você não acostumado com os termos da offseason, trata-se da grande entrevista de emprego dos jogadores que estarão no Draft da NFL logo menos em abril. Testes físicos, psicológicos e entrevistas rolam com mais de 300 jogadores. Abaixo, listei cinco coisas que você precisa ficar de olho e saber para o Draft. Tá bem mastigado.
1) Espetáculo da linha defensiva
As defesas nada mais são do que grandes espelhos do ataque. Assim, natural que com o avanço da spread offense haja um espelhamento defensivo. Com passes mais rápidos e recebedores espalhados, os defensores têm que virar mais rápidos e ágeis. Os que viram, se destacam: pura seleção natural e Darwin.
A classe de jogadores de linha defensiva, sejam EDGEs ou interior lineman (iDL) não desapontou neste final de semana. Já há muito falo que a classe é carregada na posição e essas estrelas mostraram isso. Meu melhor jogador do board, Quinnen Williams registrou o melhor tempo em tiro de 40 jardas para um jogador de miolo de linha desde 2003. Montez Sweat, EDGE, correu em 4.41 segundos – recorde para um jogador de linha defensiva. Sweat também foi bem nos drills, demonstrando agilidade que pode catapultá-lo para cima no Draft. Certamente foi um dos grandes vencedores do final de semana.
Outros atletas de linha também performaram muito bem, obrigado. Rashan Gary correu as 40 yds em 4,58, tempo impressionante para um atleta de seu tamanho. Dexter Lawrence também impressionou, mas no supino: foram 36 repetições com 100 kg. Para se ter contexto: qualquer número acima de 30 já é maravilhoso.
[related_posts_by_tax format=”links” posts_per_page=”3″ title=”Leia também” taxonomies=”category”]2) Chilique de Polite
É engraçado que “polite” possa ser traduzido como “educado” em inglês e Jachai Polite, EDGE de Florida, tenha tido um pequeno chilique. O Combine, além de exercícios físicos, dispõe de entrevistas de dadas franquias com jogadores à sua escolha. Ele foi mal nas entrevistas, está batalhando contra uma lesão na parte posterior da coxa e, ao ser perguntado sobre o Combine, disse que os times pegaram pesado quando lhe entrevistando.
Um jogador profissional tem que ter sangue frio e pele grossa nessas horas. Aliás, não só nessas. “Barulho” e críticas de fãs e de fora do vestiário é o que mais acontece. Então assusta que ele tenha ficado incomodado com perguntas de olheiros. Afinal, esse é o trabalho deles.
3) Daniel Jones e a natureza confirmatória do Combine
Já há muito digo que o Combine tem uma natureza “confirmatória”. O ideal é que não tomemos apenas seus números e medições isoladas do tape do jogador. Daniel Jones é queridinho de muitos analistas, como Mel Kiper Jr, mas não se ajudou no fim de semana. O tape mostrou um quarterback que pendura demais a bola e a deixa pendurada por vezes, sem a velocidade adequada. Quando lançando em sequência de nomes com mais força como Dwayne Haskins e Drew Lock, ficou ainda mais evidente como a bola de Jones realmente deixa a desejar quanto à sua velocidade nos passes.
4) Filho de Evander Holyfield vai mal
Além de Murray, outra história interessante do NFL Combine de 2019 é Elijah Holyfield. Se o nome é familiar, é porque deve ser mesmo: ele é filho do ex-pugilista Evander Holyfield, que foi campeão mundial e acabou protagonizando aquele incidente bizarro no qual sua orelha foi mordida por Mike Tyson.
Elijah é running back e jogou em Georgia, mas ao contrário dos últimos produtos da universidade na posição, não está bem contado. Para quem não se lembra, Todd Gurley, Sony Michel e Nick Chubb foram alguns dos nomes revelados pelos Bulldogs nos últimos anos. Além de ter problema crônico de fumbles, Holyfield foi bem mal no tiro de 40 jardas: correu em 4,78 segundos, péssima marca para um running back. De bom nome lá para a quinta rodada, ele periga cair ainda mais agora.
5) Mesmo sem passar nenhuma bola, Kyler Murray foi o grande vencedor do Combine
Cercado de desconfiança dos olheiros e de muitos analistas, o quarterback de Oklahoma foi de longe o maior vencedor do Combine. Embora Dwayne Haskins tenha tido ótimo dia de lançamentos – e péssimo tempo no tiro de 40 jardas o que “lhe ajuda” a se solidificar como pocket passer – Kyler Murray venceu porque tem 1,79 m. É, eu sei: parece ridículo, mas num jogo de território, cada centímetro conta. Explico: a expectativa era que ele tivesse menos e, por isso, poderia cair no Draft.
Para entender o Combine, dá uma lida neste meu texto clicando aqui.
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