Bem-vindos, caros leitores! Na coluna dessa semana, indicarei as melhores tomadas de decisão financeiras da segunda rodada da temporada de 2019. Quais são as decisões da semana? Um short – também conhecido como apostar contra -, um buy & hold – uma ação (ou seja, uma franquia) comprada pensando no longo prazo -, um day trade – aposta em uma franquia apenas para essa semana -, uma ação alvo – ou seja, um jogo que promete muito – e um “patinho feio” com potencial – um confronto subestimado que promete ser muito melhor do que o esperado.
Bom, para os que não leram o texto piloto dessa coluna – que foi ao ar na terceira semana da pré-temporada -, ela nada mais é do que um projeto nascido da mistura de duas grandes paixões minhas: o futebol americano e o mercado financeiro.

Nela, como em grande parte dos sites de corretoras e de finanças, monto uma “carteira semanal”, a qual contém cinco “decisões financeiras” que possuem os melhores fatos a serem analisados na semana da liga. Afinal, com tantos confrontos acontecendo e com um tempo escasso, é necessário saber o que é mais relevante a se acompanhar.
Bom, já chega de falatório e vamos ao principal: as cinco principais decisões – e o que analisar nelas – da semana 2.
Ação no alvo: Vikings @ Packers
Qual jogo? Minnesota Vikings @ Green Bay Packers
Quando? 15 de setembro (domingo), 14h (horário de Brasília), transmissão pela ESPN
Tanto o Minnesota Vikings quanto o Green Bay Packers começaram com o pé direito e venceram seus jogos na primeira semana. Isso, contudo, não é motivo para deixar qualquer uma das franquias tranquila. Os Vikings estabeleceram um jogo corrido muito forte e a defesa impediu o ataque dos Falcons de entrar no jogo – mas contou com péssimas chamadas ofensivas de Dirk Koetter. Já os Packers, surpreendentemente, tiveram sua defesa como ponto forte enquanto o ataque foi deficitário. Aaron Rodgers foi mal – apenas 33% de seus lançamentos foram precisos, pior marca da semana 1 – e o jogo terrestre não conseguiu ser estabelecido contra a forte linha defensiva do Chicago Bears.
A dúvida ainda paira no ar sobre ambas as franquias e esse clássico de divisão será importantíssimo para fortalecer o vencedor, começando a criar uma nova consolidação na nova “ação alvo” da liga. Caso os Vikings vençam – principalmente se houver uma boa atuação de Kirk Cousins -, a sina de uma nova mediocridade começará a cair por terra. Dalvin Cook foi esplêndido na partida contra os Falcons e – se conseguir ficar saudável – transformará o jogo terrestre da franquia em uma arma mortífera, facilitando a vida do próprio Cousins.
Já do lado dos Packers, a defesa foi (muito) bem, mas é necessário ressaltar que o quarterback dos Bears é… Mitchell Trubisky! Se a secundária conseguir limitar os avanços de Adam Thielen e Stefon Diggs ao mesmo tempo que a linha defensiva cria uma grande disrupção no pocket, a defesa começará a comprovar o potencial existente em seus nomes e a responsabilidade recairá exclusivamente sobre Aaron Rodgers. Sim, todos sabemos do seu talento e da capacidade que possui em desbalancear um jogo, mas isso não foi mostrado na medíocre partida da primeira semana, tal qual não foram vistos durante a temporada de 2018. É a hora de Rodgers libertar seu talento – ou os argumentos de que suas atuações na última temporada foram influenciadas por sua desmotivação com Mike McCarthy não parecerão mais tão consistentes assim.

Short (apostar contra): Jameis Winston
Qual jogo? Tampa Bay Buccaneers @ Carolina Panthers
Quando? 12 de setembro (quinta-feira), 21h15 (horário de Brasília), transmissão pela ESPN
Possivelmente, estamos assistindo aos últimos momentos de Jameis Winston como quarterback titular do Tampa Bay Buccaneers. Nem a volta de Bruce Arians de sua aposentadoria parece ser capaz de corrigir os defeitos desse. Seguindo o padrão dos últimos anos, Winston continua tomando decisões erradas e arriscadas, inaugurando sua temporada com 1 touchdown e 3 interceptações – terminando com um rating péssimo de 45.4 – contra a questionável secundária dos 49ers, a qual teve uma atuação acima da média devido à péssima partida do quarterback.
Winston está em seu último ano de contrato de calouro e a classe de 2020 possui muito talento na posição com Justin Herbert, Tua Tagovailoa e Jake Fromm. Se sua evolução não for notória, Winston acabará com um contrato baixo e como reserva em alguma franquia. Já que essa coluna age como uma carteira de recomendação, farei a minha: isso vai acontecer; não há nenhuma apresentação de evolução das últimas temporadas e apostar contra sua permanência é quase como um ganho certo.
No clássico de divisão contra os Panthers, fora de casa, Winston terá uma chance de amenizar a situação. Novamente, ele encarará uma linha defensiva forte e uma secundária que possui muitos questionamentos, tal qual contra os 49ers. No último domingo, a defesa de Carolina dificultou a vida de Sean McVay e Jared Goff , mesmo com os 30 pontos sofridos; o quarterback dos Rams não foi bem e a secundária fez boas jogadas, mostrando-se promissora. É a hora de Winston começar a exorcizar seus fantasmas ou eles começaram a obscurecer a luz do fim do túnel.

Buy & Hold (Compra e segura a ação): Kellen Moore (coordenador ofensivo dos Cowboys)
Qual jogo? Dallas Cowboys @ Washington Redskins
Quando? 15 de setembro (domingo), 14h (horário de Brasília), sem transmissão no Brasil
Na primeira partida da temporada, enfrentando o New York Giants, Kellen Moore chegou “com os dois pés no peito” e não deu chance alguma à fraca defesa do rival. Explorando os pontos fortes de Dak Prescott, sem precisar sobrecarregar Ezekiel Elliott no jogo terrestre, Moore foi o principal responsável pelo quarterback atingir o rating perfeito (158.3) no domingo e por garantir que Dak receberá um grande contrato ainda esse ano – sim, ele vai receber algo em torno de $35M.
Na segunda semana, o coordenador ofensivo se verá diante de outro confronto divisional para comprovar que chegou para mudar o paradigma de ataque da franquia após o trauma com Scott Linehan. O Washington Redskins deu trabalho para o Philadelphia Eagles no primeiro embate da temporada e, mesmo contando com Case Keenum como titular na posição de quarterback, tampouco facilitará a vida dos Cowboys.
O ponto positivo para Dallas é que possui como uma de suas principais qualidades a linha ofensiva – revigorada após o retorno de Travis Frederick -, tal qual Philadelphia, pois no último domingo, a promissora linha defensiva de Washington pressionou Carson Wentz em apenas 27% de seus dropbacks. Isso soa como música aos ouvidos de um quarterback que historicamente se dá bem no pocket, como é Dak. “Brace yourselves, the money is coming”
Moore é inteligente e usará desse fato para moldar seu plano ofensivo. Vale lembrar, também, que os Eagles obtiveram 116 jardas corridas com um comitê de running backs em que não há nenhum grande nome; Elliott está pronto para “se alimentar”. Com Dak e Zeke podendo contar com a tranquilidade, veremos mais um show ofensivo de Dallas e este não será o último da temporada, tal qual não foi na semana 1; afinal, o principal nome desse ataque está fora das quatro linhas.
Day Trade (foco no dia e depois se vá): Buffalo Bills
Qual jogo? Buffalo Bills @ New York Giants
Quando? 15 de setembro (domingo), 14h (horário de Brasília), sem transmissão no Brasil
Desde antes do início da temporada regular, há um consenso que o elenco do Buffalo Bills não é fraco. A franquia se reforçou bem na intertemporada e no Draft, focando em seus pontos fracos – principalmente na linha ofensiva e no corpo de recebedores – e resolveu deixar Josh Allen em uma situação confortável. O primeiro passo foi dado no domingo, com a virada sobre o New York Jets, rival de divisão. O mais importante, contudo, foi a resiliência apresentada por um time que estava acostumado a brigar do meio para baixo da tabela; a força de vontade para conseguir a vitória representa o ponto de virada de um elenco que sabe de seu potencial a partir dessa temporada – mas que ainda precisa provar ser merecedor de uma futura empolgação.
Sim, por mais que as expectativas existam e que o torcedor de Buffalo deva ficar feliz por, finalmente, começar a assistir a um elenco qualificado, a franquia não será uma real ameaça na AFC em 2019. Sim, os Bills serão um time difícil de se enfrentar e que não terminarão com uma campanha 6-10 como em 2018, mas ainda possuem limitações que os deixam uma prateleira abaixo das outras franquias que concorrem pela vaga de Wildcard da AFC, como Chargers, Chiefs, Steelers, Ravens, Browns e Titans – afinal, é uma certeza que os Patriots vencerão a AFC East. Isso, contudo, não quer dizer que Buffalo não fará outra boa atuação no domingo.
No day trade, não se compra uma ação pensando no próximo dia ou em como ela estará daqui uma semana; só é observado seu potencial de ganho até o fechamento do mercado. Para os Bills, o pensamento para essa semana é o mesmo. A franquia possui uma alta chance de abrir 2-0, já que se deparará contra um dos times mais fracos da temporada. Josh Allen se aproveitará das falhas defensivas escancaradas por Dallas para realizar um show aéreo – ainda mais se o pass rush dos Giants for inepto mais uma vez -, enquanto a defesa se preocupa em limitar um ataque que foi melhor que o esperado, mas que ainda é pouco dinâmico. Será interessante observar como a unidade dos Bills procurará para Saquon Barkley.

O “patinho feio” com potencial: Browns @ Jets
Qual jogo? Cleveland Browns @ New York Jets
Quando? 16 de setembro (segunda-feira), 21h15 (horário de Brasília), transmissão pela ESPN
Uma das grandes histórias da temporada de 2019, com certeza, pertence à equipe do Cleveland Browns. A franquia que outrora teve a proeza de terminar uma temporada 0-16, transformou-se da água para o vinho e tornou-se não apenas a favorita a vencer o título da AFC North, mas uma das mais cotadas a disputar o título da AFC. O grande potencial de Baker Mayfield, a chegada de Odell Beckham Jr. e o talento de Myles Garrett na defesa, impulsionam a empolgação com a temporada dos Browns. Por outro lado, o New York Jets adentrou a temporada com uma badalação menor, mas não por isso com expectativas de um 2019 fraco. A franquia foi a que mais investiu na free agency e havia uma grande espera em torno do salto que Sam Darnold poderia dar como quarterback e, também, em como Le’Veon Bell encaixaria na equipe. Ambos estão com problemas. Darnold não joga na segunda por conta de mononucleose e Bell passa por ressonância magnética no ombro ainda neste final de semana.

Na primeira semana da temporada, contudo, ambas as franquias decepcionaram, afastando as expectativas criadas sobre as mesmas. Os Browns pareceram tropeçar em sua própria convicção de talento e foram indisciplinados, o que acabou lhes rendendo uma derrota frente aos Titans. Já os Jets, começaram bem sua partida e até a metade do terceiro quarto venciam por 16-0, mas no fim deixaram os Bills realizarem a virada e novas dúvidas sobre a capacidade de Sam Darnold de ganhar jogos foram levantadas.
No melhor estilo “patinho feio”, contudo, o duelo guarda o potencial de ser um jogo interessante, da mesma maneira que há ações que poucas pessoas gostam, mas que têm poder para explodir no curto prazo. Com ambas as equipes necessitando da vitória para esfriar os ânimos e com muito talento dos dois lados – principalmente no viés ofensivo – espere uma chuva de pontos e muitas decisões/chamadas ousadas. O projeto de Browns e Jets é, no mínimo, alcançar os playoffs em 2019: começar a temporada com uma campanha 0-2, pode acabar sepultando esse objetivo ao fim do ano.






