16-0 aconteceu apenas uma vez na história. Eu me lembro bem daquela temporada de 2007. Mesmo com jogos difíceis, como aquele contra o Baltimore Ravens no Monday Night Football ou mesmo a partida derradeira da temporada num sábado contra o New York Giants – que vingaria-se no Super Bowl XLII – os Patriots pareciam uma máquina imparável. Desde o primeiro jogo, contra os Jets.
12 anos depois, eu sinto a mesma coisa ao assistir esse New England Patriots de 2019. Para começo de conversa, o time é melhor do que o do ano passado e é meio surreal pensar nisso quando lembramos que Trey Flowers saiu para o Detroit Lions e Rob Gronkowski se aposentou. Mas é. Josh Gordon voltou, Julian Edelman está presente na Semana 1, a secundária tem tudo para ser uma das três melhores da NFL, o pass rush foi revitalizado com Michael Bennett e o motor imparável de Chase Winovich. Para completar, ainda temos o ponto de que Tom Brady ganhou massa muscular em relação ao ano passado. É surreal.
Quando falamos em Patriots, geralmente falamos em um time que supera adversidades com bons treinadores e, sobretudo, o faz em jogos decisivos. Sendo sincero, eu não sei até que ponto esse time pode ter adversidades dentro do elenco. Se Tom Brady não mostrar sinais da idade e tudo indica que não vai, o time ruma a, no mínimo, mais uma final de Conferência Americana.
A análise tática abaixo, deste passe de 43 jardas de Brady para Josh Gordon, demonstra isso. Brady faz tudo certo na jogada. Gordon é um recebedor que, quando joga e não tem problemas extra campo, é capaz de jogadas como estas. Para completar, ainda teremos Antonio Brown a partir da semana que vem.
Está mais do que claro, para mim, que Brown forçou sua saída dos Raiders. Isso não quer dizer que ele tenha um conluio com os Patriots. Não. Chris Mortensen, insider da ESPN americana, reportou no domingo cedo que Brown consultou-se com especialistas em mídias sociais para acelerar o corte por Oakland – o que explica as bizarrices do final da semana passada. Ainda, Mortensen diz que Brown estava entre dois times: New England e Cleveland (que joga duas vezes neste ano contra o Steelers).
Se AB realmente estivesse surtado e tudo o que vimos não fosse um grande teatro, você não acha que ele teria postado alguma coisa nas redes sociais para zoar os Steelers após o massacre por 33 a 3? É, mas ele não postou nada. Está claríssimo que foi tudo encenação. A frase “God’s Plan” (Plano Divino) em todo post me chama a atenção. Plano.
Como dito, os Patriots nada tem a ver com isso – embora, sendo sincero, vide domingo, não é como se precisassem de Brown para serem favoritos na AFC. Com ele, podem ser dominantes. Mas não só por conta dele ou do ataque: a defesa jogou numa intensidade incrível contra os Steelers. Sim, eu sei: não tem mais AB nem Le’Veon Bell por lá, mas ainda é um bom ataque. E ele foi completamente dominado pela unidade defensiva patriota.
Tirando confronto contra os Chiefs e contra os Eagles, nesta temporada, não vejo tantos jogos perdíveis para New England. O que assusta os oponentes é que o time geralmente começa mal em setembro e depois pega no tranco. Neste ano, veio a todo vapor. Até aonde vão? Não podemos decretar o 16-0 ainda, mas que eles têm potencial para tanto, isso têm.
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Sobe: Dak Prescott é apenas o segundo quarterback na história do Dallas Cowboys a ter um jogo de 400 jardas aéreas e 4 touchdowns passados – o outro é Tony Romo. Assim como Romo, Dak está em posição de virar o novo amor da vida do dono dos Cowboys, Jerry Jones – e, para tanto, deve receber um mega contrato. Segundo Jones, esse novo contrato é iminente.
Desce: Mais de 100 jardas em faltas, muitas delas evitáveis – as faltas pessoais. O Cleveland Browns pareceu e foi um time sem qualquer foco na Semana 1 da temporada 2019. É bem verdade que a defesa dos Titans é uma boa unidade, mas nada justifica o apagão de um ataque que tanto prometia.
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Top 10:
1- New England (1-0): Ataque apelão com Josh Gordon de um lado, (a partir da próxima semana) Antonio Brown do outro, Julian Edelman no slot e uma imensidão de running backs de um Tom Brady que certamente não é aquele que jogou em Michigan, mas, um cyborg. Solta a Marcha Imperial, DJ!
2- Kansas City (1-0): Nenhum quarterback tem mais touchdowns e jardas passadas em seus 18 primeiros jogos de carreira do que Patrick Mahomes. O ataque é potente como o do ano passado e deve avassalar a Conferência Americana. A defesa ainda preocupa, vide a atuação de Gardner Minshew em substituição a Nick Foles.
3- New Orleans (1-0): Vencer da forma que foi, num Monday Night Football em casa e de virada nos segundos finais, é importante para a resiliência mental de um time que sofreu duas derrotas doídas nas pós-temporadas de 2017 e 2018. Drew Brees jogou como o tínhamos até a semana 13 da temporada passada e isso é uma ótima notícia.
4- Dallas Cowboys (1-0): Uma defesa subestimada com uma futura estrela (ou atual?) da liga em Leighton Vander-Esch quase que onipresente. No ataque, a saída do coordenador Scott Linehan fez diferença: finalmente “me ouviram” e Dak Prescott começou a fazer mais read-options. Play-actions também foram a tônica. Grande jogo de Dallas nos dois lados da bola.
5- Minnesota Vikings (1-0): A defesa anulou Matt Ryan e Julio Jones – ambos, as poucas coisas boas dos Falcons no ano passado – e o ataque mostrou aquilo que Mike Zimmer sempre quis: fisicalidade terrestre levando a equipe à vitória.
6- Los Angeles Rams (1-0): Foi mais difícil do que deveria para os Rams e a defesa segurou o rojão. Todd Gurley e Jared Goff, de contratos novos, preocupam de certa forma. Mais Goff, que teve um jogo aquém do que se espera de alguém com um contrato de mais de 100 M de dólares garantidos.
7- Philadelphia Eagles (1-0): A parte boa: o time teve resiliência para virar a partida. A parte ruim: é absurdo que um elenco tão talentoso se coloque num buraco contra o Washington Redskins, equipe que não deve brigar por playoffs nesta temporada. Dallas vem forte e qualquer vacilação assim será cobrada.
8- Los Angeles Chargers (1-0): Mais de 100 jardas de scrimmage para Austin Ekeler, provando o que sempre digo: running back caro é luxo. De toda forma, só não estão mais altos aqui porque deixaram a prorrogação chegar sendo que tinham o domínio da partida contra os Colts. Isso não pode acontecer.
9- Green Bay Packers (1-0): Jogar contra o maior rival, fora de casa, com uma defesa selvagem e sua defesa acabar selando o jogo? É algo digno de top 10. Rodgers ainda não parece aquele de outrora, mas a defesa segurou o rojão e fez Mitchell Trubisky passar vergonha e vaias no Soldier Field.
10- Tennessee Titans (1-0): Líder isolado de sua divisão, mostrou-se um time bem treinado na primeira semana da temporada e precisamos dar os méritos para Mike Vrabel por isso – até pela imensidão de times desfocados que vimos na primeira semana da temporada.
Menções honrosas: Baltimore Ravens, Seattle Seahawks, Chicago Bears, Houston Texans, Indianapolis Colts
Top 5 do Draft 2020: Miami Dolphins, New York Giants, Arizona Cardinals, Tampa Bay Buccaneers, Washington Redskins.
Segunda do Exagero
Basicamente, aqui pegarei alguns temas que foram discutidos no ESPN League de ontem (considerando as edições que eu esteja presente) e vou dissecar tais temas um pouco mais.
Patriots têm potencial de 16-0 (Fato) + Mahomes é o favorito a MVP (Fato): Óbvio que tem. Aliás, não só eles, os Chiefs também. Aqui, não é uma previsão mas considerar o teto do time. E não é absurdo nenhum colocar ambos com tal teto, com Mahomes tendo a melhor fase de um quarterback desde Manning (2004/2013) e Brady (2007). Falando neste, o ataque dos Patriots vem com tudo e a defesa é uma grata surpresa.
Browns não parecem prontos para o favoritismo (Fato): O excesso de faltas e os turnovers no último quarto me assustaram. Ainda mais jogando em casa e contra um adversário que não foi para a pós-temporada no ano passado. Quanto a Baker Mayfield, talvez um pouquinho mais de bola cuidada seria uma boa, não? Se não podemos ter o “viva pela audácia e morra pela audácia” em 2019.
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Um parágrafo por jogo:
Packers 10 x 3 Bears: Defesa de Green Bay é a grata surpresa. Mitchell Trubisky foi escolhido antes de Deshaun Watson e Patrick Mahomes no Draft de 2017 e, por conta disso, eu estou num purgatório e já tenho vaga garantida no céu.
Patriots 33 x 3 Steelers: Defesa dos Patriots se mostrou incrível e intensa durante toda a partida. Foi a primeira vez que Ben Roethlisberger não teve passe para touchdown desde 2017, contra a então melhor defesa da liga, os Jaguars.
Ravens 59 x 10 Dolphins: Lamar Jackson mostrou-se um passador. Não falo sobre os alvos abertos ou nada do gênero: a mecânica está mais compacta e a base de lançamento, anos luz melhor do que aquela coisa estreita da época de Louisville. Como o próprio disse, “nada mau para um running back”.
Titans 43 x Browns 13: Se os Browns não tiveram foco, perderão para si mesmos antes de qualquer outra coisa. Mariota parece ter criado ânimo com a competição com Tannehill: primeira vitória dele por mais de 25 pontos desde seu primeiro jogo contra os Buccaneers em 2015.
Chiefs 40 x 26 Jaguars:
Agora eu penso o dia inteiro
Só ele faz minha pupila
Dilatar TA TA TA TAAAAA
Cowboys 35 x 17 Giants: Ataque dos Cowboys com chamadas muito melhores em relação ao passado – mérito de Kellen Moore, novo coordenador. Dak foi brilhante, mudou jogadas na linha. Giants precisam de ajuda defensiva urgente (eis o porquê de eu ter falado que era para draftar defensor na #6…).
Rams 30 x 27 Panthers: Precisamos falar mais sobre Christian McCaffrey, talvez o jogador mais subestimado da NFL no momento: 209 jardas de scrimmage no domingo. Do outro lado, pior jogo de Goff (186 jardas, 1 TD, 1 INT) desde a Era Jeff Fisher.
Eagles 32 x 27 Redskins: Parece que DeSean Jackson nunca deixou os Eagles. Que tal essa partida com 154 jardas e 8 recepções? Do outro lado, Keenum até fez boa partida e pode acabar segurando a estreia de Dwayne Haskins mais do que esperávamos.
Vikings 28 x 12 Falcons: A defesa de Minnesota precisa ser mencionada como uma das melhores da NFL. Turnovers ajudaram de tal forma que 21 dos 28 pontos de Minnesota na partida vieram após um roubo de bola. Dalvin Cook: 21 carregadas, 111 jardas – melhor estreia de temporada para um RB dos Vikings desde Adrian Peterson em 2009.
Bills 17 x 16 Jets: Nada contra os Jets em si, mas Adam Gase começa o ano mostrando como não tinha porquê ter espaço como head coach. Bills mostraram força defensiva e resiliência – já falei como gosto de Sean McDermott como treinador?
Chargers 30 x 24 Colts: ataque dos Chargers é talentoso a ponto de não sentir tanta falta de um cara como Melvin Gordon. Do outro lado, Jacoby Brissett tem que ser mais estimado – o mundo não acabou como muitos pensam.
Cardinals 27 x 27 Lions: Soa como uma derrota para Detroit. Para Arizona/Kingsbury/Murray, uma evolução do primeiro quarto à prorrogação – jogadas foram menos “inventivas” e mais eficientes ao longo da partida: PS: Larry Fitzgerald é inacreditável.
Seahawks 21 x 20 Bengals: Ah, esse Opala 1978 a álcool sem injeção eletrônica chamado Seahawks. Impressionante como em setembro o time passa mais sufuco do que deveria. Méritos dos Bengals, claro – vale dizer que Dalton se mostrou bem confortável no novo ataque.
49ers 31 x 17 Buccaneers: Pelo jeito, nem Bruce Arians vai salvar a porralouquice ofensiva que Jameis Winston faz dia sim, dia também. 17º jogo de Winston com pelo menos duas interceptações. Os 49ers, que sofreram em roubar a bola em 2018, agradecem.
Saints 30 x 28 Texans: Melhor jogo da rodada, primeiro MNF com múltiplas mudanças de liderança no minuto final do último quarto. Deshaun Watson segue com uma linha ofensiva de isopor: foi pressionado em 45% dos snaps.
Raiders 24 x 16 Broncos: Nenhum sack nem hit em Derek Carr mesmo com Von Miller e Bradley Chubb do outro lado. Joe Flacco estava com 137 jardas depois de 3 quartos contra uma secundária que está longe de ser excelente. Parabéns, John Elway.

Um olhar para semana que vem:
Vingança Dourada? Rams x Saints, Domingo, 17:25:
O melhor jogo da Semana 2 é uma reedição de uma partida dos playoffs da última temporada. Agora, com as interferências de passe sendo desafiáveis, diga-se de passagem. Rams e Saints voltam a sua TV com partida sendo transmitida pela ESPN às 17:25.
Fora de qualquer polêmica ou qualquer outra coisa, minha grande curiosidade segue sendo o uso de Todd Gurley. Como tá esse joelho? Nos três primeiros quartos contra os Panthers ele teve apenas 7 toques na bola – aumentou para 8, sozinho, no último. Novamente em confronto contra a NFC South, Gurley será colocado a prova.
A motivação do “tira-teima” para os Saints será intensa e, a meu ver, devema vencer a partida. Ainda mais depois da vitória contra os Texans, que coloca o time no mindset correto rumo à Semana 2.
Duelo do Heisman: Ravens vs Cardinals, Domingo 14h.
Aos 22 anos, Lamar Jackson e Kyler Murray são mais do que quarterbacks: são atletas capazes de mudar um jogo em uma jogada. Dois dos vencedores do Heisman Trophy nesta década – prêmio dado para o mais extraordinário jogador do College Football a cada temporada – eles vão a campo neste domingo após boas performances na Semana 1.
FAVORITAÇO: Patriots vs Dolphins, Domingo, 14h
Saíram as linhas de Las Vegas. Patriots favoritos por 19 pontos contra os Dolphins, fora de casa.
É a maior linha de favoritismo na NFL desde 2007… Com os Patriots também.
CurtiEats!
Realizando uma vontade antiga e voltando a colocar aleatoriedades nesta parte da coluna – uma marca de minha primeira edição da coluna, lá em 2012. A cada semana vou colocar algo diferente do cotidiano e a vontade que me deu hoje foi de ser crítico gastronômico (obviamente o restaurante não sabe disso, então fiquem tranquilos que eu não virei #influencer a este ponto, rs).
Onde: “Fôrno” | Endereço: R. Cunha Horta, 70 – Consolação, São Paulo – SP, 01221-030
O quê: Coxinha de Pastrami
Em algumas ocasiões, chego a pensar que o melhor salgado é a empada – a chamada “massa podre” me cativa muito por conta da explosão que acaba acontecendo a cada mordida. Para mim, uma experiência gastronômica não se resume ao sabor da comida mas, como dito, à experiência como um todo. Textura, temperatura da comida, onde do paladar você tem a ativação e todo o mais.
Por conta disso, a coxinha quando é crocante e macia por dentro ganha pontos tal como a “massa podre” da empada: pelo paradoxos de sensações que a mordida acaba proporcionando.
Como dito, a empada era a minha primeira colocada no ranking de salgados mas a vida nos proporciona boas surpresas. Como Lennon um dia escreveu, a vida é o que acontece quando estamos ocupados fazendo outros planos. Eu já tinha almoçado e não planejava comer de novo, mas foi mais forte do que eu.
A coxinha de pastrami do Fornô não só quebrou meu ranking como também meu preconceito anterior com o pastrami – não tive uma boa experiência com ele quando fui no superestimado Z Deli, também em São Paulo. A massa é crocante e são quatro unidades por porção – na base, vem um molho rosê bem temperado e delicioso e ainda um queijo ralado que acrescenta e muito no sabor.
Por dentro, macia e, principalmente, bem temperada. Carne de porco, afinal, precisa sê-lo. A cada mordida, uma explosão absurda de sabores. Primeiro pela divergência de textura da massa com o exterior, segundo pelos variados temperos – que, apimentados e agridoces, fazem com que você sinta a coxinha tomar posse de todo seu paladar como quê uma explosão de fogos de artifício.
Nota: 5 estrelas 🙂

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