
Após um 2018 de relativo sucesso, quando o time alcançou a semifinal da conferência nacional, o Philadelphia Eagles adentrou o período de free agency com um número relativamente considerável de buracos em seu elenco, além de vários jogadores importantes se tornando agentes livres. A estratégia de trocar por jogadores no contrato de calouro, impregnada em 2017, resultou em alguns jogadores talentosos deixando o time ao fim da última campanha.
O principal impedimento para que os Eagles pudessem atacar todas essas deficiências e ao mesmo tempo manter os bons jogadores do elenco que estavam de saída era, obviamente, a folha salarial. Com pouco espaço disponível para realizar transações, coube a Howie Roseman executar uma série de movimentos de modo que o time tivesse mais dinheiro para investir. A reestruturação de contratos de estrelas como Lane Johnson, Chris Long, Nigel Bradham, a troca de Michael Bennett e os cortes de Timmy Jernigan e Stefan Wisniewski permitiram que Philadelphia conseguisse realizar dois grandes investimentos para sanar necessidades do time com jogadores de qualidade provada.
Antes mesmo da abertura oficial da free agency, a equipe fechou um contrato de três anos e 30 milhões de dólares com o interior de linha defensiva Malik Jackson, que havia sido dispensado do Jacksonville Jaguars por questões salariais – coincidentemente, os Jaguars buscavam abrir espaço na folha salarial para investir em Nick Foles, anteriormente no Philadelphia Eagles. Mais tarde, a organização completou uma troca com o Tampa Bay Buccaneers para repatriar o recebedor DeSean Jackson, que foi dispensado pela equipe há cinco anos depois de uma primeira passagem de bastante produção.
Malik Jackson: a contratação que Jim Schwartz vai amar
Se você está familiarizado com o plano defensivo de Jim Schwartz, percebe que o coordenador defensivo dos Eagles aplica extrema importância a pressão pelo interior da linha defensiva, até mesmo mais do que atacar os quarterbacks adversários pelos extremos. Do jeito que a defesa da equipe foi estruturada nas últimas duas temporadas, ter dois interiores de linha defensiva de qualidade era essencial, e o time possuía-os em Fletcher Cox e Timmy Jernigan.
Cox, se não o melhor, faz parte da discussão dos melhores jogadores da liga dentro de sua posição. No entanto, Jernigan perdeu a imensa maioria da última temporada por conta de uma lesão nas costas e, programado para receber um alto salário em 2019, foi dispensado pela franquia. Com efeito, o time precisava de um reforço que, dentre outras coisas, possa colapsar o pocket por dentro e tornar o trabalho da secundária mais fácil.
Schwartz acredita que o investimento no front seven é mais importante do que o investimento na secundária; segundo a filosofia do assistente, um pass rush eficiente torna o trabalho da secundária muito mais fácil. Assim, se aproveitando da dispensa de Malik Jackson por parte dos Jaguars, os Eagles assinaram um contrato de média duração com o jogador, pareando-o com Fletcher Cox pelo interior da linha e causando ainda mais preocupação nas proteções adversárias.
Como você pode planejar de forma eficiente sua proteção quando um time tem quatro jogadores que são extremamente eficientes pressionando seu quarterback? É esse o desafio que os assistentes ofensivos terão esse ano ao montar o plano de jogo contra o Philadelphia Eagles. Se utilizarem double team em Fletcher Cox, por exemplo, é bastante provável que Jackson, Brandon Graham e Derek Barnett estarão em dezenas de situações envolvendo bloqueios individuais; se os treinadores ofensivos aumentarem a proteção, o número de alvos consequentemente diminui.
Apesar disso, é necessário notar que Malik Jackson tem seus problemas para defender o jogo terrestre. Essa foi a justificativa dos Jaguars para dispensá-lo, e ficou evidente ao longo da última temporada o quão ineficiente ele era pra lidar com esse tipo de ofensiva. Com Cox atraindo bloqueios duplos em jogadas de corrida, Jackson certamente terá de demonstrar maior efetividade nesse tipo de jogada. Por mais que 10 milhões de dólares anuais pareçam um valor alto, foi uma boa contratação do Philadelphia Eagles.
DeSean Jackson: a arma vertical que Doug Pederson sentiu falta em 2018
Doug Pederson é, indubitavelmente, uma das mentes ofensivas mais brilhantes da liga. Porém, sem encher muita linguiça dele nesse texto, vamos falar especificamente de como DeSean Jackson se encaixará perfeitamente no ataque dos Eagles e de como ele pode ser a arma perfeita para não só produzir big plays mas potencializar todo o sistema num âmbito geral.
O conceito de rotas desenvolvido por Pederson não possui (ou, se possui, são extremamente raras as vezes em que as mesmas são utilizadas) rotas isoladas. Na prática, isso quer dizer que todas as rotas que são executadas numa dada jogada possuem alguma função designada para o sucesso da mesma. Para que isso funcione da forma como se é pensada, é necessário que haja um jogador capaz de esticar a defesa verticalmente, ao mesmo tempo que possui o potencial de realizar jogadas explosivas.
Em 2017, isso funcionou quando Torrey Smith estava no time. Em 2018, a premissa era de que Mike Wallace (que, presumia-se, teria um impacto ainda maior do que Smith em termos de grandes jogadas) realizaria essa função, no entanto, o jogador se lesionou com gravidade na segunda semana da temporada e não voltou a campo no restante do ano. Como ficou evidente, a ausência de uma arma vertical tirou um pouco da eficiência do ataque aéreo dos Eagles.
Entra DeSean Jackson na equação. Jackson não é uma arma vertical: ele é a arma vertical. Apenas J.J. Nelson (17.8) possui mais jardas de média por recepção do que o novo recebedor dos Eagles, que possui 16.8. Ele foi adquirido por Philadelphia numa troca de valor irrisório, e assinou um contrato de três anos com o time; além disso, ninguém na história da NFL recebeu mais touchdowns de 60 ou mais jardas e, mesmo com 32 anos, a velocidade do recebedor não parece ter diminuído de forma alguma.
O efeito dominó é ainda bastante interessante. Primeiro, Jackson vai alinhar do lado oposto a Alshon Jeffery, o principal recebedor dos Eagles e que possui características totalmente diferentes – tenha certeza de que Pederson saberá utilizar as vantagens de cada um. Segundo, de forma surpreendente, a equipe manteve Nelson Agholor sob contrato para a temporada de 2019, mesmo com um salário superior a nove milhões de dólares. Se Jackson possui velocidade vertical, Agholor é excelente utilizando sua velocidade e sua agilidade de modo mais horizontal: espere por cenários onde o primeiro esticará as defesas, abrirá espaços em rotas curtas e intermediárias e o segundo receberá passes de modo que consiga muitas jardas após a recepção.
A última vez que DeSean Jackson vestiu a camisa do Philadelphia Eagles, o time era venerado como a grande inovação ofensiva da NFL. Em 2019, já terão deixado de ser a grande inovação, mas com Pederson no comando, a eficiência ainda será alta. Junto da contratação de Malik Jackson e contando com as escolhas extras que o time possui na próxima classe do Draft, definitivamente os Eagles estão em boa posição para melhorar sua última campanha.
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