Você provavelmente pode contar nos dedos de uma mão quais times estão tão bem posicionados frente o Draft de 2019 junto do Philadelphia Eagles.
O time supriu a maioria das suas (poucas) necessidades no período de free agency, possui uma escolha extra de segunda rodada (ao mesmo tempo que não conta com a sua de terceira, é bem verdade) e seu elenco possui capacidade para brigar por título quando a temporada começar. Além disso, os Eagles estão estabelecidos na posição de quarterback, já que Carson Wentz ainda está em seu contrato de calouro e é sem dúvida a face da organização por, ao menos, mais uma década.
Com efeito, Philadelphia pode fazer escolhas baseadas nos melhores jogadores disponíveis em sua board, ao invés de gastar escolhas com o objetivo de suprir necessidades. É claro, elas nunca deixarão de existir, mas não há nada de grave que influencie nas escolhas de Howie Roseman a partir de quinta-feira.
Quais escolhas o time tem: 25 (1), 53 via Baltimore (2), 57 (2), 127 (4), 138 (4, compensatória), 163 (5), 197 (6)
Escolhas no Top 100: 3.
Para começar esse texto, abri o Draft Simulator do The Draft Network – ele permite que você faça simulações de sete rodadas com quantos times você quiser.
https://twitter.com/henrique_bulio/status/1120780103850647555
Sinceramente falando? Acho que seria necessária uma tempestade mais que perfeita para que Wilkins, Thornhill e Cajuste estivessem disponíveis nas escolhas em questão – mas se estivessem, os Eagles teriam três maravilhosos jogadores adicionados ao elenco nas duas primeiras rodadas. É importante lembrar que o time não possui escolha na terceira por conta da troca com o Detroit Lions no meio da última temporada, quando a organização adquiriu o wide receiver Golden Tate.
Subir por um pass rusher? É uma possibilidade.
Não sou a primeira e certamente não serei a última pessoa a dizer que pass rushers de qualidade nunca são demais. Sabendo do nível da classe com relação à jogadores de linha defensiva, considerando a situação do time na posição de EDGE e do quanto Jim Schwartz gosta de utilizar packages nickel – o que, consequentemente, faz com que o time se alinhe em grande parte de seus snaps com quatro jogadores na linha defensiva, uma das principais marcas do sistema defensivo do treinador -, tem crescido cada vez mais os boatos de que os Eagles são um dos times que estão dispostos a subir na primeira rodada para buscar um pass rusher de qualidade.
Pessoalmente falando, adoraria essa possibilidade. Os Eagles estão em condições de buscar o melhor jogador disponível e, se o time estiver certo de que subir no Draft é a decisão certa, que o façam. Afinal, Vinny Curry não é um EDGE efetivo em termos de gerar pressão e nem mesmo sabemos se Chris Long irá atuar em 2019. Com Brandon Graham e Derek Barnett no elenco, não chega a ser uma necessidade, mas numa classe com tanto talento no front seven, adicionar ainda mais qualidade para se preparar para o futuro seria excelente.
Eu odiaria se os Eagles pegassem um cornerback na primeira escolha por não acreditar que haja valor suficiente na 25ª escolha geral e, a bem da verdade, o time está muito bem preparado para o futuro na posição. Um wide receiver não seria de todo mal, mas um jogador de linha defensiva seria a melhor opção aqui.
Tenho dito várias vezes que, num mundo ideal, Christian Wilkins seria minha escolha de primeira rodada. Não vejo a diferença de talento entre Wilkins e os outros dois interiores de linha defensiva mais bem cotados (Quinnen Williams e Ed Oliver) como algo assim tão marcante, e Schwartz valoriza muito a pressão pelo interior da linha – uma rotação de Fletcher Cox, Malik Jackson e Christian Wilkins não só deixaria os outros dois mais descansados como também permitiria que os Eagles pudessem se livrar de Jackson após dois anos de contrato, aliviando espaço na folha salarial em 2021.
Acumular escolhas no segundo dia seria um movimento inteligente.
Uma coisa interessante do Draft 2019 é que a diferença de talento não é tão grande se compararmos algumas escolhas de segunda e de quarta rodada – na Big Board do On The Clock, cujo guia do Draft você pode adquirir aqui, a margem da escolha 30 até a 121 é de menos de um ponto.
Embora os Eagles tenham duas escolhas de segunda rodada, eles não possuem nenhuma de terceira. Uma troca para baixo com alguma dessas escolhas para adquirir um par de novas seleções faria bem ao time, que poderia acumular ainda mais talento.
Obviamente, de nada adianta ter mais escolhas se você não souber como utilizá-las. Num exercício de imaginação no qual Philadelphia troque uma de suas escolhas de segunda por picks de terceira e quarta rodada, imagino que o time busque adereçar as posições de safety e wide receiver ao menos. Existe uma possibilidade do time se ver forçado a cortar Andrew Sendejo até o dia 7 de maio, o que ocasionaria a necessidade de um novo safety reserva; além disso, o time precisa desenvolver algum recebedor para o próximo ano, já que é bastante improvável que Nelson Agholor retorne ao time depois de 2019 por questões financeiras.
Como o Draft é um exercício maçante a partir da quinta-rodada, quando grande parte dos jogadores selecionados não terá qualquer impacto na liga, e reforçando mais uma vez nesse texto o quão bom está o elenco da franquia no momento atual, Howie Roseman possivelmente dará uma chance a algum jogador talentoso mas que possui um grande ponto de interrogação. Esse jogador pode ser Rodney Anderson, talentosíssimo running back de Oklahoma mas que tem um extenso histórico de problemas com lesões graves.
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Por fim, as escolhas finais servirão somente para adicionar profundidade ao elenco. Não acredito, por exemplo, que os Eagles selecionarão um quarterback, já que Nate Sudfeld foi mantido como free agent restrito e o time adicionou Luis Perez para servir como um projeto. Não acho que seria surpresa se mais um corredor fosse adicionado, já que o time gosta de trabalhar com um comitê na posição. Por fim, a situação dos linebackers da equipe não é tão grave quanto se parece, e não vejo Roseman investindo na posição via Draft.
