O Baltimore Ravens teve sete escolhas no Draft 2017. Nelas, endereçou a maior parte de suas necessidades – menos uma. Wide receiver.
Joe Flacco já mostrou ser um quarterback capaz de liderar a equipe, mas os Ravens não ajudaram muito deixando apenas Steve Smith como opção verdadeiramente confiável nos últimos anos. Quando seu principal recebedor tem 37 anos, algo está bastante errado em seu time. Certamente a chegada de Mike Wallace ajudou, mas ele não é mais o jogador dominante que fora em Pittsburgh – apesar de ter feito uma boa temporada em 2016 – e já está na casa dos 30 anos. Uma estatística mostra como isso é preocupante para o médio e longo prazo: os Ravens tiveram mais de 1800 jardas recebidas se contarmos os wide receivers com mais de 30 anos. Os com menos de 30 anos, em 2016, combinaram para apenas 873 jardas.
Agora sem o aposentado Smith, as coisas ficaram mais complicadas – portanto, teria chegado a hora de procurar um jovem talento para a posição e ajudar Flacco a voltar a ter anos dourados. Um possession receiver para complementar a velocidade de Wallace seria o ideal para suprir a lacuna na ofensiva de Baltimore. Nenhum deles veio.
Ozzie Newsome – na minha opinião, um dos melhores general managers da NFL – optou por deixar a defesa mais forte e confiar no que Flacco já tem: Mike Wallace na direita, Breshad Perriman na esquerda. Perriman, aliás, foi escolha alta de Draft: primeira rodada em 2015. Em sua terceira temporada, a expectativa da diretoria dos Ravens é que ele não perca mais jogos por lesão como em seu ano de calouro. No ano passado, ainda com Smith no elenco, ele foi acionado poucas vezes – são exatas 499 jardas recebidas e três touchdowns. O que impressiona positivamente foi sua média de jardas por recepção: 15,1 em 2016.
Newsome quis fortalecer a defesa
Depois do corte de Elvis Dumervil, os Ravens sabiam que a posição de outside linebacker era necessidade – Terrell Suggs não é mais nenhum menino, também, aos 34 anos. É interessante notar que os Ravens buscaram voltar à sua identidade, de defesa dominante.
Na primeira rodada, Baltimore foi atrás daquele que pode ser o mais físico dos cornerbacks desta classe – Marlon Humphrey. Embora tenha alguns vícios na jump ball, ele tem a altura, a fluidez e a velocidade para se tornar um dos melhores cornerbacks da NFL
O segundo dia, porém, foi onde os Ravens brilharam. Talvez sejam os grandes vencedores da segunda/terceira rodada. Tyus Bowser – um dos melhores pass rushers de 3-4 – tem potencial para ser um dos melhores edges da classe. Tim Williams, outro membro da defesa de 2016 da Crimson Tide de Alabama, vem para ser um pass rusher explosivo que necessita de desenvolvimento em alguns traços, como o trabalho com as mãos. Mas o primeiro passo veloz está ali. Ainda no segundo dia, os Ravens trouxeram Chris Wormley (DT, Michigan) como potencial substituto de Timmy Jernigan, recém trocado para os Eagles. Ele é gigante – 135 quilos e 1,98m. Os Ravens tem um potencial ali que não tinham desde a saída de Haloti Ngata.
Newsome disse que ainda deve endereçar a posição de recebedor – provavelmente com undrafted free agents ou ainda com veteranos que estão no mercado. De toda forma, o general manager dos Ravens saiu contente do recrutamento: “Não há dúvidas que melhoramos este time”.
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