Com ou sem QB, Giants têm várias opções nos dois primeiros dias de Draft

Buscar um novo QB e reforçar a defesa são opções

New York Giants e Draft não é uma combinação que tem dado muito certo na última década: para cada Odell Beckham Jr. selecionado, temos pelo menos uns dois ou três Ereck Flowers – o que não é uma proporção ideal. E sem contar as vezes na qual a franquia pegou um jogador talentoso, mas que não fazia muito sentido no contexto do time, como foram os casos de Evan Engram e Saquon Barkley.

Tal sucessão de recrutamentos horrorosos é a principal razão para os Giants se encontrarem na difícil posição em que estão agora, ou seja, uma equipe sem presente e sem muitas perspectivas de futuro também. Por sorte, um novo Draft está logo aí e, assim como acreditamos a cada Réveillon que a nossa vida milagrosamente vai melhorar no ano novo, os torcedores podem acreditar que a classe de calouros de 2019 milagrosamente colocará New York de volta nos eixos.

Para que isso aconteça, porém, é preciso mais do que boa vontade e fé. É preciso que o general manager Dave Gettleman faça um bom trabalho com o capital que acumulou. Embora ao todo sejam 12 escolhas – maior número empatado com New England -, vale lembrar que oito delas são de terceiro dia. São apenas quatro seleções dentro do top 100 – seriam cinco se a franquia não tivesse escolhido Sam Beal no Draft Suplementar do ano passado -, logo, a oportunidade de sair com atletas de elite não é tão grande quanto o número bruto de picks pode sugerir.

Assim sendo, qual seria a melhor estratégia para Gettleman adotar nas três primeiras rodadas do Draft? Os Giants têm várias opções e vamos analisar algumas delas, ou pelo menos as que parecem mais prováveis de se tornarem realidade. Não iremos, entretanto, especular muito sobre trocas, pois senão o leque de possibilidades a serem revistas fugiria do controle.

Opção 1: Não escolher um quarterback e tankar com gosto rumo a 2020

Apesar de todo o respeito que Eli Manning merece por sua história, já passou da hora dos Giants pararem de insistir com ele: eles só estão se humilhando e humilhando o próprio Eli com tudo isso. Ainda assim, arriscar a sorte com um franchise quarterback medíocre em uma classe tão pouco inspiradora como a de 2019 não é o cenário dos sonhos, principalmente porque, em teoria, a classe de 2020 tende a ser muito melhor com Justin Herbert, Tua Tagavailoa e mais qualquer um que despontar durante a temporada do College Football.

Então, por que não esperar? New York não vai ser competitivo por um tempo mesmo, portanto não precisa ter pressa. A franquia poderia gastar suas picks qualificando o resto do plantel, que por sinal é bastante fraco, e montando um elenco de apoio decente para o futuro signal caller calouro. Isso, contudo, significa ter paciência e humildade para reconhecer que serão pelo menos uns dois anos de derrotas e rebuild pesado pela frente.

Melhor do que ficar nesse chove e não molha eterno de cinco vitórias por ano talvez seja tankar com convicção de uma vez, aceitar que esse time é fraco e não vai a lugar nenhum, conseguir uma escolha top 3 no próximo Draft e pegar um franchise quarterback de verdade.

Caso sigam tal plano, defesa deveria ser a prioridade para os Giants na primeira rodada. Julgando que Kyler Murray seja a primeira escolha geral e mais outro prospecto de ataque saia no top 5, algum defensor de elite cairá no colo de New York com a 6ª pick. Muitas simulações estão colocando Montez Sweat como alvo da equipe, mas, a bem da verdade, qualquer EDGE seria muito bem-vindo – após trocarem Olivier Vernon, não sobrou quase nada na posição. Devin White também faria sentido levando em conta o talento e as necessidades do elenco, mas os Giants são uma franquia que historicamente não draftam linebackers em posições altas.

Em suma, quase qualquer combinação de EDGE, iDL ou cornerback com as duas escolhas de primeira rodada cairia bem. Imagine se, por um milagre, Ed Oliver estivesse disponível quando os Giants escolhessem na 6ª posição? Ou então Christian Wilkins na 17ª? Combine qualquer um dos dois com um EDGE rusher de potencial e o time já terá a base de um sistema defensivo.

Na segunda rodada, a depender de quem estiver disponível, New York poderia buscar um upgrade na posição de right tackle, pois não há como ser feliz com Chad Wheeler – Cody Ford é o nome a ser chamado. Mas levando em conta que Gettleman está fissurado por offensive linemen desde que chegou em Nova York, tal upgrade poderia até vir antes.

Por fim, com as duas escolhas de terceira rodada, seria o momento de buscar um bom cornerback – caso, claro, a posição não tenha sido endereçada antes – e um wide receiver com características totalmente diferentes de Sterling Shepard e Golden Tate.

Se fizer tudo isso – e admitimos que é um grande “se” -, os Giants estariam usando a nata das suas picks para sanar as maiores carências do elenco e construindo a base do que pode ser uma bela equipe no futuro. Sim, está faltando a cereja do bolo, o quarterback, mas isso fica para o ano que vem, lembra?

Opção 2: Quarterback na 6ª posição geral (mas alguém vale a pena?)

Todos os indícios levam a crer que Kyler Murray será escolhido pelos Cardinals; ademais, nada sugere que os Giants têm intenção em trocar para cima por ele. Logo, se quiserem um signal caller mesmo, é quase certeza que será outro jogador. O problema é saber quem ou quando.

Dwayne Haskins é considerado por muitos um prospecto até melhor do que Murray, mas, de acordo com informações divulgadas ao longo dos últimos dias, os Giants não estão impressionados com ele – na verdade, segundo o que Peter King reportou há algumas semanas, o ex-signal caller de Ohio State vem caindo no board de todo mundo. Pode ser cortina de fumaça? Claro que sim, mas também pode ser verdade. Por outro lado, o nome de Daniel Jones cada vez ganha mais força nos bastidores da equipe, ao ponto de alguns analistas começarem a o colocar como o selecionado com a 6ª escolha.

Seria insano levando em conta o valor atribuído a Jones em todos os Big Boards que existem, mas reaches por quarterbacks são bastante comuns, ainda mais em classes fracas na posição. Outra coisa bastante comum são decisões questionáveis tomadas por Dave Gettleman. Enfim, Haskins e Jones parecem ser os favoritos caso os Giants optem por um quarterback dentro do top 10 – Haskins, hoje, perdendo espaço e Jones ganhando momentum. Drew Lock, por sua vez, além de também ser um reach, não aparenta ter caído nas graças da franquia.

Caso optem por usar sua primeira escolha em um signal caller, isso significará adeus à chance de pegar um defensor top de linha no Draft, mas não mudará drasticamente as necessidades a que aludimos anteriormente no texto.

Opção 3: Esperar e torcer por um quarterback na 17ª posição

Se quiserem mesmo um novo signal caller, os Giants precisam pegar alguém que eles imaginem ser o futuro da franquia. Eles não precisam de um novo Kyle Lauletta. É hora do “ou vai, ou racha”. Por isso, não achamos que faça sentido procurar um quarterback fora da primeira rodada. Se acreditam que Daniel Jones, Haskins ou mesmo Drew Lock seja o cara, a 17ª posição é o limite para selecioná-los – em termos de valor, aliás, seria bem menos absurdo do que a 6ª pick geral -, pois nada garante que eles estarão disponíveis quando a equipe voltar ao relógio na segunda rodada.

Na verdade, em teoria, é arriscado esperar de qualquer jeito. Logo atrás dos Giants, há uma fila de franquias ávidas por quarterbacks: Broncos, Bengals, Dolphins e Redskins. É possível que New York quebre a cara caso espere que o seu prospecto favorito da posição ainda esteja disponível na metade da primeira rodada – de novo, vale lembrar, estamos desconsiderando trocas para cima e para baixo.

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Por outro lado, se a espera não trouxer maiores consequências, a franquia pode se dar muito bem. Imagine que ela pegue Ed Oliver ou Montez Sweat com a 6ª escolha e um quarterback 11 posições depois. Pensando no valor das picks, seria um ganho muitíssimo superior do que, por exemplo, selecionar Daniel Jones no top 10. New York sairia da primeira rodada com uma fundação sólida na defesa, um possível franchise signal caller e sem nenhum reach tão absurdo. Não dá para pedir nada muito melhor do que isso.

Várias ramificações podem surgir a partir das três opções que propusemos, com algumas variações de nomes ou posições de prioridade, mas esses basicamente são os caminhos que os Giants podem seguir no início do Draft. A chave de tudo é, como ficou claro, a decisão de selecionar ou não um quarterback e, caso a resposta seja positiva, quando selecioná-lo. Tais respostas é o que decidirão o presente e o futuro em Nova York. E você, o que faria se desse as cartas no war room da franquia?

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