John Lynch na corda bamba
Após seu primeiro Draft como general manager, John Lynch saía como um gênio ao conseguir escolher Solomon Thomas, Reuben Foster e ainda conseguir enganar os Bears a ponto de fazê-los subir para escolherem o quarterback Mitchell Trubisky. A primeira impressão era que a combinação John Lynch + Kyle Shanahan seria fatal para os adversários, ficando difícil de segurar um time comandado por dois excelentes profissionais. Todavia, pouco tempo depois, John Lynch já está ficando com o assento quente: Solomon Thomas tem sido uma grande decepção e Reuben Foster nem está mais no time. Por isso, era fundamental que Lynch tivesse um bom Draft para conseguir se estabelecer novamente e ganhar mais tempo no cargo, mas a primeira impressão do Draft de 2019 não é das melhores.
Apesar de ter escolhido Nick Bosa, o restante do Draft de San Francisco deixou um gosto amargo na boca. O símbolo deste Draft é a escolha do punter Mitch Wishnowsky na quarta rodada. Nada contra o jogador em si, mas escolher qualquer jogador de times especiais na quarta rodada é sempre uma decisão questionável. Para piorar, o punter de Utah já possui 27 anos e foi o jogador mais velho a ser escolhido. Alguns podem até pensar que a idade para um punter pouco importa, mas a verdade é que a posição não possui uma vida útil tão longa quanto a de kicker: O punter mais velho da liga possui 36 anos e existem apenas 8 jogadores da posição ativos com mais de 30 anos. É bem provável que, no final do seu contrato de novato, aos 31 anos, Wishnowsky já esteja bem mais próximo do final de sua carreira do que no início.
Christian Miller
Uma das melhores escolhas de quarta rodada foi a do EDGE Christian Miller, de Alabama, que foi escolhido pelos Panthers. Miller é um jogador que teve alguns problemas de lesão em sua carreira universitária, e por isso acabou não jogando tantos snaps quanto deveria na universidade; mesmo assim, a sua efetividade de pass rush foi altíssima, tanto em produção de sacks quanto de pressões.
O jogador precisa consertar o seu passo em falso para se mostrar mais explosivo, visto que atleticismo para isso ele possui. Miller também era um dos melhores prospectos ao contornar o arco, graças a sua boa flexibilidade do quadril e do tornozelo. Os Panthers, que precisavam refazer completamente sua linha defensiva, conseguiram dois bons pass rushers – Brian Burns foi escolhido na primeira rodada – que devem contribuir já no primeiro ano de profissional.
Jarrett Stidham: futuro Jimmy Garoppolo?
Também na quarta rodada, Jarrett Stidham foi escolhido pelos Patriots para ser o reserva de Tom Brady. Já é uma tradição do time de Foxborough de selecionar quarterbacks em quase todos os anos no Draft, e não foi diferente em 2019. Stidham foi um quarterback altamente recrutado no ensino médio e preferiu ir para Baylor, mas se transferiu para Auburn após problemas da comissão técnica de sua antiga universidade que resultaram na demissão de Art Briles.
Stidham chegou com altas expectativas em Auburn, e até antes do início da temporada parecia que seria um quarterback para disputar o topo do Draft. Infelizmente para ele, sua temporada junto com a dos Tigers não foi tão boa quanto se esperava, e o jogador acabou caindo muito durante o processo – alguns creditam essa queda de rendimento de Stidham na bagunça que era a comissão técnica liderada por Gus Malzahn. Seja a comissão técnica a grande culpada pelo regresso de Stidham ou não, o importante é que ele finalmente entrará em um ambiente que o ajude a se desenvolver. A princípio, o objetivo de Stidham será ganhar a vaga de segundo quarterback do time, mas em um futuro próximo pode pensar em substituir Tom Brady, seja lá quando ele for se aposentar.
Comitê exagerado de running backs em Cincinnati
Nos últimos anos, os Bengalss gostaram da ideia de ter um comitê de running backs. No ano passado, escolheram Mark Walton de Miami para ser o terceiro corredor atrás de Joe Mixon e Giovani Bernard, porém, após três prisões na intertemporada, Walton gastou toda a paciência do time com ele e acabou sendo dispensado e, com isso, a tão importante vaga de terceiro running back, que rendeu incríveis 34 jardas terrestres no ano passado, ficou aberta.
Por ser um problema demasiado grande para resolver, como podem notar pelas estatísticas, os Bengals resolveram usar duas escolhas em jogadores da posição. O primeiro escolhido foi Trayveon Williams de Texas A&M na sexta rodada, jogador muito efetivo na terceira descida seja recebendo passe ou protegendo o quarterback. Também na sexta rodada, Rodney Anderson foi escolhido pela equipe, jogador extremamente talentoso mas com muitos problemas de lesão, que resultaram em sua queda no Draft. Com a escolha dos dois running backs, é bem possível que Giovani Bernard seja dispensado ou trocado antes de começar a temporada caso Anderson e Williams consigam se manter saudáveis, pois levar 4 running backs para um elenco de 53 jogadores não é a forma mais inteligente de gerenciar o elenco.
A melhor escolha dos Texans veio no dia 3
Os Texans tinham um objetivo muito claro quando foram para o Draft: proteger Deshaun Watson. As escolhas para isso aconteceram, ao menos teoricamente: Tytus Howard foi a escolha na primeira rodada e que chega para ser o right tackle titular do time. Howard era um bom talento para se desenvolver com potencial de ser titular, ou seja, um prospecto muito mais de segundo dia do que de primeira rodada. Na segunda rodada, Max Scharping de Northern Illinois também foi escolhido para proteger a vida de Watson, mas assim como Howard, Scharping é outro projeto, ainda com mais necessidade de desenvolvimento do que Howard. Lonnie Johnson na segunda rodada também foi uma escolha alta para o talento do jogador, que possui problemas para localizar a bola no alto, capitalizar em turnovers e quadris ainda duros ao fazer a transição norte/sul.
Apenas na quinta rodada, Charles Omenihu foi escolhido. Omenihu é um jogador com grande capacidade de fazer o pass rush, mostrando uma excelente explosão e movimentos técnicos variados para apressar o passador. Ele poderá jogar tanto por dentro como no EDGE, mas a princípio deverá jogar majoritariamente na rotação por fora. Caso Omenihu tenha uma boa temporada, isso pode ser o suficiente para que Jadeveon Clowney esteja de uniformes novos na temporada de 2020.







